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Dons do Espírito: O que é o dom de falar em línguas estranhas?

 

PorAmanda Gigliotti | Repórter do The Christian Post

O que é esse fenômeno dos dons das línguas e para que serve? É isso de Deus?

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Falando sobre o fenômeno muitos líderes mencionam o livro de Atos e 1 Coríntios para entender sobre o falar em línguas. Mas diferentes líderes tem diferentes opiniões.

Para explicar o dom de línguas, Ed Rene Kivitz, pastor batista, explica em um vídeo sobre a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes e sobre o que Paulo fala em sua carta aos coríntios. Citando passagens de Atos 2, 10, 8, 19, ele diz que o Espírito Santo veio sobre judeus, gentios, samaritanos e prosélitos e esse evento serve para atestar a universalidade do Espírito Santo.

Para ele o dom existe mas o fenômeno em Atos não é de falar em línguas estranhas ou dos anjos que o apóstolo Paulo fala na carta aos coríntios. Segundo ele, o fenômeno descrito em Atos são idiomas humanos, e usados para a pregação do Evangelho.

Segundo Kivitz, os dons são diversos e nem todos tem o dom das línguas. Ele na época de sua mensagem, por exemplo, revela que não teve ainda a experiência, mas confessa que tem o desejo de ter, não sentindo obrigação em ter. Ele nega ainda que a falta dessa experiência não significa que não tenha recebido o batismo do Espírito Santo.

Para o líder presbiteriano, o Rev. Augustus Nicodemus, com o fenômeno da descida do Espírito Santo descrito em Atos, as línguas mencionadas se tratavam de idiomas humanos. Segundo ele, em 1 Coríntios, Paulo não está dizendo que Paulo fala a língua dos anjos, e que a carta assim não prova que as pessoas possam falar em todas as línguas dos homens e dos anjos.

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Já Marco Feliciano, pastor pentecostal que ora em línguas, fala desse dom em sua mensagem Línguas de Fogo como “nosso legado pentecostal”. Ele cita também a carta aos Coríntios, para explicar sobre o dom, e afirma que aquele que ora em espírito não ora aos homens, mas ora a Deus, “porque somente Ele entende”. Segundo ele, a própria pessoa que ora não sabe o que está orando, porque não é ela mas sim o espírito.

“Aquele que ora fala das necessidades do seu espírito, as necessidades da sua alma.”

O apologista Johnny Bernardo, fundador do Instituto de Pesquisas Religiosas (INPR) menciona que as línguas de Atos 2 e da carta de Paulo se referem ao dom espiritual de línguas. Ele, que vem deigreja pentecostal, afirma que as “as línguas, concedidas pelo Espírito Santo, são desconhecidas de quem fala e por quem as ouve”. No entanto, ele diz, não se trata de articulações irracionais, que produzem sons estranhos, nem tão pouco de “ruídos”, “grunhidos”, “gritos” e “ecos desconexos”.

“Os dons espirituais formam a base do crescimento espiritual e capacita o crente para o serviço. O dom de línguas, apresentado nas Escrituras, faz parte dos chamados ‘Dons de Inspiração’”, disse ele ao The Christian Post.

“O fato dos discípulos, no dia de Pentecostes, terem falado línguas dos estrangeiros que estavam em Jerusalém, não quer dizer que as línguas estranhas sejam outros idiomas. Naquele dia, falaram independentemente da aprendizagem intelectual; havia idiomas extremamente difíceis para se aprender instantaneamente. O Espírito Santo usou aquelas línguas estranhas especificamente, para que os povos ouvissem em seus próprios idiomas ‘as grandezas de Deus’ (Atos 2. 7,8 e11)”.

Portanto, além de Atos 2, outras referências bíblicas ao dom de línguas são as que estão presentes principalmente nas epístolas paulinas e referem-se a uma comunicação entre o crente e Deus, de acordo com o apologista. Ele explica que há dois aspectos do dom de línguas e/ou línguas estranhas explicados em I Coríntios 14. 2,13:

“(1) ‘não fala aos homens, mas a Deus, porque ninguém o entende’. (v.2) Com base neste trecho, fica claro que as línguas estranhas não são idiomas conhecidos dos homens, porque, conforme declara Paulo, ninguém entende”.

“(2) ‘Pelo o que, o que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar.’ (v.13) Paulo adverte quanto ao uso indisciplinado das línguas estranhas. Segundo o apóstolo, o padrão correto deveria ser o falar em língua estranha seguida de interpretação. Tomando como base a declaração paulina, o dom de língua deve ser usado com objetivo de ‘edificação.’ Infelizmente, em boa parte das igrejas evangélicas, tal dom tem sido usado de maneira incorreta, por crentes com pouco ou nenhum conhecimento das Escrituras”.