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Igreja Mundial é seita?

Ensinamentos e práticas preocupam líderes evangélicos

PorAmanda Gigliotti | Repórter do The Christian Post

No censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2010 divulgado na última sexta-feira, a Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD) foi uma das igrejas apontadas como de grande expansão no Brasil, com 135 mil fiéis e também ultrapassando as fronteiras, estando presente em 18 países.

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    (Foto: Igreja Mundial do Poder de Deus)

    Concentração realizada pelo apóstolo Valdemiro Santiago em Sorocaba, em 29 de janeiro de 2011.

‘Crescimento da Mundial estremeceu bases da Universal’, diz pastor Didini

Apesar da grande expansão, líderes religiosos e fiéis se preocupam quanto aos ensinamentos e práticas da igreja. No conceito de alguns líderes de algumas das principais denominações históricas e pentecostais, a Igreja Mundial pode ser considerada seita ou que pelo menos próxima dessa classificação.

A Igreja Presbiteriana já considerou em seu Supremo Concílio a (IMPD) uma seita, assim como considerou também a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

Em entrevista ao The Christian Post, o rev. Augustus Nicodemus, pastor presbiteriano, afirmou a IMPD está enquadrada em uma linha próxima a das seitas. Segundo ele, tal linha tem como mensagem central a teologia da prosperidade, apesar de concordar com a divindade de Jesus, a autoridade das Escrituras e a Trindade.

Dentro da teologia da prosperidade eles tomam um aspecto do Cristianismo que é a “promessa de Deus de abençoar os que confiam nEle inclusive com bênçãos materiais” e tornam este aspecto como um ponto de partida para uma releitura completa do Evangelho, explica ele.

“Ao final, o que você tem não é o Evangelho puro e simples das Escrituras, ensinado por Jesus e pelos apóstolos, mas uma religião voltada para a solução dos problemas imediatos das pessoas e que relega a plano secundário – quando não esquece totalmente – aquilo que é central no Cristianismo: a reconciliação com Deus, de ricos e pobres, mediante o arrependimento dos pecados e fé na obra completa de Jesus Cristo”, afirmou Nicodemus ao CP.

Além disso, o teólogo e pastor presbiteriano apontou para a ausência de discipulado, atendimento pastoral e acompanhamento da vida dos membros nessa igreja, “girando tudo em torno dos templos, na arrecadação financeira e nas promessas de prosperidade”.

“Portanto, igrejas desta linha estão mais próximas das seitas do que de igrejas protestantes.”

Já para o apologista Jonnhy Bernardo, fundador e pesquisador do Instituto de Pesquisas Religiosas (INPR), ainda é cedo para rotular a IMPD como seita ou herética, mas confirma que a igreja segue práticas e crenças que fogem ao Protestantismo.

“A IMPD, até o presente momento, segue por um caminho próprio. É um movimento protestante no sentido de que professa elementos básicos do Protestantismo, mas não segue fielmente características peculiares do Protestantismo – há forte ênfase em cura, exorcismos, teologia de prosperidade, distorções na cobrança de dízimos e ofertas etc.”

Jonnhy também aponta para a ausência de discipulado bíblico e diz que as pessoas que recorrem às reuniões da IMPD estão em busca de cura e soluções de problemas sociais, sem um real compromisso com o Evangelho.

Consequências

Para o líder presbiteriano, as consequências de muitos seguirem tal doutrina é a produção de uma grande quantidade de desigrejados, uma “multidão de pessoas desiludidas com o Cristianismo protestante”.

O reverendo apontou que a pesquisa do IBGE sobre religiões mostrou que o número de pessoas que se dizem protestantes mas que não mais frequentam igrejas passou de 4% do total de evangélicos para 14% nos últimos anos.

“A grande maioria deste contingente é oriundo destas igrejas de ‘prosperidade’. Elas terão muita dificuldade em retornar a igrejas evangélicas em vista da primeira experiência fracassada.”

Modismos, utilização de pontos de contato, são também problemas graves que o apologista Jonnhy aponta. Segundo ele, isso pode ter um grande impacto nos crentes ou na população em geral, sendo passíveis de confusão no discernimento do que é bíblico do que é “modismo pentecostal” (ou neopentecostal).

Eles aconselha que aqueles que decidem seguir a Jesus, que busquem uma igreja evangélica pura, ou seja, livre de modismos típicos de igrejas neopentecostais ou mesmo de algumas igrejas "pentecostais” ou “onde o interesse da liderança é com sua vida, seu relacionamento com Deus e não com seu talão de cheques.”

