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Organizadores do Salão Internacional Gospel comemoram a aprovação da música gospel como manifestação cultural

tem um cantor gospel

PorAndrea Madambashi | Repórter do The Christian Post

Marcelo Rebello, diretor de marketing do Salão Internacional Gospel, comemorou a recentemente sancionada lei que considera a música gospel como manifestação cultural.

  • marcelo-rebello

    (Foto: MR1 Comunicação e Marketing)

    Marcelo Rebello idealizador do Salão Internacional Gospel.

“A Música Gospel, que tinha espaço apenas dentro das igrejas no início do século XIX, hoje é executada em todos os cantos do mundo”, disse Rebello.

A lei 12.590, que permite a concessão de benefícios com verbas públicas, foi sancionada nesta última segunda-feira, alterando a Lei Rounaet para estender os benefícios da renúncia fiscal também à música religiosa.

Em uma declaração oficial publicada neste sábado, Rebello lembra que pesquisas recentes mostram que tal mercado é um dos mais rentáveis do país, e o estilo presente entre os 10 CDs mais vendidos no Brasil.

“A verdade é que atualmente esse mercado não para de crescer e se multiplicar, movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano e é o único segmento fonográfico que cresce em venda de discos no País”, afirmou Rebello.

O projeto de Lei da Câmara (PLC) 27/2009, cujo autor é o ex-deputado Bispo Rodovalho (PP-DF), propõe a mudança no artigo 31-A. “Para os efeitos desta lei, ficam reconhecidos como manifestação cultural a música gospel e os eventos a ela relacionados, exceto aqueles promovidos por igrejas”, diz o artigo.

O autor justifica que a música gospel é oriunda da tradição norte-americana que se disseminou no Brasil, em grandes eventos. Assim, o estilo pode ser considerado como um gênero musical oficial.

Para medir a popularização do estilo, Rebello relembra em 2007, a música “Recomeçar” de Aline Barros, incluída na trilha sonora da novela “Duas Caras”. Em 2009, houve o sucesso de “Faz um milagre em mim”, de Regis Danese, que virou tema dos gols do “Fantástico”.

Em 2011, o próprio Marcelo teve a oportunidade de levar a música gospel para as telinhas e ajudar no popularização do estilo. Ele participou do programa da Eliana na emissora SBT, apresentando pela primeira vez o quadro “Tem um Cantor Gospel lá em casa”. Depois disso, até a Rede Globo abriu suas portas com o Festival e Troféu Promessas.

Luciana Mazza, Diretora de Comunicação da Agencia MR1 e outra organizadora do Salão Internacional Gospel expressou também na mesma nota as suas palavras de contentamento. "Se 2011 foi um ano bom para a Música Gospel, 2012 será ainda melhor!”.

“Começamos o mês de Janeiro ao som de Aline Barros no Show da Virada, logo após grandes oportunidades dentro da mídia como o Caldeirão do Huck, depois, a Música Gospel sendo reconhecida como uma manifestação cultural!”

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Presidente sanciona lei. Música gospel é manifestação cultural

DILMA BATE O MARTELO

 

A presidente Dilma Rousseff sancionou na segunda-feira, 9, a lei que reconhece a música gospel como manifestação cultural passando a ser considerada como uma gênero musical oficial assim como o samba, o hip hop e o sertanejo.

Com a aprovação de presidente, a proposta que já foi aprovada no Congresso, dá aos cantores, pastores e padres que são representantes da música cristã o direito de receber o benefício de isenção fiscal da Lei Rouanet.

Sendo assim produtoras que trabalham com esse gênero musical poderão se beneficiar desse programa ligado ao Ministério da Cultura, com exceção das igrejas. Instituições religiosas não poderão receber isenção fiscal por promover eventos musicais.

A proposta é de autoria do ex-deputado federal bispo Robson Rodovalho (PP-SF), um dos fundadores da Igreja Sara Nossa Terra, o objetivo era dar a credibilidade devida ao gênero musical que tem crescido nas últimas duas décadas.

