A cantora baiana lança novo trabalho com música abordando a diversidade sexual e diz que Brasil está atrasado nessa questão.
Alguns trechos da entrevista da cantora ao site UOL:
Então você foi favorável a decisão do STF de reconhecer a união estável homoafetiva?
Eu achei incrível! Isso é um passo, é um avanço em um país tão arcaico e atrasado para algumas questões como é o Brasil. Hoje mesmo eu li no jornal que o MEC teve que recolher as cartilhas explicando sobre as diversas orientações sexuais porque a bancada religiosa se opõe. Me sinto no século passado. Política não tem que ter vínculo com religião, somos um país laico, não há o menor sentindo envolver religião em uma discussão como essa.
Política e religião não se misturam de forma alguma?
Para mim não, vivemos em um país laico e não acho certo poder eleger um candidato que representa uma doutrina. Eu sou agnóstica por convicção, todas as vezes que tentei seguir em uma religião me deparei com os dogmas e não consigo seguir em frente. Eu acho que uma coisa que prega o respeito e o amor ao próximo não pode, ao mesmo tempo, pregar o preconceito e o racismo. Por isso religião e política não podem andar lado a lado.
E o que você acha das declarações preconceituosas de figuras públicas como os deputados Jair Bolsonaro e Silas Malafaia?
Eu acompanhei todo o caso da Preta Gil e acho que não só o racismo, a repressão é uma coisa muito séria. O Bolsonaro representa tudo o que a gente não precisa na vida: repressão, racismo, homofobia, preconceito, machismo, rancor e ódio. Esses caras deveriam ser depostos dos seus cargos e julgados por crimes contra a humanidade. Preconceito é crime! Ainda não criminalizaram a homofobia, mas eu considero um crime. Gostaria mesmo é que essa lei não precisasse existir, queria que as pessoas tomassem consciência por si só.