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O Tesouro de Davi: comentários aos Salmos editados por C.H.Spurgeon (Salmo 1)

 

SALMO 1

Este Salmo pode ser considerado como o Salmo prefácio, posto que nele há uma ideia do conteúdo de todo o livro. O desejo do Salmista é ensinar-nos o caminho para a bem-aventurança e advertir-nos da destruição segura dos pecadores. Este é, pois, o assunto do primeiro Salmo, que pode ser considerado, em certos aspectos, como o texto sobre o qual o conjunto dos Salmos forma um sermão divino. C. H. S.

O Salmista diz mais, e de modo apropriado, sobre a verdadeira felicidade, neste curto Salmo, do que qualquer dos filósofos, ou que todos eles juntos; estes não fazem mais que enrolar-se; Deus vai certeiramente ao ponto e diz o essencial. John Trapp.

Vers. 1. Bem-aventurado. Observe-se como este Livro dos Salmos começa com uma bênção, assim como o famoso Sermão de nosso Senhor no monte. A palavra traduzida como «bem-aventurado» é uma palavra muito expressiva. No original é plural, e é uma questão discutida se se trata de um adjectivo ou de um substantivo. Daí que podemos coligir a multiplicidade das bênçãos que repousam sobre o homem, a quem Deus justificou, e a perfeição e grandeza das bênçãos de que gozará.

Bem-aventurado o varão que não anda no conselho de maus. Este homem segue o conselho prudente, e anda nos mandamentos do Senhor, seu Deus. Para ele os caminhos da piedade são caminhos de paz e de bem-aventurança. Os seus passos são ordenados pela Palavra de Deus e não pela astúcia e argúcias do homem carnal. É um sinal certo de graça interior o facto de que o modo de andar foi transformado e que a impiedade é apartada das nossas acções. C.H.S

A palavra haish é enfática neste homem; é um entre mil que vive para o cumprimento do fim para o qual Deus o criou. Adam Clarke.

Nem se detém no caminho dos pecadores. O pecador tem um caminho ou modo particular de transgredir; um é um bêbado, o outro é pouco honrado ou de má fé, o outro impuro. Há poucos que se entreguem a toda classe de vícios. Há muitos avaros que aborrecem a embriaguez, e muitos bêbados que aborrecem a avareza; e assim a respeito de outras coisas. Cada um tem o seu pecado dominante; portanto, como diz o profeta: «Deixe o ímpio o seu caminho» (Is 55:7). Pois bem, bem-aventurado o que não anda por um caminho semelhante. Adam Clarke.

Nem se assenta na roda dos escarnecedores. Que outros se mofem do pecado, da eternidade, do Inferno e do Céu e do Deus eterno; este homem conhece uma filosofia melhor que a dos infiéis e tem um sentido muito claro da presença de Deus para permitir que o Seu nome seja blasfemado.

Quando os homens vivem no pecado, vão de mal a pior. No começo andam meramente no conselho dos descuidados e dos ímpios, que não se preocupam com Deus – o mal é, pelo contrário, de carácter mais prático que o habitual –, mas depois disto habituam-se ao mal e andam no caminho dos pecadores declarados que voluntariamente quebrantam os mandamentos de Deus; e se são deixados sozinhos, vão um passo adiante e volvem-se mestres e tentadores deploráveis em relação aos demais, e com isso se sentam na cadeira dos escarnecedores. Graduaram-se no vício, e como verdadeiros doutores de condenação, concedeu-se-lhes o título, e os demais consideram-nos como professores em Belial. Mas o homem bem-aventurado, o homem que possui todas as bênçãos de Deus, não pode ter contacto com personagens desta classe. Mantém-se puro e livre destes leprosos; aparta as maldades dele como vestidos manchados pela carne; sai de entre os perversos e vai para fora do acampamento levando a reproche de Cristo. Oh, se pudéssemos ter graça para nos manter separados assim dos pecadores! C. H. S.