“O cenário gospel está diversificado com a formação de bandas de evangelismo a bandas de louvor e adoração, com os mais variados ritmos desde rock, axé, funk, forró até baião, disse o bispo na época que apresentou o projeto.

Data: 11/1/2012 08:57:24
Fonte: Extra

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Música gospel: trinados, fé e dinheiro

 

Veja

Na contramão da indústria fonográfica em crise, o mercado de música religiosa cresce no Brasil, atrai grandes gravadoras e o interesse da Globo

Rodrigo Levino

Aline Barros, cantora gospel

Aline Barros, cantora gospel: com milhões de discos vendidos, ela é a jóia da coroa no mercado gospel (Oscar Cabral)

A venda de discos pirateados representa de 10% a 15% do mercado gospel, um índice muito inferior ao do mercado laico, de 52%

Desde o fim dos anos 1990, o mercado de música enfrenta uma crise sem precedentes. No Brasil, de acordo com dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), 45% das músicas são consumidas a partir de downloads ilegais e 52% dos discos vendidos são piratas. Mas há no cenário pouco animador uma ilha de bonança: o mercado gospel.
Entre vendas de discos e de DVDs e a produção de grandes festivais, o segmento movimentou em 2010 cerca de 1,5 bilhão de reais, patamar que deve crescer 33% este ano, e chegar a 2 bilhões de reais, de acordo com uma pesquisa de mercado de uma gravadora do setor. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), o gospel é o segundo gênero musical mais consumido no país, atrás apenas do inquebrantável sertanejo, abocanhando uma parcela significativa dos 500 milhões de reais movimentados anualmente com a venda de CDs.

Leia também: Gospel ganha rede social com TV e VJs de Cristo

O êxito despertou o interesse de grandes gravadoras como Sony e Som Livre, detentoras do passe de onze artistas do segmento. E estimulou a criação de um canal on-line inteiramente dedicado a ele  – uma espécie de MTV gospel na internet, a LouveTV. Além da entrada da Globo no setor. A Som Livre, braço fonográfico da emissora, tem desde 2010 no seu elenco alguns campeões de venda como Regis Danese, Diante do Trono e Renascer Praise, e promove em parceria com o canal, no dia 10 de dezembro, o Festival Promessas. Oito dias depois, ele será o primeiro evento do tipo a ser exibido pela Globo.

O festival, que pode reunir até 1 milhão de pessoas no Rio de Janeiro, estará entre os especiais de fim de ano da emissora. Sua produção está a cargo da GEO Eventos, empresa responsável pela edição brasileira do festival Lollapalooza, uma grife internacional. “A GEO está atenta a esse público, que hoje representa 20% da população segundo o IBGE, e pretende ampliar a sua atuação no setor”, diz Juliana Carvalho, responsável pela comunicação da empresa.

Luiz Gleiser, diretor da Globo responsável pelo Promessas, diz que “como maior produtora de cultura do país, [a Globo] não pode ficar indiferente à força artística da música gospel”. Gleiser falou ainda sobre a entrada gradativa dos artistas gospel na programação: “A  Globo já convidava artistas gospel para os programas de linha, como Domingão do Faustão e TV Xuxa, por exemplo. O Promessas é um passo a mais nesse sentido”.

Para Maurício Soares, diretor do selo gospel criado em janeiro deste ano pela Sony Music, 2011 é um “divisor de águas” nesse mercado em relação “à grande imprensa”. A contratação pela Sony do próprio Soares, produtor que há 22 anos trabalha com artistas evangélicos, é indício da conversão recente do chamado mercado secular – termo usado pelos próprios crentes – ao gospel. Coube a ele levar para a major a cantora Cassiane Santana. Segundo maior nome do gênero, ela já vendeu cerca de 5 milhões de discos desde meados dos anos 1990. “Até o fim de 2012, pretendemos contratar mais três ou quatro artistas”, anuncia Soares.

