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Seita religiosa mantém jovem em cárcere privado no Gama,DF

A mãe da vítima era conivente com a situação. Líder da seita chegou a ser presa, mas acabou liberada pela Justiça em audiência de custódia

MM Mariana Machado – Especial para o Correio
(foto: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)
(foto: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)

Mantida em cárcere privado por uma líder religiosa, obrigada a fazer as tarefas domésticas da casa, sem direito a comunicação, acusada de estar com o demônio no corpo, forçada a estudar a Bíblia e tudo com o consentimento da mãe. Foi nesta situação que uma jovem de 18 anos viveu por quatro meses até ser resgatada pela Polícia Civil no núcleo rural do Gama, às margens da na DF-290.

]Há cerca de duas semanas, a jovem, cujo nome não foi divulgado, conseguiu enviar uma mensagem a amigos que moram em Goiânia pedindo socorro e a partir daí que a denúncia chegou aos policiais da 20ª delegacia de polícia (DP), localizada no Gama.
Segundo o delegado Vander Braga, à frente das investigações, desde os 12 anos a moça vivia na Igreja Adventista Remanescente de Laodiceia, quando a mãe decidiu integrar o grupo.
A comunidade existe há cerca de 10 anos, mas só chegou no Gama há dois. Antes disso, os integrantes estavam estabelecidos em Cuiabá (MT), de onde, supostamente foram expulsos. Depois foram para Corumbá (GO) e só então para o DF.
Há quatro meses a mãe consentiu que a filha passasse a viver na casa da líder do grupo, Ana Vindouro Dias da Luz, de 64 anos. Lá, ela precisava fazer todas as tarefas da casa e não podia sair. A líder convenceu a todas de que a menina estava endemoniada e por isso, quando não estava trabalhando, tinha de estudar a Bíblia.
Ela não era a única mantida prisioneira. Outras duas jovens teriam vivido a mesma situação, mas foram resgatadas pelos pais e levadas embora da comunidade. “Nós fomos até a chácara onde eles ficam e a princípio tentaram dissimular que a garota estivesse ali.
Sempre que alguém entra para a seita, eles mudam o nome, então também acreditamos que esse nome bíblico da líder seja falso”, relatou o delegado Vander.
Depois de muita conversa, os policiais localizaram a vítima no dia 28 de dezembro. Ela confirmou o cárcere. Ana Vindouro foi presa preventivamente, mas passou por audiência de custódia e foi liberada.
“No dia da prisão não pudemos algemá-la e atrás de nós veio uma comitiva com praticamente todos os membros do grupo, na intenção de pressionar a gente a soltá-la”, relembra.
Essa não foi a primeira denúncia sobre o lugar. Segundo Vander Braga, relatos de trabalho escravo e até abuso sexual já chegaram na delegacia, mas como nenhum pôde ser confirmado, a Igreja Adventista Remanescente de Laodiceia continua funcionando normalmente.
A igreja não se manifestou até a última atualização desta reportagem. Com informações do Correio Brasiliense
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A persistente ameaça da seita Verdade Suprema no Japão

A persistente ameaça da seita Verdade Suprema no Japão

Shoko Asahara (C), o guru da seita Verdade Suprema (Aum Shinrikyo), em foto de 19 de julho de 1995 – JIJI PRESS/AFP/Arquivos

Mais de duas décadas depois de a seita Verdade Suprema (Aum Shinrikyo) ter espalhado o terror no metrô de Tóquio, com gás sarin, os grupos que assumiram sua posição continuam atraindo fiéis.

O guru Shoko Asahara foi condenado à morte, assim como 12 discípulos, pelo atentado que deixou 13 mortos e mais de 6.000 feridos em 20 de março de 1995.

Fundada em 1984 e misturando preceitos budistas e hinduístas com um pano de fundo de visões apocalípticas, a seita Aum ainda existe legalmente em um país com uma longa tradição de fragmentação religiosa.

Foi rebatizada como Alef, primeira letra do alfabeto hebreu e, oficialmente, desvinculou-se do guru anterior no ano 2000. Na realidade, sua influência continua sendo importante, de acordo com o serviço de Inteligência japonês.

Alef “pede insistentemente a seus discípulos que considerem Asahara como um ser supremo”, afirma um investigador que pediu anonimato.

“Se alguém declarar ‘o guru Asahara quer demolir o Japão’, os discípulos passariam à ação”, completa, preocupado com o “perigo potencial” representado pela seita.

Durante operações em locais da seita, foram encontradas gravações com os preceitos do “mestre” e dispositivos de Iniciação para a Salvação Perfeita (Perfect Salvation Initiation). Esse dispositivos são, na realidade, capacetes com eletrodos que emitiriam ondas cerebrais.

– ‘Campo de batalha’ –

Alef e outros grupos dissidentes, que negam qualquer vínculo com Asahara, têm 1.650 membros no Japão e algumas centenas na Rússia.

Ocultando sua verdadeira identidade, a cada ano atraem quase 100 pessoas com a organização de aulas de ioga, de adivinhação e outras atividades anódinas. Os grupos têm como alvos preferenciais os jovens, que não lembram do ataque de 1995.

“As mulheres jovens comparecem a sessões de treinamento com seus filhos”, conta o investigador.

“Nós tememos que um número crescente de crianças esteja sob a influência de Aum”, admite.

