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Feliciano diz que comissão era ‘dominada por Satanás’ antes de sua chegada

Daniel Carvalho

DO RECIFE

Alvo de protestos contra sua permanência na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado federal e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou que o colegiado era “dominado por Satanás” antes de sua chegada ao posto.

Ex-presidentes da Comissão de Direitos Humanos repudiam declaração de pastor

Feliciano fez as declarações na sexta-feira à noite, durante um culto num ginásio de Passos (348 km de BH), no sul de Minas Gerais.

Marco Feliciano


Alan Marques – 12.mar.13/Folhapress

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Deputado Marco Feliciano foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara; ele vem sofrendo pressão de grupos socias para deixar o cargo desde então

Ao comentar um protesto contra ele que ocorria do lado de fora, afirmou: “Essa manifestação toda se dá porque, pela primeira vez na história desse Brasil, um pastor cheio de espírito santo conquistou o espaço que até ontem era dominado por Satanás”.

Criada em 1995, a comissão já foi presidida por 15 parlamentares antes de Feliciano.

O deputado e pastor vem sendo alvo de protestos desde o dia que foi escolhido por seu partido para presidir o colegiado, no início de março.

Ativistas o acusam de ser homofóbico e racista. Citam declarações e mensagens que ele postou no Twitter. Feliciano diz ser mal interpretado.

A fala sobre Satanás na comissão foi divulgada no YouTube. Na sequência, ele criticou a realização de um seminário sobre “diversidade sexual na primeira infância” feito pelo órgão em 2012. “Eu morro, mas não abandono minha fé”, gritou.

O deputado, que se disse “perseguido” e alvo de uma “ditadura”, pediu apoio dos fiéis contra os manifestantes. “Se é para gritar, tem um povo que sabe o que é grito. […] Nós (evangélicos) sabemos qual é o poder da nossa fé.”

Feliciano disse ainda que igrejas estão desmarcando participações dele em eventos em razão dos protestos. Ele afirmou que 23 dos 30 compromissos de março foram cancelados.

Editoria de Arte/Folhapress

“A natureza deles é gritar, xingar, falar palavras de ordem. É dar beijos no meio da rua, tirar a roupa. A natureza deles é expor um homem como eu, pai de família, ao ridículo”, disse.

O PSC calcula que a repercussão em torno do deputado deverá triplicar os 211 mil votos que ele obteve em 2010.

Feliciano também usou o culto para criticar a mídia (“tendenciosa”) e as atrizes Fernanda Montenegro e Camila Amado, que se beijaram na boca na semana passada num ato de repúdio ao pastor.

“Mal sabem elas que não estavam me atormentando. Estavam mostrando ao povo brasileiro –que ainda é um povo família, que respeita o ser humano–, que o que eles lutam não é por direitos, mas é por privilégios.”

Procurada ontem pela Folha, a assessoria de Feliciano disse que as declarações foram dadas na função de pastor e no contexto da igreja, e não como parlamentar.

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Danilo Gentili para Marco Feliciano: `O Sr. não está sendo espantalho do governo?’

Por Giana Guterres | Correspondente do The Christian Post
  • Marco Feliciano
    (Foto:Divulgação/Band)
    Marco Feliciano em entrevista ao programa Agora é Tarde.

Na noite desta quinta-feira, o deputado pastor Marco Feliciano foi entrevistado pelo apresentador Danilo Gentili. O apresentador do programa ‘Agora é Tarde’, transmitido pela Bandeirantes, destacou o fato de Marco Felicianoestar sendo foco da mídia e do governo, enquanto condenados do STF são apontados para assumir comissões mais importantes.

Danilo Gentili citou o fato de Genoíno entrar para uma comissão de importância – Comissão de Constituição e Justiça – e questionou se Feliciano não se sente “tonto” ou “espantalho de governo” por chamar a atenção uma comissão irrelevante.

“A população começa a acordar neste momento, depois de passar o olho do furacão, depois de ter sido espancado, quase linchado publicamente, detalhe, linchado por um público que não me conhecia, e as pessoas que me conhecem e me respeitam sabem que tudo isso que foi feito e falado acerca da minha pessoa não procede”, declarou o deputado.

Marco Feliciano também esclareceu como entrou para presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), dizendo que não desejava ou lutou por esse cargo. Ele destacou que a questão foi partidária, “a que sobrou” para o Partido Social Cristão (PSC).

Marco Feliciano seguiu falando sobre a força do movimento LGBT. O pastor explicou a confusão com seus comentários no Twitter mal interpretados, justificando que é uma linha teológica. Danilo Gentili desafiou o deputado, dizendo que conhece a Bíblia e que esta declaração não está escrita em nenhum lugar.

O deputado também falou sobre o trabalho que tem feito e que Direitos Humanos não são o que as pessoas pensam. “Essa comissão era secundária até a minha chegada, (…) a imprensa toda pela primeira vez, pelo menos assistiram uma audiência pública falando sobre direitos humanos”, afirmou.