Vers. 2. Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR. «A lei do SENHOR» é o pão diário do crente verdadeiro. E, contudo, nos dias de David, que reduzida era a quantidade de inspiração, porque apenas havia nada mais do que os cinco primeiros livros de Moisés! Quanto mais, pois, deveríamos louvar toda a Palavra escrita que temos o privilégio de possuir nas nossas casas! Mas, ah!, que trato tão pobre damos a este anjo do Céu. Não somos como os esquadrinhadores de Bereia quanto às Escrituras. Quão poucos há entre nós que podem reclamar a bênção deste texto! C. H. S.

A «vontade» a que se alude aqui, é o deleite do coração, e o prazer certo na lei, que não se olhe ao que a lei promete, nem ao que ameaça, mas só a isto: que «a lei é santa, justa e boa». Daí que não só é amor à lei, mas que também é um deleitar-se amoroso na lei que nem a prosperidade, nem a adversidade, nem o mundo, nem o príncipe do mundo podem tirar ou destruir; porque abre caminho vitoriosamente no meio da pobreza, da má fama, da cruz, da morte e do Inferno e no meio das adversidades é quando brilha mais. Martinho Lutero.

E em sua lei medita de dia e de noite. Neste versículo tão simples há todo um mundo de santidade e espiritualidade; e se em oração e em dependência de Deus nos sentamos e o estudamos, poderemos contemplar muito mais do que nos apresenta à vista. É possível que quando o lermos ou o olhemos vejamos pouco ou nada; o servo de Elias foi olhar uma vez e não viu nada; por isso Elias deu-lhe a ordem de ir olhar sete vezes. «O que vês agora?» – perguntou-lhe o profeta –. «Vejo uma nuvem que sobe, como a palma da mão», e, em pouco tempo, toda a superfície dos céus se achava coberta de nuvens. Igualmente é possível que se lance um olhar rápido sobre uma passagem e não se veja nada; medita sobre ela com frequência; logo verás luz, como a luz do Sol. Jos. Carvil.

«A boca dos justos meditará sabedoria.» Por isso Agostinho tem na sua tradução «conversar»; o qual é uma formosa metáfora, posto que indica um conversar constante, familiar, com a lei do Senhor, que é aquilo em que o homem se devia ocupar, porque o falar é peculiar do homem. Martinho Lutero

O homem piedoso lê a Palavra de dia para que, vendo os demais as suas boas obras, possam glorificar a seu Pai que está nos Céus; fá-lo-á de noite para não ser visto dos homens; de dia, para mostrar que não é um dos que temem a luz; de noite, para mostrar que é um dos que podem brilhar na sombra; de dia, porque é a hora de obrar, e assim obra enquanto é de dia; de noite, para que o seu Senhor não venha, como ladrão na noite, e o encontre ocioso.Richard Baker.

Não tenho descanso, se não for em companhia do livro. Tomás de Kempis.

Vers. 3. Será como árvore plantada; não uma árvore silvestre, mas «uma árvore plantada», escolhida, considerada como propriedade, cultivada e protegida de ser desarreigada, porque «toda planta que não plantou meu Pai celestial, será desarraigada».

Junto a correntes de águas. De modo que até se falta uma corrente, há outra disponível. Os rios do perdão e os rios da graça, os rios da promessa e os rios da comunhão com Cristo, são fontes de provisões que jamais falham.

Que dá o seu fruto a seu tempo. O homem que se deleita na Palavra de Deus, recebe instrução dela, dispõe de paciência na hora do sofrimento, fé na hora da prova e gozo santo na hora da prosperidade. O dar fruto é uma qualidade essencial do homem que possui graça, e o seu fruto será na ocasião certa. C. H. S.

Os ímpios têm os seus dias marcados, as suas ocasiões, as suas obras e os seus lugares determinados, aos quais se aderem estreitamente; de modo que se o seu vizinho morresse de fome, nem por isso se apartaria de seu costume. Mas o homem bem-aventurado, sendo livre em todos os momentos, em todos os lugares, para todas as obras e para todas as pessoas, acode a servir e a ajudar sempre que houver uma necessidade.

