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Fingindo loucamente

 

Olavo de Carvalho

       Mesmo sem contar os eventos paralelos que a acompanharam em dezenas ou centenas de cidades menores, a Marcha para Jesus 2011, em São Paulo, foi de longe a maior manifestação de massas já registrada ao longo de toda a História nacional, pondo no chinelo a “Diretas Já”, os protestos estudantis do tempo da ditadura e tudo o mais que a mídia chique enaltece e badala como expressão histórica e paradigmática da vontade popular. Com a diferença adicional de que foi preparada sem nenhuma ajuda de jornais, canais de TV, partidos políticos, fundações bilionárias e outras entidades que injetaram toneladas de hormônio publicitário naquelas efusões de esquerdismo cívico.

        Com toda a evidência, a elite opinante tem seu próprio “povo brasileiro”, moldado à sua imagem e conveniência, que não coincide em nada com aquele que vemos nas ruas, nas praças, nas igrejas e nas casas.

        Se fosse preciso mais uma prova do abismo que separa o Brasil real do Brasil politicamente correto dos bem-pensantes, a Marcha demonstrou que esse abismo não foi cavado só pela ignorância e incompetência dos chamados “formadores de opinião”, mas pelo ódio mortal e intolerante que votam a tudo quanto o povo ama, respeita e venera.

        O Brasil oficial de hoje é, de alto a baixo, criação de um grupo de professores ativistas uspianos, semicultos e presunçosos, que se acreditavam o cume da inteligência humana e o tribunal de última instância para o julgamento de tudo. Num horizonte mental circunscrito pelas “ciências sociais” com viés entre marxista e positivista, não se ouvia nesse tribunal nem a voz dos clássicos da religião e da espiritualidade, nem a da alma popular brasileira, ali substituída pelo estereótipo prêt-à-porter da militância sindical.

        Os profissionais que hoje dominam as redações tiveram sua mentalidade formada por essa gente, não sendo de espantar que ainda tomem os mitos esquerdistas dos anos 60-70 como medida máxima de aferição da realidade, nem que, por isso mesmo, se sintam atônitos e enraivecidos quando um Brasil cuja existência negavam faz ouvir o seu protesto contra aquilo que tomavam como valores certos, definitivos e universalmente aprovados.

        Nem espanta que, sem saber o que dizer, apelem aos artifícios verbais mais bobos para salvar o que podem de uma fantasia autolisonjeira impiedosamente despedaçada pelos fatos. Num paroxismo de fingimento, o Sr. Gilberto Dimenstein, por exemplo, nega a realidade do protesto multitudinário, jurando, contra os números, que a cidade de São Paulo é ainda “mais gay do que evangélica”. Prova? A Parada Gay, diz ele, é alegre e festiva, enquanto o protesto evangélico é “raivoso”. O argumento é doido em si, já que o tom emocional das manifestações não constitui medida de aferição de sua respectiva popularidade ou impopularidade. Se assim fosse, as “Diretas Já”, espumando de indignação cívica, teriam sido menos populares que qualquer festinha de aniversário. Mas o julgamento ético aí subentendido é de um cinismo pérfido, ao insinuar que a índole lúdico-carnavalesca das paradas gays é prova de superioridade moral e o protesto indignado dos evangélicos um indício de maus instintos. De um lado, é claro que julgamento similar jamais ocorreu ou ocorreria a Dimenstein ante explosões de ódio esquerdista ao capitalismo, à religião, a George W. Bush ou ao que quer que fosse. De outro, é preciso ter galgado os últimos degraus da hipocrisia para olhar só a expressão material dos sentimentos sem ter em conta os motivos que os geraram. Afinal, gays em parada saltitam pela cidade, cobertos de batom e rouge, vestidos de freiras ou trajes de sex shop, celebrando os favores estatais concedidos à sua modalidade especial de satisfação sexual. Quem não estouraria de felicidade triunfante ao ver seus caprichos eróticos elevados à condição de méritos oficiais? Bem diversa é a motivação dos evangélicos, que saíram às ruas para precaver-se contra autoridades insanas que ameaçam levá-los à cadeia por delito de opinião. Deveriam fazê-lo em tom de festa, para não posar de malvados na coluna de Gilberto Dimenstein? Ele finge imaginar que sim. Mas quem acredita em Gilberto Dimenstein? Nem ele mesmo, é claro.

Publicado com permissão.

Fonte: www.juliosevero.com

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Marcha para Jesus do DF tem recurso público suspenso

 

     A Justiça do Distrito Federal retirou a Marcha para Jesus do calendário oficial de eventos de Brasília. Por meio de uma liminar, o Conselho Especial do TJ-DFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) suspendeu a eficácia de uma lei que também destinava recursos públicos para o evento.

     O Governo do DF havia ajuizado Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) por entender que a lei criava uma nova atribuição para a Administração Pública e, dessa forma, aumentava as despesas para os cofres públicos, ferindo a Lei Orgânica do Distrito Federal.

     O relator do processo no Tribunal alegou que a norma sofre do vício de inconstitucionalidade formal, pois deveria ter sido originada de projeto de lei de autoria do governador e não de um parlamentar. Declarou ainda que, mesmo tendo passado mais de uma década da edição da lei, a norma impõe ônus de ordem financeira ao DF.

     O efeito da decisão do TJ vigora até o julgamento definitivo do Conselho. O relator considerou ainda que a liminar deveria ser concedida para resguardar o orçamento público.

Data: 20/7/2011
Fonte: Última Instância

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Mais Marcha para Jesus SP

Marcha para Jesus reúne 1 milhão em São Paulo

TV Estadão | 23.06.2011

Adultos, crianças e até animais de estimação trafegavam pelas avenidas de SP, no evento gospel que reuniu cantores evangélicos e mais de um milhão de pessoas

 

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clique aqui para ver o filme:  http://tv.estadao.com.br/videos,MARCHA-PARA-JESUS-REUNE-1-MILHAO-EM-SAO-PAULO,141354,0,0.htm