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Jesus, um mistério que vai além da história

 

Como uma pequena seita de cristãos se tornou a maior religião do mundo

MARCELO MUSA CAVALLARI

fonte G1

O MISTÉRIO DA FÉ Visão da Praça de São Pedro durante a cerimônia de canonização de sete santos, em outubro.  Num mundo moderno dominado pelo secularismo, as religiões continuam a exercer grande apelo  (Foto: Alessandra Tarantino/AP)O MISTÉRIO DA FÉ
Visão da Praça de São Pedro durante a cerimônia de canonização de sete santos, em outubro. Num mundo moderno dominado pelo secularismo, as religiões continuam a exercer grande apelo (Foto: Alessandra Tarantino/AP)

>>Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana

Tente se imaginar em Jerusalém, na sexta-feira antes do meio do primeiro mês lunar dos judeus no ano 33 da nossa era. O líder judeu de um movimento morrera crucificado, a mais degradante execução que poderia ser imposta pelo Império Romano, entidade política dominante na região. Dentre os poucos que se mantiveram seus seguidores até aquele momento de perseguição, alguns contavam com ele para restaurar a independência de Israel, tornar-se rei dos judeus e reformar o judaísmo, devolvendo-lhe seu caráter distinto das religiões pagãs de todos os outros povos. Os líderes desse pequeno grupo eram, naquele momento, 11 homens. Nenhum deles gozava qualquer tipo de poder nem entre seus próprios compatriotas judeus, muito menos no Império Romano.

Capa da revista ÉPOCA - edição 762 (Foto: Reprodução/Revista ÉPOCA)

Desse cenário de derrota, o cristianismo evoluiu para ser a maior religião do mundo em número de praticantes. É a principal religião da Europa, das Américas, da Oceania, tem fortíssima presença naÁfrica e existe em quase todos os países da Ásia. Para os adeptos do cristianismo, não é difícil explicar como isso se deu. Desde o início, Jesus foi visto pela Igreja nascente como a encarnação de Deus na Terra. Foi, pois, graças ao poder e à vontade de Deus que essa seita derrotada da obscura Palestina do século I tornou-se a maior força civilizatória que a humanidade conheceu. Para quem quer se ater às explicações que prescindam de qualquer dado sobrenatural, a tarefa é muito mais complicada.

Um livro publicado neste ano lança uma hipótese. Em And man created God (E o homem criou Deus), ainda não lançado no Brasil, Selina O’Grady, uma documentarista da TV britânica, analisa como o cristianismo beneficiou o Império Romano – e como o Império Romano beneficiou o cristianismo. No livro, O’Grady desenvolve a tese de que o cristianismo se tornou a primeira religião universal por ter servido de base ideológica para um império, até então o mais amplo de todos. Desse amálgama de interesses, o cristianismo, por ter durado mais tempo, foi o maior beneficiário. Mas seu auge também já passou e, segundo O’Grady, estamos hoje numa era pós-religiosa, em que o secularismo o substituiu como “solução política para os sérios problemas de um mundo cada vez mais multicultural”.

Em seu livro, que a revista britânica The Economist classificou como “guia do cristianismo para ateus”, O’Grady analisa como diversos impérios – em Roma, na Pérsia, na Índia e na China – usaram, mais ou menos no tempo de Jesus, religiões para se expandir e foram usados por elas. O que mais interessa a O’Grady é a situação do Império Romano na época de Augusto, o primeiro imperador. Por volta do ano zero de nossa época, Roma, sob o domínio de Augusto, deixava de ser uma potência que tinha na expansão pelo uso da força sua principal razão de ser. Para Augusto, diz O’Grady, o objetivo era dar estabilidade a todo o território conquistado, levando os integrantes de todos os povos dominados a “adquirir um sentido de ‘romanidade’”. “Como sempre”, escreve O’Grady, “na tentativa de criar um Estado estável, era necessário mais a persuasão do que a força. As pessoas tinham de querer pertencer à nova e mais ampla entidade do Império.”

