Ao anunciar no Facebook a notícia sobre a morte de um jovem por espancamento dentro de uma igreja evangélica nos Estados Unidos, o jornal usou de sarcasmo e expressou preconceito: “Coisas que só as igrejas fazem por você”, dizia o texto, seguido do link para a notícia.
A morte de Lucas Leonard, de 19 anos, foi comandada pelos próprios pais, Deborah, 59 anos, e Bruce Leonard, 65, durante o que se chamou de ritual de exorcismo. Outro filho do casal, Christopher, 17 anos, também foi agredido.
Lucas foi socorrido a um hospital, mas já chegou morto. Christopher foi resgatado pela polícia e vem sendo mantido internado. “Ambos os irmãos foram continuamente sujeitos a punições físicas durante várias horas com o objetivo de que ambos confessassem seus pecados e pedissem perdão”, afirmou Michael Inserra, chefe da polícia de New Hartford, no estado de Nova York (EUA).
A maneira como a Folha apresentou esta tragédia aos seus leitores foi bastante criticada. O blogueiro Danilo Fernandes, editor do siteGenizah, afirmou que “ao apresentar a notícia antecedendo a matéria editorialmente com o comentário ‘Coisas que só as Igrejas fazem por você’, este noticioso adota um discurso de ódio e revela intolerância e preconceito contra evangélicos, católicos e demais grupos cristãos que, obviamente, não tem neste delito, ‘o linchamento de filhos até a morte’, a sua regra de fé e prática”.
Fernandes foi além e lembrou que é comum o jornal se referir a religiosos de forma agressiva: “Esta não é a primeira vez que a Folha de São Paulo adota um discurso de intolerância contra a Igreja, em especial, a sua porção mais conservadora. Progressistas costumam ser mais bem tratados, em especial quando defendem teses como aborto, casamento gay e outras. Acho [que] já passou da hora do povo evangélico, suas representações políticas e organizações de juristas se posicionarem e exigirem retratação da Folha de São Paulo”, opinou.
Após diversas outras manifestações, os responsáveis pela página da Folha no Facebook alteraram a chamada para “O jovem e seu irmão mais novo foram sujeitos a punições físicas durante várias horas com o objetivo de que ambos confessassem seus pecados”. A sutil mudança não passou despercebida: “O estagiário ateu tirou a gracinha da página?”, questionou o jornalista Thiago Cortês, colunista do Gospel+, através de seu perfil na rede social.