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"Sou o único que pode decidir sobre minha reencarnação", diz dalai-lama

 

DA FRANCE PRESSE, EM TOULOUSE

O dalai-lama disse neste sábado em Toulouse, no sudeste da França, que o povo tibetano deve decidir se continua com a instituição do dalai-lama, mas que apenas ele pode "decidir sobre sua reencarnação".

Recentemente, o dalai-lama entregou seus poderes temporais a um novo primeiro-ministro, Lobsang Sangay.

Reuters

Dalai-lama, à direita, aparece com Richard Gere em um evento em Nova York (EUA)

Dalai-lama, à direita, aparece com Richard Gere em um evento em Nova York (EUA)

O líder espiritual dos tibetanos, que se encontra em Toulouse para participar de dois dias de ensinamentos e uma conferência, destacou diante da imprensa que levantou a questão "claramente" desde 1959 sobre se "a instituição do dalai-lama deve continuar". "É o povo quem deve decidir", afirmou.

"Atualmente parece que muitas das pessoas envolvidas na instituição do dalai-lama parecem estar a favor de que a mesma perdure", destacou o Prêmio Nobel da Paz, acrescentando que esta questão voltará a ser levantada durante a reunião de autoridades budistas em setembro.

Quando à "minha reencarnação, eu sou o único que tem o direito de decidir, e mais ninguém", insistiu.

Mais de 7.000 praticantes de budismo e simpatizantes seguiram no sábado em Toulouse o primeiro dos três dias de conferências do dalai-lama, que tem 76 anos.

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Seria João Batista a reencarnação de Elias?

Elias e João Batista: Ser ou não ser?

Alan Brizotti

biblia

A doutrina da reencarnação é uma espécie de desespero cósmico arrastado pelos séculos. Um esconde-esconde do eu de péssimo gosto. Até mesmo seus adeptos sentem-se pouco à vontade em sua roleta-russa.

Na Índia, há o curioso caso de um homem que está há treze anos casado com uma macaca por acreditar que ela seja a reencarnação de sua falecida esposa.

Talvez você pense: Alan, já que estamos tratando sobre reencarnação não precisa escrever “falecida esposa”, uma vez que, para reencarnar o indivíduo precisa morrer!

Aqui cabe uma intrigante pergunta: se na doutrina da reencarnação o pressuposto básico é o morrer, como Elias pode ter reencarnado em João Batista, sendo que Elias não morreu? O texto de II Reis 2. 11 é enfático quanto ao arrebatamento – e não a morte – de Elias!

Ao longo da história muitas “verdades duvidosas” tornaram-se mentiras oficializadas. Principalmente aquelas endossadas pelo “senso comum”. Flávio Josefo, em sua “História dos hebreus” 9. 2.2, diz que à época de Jesus os judeus acreditavam que Elias havia sido escondido por Deus (à semelhança de Moisés) até que pudesse voltar numa ocasião extraordinária. Contudo, mesmo essa hipotética volta, na mentalidade judaica seria sempre como Elias (com esse “eu primeiro”) jamais uma espécie de “outro/ele”. Ser ou não ser?

Em Lucas 9. 30 quem aparece no monte da transfiguração é Elias, reconhecido por Pedro como Elias (9. 33). Em II Reis 2. 15, os filhos dos profetas observando Eliseu após a partida de Elias chegam à seguinte conclusão: “o espírito de Elias repousa sobre Eliseu”. Essa é a mesma lógica utilizada por Jesus ao afirmar em Mateus 11. 14 e 17. 10-13 a similaridade entre Elias e João Batista: não uma reencarnação, mas o mesmo princípio carismático.

Oscar Cullman em seu livro The Christology of the New Testament, salienta que os hebreus raciocinavam em termos de função, enquanto os gregos raciocinavam em termos de natureza. Assim, da perspectiva grega, a afirmação “João Batista era Elias”, significava que ambos eram o mesmo ser, enquanto a mente hebraica pensava numa equivalência de função. E os textos que lemos foram escritos e pensados na perspectiva judaica!

O próprio João Batista negou ser Elias (João 1. 21, 22). Na fé cristã sabemos o que Davi já sabia quando seu filho com Bate-Seba morreu: “eu irei até a criança, mas ela não voltará para mim” (II Samuel 12. 23).