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NO TEMPO DAS CATACUMBAS Reprodução de quadro do italiano Giuseppe Mancinelli, que retrata a perseguição aos primeiros cristãos, antes de o cristianismo virar a religião oficial do Império Romano (Foto: Glowimages/SuperStock)NO TEMPO DAS CATACUMBAS
Reprodução de quadro do italiano Giuseppe Mancinelli, que retrata a perseguição aos primeiros cristãos, antes de o cristianismo virar a religião oficial do Império Romano (Foto: Glowimages/SuperStock)

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A Visita dos Magos

Anisio ([email protected])

para: [email protected]

Imagem de Anisio

A visita dos magos –
“Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram uns magos do oriente a Jerusalém.” (Mateus 2.1.)
Embora a tradição cristã nos diga que Jesus tenha sido visitado por três reis magos, a Bíblia não diz que eram reis, não nos informa quantos eram, nem cita seus nomes. Três foram os presentes que levaram: ouro, incenso e mirra. Talvez por isso se deduza o número de visitantes, mas não podemos ter certeza.
Voltando ao texto bíblico, verificamos um detalhe interessante. Se Jesus nasceu em Belém, por que eles foram a Jerusalém?
Os magos sabiam que o recém-nascido era o rei dos judeus, embora os próprios israelitas não estivessem conscientes disso. Vieram de longe para ver Jesus, enquanto muitos moradores locais não se importaram. Nesse aspecto, Mateus coloca em evidência a receptividade dos gentios em relação a Cristo, em contraste com a rejeição judaica.
De acordo com os conceitos monárquicos, um príncipe devia nascer no palácio. Por isso, os magos foram à capital, Jerusalém. Demonstramos mentalidade semelhante quando valorizamos em excesso o que tem aparência de grandeza e desprezamos a simplicidade. Deus pode agir em todos os lugares, mas, especialmente naquela situação, ele estava atuando em um lugar simples, por meio de pessoas humildes, desprezadas e esquecidas pela sociedade. Jesus não nasceu num palácio, mas numa estrebaria. Não teve berço luxuoso, mas uma singela manjedoura. Não foi vestido com finas roupas, mas envolvido em panos (Lc 2.12).
Os magos talvez pensassem que o novo governante seria filho de Herodes e daria continuidade ao governo da época. Não esperavam nenhuma mudança significativa, pois não estavam plenamente conscientes a respeito da ênfase espiritual do reino de Deus.
Embora tivessem visto a estrela, deixaram de segui-la em algum momento, passando a seguir seus próprios caminhos, tomando decisões por si mesmos. Assim chegaram a Herodes. Quando se deixa a direção celestial, muitos erros acontecem. Deixando de olhar para cima, somos guiados por referências terrenas e orientações humanas. Faltou-lhes também o conhecimento das Escrituras, onde já se encontrava nomeada a cidade do nascimento do Messias (Mq 5.2). Sendo gentios, era natural que não tivessem tal informação.
A iniciativa dos magos foi maravilhosa, mas, por causa de seus conceitos errados, ao buscarem por Jesus, encontraram outra pessoa. Ao ouvir sobre o nascimento do novo rei, Herodes Magno se conturbou e toda Jerusalém com ele (Mt 2.3). Não deviam celebrar com grande festa a chegada do Redentor? Ao contrário, ficaram apreensivos e consternados. Deus enviou ao mundo o seu filho unigênito para trazer perdão, libertação e salvação (João 3.16). Contudo, muitos reagem de forma negativa, pois imaginam que sua vinda possa significar perdas pessoais. Por que Herodes ficou perturbado? De onde veio seu temor? Da história, com inúmeros relatos acerca de governantes assassinados para que outros assumissem o trono. Por outro lado, Herodes, sendo idumeu e não judeu, era um rei ilegítimo. Por isso, sentia-se sempre ameaçado. A ilegitimidade traz medo, insegurança, e a necessidade de ações bajuladoras ou violentas na tentativa de preservar o poder.
Para evitar a perda do trono, Herodes se antecipou e decidiu matar o menino-rei, pois não sabia que o seu reino não era deste mundo (João 18.36). Imediatamente, fingiu estar interessado nas profecias messiânicas e pediu para ser avisado sobre a localização de Cristo para que pudesse adorá-lo (Mt 2.4-8). O rei se converteu? Tornou-se um verdadeiro adorador? De modo nenhum.
Nota-se, portanto, que a aparência religiosa muitas vezes é usada para ocultar propósitos malignos. Hoje, muitos buscam o conhecimento bíblico para que possam utilizá-lo na exploração do próximo. Outros se envolvem com o louvor e adoração apenas para conseguirem dinheiro e glória pessoal. Estão defendendo seu próprio reino. Comércio, política e religião se misturam e cada um de nós deve avaliar suas reais motivações no envolvimento com o sagrado.