Shoko Asahara teve quatro filhas e dois filhos com sua mulher Tomoko. Quase todos são leais, mas uma de suas filhas abandonou a seita em 2006 quando tinha 16 anos e revelou momentos de terror, como a obrigação de se alimentar com comida que continha pedaços de cerâmica, ou permanecer quase nua no frio.

“Era um ambiente impensável em um Japão moderno. Tinha medo de ser morta, se me rebelasse. Estava sempre tensa”, afirmou em um comunicado publicado no ano passado, sem revelar seu nome.

“É como se eu tivesse vivido em um campo de batalha durante 16 anos”, desabafa.

“Espero realmente que nenhuma outra criança cresça nos grupos que sucederam a Aum”, advertiu.

– Novo guru? –

No início de março, Asahara completou 63 anos.

“Não celebramos em nada esta data”, disse à AFP Akitoshi Hirosue, vice-diretor da seita Hikarinowa (O círculo da luz) nas sedes do grupo situado em um bairro tranquilo de Tóquio.

“Além disso, pensamos que Asahara deve ser executado”, frisou.

A Hikarinowa foi criada em 2007, por iniciativa do ex-porta-voz do Aum Fumihiro Joyu, que deseja romper com o passado da seita. O grupo tem entre 100 e 150 membros.

“Enquanto não for executado, Asahara é visto como ‘um salvador eximido da execução’ o que ajuda a Alef a atrair discípulos”, afirmou recentemente Joyu.

Alef não respondeu ao pedido de entrevista da AFP.

Taro Takimoto, um advogado que trabalha com parentes dos discípulos há várias décadas, também é favorável à aplicação da pena capital para o guru, mas não para os outros 12 membros, que considera completamente doutrinados.

“Para eles, Asahara era mais do que um Deus”, disse.

“Deveríamos fazer que falassem (sobre sua experiência) até sua morte de forma natural para impedir que uma tragédia semelhante se repita”, completou.

“Se forem executados, serão transformados em ‘mártires’”, adverte.

A morte do guru encerraria um doloroso capítulo no Japão, mas poderia desencadear uma onda de suicídios entre seus fiéis e provocar a designação de um sucessor, afirma o advogado.

“Se o seu segundo filho, quando estiver em posse das cinzas, se declarar guru, ganhará autoridade religiosa”, o que iniciaria um novo capítulo, alerta.Com informações da Isto é independente

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Igreja Universal é acusada de ser uma seita na Nova Zelândia

Oferta de “óleo ungido” e testemunhos sem comprovação motivaram reportagem investigativa

por Jarbas Aragão

  • gospelprime

 

Igreja Universal é acusada de ser uma seita na Nova Zelândia
IURD é acusada de ser uma seita na Nova Zelândia

O jornal New Zealand Herald, um dos mais influentes das ilhas vizinhas à Austrália, publicou uma matéria investigativa esta semana envolvendo o nome da Igreja Universal do Reino de Deus. Como consequência, surgiram pedidos para que se investigue a “seita”, que já foi tema de uma série de acusações de exploração da fé, feitas por um canal de TV local.

As acusações de ser uma seita não são novidade para a IURD, que nasceu no Brasil e em poucas décadas se espalhou por todo o mundo. Desde 2005 está na Nova Zelândia, país colonizado pelos ingleses e onde a maioria ainda é seguidor da Igreja Anglicana. Contudo, a prática da venda de “objetos milagrosos” não é bem vista.

Uma recente campanha da IURD no país promete que oferecerá azeite de oliva em troca de uma oferta. Esse óleo veio de Israel e recebeu orações. Por ser ungido teria capacidade de curar problemas de saúde como tumores, além de esquizofrenia e até problemas de relacionamento.

Panfletos colocados em caixas de correio na capital Auckland convida para os cultos como “uma oportunidade única para aqueles que precisam de um milagre.”

Herald procurou o responsável pela igreja que distribuiu os panfletos, pastor Renato Fernandes. Ele se recusou a falar e encaminhou a reportagem ao líder na capital, bispo Victor Silva, exigindo provas da eficácia do uso do óleo oferecido. Silva limitou-se a enviar um e-mail dizendo que seu uso é “um ato de fé”, e que “a fé pode ajudar no processo restaurativo”.

Ofertados nas garrafas em forma de cruz já conhecidas no Brasil, o grande evento deste domingo será realizado no Centro de Eventos Vodafone em Manukau. O problema é que as promessas da igreja em relação ao óleo podem ferir leis locais.

O material promocional na IURD traz testemunhos de pessoas que afirmam terem sido curadas, mas não oferece provas médicas. “A Igreja não tem perícia médica especializada para verificar todas as pessoas que se apresentam na igreja com uma doença. Por isso elas sempre são aconselhadas a procurar um médico de sua confiança.

Para evitar problemas com a justiça, a igreja colocou uma nota em letras pequenas na parte inferior do panfleto onde lê-se “O Centro de Ajuda IURD não tem a pretensão de curar as pessoas, mas acredita que Deus pode fazer isso através do poder da fé. Siga sempre as instruções do seu médico”.

O vice-presidente da Associação Médica da Nova Zelândia, Stephen Child, disse que usar o azeite oferecido pela igreja é uma opção pessoal. Explica que todos os tratamentos com “efeito placebo”, mostram em média, que 30% dos doentes apresentam melhora. O que não significa uma cura total. Por isso, faz um alerta: “Se você estiver disposto a correr riscos … a escolha é sua”.

A matéria foi reproduzida em outros jornais e sites de língua inglesa, como o Religion News da Holanda, que não poupou críticas às práticas da igreja, comparando a prática à feitiçaria.