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VIDA EM FAMÍLIA – MULHERES

 

O LUGAR DA MULHER NA IGREJA

E ainda: se a pastora é casada e o marido não é pastor, quem é o líder espiritual dessa casa?

O tema traz consigo uma problemática antiga, que parece estar ainda bem longe de uma palavra final que ponha fim à polêmica. É inegável a diferença entre homem e mulher nas Escrituras, que revelam o Criador os fazendo macho e fêmea, com características próprias e funções distintas, a fim de se completarem mutuamente. Essa diferença, porém, deve ser considerada do ponto de vista funcional e não essencial. A posição existencial de ambos é a mesma: imagem e semelhança de Deus, mas as funções são diferentes como transparece em todo o contexto das Sagradas Letras.

Vemos que o homem recebeu de Deus a incumbência de ser o cabeça (I Coríntios 11:3), com a responsabilidade, dentre outras coisas, de ser o responsável por trabalhar para prover a família (Gênesis 2:15), de ser o líder espiritual da casa (Gênesis 2:16, 17) e de ser o protetor da família, assumindo a responsabilidade de fazer as coisas mais difíceis (Efésios 5:25-27; I Pedro 3:7). A mulher, por sua vez, recebeu do Criador o papel de auxiliadora idônea, ou seja “aquela que olha nos olhos”, que está lado a lado com o homem para cumprirem juntos a missão dada pelo Criador (Gênesis 2:18), a missão de mãe (I Timóteo 2:15) e de ser responsável por construir uma família vencedora (Provérbios 14:1; 31:10, 11, 23).

Na contramão do que diz as Escrituras, está a lei dos homens. No Brasil, por exemplo, a Constituição de 1988 estabeleceu que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações (Art. 5º., I), seguindo na mesma esteira o Novo Código Civil, que aboliu o pátrio poder e tornou a família brasileira a única instituição acéfala na sociedade, fato que tem sido duramente criticada pelos principais juristas. Hoje, se marido e mulher não concordarem sobre qualquer coisa dentro da sociedade conjugal, quem dá a última palavra é o Juiz, o que é um completo absurdo (Art. 1631 e parágrafo único). Diante desta dicotomia, inevitavelmente a questão terá que ser enfrentada no ambiente teológico e eclesiástico, exigindo cada vez mais um posicionamento atual, coerente e firme por parte dos teólogos e das instituições.

Quanto ao lugar da mulher na Igreja, parece não haver muita polêmica sobre algumas funções eclesiásticas que podem ser desempenhadas pela mulher, como orar e profetizar (I Coríntios 11:4, 5) e ensinar outras mulheres (Tito 1:4). Entretanto, quando se fala da mulher na liderança absoluta de uma comunidade, não há consenso. Alguns defendem que a submissão da mulher ao homem foi conseqüência da queda e que em Cristo não há mais essa distinção (Gálatas 4:28), podendo sim a mulher exercer autoridade na Igreja, inclusive sobre os homens. Outros rebatem dizendo que a submissão da mulher ao homem não surgiu da queda, mas faz parte do plano original de Deus para a humanidade, já que Paulo ao ensinar sobre o assunto invocou a criação e não a queda (I Coríntios 11:7-9), prevalecendo então a limitação da mulher de exercer autoridade sobre o homem (I Timóteo 2:12).

Além da hermenêutica bíblica, que obviamente é o mais importante, outras questões precisam ser analisadas, pensando no dia-a-dia de uma mulher na liderança absoluta de uma Igreja: como uma mulher sozinha poderá visitar alguém de madrugada, em um bairro perigoso? Quem vai cuidar das ovelhas durante o período de sua gravidez e amamentação? Como ela vai encarar os desafios do ministério, que basicamente é lidar com gente, durante as alterações de humor do período pré-menstrual? E ainda: se a pastora é casada e o marido não é pastor, quem é o líder espiritual dessa casa? Se for homem, a mulher não será pastora na sua própria casa; se for a mulher, perverte-se a ordem que o Criador estabeleceu.

Assim, deixando de lado a emoção e o apelo modernista, veremos que a mulher tem um lugar importantíssimo na Igreja como qualquer cristão, podendo adorar, orar, louvar, profetizar, ensinar, evangelizar, entre outras coisas. Mas, sendo realistas, veremos que a estrutura física e emocional da mulher não foram forjadas pelo Criador para encarar a dureza de uma liderança.

O grande perigo é que as mulheres percam seu tempo exigindo certos reconhecimentos humanos, e deixem de lado as inúmeras coisas que podem e devem fazer para a glória de Deus sem polêmica alguma.

Data: 17/12/2010 09:06:23

Fonte: Pastor Gerson Moura Martins