A fraqueza do crente não deve afastá-lo de Cristo. A fraqueza do crente deve leva-lo aos pés de Cristo.
A vida cristã é vivida num contexto de luta espiritual pela santidade. Um cristão não é salvo porque obedece, mas é salvo para obedecer. E obedecer é melhor do que sacrificar.
Infelizmente, um homem casado e com filhos, egresso da indústria do Funk Carioca, divulga publicamente que está deixando a fé cristã para retornar com sua carreira na música popular, o que implica (e ele mesmo já assumiu esta realidade) estar em contato com letras depravadas, linguagem torpe aliada a um contexto de objetificação da mulher, que exige muita exposição corporal e de sua sensualidade.
A primeira pergunta que vem é: “o que eu tenho a ver com isso? Isso é uma decisão dele, portanto, problema dele também!”. Creio que esta visão é bastante ignorante, pra não dizer covarde, pelo simples fato de se tratar de alguém que pertenceu ao Corpo. O pecado ou a queda de um irmão não deveria gerar em mim nada mais nada menos que EMPATIA, que significa sentir sua dor, sua fraqueza e participar do seu sofrimento – ou seja, me importar com a pessoa humana.
Me importo com o Tonzão. Assim como me importo com meus irmãos da minha igreja local. Somos todos filhos de Deus não por méritos próprios, mas pela fé em Jesus. Talvez alguém possa afirmar que ele nunca foi salvo, porque está declinando da jornada cristã; mas eu, sinceramente, vou por um outro lado: não vou entrar na questão da condição soteriológica dele, e sim afirmar que as coisas foram mal conduzidas pelo movimento eclesiástico que o abraçou (e isso sem anular a responsabilidade pessoal em sua decisão, que a meu ver é bastante equivocada).
Irmãos, não quero incitar uma discussão sobre a melhor doutrina ou a melhor igreja a se frequentar, mas todos sabemos que o ideal para um cristão “recém-nascido” é se aprofundar no conhecimento de Deus e crescer na piedade pessoal para, então, assumir um ministério. No entanto, muitas igrejas e pastores estão mais preocupados com os efeitos do que com as causas, de modo que este homem – entendo que provavelmente – não foi devidamente discipulado. Não julgo, apenas constato pelos frutos que se apresentam.
Poder-se-ia apenas se afastar da mídia social, dos púlpitos e dos shows gospel, mas o que foi comunicado na internet é que está se afastando da fé. Me estranha tal decisão, pois demonstra que a fraqueza está sendo utilizada como aio para uma decisão séria demais, que pode incidir em consequências gravíssimas. Quem já se afastou sabe o quão difícil é voltar!
A fraqueza do crente não deve afastá-lo de Cristo. A fraqueza do crente deve leva-lo aos pés de Cristo.
Não é para se correr de Deus e sim correr para Deus! Não se trata de uma decisão simples como mudar de emprego ou terminar um namoro de meses. Estamos falando de uma questão que envolve a eternidade, a qualidade da vida vivida fora da graça e ausente da perspectiva da centralidade da Cruz e os efeitos mortíferos do pecado.
Curiosamente, um jovem que cometeu uma infração (tentativa de furto ou de roubo, confesso não me lembrar agora, mas lembro se tratar de uma bicicleta), que teve sua testa tatuada criminosamente por homens que decidiram fazer justiça pelas próprias mãos, está fazendo o caminho inverso, deixando de viver para si para viver a nova vida em Cristo (ele se batizou recentemente e sua imagem restaurada pela graça está correndo pelas redes sociais). Isso prova que as pessoas podem tomar decisões melhores, basta ouvir a voz do Espírito Santo e renunciar a si mesmo, se arrependendo dos pecados e crendo e confiando apenas em Jesus para perseverar na fé cristã que é uma fé obediente.
Era só mais um “Chagas”. Porém, oro para que seja como o caso do filho pródigo, que decidiu sair e “viver sua vida”, mas logo viu que o seu lugar era a casa do Pai.