E a sua folha não cai. Descreve antes o fruto do que a folha, e, por isso, intima-se ao que professa a palavra de doutrina que dê primeiro os frutos de vida se não querer que o seu fruto murche, porque Cristo amaldiçoou a figueira que não dava fruto. Martinho Lutero.

E tudo o que faz, prosperará. Assim como há uma maldição envolta na prosperidade do malvado, há também uma bênção escondida nas cruzes, perdas e aflições do justo. As provas e tribulações do santo pertencem à administração divina, e por meio delas cresce e dá fruto em abundância. C. H. S.

A prosperidade externa, segue-se ao acto de andar com Deus, que é muito doce; como o zero, que quando segue um dígito aumenta o valor do número, ainda que ele mesmo, em si mesmo, não é nada.John Trapp

Ver. 4. Não são assim os ímpios. Nota o uso da palavra, «maus» ou ímpios, porque, como vimos ao começo do Salmo, estes são os principiantes no mal e são os pecadores que ofendem menos. Estes são os que prescindem de Deus, ainda que continuem sem alterar-se na sua moralidade. Se este é o teu  triste estado, qual será a condição dos pecadores francos e declarados, os infiéis e reprovados? C. H. S.

Que são como a moinha. Este é seu carácter: intrinsecamente sem valor, mortos, inúteis, sem substância e levados pelo vento. C. H. S.

Que arrebata o vento. Aqui vemos o seu destino e condenação: a morte os arrebatará com as suas rajadas terríveis de fogo, no qual serão totalmente consumidos. C. H. S.

Aqui, de passagem, podemos ver que os maus têm algo de que dar graças, sem que o saibam; que podem agradecer aos piedosos pelos dias bons que vivem na terra, posto que é por eles e não por si mesmos que gozam do que gozam. Porque como a moinha, enquanto está unida ao trigo, goza de alguns privilégios por causa do trigo, posto cuidadosamente no celeiro, mas logo que é tirada e separada do trigo é lançada e esparramada pelo vento, assim também os maus, enquanto que se achem na companhia dos bons, no meio deles, participam por sua causa de algumas das bênçãos prometidas aos bons; mas se os bons os abandonam ou são se apartados deles, então cai sobre eles como que um dilúvio de fogo, como ocorreu a Sodoma quando Loth a abandonou e se foi da cidade. Sir Richard Baker.

Vers. 5. Portanto, não se erguerão na congregação dos justos. Toda a igreja tem um demónio nela. A cizânia cresce nos mesmos sulcos que o trigo. Não há nenhuma era que tenha sido limpa de toda a moinha. Os pecadores mesclam-se com os santos, e a escória com o ouro. Os preciosos diamantes de Deus acham-se ainda no mesmo terreno que os calhaus.

Os pecadores não podem viver no Céu. Estariam fora do seu elemento. Seria mais fácil para um peixe viver encarrapitado numa árvore do que para um malvado viver no Paraíso. C. H. S.

Vers. 6. Porque Jehová conhece o caminho dos justos, ou como o hebraico ainda de modo mais pleno: «O Senhor é conhecedor do caminho dos justos.» Ele está observando constantemente o seu caminho, e ainda que o caminho possa passar por entre a névoa e a obscuridade, tudo, o Senhor o conhece.

Porém o caminho dos maus conduz à perdição. Não somente vão perecer eles mesmos, mas que também perecerá o seu caminho. O justo: cinzela o seu nome na rocha, mas o mau escreve a sua lembrança sobre a areia. C. H. S.