Mostrando um trecho de uma pregação do pastor Feliciano sobre homossexualidade, Danilo citou o estereótipo de cristãos tradicionais e Marco Feliciano respondeu que ele está atrasado no tempo. Na sequência, mais vídeos de cultos pentecostais foram mostrados, onde cristãos são expostos de uma maneira indevida.

“É constrangedor para mim, para uma pessoa de família, um pai que tem suas crianças, a sociedade brasileira por mais que se diga progressista, não está preparada para isso”, responde sobre qual o problema de duas pessoas do mesmo sexo se beijar publicamente.

“Eu amaria, a gente morre por um filho. A opção dele, a escolha dele, é o íntimo dele”, fala sobre o que faria se descobrisse que um filho seu é homossexual.

Ao ser abordado sobre a questão de dízimos e ofertas por Danilo Gentili, ele afirma que seus pastores não recebem salário. Ele desabafou ainda sobre a cobertura da mídia sobre o assunto e que há um preconceito na sociedade brasileira.

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Antropólogo preso na CDHM grava vídeo e é criticado por colunista da Veja: ‘Tome tento, meu senhor!’

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=hZMfXS-77RM

A prisão ocorreu nesta quarta-feira durante tumultuada sessão em que o manifestante chama Feliciano de racista

PorAdoniran Peres | Correspondente do The Christian Post

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O antropólogo Marcelo Regis Pereira, que em protesto chamou o deputado Marco Feliciano de racista e foi levado preso durante a sessão desta quarta (27) da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), gravou um vídeo em que diz ser vítima de preconceito. O colunista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, faz críticas à imprensa e ao rapaz que, segundo ele, está querendo chamar a atenção por ser negro, gay e pobre e avalia o vídeo como a manifestação do mais escancarado oportunismo. “A imprensa está dando corda — por ser, atenção!, negro, gay e pobre”, diz Azevedo.

 

Facebook/Reinaldo Azevedo

Reinaldo Azevedo defende Papa Francisco I de acusações de cumplicidade com a ditadura Argentina

 

Quanto ao pedido de prisão do manifestante por Feliciano, o colunista defende o deputado. “De fato, há gente acreditando que é legítimo invadir uma comissão, subir na mesa, chamar o outro de racista etc. Uma vez coibida a agressão, então é hora de gritar: Preconceito! Com a pressurosa colaboração da imprensa, esse troço está indo longe demais”, destaca Azevedo.

 

No vídeo, o antropólogo diz: “sou mais um cidadão brasileiro indignado com toda situação que está acontecendo com os direitos humanos do Brasil. Fui penalizado e retirado da sessão, justamente ser uma parcela ínfima da população brasileira, por ser negro, pobre e gay”.

 

Pereira conta ainda que não faz parte de nenhum partido político e nem movimento social e convida ainda a população para lute junto, para o que chama de, usurpação dos direitos humanos. “Convido todo o cidadão brasileiro a entrarem nesse movimento. Convido os negros, brancos, católicos e evangélicos, enfim todos, para lutar contra a usurpação dos direitos humanos. Não tenha medo e venha lutar contra tudo isso que ta acontecendo”.

 

Reinado da Veja faz sua análise e crítica ao manifestante. “Negro, como se vê, Pereira não é. Como ele mesmo diz, assim ele se autodeclara. Eu posso me autodeclarar índio, por exemplo. Tenho legitimidade pra isso. Feliciano, que tem comprovadamente a mãe negra, deve ser mais negro do que o acusador”.

 

Quanto ao episódio da prisão, o colunista da Veja ainda analisa e rebate. “Ele chama o outro de racista, é expulso da sala e diz que fizeram isso porque sou gay. Ainda que isso estivesse na cara, ser gay não lhe dá o direito de ofender os outros. Ou dá? Mas como Feliciano poderia saber? Está escrito na testa? Há gente que parece e é, que parece e não é”.

 

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Quanto à declaração do antropólogo que diz que é pobre, Azevedo disse. “Não existe faculdade de antropologia no Brasil. É uma pós-graduação. Isso quer dizer que ele tem um curso universitário e uma especialização. É esse o padrão da pobreza no Brasil? Tome tento, meu senhor! Tenha compostura! Pobre não tem cara, não! Mas a pobreza, ah, essa tem!!!”

 

Entenda a prisão

 

A prisão de Pereira ocorreu ontem em meio a protestos na reunião da CDHM. O grupo de evangélicos gritava palavras como: “Fica Feliciano, Jesus, Jesus!” E os contrários ao deputado palavras como: “Fica na sua igreja”. Na ocasião, Marco Feliciano foi interrompido por manifestantes que ainda diziam: “Não respeita os negros, os homossexuais, as mulheres e não me representa. Não vou te respeitar”. Feliciano apontou para um manifestante e pediu que a prendesse. “Aquele senhor, ele me chamou de racista. Racismo é crime. Chama o segurança. Ele vai sair preso”, disse Feliciano. Marcelo Régis Pereira foi levado para a Delegacia da Polícia Legislativa para prestar depoimento e foi liberado logo em seguida.

 

 

You Tube|Erika Kokay

Depoimento de Marcelo Regis, manifestante preso na sessão da CDHM