Sete estrelas da música gospel brasileira

Apesar de carregar a etiqueta gospel, os artistas evangélicos são múltiplos. Eles se espalham por pequenas e grandes gravadoras, laicas e evangélicas, onde gravam ritmos que vão do pop ao forró e ao rock pesado, passando pelo sertanejo universitário. Para ligar essas músicas a públicos de gostos, idades e doutrinas diferentes, contam com rádios, igrejas e canais de TV. O site de VEJA selecionou os principais nomes do gênero

Aline Barros. É a joia do mercado. Com mais de 7 milhões de discos vendidos desde meados dos anos 1990, Aline é disputada por gravadoras seculares. Extraordinário Amor de Deus, lançado este ano, ganhou disco de diamante pelas 300.000 cópias vendidas. O estilo de Aline inclui desde baladas pop a canções que se aproximam do R&B de cantoras americanas. As letras falam de adoração a Deus, amor e companheirismo.

Ouvintes de Cristo – Esse mercado aquecido tem uma dinâmica própria. “Todos os dias, as igrejas recebem novos convertidos, que passam a consumir vorazmente os produtos evangélicos. E a música é o carro-chefe deles”, afirma Laudeli Leão, diretor de comunicação da MK Music, a maior gravadora gospel do país. É na MK que está Aline Barros, a joia da coroa, cobiçada por Sony, Som Livre e Universal.

Os números são uma boa maneira de explicar o assédio. Este ano, além de ganhar um Grammy Latino (é o quarto da carreira), Aline vendeu 300.000 cópias do disco Extraordinário Amor de Deus. É mais do que conseguiram nos últimos anos medalhões como Ivete Sangalo (245.000 de Ao Vivo no Madison Square Garden, lançado em 2010) e Maria Gadú (180.000 do disco de estreia que leva o seu nome, em 2009). Sobre o assédio de grandes gravadoras, Aline, que faz em média 15 shows por mês e em 2012 realizará uma turnê pela Europa, desconversa e olha para o céu: "Fico lisonjeada e acho que é um sintoma do quanto a música gospel se tornou uma força que não pode ser desconsiderada. Mas Deus é quem guia as minhas decisões e estou feliz em permanecer na MK".

O alto patamar de vendas pode ser explicado pelas particularidades do segmento. Basicamente formado por fiéis das classes C, D e E, esse público se beneficia dos preços mais baixos dos discos evangélicos – 15 reais, em média. Além disso, tem menos acesso à internet e faz menos downloads – legais ou ilegais. “Há uma questão moral. A religião proíbe burlar a lei. A venda de discos pirateados representa de 10% a 15% do mercado gospel, um índice muito inferior que os 52% do mercado laico, por exemplo”, diz Laudeli, da MK Music.

Outro fator importante é o suporte dado por veículos evangélicos à divulgação dos discos. Ao contrário dos artistas laicos, cujos lançamentos requerem grandes campanhas publicitárias e inserções em rádios, os evangélicos contam com as igrejas e as rádios ligadas a elas para difundir suas músicas. O culto, que chega a ter 70% do tempo dedicado ao chamado louvor, e a programação de rádios religiosas se complementam, executando à exaustão músicas de cantores já conhecidos e indicando novos artistas. Nomes como Bruna Karla, Arianne e Mariana Valadão surgiram nos últimos cinco anos para renovar o setor, já dominado pela geração de Aline Barros, Cassiane, Fernanda Brum, Kleber Lucas e a banda Oficina G3.
Além da publicidade, o universo evangélico oferece uma extensa rede comercial aos artistas. “Enquanto no mercado secular as lojas de disco se extinguiram, existe uma rede de pequenas lojas no mercado evangélico para a venda de Bíblias, livros e discos”, diz Mauricio Soares, que antes de dirigir o braço gospel da Sony Music, foi diretor da Line Records, gravadora ligada à Igreja Universal do Reino de Deus.
É assim que, impulsionado pela crescente penetração dos evangélicos no país, por produções musicais bem feitas, por artistas que se unem aos fãs por laços religiosos e pelo poder de consumo da nova classe média, o mercado gospel alia fé e louvor para produzir dinheiro, muito dinheiro. Além de um interessante filão para as emissoras de TV  e a salvação para gravadoras que hoje vivem o inferno comercial.