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Tesouro de David: versão resumida em espanhol

Tradução de Carlos António da Rocha

http://no-caminhodejesus.blogspot.com/

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO DESTE TEXTO SEM CITAR NA ÍNTEGRA ESTA FONTE

Arqueólogos descobrem palácio maia de 2.000 anos

México

 

Construção, que fica no estado mexicano de Chiapas, é a primeira evidência arquitetônica de ocupação avançada na região, e deve ser aberta ao público em 2012

O sítio arqueológico Plan de Ayutla, no estado mexicano de Chiapas

O sítio arqueológico Plan de Ayutla, no estado mexicano de Chiapas (Héctor Montaño/EFE)

Arqueólogos descobriram um palácio maia com cerca de 2.000 anos no sítio arqueológico Plan de Ayutla, no estado mexicano de Chiapas. O achado foi anunciado nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Antropologia e História.

Os maias


Civilização pré-colombiana que despontou há cerca de 2.600 a.C. na península de Yucatán, na América Central, e tomou fôlego a partir de 250 a.C., estabelecendo cidades no sul do México, Guatemala, norte de Belize e Honduras. Com escrita completamente desenvolvida e sistema matemático próprio, ficou conhecida pelo excepcional conhecimento astronômico e arquitetônico. Sua sociedade consistia em estados independentes baseados em comunidades agrícolas rurais e sítios urbanos construídos ao redor de centros cerimoniais. Os maias acreditavam na contagem cíclica natural do tempo e suas cerimônias religiosas estavam associadas a ciclos terrestres e astronômicos. Durante a invasão espanhola, já estavam em declínio por motivos ainda incertos.

"A descoberta constitui a primeira evidência arquitetônica de uma ocupação tão avançada entre as antigas cidades maias da bacia do Alto Usumacinta (no município de Ocosingo)", diz o comunicado. O palácio maia deve ser aberto ao público no ano que vem.

Héctor Montaño/EFE

O sítio arqueológico Plan de Ayutla, no estado mexicano de Chiapas

O sítio arqueológico Plan de Ayutla, no estado mexicano de Chiapas

O diretor do projeto, Luis Alberto Martos, explicou que o palácio está localizado em um pátio fundo situado no norte do sítio arqueológico. Segundo ele, o palácio descoberto está disposto em quartos com muros de quase um metro de largura, com esquinas arredondadas.

A descoberta representa a primeira evidência de uma ocupação avançada entre 50 a.C. e 50 d.C. entre as antigas cidades maias no Alto Usumacinta.

Martos acrescentou que, até agora, as evidências mais antigas eram do ano 250 d.C., embora existissem restos cerâmicos de pelo menos um século antes.

(Com agência EFE)

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“Filho do Hamas” que nasceu de novo hoje luta contra “o deus do islamismo”

 

“Não estou aqui lutando contra muçulmanos. Estou lutando contra o deus deles”

Art Moore

© 2010 WorldNetDaily

De sua proeminente família muçulmana na Margem Ocidental até a agência de segurança de Israel onde ele trabalhou durante uma década — e até para alguns que se dizem cristãos — pessoas que conhecem Mosab Hassan Yousef estão achando difícil explicar sua radical transformação.

Como filho e herdeiro legítimo de um dos fundadores do grupo terrorista palestino Hamas, Yousef partiu o coração de sua família religiosa e extremamente unida e colocou a vida deles e a própria vida dele em perigo ao anunciar dois anos atrás que ele havia se tornado seguidor de Jesus Cristo. Hoje, as ameaças só se intensificaram desde que ele mudou sua missão: antes, ele salvava vidas lutando contra o terrorismo; agora, ele salva almas muçulmanas por meio de seus esforços para desmascarar o islamismo como “a maior mentira da história humana”.

Num debate via telefone na quinta-feira com WND e várias publicações cristãs, Yousef explicou que, junto com o Hamas, os meios de comunicação seculares e membros de algumas denominações cristãs estão tentando desacreditar a história que ele diz no recente livro “Son of Hamas” (Filho do Hamas), que está em décimo lugar na lista de livros mais vendidos do jornal New York Times nesta semana.