Como bem observou o escritor Watchman Nee, embora os sacerdotes e escribas judeus tenham respondido com exatidão sobre a localização do recém-nascido, nenhum deles tomou a iniciativa de ir até Belém para vê-lo. Aqueles homens possuíam conhecimento intelectual sobre a Palavra de Deus, mas falharam gravemente na sua aplicação prática. Eram teólogos profissionais, mas não tinham experiência com Deus. Estavam presentes em um dos principais momentos da história, mas foram negligentes, pois já se sentiam realizados em sua posição política e religiosa. Precisamos ser cuidadosos para não cometermos erro semelhante, perdendo as oportunidades que o Senhor nos dá.
Os magos saíram do palácio de Herodes, olharam para o céu e viram a estrela que os guiaria. Quantos, em sua busca por Jesus, estão perdendo tempo com outros “reis”, falsas divindades, falsos líderes! É preciso sair do palácio para ver o céu.
De volta ao rumo certo, chegaram a Belém e encontraram a casa onde estava o menino-Deus. Ali chegando, eles se prostraram e o adoraram. É melhor estar numa casa humilde com Jesus do que num palácio sem a sua presença. A visita dos magos não aconteceu na estrebaria, como se dá a entender por meio dos presépios. Eles não cultuaram Maria ou José, mas apenas a Cristo, como nós também devemos fazer. Depois de entregarem os presentes, foram embora por outro caminho, orientados por Deus.
Não tendo recebido a informação desejada, Herodes resolveu realizar uma chacina, exterminando todos os meninos com até dois anos de idade (Mt 2.16). Sua ação nos lembra o ato de Faraó na época do nascimento de Moisés (Êx 1).
O monarca da Judéia agiu com astúcia e crueldade, julgando-se inteligente e sábio. Entretanto, a decisão de matar os meninos demonstrou a ignorância e incapacidade do rei, que não conseguiu encontrar o Messias. Grande foi também a sua arrogância e prepotência, pois considerou que seria capaz de eliminar o Filho de Deus. Seu questionamento aos escribas demonstrou que Herodes cria nas profecias. Contudo, sua fé só serviu para tornar mais grave o seu pecado. A ordem para que se realizasse tal matança não era algo difícil para quem mandou matar a própria esposa e os filhos a fim de manter-se no poder. Até o fim de sua vida, Herodes não mais ouviu falar de Jesus (Mt 2.20). Deve ter acreditado que conseguira eliminá-lo. De fato, ele perdeu a maior oportunidade de sua vida. Podia ter sido salvo, mas não foi. Aqueles que ouvem as boas-novas não devem rejeitá-las, pois não sabem se terão outra chance.
O erro dos magos, indo a Jerusalém, teve conseqüências trágicas. Inúmeros inocentes morreram, Belém ficou arrasada, enquanto Maria e José precisaram fazer árdua viagem ao Egito, fugindo com o menino Jesus. Vemos, nesse episódio, a importância da família, principalmente dos pais, em seu papel de protetores dos filhos pequenos diante das ameaças cruéis deste mundo. Maria e José poderiam orar e ficar quietos em Belém, acreditando que Deus guardaria seu filho, mas isto seria negligência e omissão. O Senhor os escolheu para serem responsáveis por Jesus enquanto ele fosse criança. Portanto, se Deus nos dá uma incumbência, não devemos esperar que ele resolva tudo sozinho.
Na atualidade, quando o mundo comemora o nascimento de Cristo, muitos equívocos são cometidos. A ânsia pelo lucro alimenta as tradições e incentiva fantasias natalinas. Muitas práticas dessa época não têm respaldo bíblico, mas isso não significa que todas sejam prejudiciais.
Contudo, comete-se grande erro na supervalorização do que é secundário, esquecendo-se do principal, que é a pessoa de Jesus. Durante a noite de Natal, muitos se embriagam, perdem o auto-controle, envolvem-se em brigas e acidentes, perdendo suas vidas e pondo a perder outras tantas. Os inocentes continuam morrendo como aconteceu em Belém.
Quase todas as pessoas sabem que Deus enviou o Salvador, mas muitas não o recebem, não o aceitam. Ele é o rei prometido pelas profecias do Antigo Testamento. Devemos buscar o seu reino, aceitando que seja feita a sua vontade em nossas vidas. Muitos rejeitam a Cristo porque não querem abrir mão do governo sobre si mesmos. Entretanto, quando o aceitamos, nada temos a perder, pois o seu Reino coloca ordem em nossas vidas.
Aqueles que o rejeitam, continuam sob o governo de um outro rei. Herodes se considerava soberano, mas ele era apenas um fantoche nas mãos do imperador romano. Assim também, aqueles que não se rendem a Cristo, encontram-se sob o domínio do império das trevas, ainda que se julguem senhores de seus próprios destinos.
Entreguemo-nos de coração ao Senhor Jesus, pois ele veio trazer ao mundo a esperança de uma vida melhor, de uma vida eterna e feliz.
Apesar dos erros cometidos, os magos encontraram o menino e o adoraram. Adoremos também àquele que veio nos salvar. Prostremo-nos aos seus pés, pois só ele é digno de toda honra, toda glória e todo louvor.
Pr.Anísio Renato de Andrade
www.anisiorenato.com

