John Jalsevac
2 de novembro de 2011 (Notícias Pró-Família) — No mesmo dia em que o pornógrafo Donny Pauling recebeu uma chamada telefônica da revista Playboy e lhe ofereceram 4 mil dólares por dia para produzir um novo reality show lésbico, ele inesperadamente se encontrava num momento de crise.
Donny Pauling
Pauling já havia lucrado milhões com a pornografia durante os oito anos passados, desde o tempo em que ele começou a fazer tomadas de cenas pornográficas sem o conhecimento de sua esposa. Mas 4 mil dólares por dia era algo que ele nunca tinha visto antes, e havia algo acerca da proposta que fez Pauling sentir que se ele a aceitasse, ele estaria fazendo seu compromisso final com a indústria da pornografia, e não haveria volta.
Quando ele estava saindo da reunião na Playboy e voltando para casa dirigindo seu carro, de repente ele parou o carro à beira da estrada, e começou a orar. “Eu estava como que falando com Deus: não importa o que eu faça, abençoa-me”, Pauling disse para LifeSiteNews.com numa entrevista por telefone. “E basicamente eu estava dizendo: ‘Obrigado pelo novo contrato pornográfico’”.
Mas, diz ele, “por maior loucura que isso pareça”, depois dessa oração ele imediatamente sentiu como se tivesse sido “atingido por um raio de eletricidade”. O sentimento foi tão forte, e tão inconfundível, que Pauling diz que ele sabia sem uma sombra de dúvida que era Deus.
Pauling já vinha orando ocasionalmente, depois de encontrar membros da Igreja XXX radicalmente diferentes, uma igreja que tem como missão alcançar os pornógrafos, estrelas pornôs e prostitutas com a mensagem do Evangelho. Mas vários dias depois da experiência no carro, ele diz que finalmente decidiu dar sua vida a Jesus, e deixar a indústria pornográfica. Isso foi em setembro de 2006.
Em 28 de setembro de 2006, Pauling escreveu em seu blog pessoal: “Estou assustado. Estou realmente assustado. Apavorado. Petrificado. Todas essas coisas”. Mas, acrescentou ele, “Sinto uma imensa sensação de alívio e felicidade pela primeira vez num LONGO, LONGO tempo”.
A criação de um produtor de pornografia
Embora Pauling claramente se lembre de seu primeiro encontro com a pornografia — aconteceu na escola, no terceiro ano do ensino fundamental, quando ele achou por acaso uma revista pornográfica — mas ele não atribui a origem de seus problemas subsequentes com a pornografia a essa experiência.
Foi somente depois que ele se casou que o vício surgiu ameaçadoramente. Isso ocorreu nos primeiros dias da internet — e fácil acesso à pornografia. Pauling se achou gastando mais e mais tempo online vendo pornografia, ou quando ele estava no trabalho, ou tarde da noite, quando sua esposa estava dormindo.
Ele ficou tão consumido com o que via que decidiu que queria ele mesmo produzir pornografia. Pauling trabalhava por conta própria em seu próprio escritório particular, de modo que foi fácil para ele começar a recrutar moças e tirar fotos sem o conhecimento de sua esposa.
Foi somente depois que Pauling traiu sua esposa pela segunda vez, três anos após começar a produzir e vender pornografia, que ele finalmente confessou tudo para ela. De onde estava, numa convenção de pornografia, ele ligou para ela e lhe disse acerca de sua vida secreta.
“Ela ficou fora de si”, diz ele, e foi nesse ponto que seu casamento acabou.
Mas agora que a pornografia não mais era seu segredo sujo, Pauling estava livre para se dedicar de tempo integral à produção de obscenidades. Depois que seu casamento se desintegrou, ele se mudou para seu escritório, rapidamente encontrou para si outra namorada e, no próprio primeiro mês de sua produção de tempo integral na pornografia, ele fez 50.350 dólares.
Ele estava viciado.
Como escapar da indústria pornográfica
No final de tudo, Pauling trabalhou como produtor pornográfico durante oito anos. Nesse tempo, ele diz que fez milhões de dólares, viveu um estilo de vida de farras ininterruptas, recrutou centenas de moças na indústria pornográfica e estava uma miséria completa.
Em primeiro lugar, ele não poderia ignorar o fato de que o trabalho de sua vida estava literalmente destruindo vidas, principalmente a vida das modelos que ele recrutava e iniciava no brutal mundo da pornografia. Quando lhe perguntam se ele acha a pornografia fascinante, Pauling responde: “Não há nada de fascinante em ver uma garota encolhida num canto chupando o polegar pelo fato de que a mente dela foi violentamente golpeada com o que ela vem fazendo”.