É uma história que muitos acham difícil de acreditar, ele reconheceu.

Mas o “segredo é bem simples”, disse Yousef, de 32 anos. “Quando o amor de nosso Senhor está no coração de um homem, esse homem age de forma totalmente diferente”.

“Eles não querem admitir isso”, ele disse dos que o menosprezam. “Se eles admitirem que o que mudou minha vida foi Jesus Cristo, isso abrirá muitas indagações, e eles não querem chegar a esse ponto”.

Ele está agora vivendo no Sul da Califórnia depois de trabalhar junto com seu pai, o xeique Hassan Yousef, na cidade de al-Ghaniya, na Margem Ocidental, perto de Ramalá. Nesse tempo, ele abraçou de forma secreta a fé cristã e serviu como um dos principais espiões do Shin Bet, agência de segurança interna de Israel.

O Hamas rejeitou as afirmações dele como propaganda sionista, mas um de seus treinadores do Shin Bet confirmou o que ele disse para o jornal israelense Haaretz. Yousef foi recrutado pelo Shin Bet em 1996 com a idade de 18 enquanto estava num prédio de detenção do Complexo Russo de Jerusalém. Ele havia sido preso depois de comprar uma arma. Sua primeira prisão ocorreu quando ele tinha 10 anos, durante a Primeira Intifada, ou “levante”, por lançar foguetes contra colonos israelenses.

No começo deste mês, seu pai divulgou uma declaração a partir da prisão israelense de que ele e sua família “renegaram completamente o homem que era nosso filho mais velho e que se chama Mosab”.

Logo depois de declarar publicamente sua fé cristã em agosto de 2008, a Frente de Mídia Islâmica Global — ligada a al-Qaida — divulgou uma declaração classificando-o como um infiel que está indo para o Inferno e citando o profeta Maomé do islamismo: “Matem quem mudar de religião”.

No mês passado, seu principal treinador no Shin Bet, “Capitão Loai”, falou para o Haaretz de sua grande admiração por Yousef, que atrapalhou dezenas de ataques terroristas de homens-bombas e tentativas de assassinatos orquestrados pelo Hamas, salvando centenas de vidas.

“Muitas pessoas devem a vida a ele e nem mesmo sabem”, disse Loai. “Pessoas que fizeram muito menos foram condecoradas com o Prêmio de Segurança de Israel”.

Yousef diz que ele foi um dos que revelaram que o grupo terrorista Brigada de Mártires Al-Aqsa era composto de membros da guarda presidencial Força 17, de Yasser Arafat.

Ele ajudou a recrutar homens como Ibrahim Hamid, comandante do Hamas, e Marwan Barghouti, considerado um dos líderes da Primeira e Segunda Intifada. Contudo, Yousef convenceu o Shin Bet a poupar a vida de seu pai, que Laoi disse que se não tivesse sido pelo pedido de Yousef, seu pai teria sido “morto mais de 10 vezes”. O xeique está numa prisão israelense desde que foi preso em setembro de 2005.

Yousef disse para o jornal Telegraph de Londres em agosto de 2008 que sua família estava “definitivamente sofrendo por causa do que eu fiz”.

“Eles não são uma família comum, eles são uma família muito famosa, e muçulmanos no mundo inteiro louvam minha família, louvam meu pai. Por isso, quando dei um passo como esse, era impossível para eles pensarem nisso, era loucura”.

Porta de Damasco

A jornada de Yousef para a fé cristã literalmente passou pela Porta de Damasco em Jerusalém, uma reconstrução da Idade Média da porta do primeiro século mediante a qual o Apóstolo Paulo viajou quando estava a caminho de suprimir de forma violenta a nova seita que ele considerava herética.

Nesse lugar histórico em 1999, Yousef e dois amigos se encontraram com um cristão britânico que estava visitando Jerusalém com um pequeno grupo evangelístico. O homem, um motorista de táxis na Inglaterra, que ficou em Jerusalém durante poucos dias, o convidou para um estudo da Bíblia na Associação de Jovens Cristãos perto do Hotel Rei Davi na Jerusalém ocidental.

