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AS CASAS DE JOSÉ

Mesmo que o sonho e a realidade pareçam incompatíveis, o caráter precisa resistir à decepção.
A história de José do Egito pode ser avaliada em função de suas fases, ilustradas pelas casas por onde ele passou (Gn.37-41).
NA CASA DO PAI – construção da base
Durante a infância e adolescência, José viveu com seu pai Jacó. Aquele foi o tempo de formação do caráter e da fé, com muita aprendizagem, mas caracterizado, principalmente, pelo amor paterno, com proteção e cuidado. José era como um passarinho no ninho. Foi um tempo precioso, mas ele precisava sair de sua zona de conforto para alcançar o máximo do seu potencial. Nessa época, José sonhou com o propósito de Deus para a sua vida.
NA CASA DE POTIFAR – provação da fé
José havia sonhado que seria um líder, mas tornou-se um escravo, experimentando uma mudança compulsória e drástica em sua vida. Continuaria aprendendo muito, mas não poderia contar mais com o carinho do pai. Mesmo sendo escravo, José se viu diante da possibilidade de fazer algumas escolhas pessoais e assumir as responsabilidades da vida adulta. Aquela casa representou uma época de treinamento, com muito trabalho e provação. Era hora de usar os antigos ensinamentos do pai.
Mesmo tendo perdido sua família, José ainda respeitava a família do próximo. Após resistir às investidas da mulher de Potifar, José foi acusado do que hoje se conhece como assédio sexual. Aos olhos humanos, aquele jovem estava reprovado, mas este não era o conceito divino a seu respeito.
Em seguida, José foi para a prisão, um anexo da casa de Potifar, vivendo ali anos de injustiça e sofrimento, mas a aprendizagem continuava. A despeito de qualquer expectativa e prováveis orações, a situação daquele homem parecia piorar. Além de ser estrangeiro e escravo, ele seria lembrado como estuprador e presidiário. O que José poderia esperar? Ele mesmo não sabia muito bem, mas seu compromisso com Deus permanecia de pé.
NA CASA DE FARAÓ – Reconhecimento, realização, plenitude e recompensa
Quando o soberano do Egito precisou de alguém que pudesse interpretar seus sonhos, o copeiro lembrou-se de José, que foi chamado ao palácio. Era chegado o tempo da realização e da recompensa. Faraó percebeu o potencial de José e o colocou como governador do Egito. O currículo de José não era dos melhores, mas o poder de Faraó dispensava históricos e opiniões contrárias. Como poderia um escravo estrangeiro tornar-se governador? Deus contraria as expectativas e nos coloca onde ele quer.
Nossas vidas também se dividem em fases. O leitor desta mensagem saberá identificar em qual "casa" se encontra. O sonho e a realidade podem parecer incompatíveis, mas o caráter precisa resistir à decepção. Apesar das perdas e do sofrimento, José não perdeu a fé nem a fidelidade no meio do caminho. Cada "casa" tem suas particularidades, seus limites, seus problemas, desafios e propósitos. Erramos quando não os reconhecemos.
Sempre é tempo de aprender, mas este aspecto deve ser supervalorizado pelos mais jovens. Depois, não fuja do trabalho. Sobretudo, não pense que os sofrimentos e as injustiças sejam coisas anormais na vida. Fazem parte do caminho.
Foi na casa de Faraó que toda a história de José passou a fazer sentido. Foi ali que ele encontrou sua esposa e viu como foi importante resistir às tentações no passado.
Estejamos certos de que, no final, todos os filhos de Deus verão realizados os propósitos divinos em suas vidas. E no fim da jornada, moraremos para sempre na casa do nosso pai eterno.
Pr.Anísio Renato de Andrade
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