Ezequiel Teixeira participou de manobra para beneficiar Dilma
por Jarbas Aragão-gospelprime-
Pezão exonera pastor-secretário que acredita na “cura gay”
O pastor Ezequiel Teixeira (PMB/RJ) tem o título de apóstolo em sua igreja, o Projeto Vida Nova. Foi eleito deputado federal em 2014, mas se afastou do cargo para assumir a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro no final de 2015.
Na época da eleição estava numa coligação com o PMDB, que elegeu Luiz Fernando Pezão como governador. Ao sair da Câmara dos Deputados, Teixeira foi substituído por Átila Alexandre (PMDB), aliado de Leonardo Picciani.
Isso beneficiou diretamente a presidente Dilma, pois Picciani é governista e inimigo de Eduardo Cunha. Ele havia sido destituído do posto de líder do partido na Câmara no ano passado, mas foi reeleito ontem (17).
A manobra para reeleger Picciani incluiu o retorno de titulares que ocupavam cargos no Executivo e foram exonerados somente para participar das eleições de ontem à tarde. Dois são ministros de Dilma e os outros dois, secretários no governo do Rio de Janeiro.
Eles voltaram para a Câmara apenas com a missão de votar no candidato de Dilma e enfraquecer os pedidos de impeachment.
Após a eleição em Brasília, o governador Pezão exonerou Ezequiel Teixeira. Em seu lugar assume o atual secretário de Governo, Paulo Melo (PMDB). Oficialmente o motivo não foi o fato de Teixeira não ter mais utilidade política para o partido do governo.
Seria por causa de uma entrevista publicada pelo jornal O Globo nesta quarta, onde Ezequiel disse acreditar na “cura gay” e comparar a homossexualidade a doenças como Aids e câncer.
Nos dois meses à frente da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Teixeira fechou quatro centros de assistência à população LGBT e suspendeu o serviço de teleatendimento.
Abertamente, contra o casamento homoafetivo, o pastor afirma acreditar na “cura gay”. Nesta quarta-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) repudiou as declarações de Ezequiel e pediu sua exoneração.
Contudo, na entrevista dada antes de ser demitido, Teixeira deixou claro que “havia sido convidado” para estar à frente da pasta por pessoas que “sabiam se suas convicções”. Ouvido pelo O Globo, Pezão disse ser “totalmente contrário às posições de Ezequiel”.
Em seu perfil do Facebook, o pastor publicou uma “nota de repúdio” onde se diz perseguido por ser pastor.
“Não sou antigay, ao contrário trabalhei a minha vida toda pela inclusão. É necessário respeitar a verdade dos fatos. Estão agindo de má fé e, pior, sendo preconceituosos com minha convicção religiosa”. Com informações de Extra