“Peguei a Bíblia e comecei a estudá-la”, Yousef disse para os jornalistas na quinta-feira. “Levei seis anos para estudar o Cristianismo, estudar o islamismo tudo de novo e estudar ainda mais as outras religiões”.

Em seu livro, ele narra um momento decisivo em sua “odisséia espiritual” quando seu melhor amigo o dirigiu a um programa na Al-Hayat, uma estação de TV cristã via satélite em árabe.

Ele assistiu enquanto um idoso padre copta chamado Zakaria Botros “sistematicamente” realizava uma “autopsia no Corão, abrindo-o e expondo todo osso, músculo, nervo e órgão, e então pondo-os sob o microscópio da verdade e mostrando que o livro inteiro é canceroso”.

Yousef disse que ele não consegue indicar o dia ou a hora em que ele se tornou cristão, porque foi um “processo de seis anos”.

“Mas eu sabia que eu era cristão, e sabia que eu precisava ser batizado”.

Os treinadores de Yousef no Shin Bet lhe disseram que eles não viam problemas em sua fé cristã enquanto ele não a revelasse a ninguém mais e não fosse batizado. Yousef cria que eles estavam mais com medo de perdê-lo como espião do que de algum problema que uma declaração de conversão pudesse lhe trazer.

Mas em 2005, não muito depois que ele assistiu ao padre copta cortar e expor “todos os pedaços mortos de Alá que ainda estavam ligados ao islamismo e me cegavam para a verdade de que Jesus é o Filho de Deus”, ele literalmente arriscou-se, entrando nas águas do mar Mediterrâneo numa praia de Tel Aviv numa incomum cerimônia de batismo “secreta” realizada por um cristão de San Diego, EUA, que estava de visita.

Agora, Yousef reside na região de San Diego, onde ele freqüenta a Igreja da Estrada de Barrabás. Ele perdeu contato com o motorista de táxis da Inglaterra.

“Encontrei-me com ele apenas duas vezes. Não sei onde ele está, mas oro por ele sempre”, disse ele na quinta-feira.

A maior mentira da história

Com 10 anos de luta contra o terrorismo em sua experiência passada, Yousef se vê agora como numa missão nova, mas não menos provocativa — libertar muçulmanos do “deus do islamismo”.

Ele frisa que os muçulmanos não são seus inimigos.

“Meu coração se quebranta por eles”, ele disse para os jornalistas na quinta. “É isso o que quero que eles compreendam. Não estou aqui lutando contra muçulmanos. Estou lutando contra o deus deles, e creio que o maior inimigo que os muçulmanos estão enfrentando é seu deus e seu profeta”.

Maomé, disse Yousef, começou 1.400 anos atrás com uma mentira que ele “embrulhou com revestimentos de fatos, verdade, obras de caridade e boas coisas”.

“Por isso, ele é uma mentira perfeita”, ele disse. “Creio que o islamismo é a maior mentira da história humana. É desse jeito que creio. Os muçulmanos são vítimas dessa mentira”.

Agora, disse ele, é a “hora de eles despertarem dessa mentira, para serem corajosos o suficiente para enfrentá-la”.

Ele reconheceu que suas palavras ofendem a muitos de forma extrema.

“Mas alguém precisa dizer a verdade e lhes dizer isso com muito amor”, disse ele.

Yousef disse que quando ele pesquisou em busca da raiz dos problemas na face de seus compatriotas palestinos, ele chegou à conclusão de que é “o deus do islamismo”.

Mas ele argumenta que o obstáculo principal para persuadir os muçulmanos a abandonar o islamismo é não convencê-los de que “Maomé é um mentiroso”.

“O problema que eles enfrentam é que eles não têm a coragem de enfrentar as conseqüências se reconhecerem isso”, disse ele.