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‘Esqueceram de mim’, o Natal em que Jesus foi esquecido, pastor Ciro comenta

 

Por Luana Santiago | Correspondente do The Christian Post

Esta semana o pastor Ciro Sanches Zibordi publicou no seu blog um texto abordando o Natal vivido atualmente pela sociedade em que Jesus é esquecido.

  • Natal sem Jesus

    (Foto:Divulgação)

    Natal sem Jesus, pastor Ciro comenta

 

O pastor faz uma comparação com o filme "Esqueceram de mim" estrelado por Macaulay Culkin nos anos 1990. No filme um "indefeso" garotinho Kevin é esquecido em casa sozinho por seus pais, tendo que se defender de dois bandidos atrapalhados.

Ciro faz uma alusão em que Jesus se torna este menino esquecido pela família humana. Nas decorações de Natal espalhadas pela cidade, diz ele, é possível ver diversos personagem e enfeites, menos o menino Jesus.

“Vê luzes, estrelas, neve, ursos polares, duendes e gnomos coloridos, Papais Noéis de todos os tipos, danças, apresentações teatrais… Mas, e o Menino?”

De acordo com o pastor, a humanidade se esqueceu da história do Natal de Cristo, substituiu-a por fábulas “sem graça” e “sem vida”.

“Se pudéssemos entrevistar o Senhor Jesus, nessa época do ano, e perguntar-lhe a respeito do Natal, creio que Ele responderia: ‘Esqueceram de mim’”, comenta o pastor.

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Apesar de saber que Jesus não nasceu em 25 de dezembro, o pastor enfatiza que “não podemos deixar de aproveitar essa data para lembrar o mundo daquela sublime noite em Belém!”

Para ele as pessoas têm liberdade de admirar as invenções humanas dessa época natalina, mas ressalta que os servos do Senhor não devem ser influenciados pelo espírito do Anticristo, esquecendo-se do verdadeiro sentido do Natal.

O pastor ainda aponta como negativo alguns pastores dizendo que não vão comemorar o Natal, pois trata-se de uma festa pagã.

“Onde eles aprenderam isso? O Natal de Cristo precede e transcende o paganismo! E, se tem um povo que deve fazer questão de celebrar o Natal, esse é a Igreja de Cristo!”

Ciro convoca aos cristãos a não esquecerem que Jesus é Salvador, Cristo e também Senhor, recomendando aos crentes a não agirem como os cristãos de Laodiceia, que deixaram Jesus do lado de fora (Ap 3.20).

“Ele continua batendo à porta dos corações e dizendo: ‘Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada’ (Jo 14.23)".

Finalmente, o pastor exorta que os cristãos adorem a Cristo diariamente, e que aproveitem a oportunidade da data natalina para celebrar o nascimento de Jesus, a fim de que o mundo conheça o verdadeiro protagonista do Natal!