Mas não foi de ajuda, comenta ele, o fato de que ele era motivado em grande parte por um ódio ardente aos cristãos e ao Cristianismo.
O ex-pornógrafo atribui a origem desse ódio à austera criação que ele recebeu como filho de um pastor pentecostal. Durante essa criação, ele foi ensinado uma definição “legalista” de Deus (“Deus era apenas um conjunto de regras e regulamentos”, diz ele) e testemunhou a hipocrisia desprezível de muitos líderes cristãos que seu pai conheceu.
Depois que ele começou a fazer pornografia, ele tinha prazer em encontrar por acaso seus velhos amigos cristãos, que costumavam perguntar o que ele estava fazendo. “Eu adorava lançar pornografia na cara deles”, diz ele.
Mas as coisas começaram a mudar depois que ele conheceu membros da Igreja XXX, que todo ano costumava armar um estande na convenção de pornografia de Las Vegas, e entregar exemplares da Bíblia adornados com as palavras “Jesus ama as estrelas pornôs”.
“Em vez de ficarem do lado de fora protestando e segurando cartazes dizendo às pessoas que Deus estava enviando-as ao inferno onde queimariam em tormento”, os membros da Igreja XXX “estavam dentro armando estandes, fazendo maquilagem nas moças”, disse Pauling. “E em vez de julgá-las, eles diziam a elas que elas eram belas e que Deus as amava, e que não havia nada que elas pudessem fazer que poderia mudar isso, e que Ele queria mais para elas”.
Ele acabou compreendendo, diz Pauling, que se tivesse de ser cristão, “esse é o tipo de cristão que eu quereria ser, e o tipo de Jesus que eu quereria servir”.
A transformação não aconteceu da noite para o dia — aliás, levou vários anos —, mas ele diz que foi graças à abordagem “baseada em amor” da Igreja XXX que ele foi levado ao ponto em que pôde fazer aquela confusa oração em seu carro, e escutar a resposta.
Depois da experiência mística no carro, “Desisti, e simplesmente me afastei”, diz ele. “Eu sabia que não seria fácil, pois eu tinha muitas contas. Por isso, perdi tudo o que eu possuía. Havia uma execução da hipoteca sobre minha propriedade”. A namorada dele de cinco anos o abandonou em troca de um gerente da Playboy.
“Mas eu nunca senti mais paz, muito embora tivesse sido um tempo tumultuoso”.
Como superar o vício da pornografia
Depois de deixar a indústria pornô, Pauling se matriculou num seminário para se tornar pastor (em grande parte, diz ele, para “reprogramar” seu cérebro — por enquanto, ele realmente não tem nenhum plano de dirigir uma congregação), e lançou uma empresa de marketing por internet. Ele também tem viajado pelo mundo falando para milhões de pessoas sobre a realidade da indústria pornográfica, e sobre como superar o vício.
Ele diz que está convencido de que a mesma abordagem “baseada no amor” que o tirou da indústria pornô é a mesma abordagem necessária para aqueles que são viciados à pornografia, e querem sair.
“Muitas pessoas não pedem ajuda porque estão paradas se sentindo culpadas sobre suas ações, dizendo, ‘aí vou eu, fiz tudo de novo’”, diz ele. “Penso que precisamos compreender que, embora o pecado realmente nos separe de Deus, Ele ainda os ama. Não importa o que eles estão fazendo. O amor dEle não muda. Não é condicional”.
Falando em termos práticos, Pauling exorta aqueles que são viciados à pornografia a serem completamente sinceros com alguém em quem eles possam confiar, e então estabelecer um sistema de prestação de contas — alguém com quem possam conversar regularmente sobre suas lutas com o vício.
A manha, diz ele, é simplesmente nunca desistir. “Já vi pessoas chegando até mim e dizerem que me ouviram falar dois anos atrás, e não olharam pornografia desde então”, diz ele, “mas isso não é realista para todos”.
“Não importa quantas vezes você tenha caído, Ele ainda está ali para apanhar você e colocar você de pé de novo”.
Pauling compara a experiência de vencer o vício à experiência de uma criança que está aprendendo a andar. Só porque a criança cai frequentemente, diz ele, não significa que o pai lhe diga que andar não é para ela.
“Deus que nos ama muito não está procurando uma razão para nos enviar ao Inferno. Ele está procurando todas as razões para nos levar até Ele”, conclui ele. “Por isso, apenas fique de pé de novo. Pare de deixar seu sentimento de culpa abater você”.