Algo muito melhor do que esta vida

Yousef disse na quinta que ele não espera que sumam as ameaças à sua vida que começaram no dia em que ele declarou sua fé em Jesus Cristo. Embora diga que ele “não parece alguém que quer morrer”, ele “não vai se esconder”.

“Como crente em Cristo, creio em suas promessas, e creio que ele está preparando algo muito melhor do que esta vida”, disse ele.

“Se o preço para espalhar a mensagem for meu sangue ou minha vida, assim seja. Não desejo morrer, mas provavelmente esse é melhor jeito de divulgar a mensagem”, disse Yousef. “Continuarei fazendo o que tenho de fazer, o que é certo fazer, e se o resultado for me matarem por essa causa… todos vão morrer algum dia”.

Respondendo à pergunta de quinta acerca das políticas do governo Bush e Obama de declarar o islamismo “uma religião de paz” e insistir em que os EUA não estão numa guerra contra o islamismo, Yousef deu sua opinião: “Com todo respeito ao senhor presidente, há um engano imenso”.

“Eu os incentivo a ler o Corão, capitulo 9, versos 5 e 29, que instituem a pena de morte a todos os que não crêem no islamismo”, disse ele.

“Isso não é novo”, acrescentou ele. “Essa não é a idéia de um muçulmano radical. Essa é a ideologia do próprio deus do islamismo. Por isso, não podemos mudar o que está no Corão, e nenhum muçulmano tem a autoridade de mudar isso”.

Ele compreende que diplomatas e governos têm limitações, mas crê que a ameaça permanecerá, a menos que se lide com a razão dos islâmicos que fazem guerra santa.

Yousef disse que seu chamado é desafiar o problema em seu ponto central.

“O que os governos estão fazendo? Eles estão lidando com alguns terroristas, radicais aqui e ali, mas estão ignorando, com certeza, a realidade do islamismo”, disse ele.

Depois de uma década de “luta contra o terrorismo”, ele disse que ficou claro que “estamos lutando contra um fantasma”.

“No fim do dia, a razão deles ainda está ali”, disse ele. “O melhor jeito de detê-los é lutar contra a ideologia deles. Se não lutarmos contra a razão deles, se não lutarmos contra a ideologia deles, se não desafiarmos a ideologia deles, continuarão aparecendo homens-bombas e extremistas”.

Ele disse que a tarefa não pode ser o dever do governo.

“Pedimos que o governo nos dê espaço para trabalhar”, ele disse. “Se não quisermos passar por esta guerra, esse é o dever de todo homem livre deste mundo. Não só do Cristianismo, mas de todo homem livre”.

Em sua entrevista ao Haaretz no mês passado, ele disse que muitos crêem que os terroristas são motivados pela “ocupação” israelense. Mas “tudo isso é apenas o pano de fundo”, insistiu ele.

“Não é a raiz do problema. A ocupação é como a chuva que cai em solo em que a semente foi plantada, mas não é a própria semente”, disse ele.

“A raiz do conflito entre israelenses e palestinos não está na segurança ou nas políticas: é uma guerra entre dois deuses, duas religiões”, argumentou Yousef.

O Corão, explicou ele, ensina que a terra da Palestina é uma doação sagrada [para os muçulmanos], um “Waqf”, que não deve ser entregue a ninguém mais.

O problema de Israel, disse ele, não está “no Hamas ou em qualquer outra organização, nem na interpretação que o Hamas tem em sua leitura do Corão. O problema está no deus do Corão”.

Até mesmo os “muçulmanos moderados” que lêem o Corão, argumentou Yousef, “têm de ler que os judeus são filhos de macacos e que os infiéis têm de ser mortos”.

Os palestinos têm de parar de culpar Israel, ou o Ocidente, por todos os seus problemas”, disse ele. “Se querem verdadeira liberdade, eles têm de se libertar de seu deus”.

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

Fonte: WND