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Doutrina da Igreja Templária de Cristo na Terra pode causar confusão

 

 

foto - A Igreja Templária de Cristo na Terra

  A Igreja Templária de Cristo na Terra (ITCT) está sendo apontada como mais uma igreja que se assemelha à igreja evangélica e que pode confundir a população evangélica por pregar doutrina que mistura elementos do Cristianismo com outros princípios de outras religiões.
   Segundo o apologista, Johnny Bernardo, do Instituto de Pesquisas Religiosas ( INPR) no Brasil, a Igreja Templária, que usa elementos evangélicos, como o uso de louvores e pregações comuns aos evangélicos, é “sem dúvida, um movimento sectário”.
  “Não é uma seita no sentido original do termo (um grupo religioso surgido a partir de um grupo maior), mas um movimento com características contrárias ao cristianismo bíblico. Diria que está um passo além das igrejas neopentecostais – grupos potencialmente passíveis de distorções bíblicas, como, por exemplo, a IURD”, escreveu Bernardo ao The Christian Post.
   A igreja possui um púlpito no formato da Cruz Templária e há figuras de budas, faraós e santos católicos. Segundo Bernardo, nas reuniões, os louvores são inspirados nas igrejas neopentecostais onde multidões entram em transes espirituais.
   O credo doutrinário da igreja é caracterizado pela “maldição hereditária”, “reencarnação”, “espiritualismo” e outras crenças oriundas do Cristianismo. Algumas regras como não ingerir café, carne ou açúcar ( com exceção do mascavo) são impostas aos adeptos.
   Segundo Bernardo, a presença de elementos do Protestantismo nas reuniões da ITCT é um “chamariz para crentes menos preparados biblicamente”. A falta de experiência bíblica, assim, poderia facilmente levar o crente a ser atraído por tais ensinos.
   Recentemente, o líder fundador da igreja, Walter Sandro se autointilou “apóstolo”. Ele revelou à revista Carta Capital que fundou a igreja por revelações diretas do “Arcanjo Miguel”. As pregações de base sincrética de Walter falam de Jesus Cristo, e enfatizam a graça, buscando não falar dos pecados, pois, segundo ele, Cristo já venceu os pecados na cruz.
  A igreja assim, é vista como um movimento que pode trazer confusão espiritual àqueles que acreditam estarem seguindo o Cristianismo.
  Mas não se trata somente dessa igreja quando se fala dos perigos de uma confusão espiritual. Os movimentos inspirados no Neopentecostalismo são os “mais perigosas”, diz o apologista, “porque possuem o potencial de atrair ainda mais simpatizantes”.
   “Portanto, concluímos que esse tipo de crença pode causar confusão na população evangélica – em especial novos convertidos e crentes com pouca frequência nas igrejas evangélicas (nominais)”.
  Bernardo afirma que é de responsabilidade da liderança evangélica de alertar as “ovelhas” quanto ao perigo de tais distorções bíblicas.“A igreja, de um modo geral, deve permanecer em alerta e seguir as orientações de sua liderança.”

Data: 26/6/2012 08:24:25
Fonte: Christian Post

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A doutrina do Santo Daime

 

Por: Claudio José Miranda, em 05/07/2011 às 19:03

A Doutrina do Santo Daime é, junto com a Umbanda, a segunda religião autenticamente brasileira. Ela nasceu na década de 30, no estado do Acre, a partir de uma revelação recebida por um negro maranhense chamado Irineu Raimundo Serra, depois conhecido como Mestre Irineu. No inicio da década de 30, ele foi iniciado no uso da milenar planta peruana oaska, onde teve uma visão espiritual de uma entidade feminina que se apresentou como a Virgem da Conceição. Ela, então, lhe transmitiu os primeiros hinos da Doutrina e como deveria ser o ritual em que seria usada a planta. Esta, na verdade, é um chá feito com o cozimento de dois vegetais amazônicos: o cipó jagube (a força masculina) e o arbusto rainha (a força feminina).

 

O nome Daime vem das invocações "dai-me luz" ou "daí-me amor", usados pelos participantes do ritual.

Após a passagem de Mestre Irineimageu, em 1971, a liderança da Doutrina ficou com um de seus principais discípulos, o amazonense Padrinho Sebastião, que deu início à expansão para além do Acre, chegando a outras partes do Brasil e, inclusive, a outros países.

Com o falecimento de Padrinho Sebastião, em 1990, a direção da Doutrina ficou com um de seus filhos, o Padrinho Alfredo, que deu continuidade à consolidação e à expansão pelo Brasil e pelo mundo. Atualmente, existem igrejas do Santo Daime em vários lugares da América do Sul, nos Estados Unidos, Canadá, Japão, Holanda, Espanha, França, Itália e vários outros países.

O Santo Daime é uma doutrina eclética, de fundamentação cristã, cujo objetivo é, através do uso ritual da bebida Santo Daime, alcançar o conhecimento profundo de si mesmo, juntamente com uma comunhão com Deus.

A partir deste ano, A Doutrina do Santo Daime passou a integrar a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), primeiramente porque é, volta e meia, atacada por pessoas que, ignorando o caráter sagrado e natural de seu sacramento – a bebida Santo Daime – erroneamente a consideram uma droga. E, também, por acreditar na importância da união de todas as religiões frente aos ataques das forças negativas que procuram diminuir ou eliminar a importância da espiritualidade na vida das pessoas e no povo brasileiro.

Claudio José Miranda é mestre em Filosofia, professor de Estudos Comparados de Religião e membro da Comissão e Combate à Intolerância Religiosa.

Leia mais artigos em www.eutenhofe.org.br

Editado por Ricardo Rubim.