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Carlos Bezerra: e os escravos de Cuba?

Avatar de Thiago CortêsPor Thiago Cortês em 4 de setembro de 2014
Carlos Bezerra: e os escravos de Cuba?O deputado estadual Carlos Bezerra Jr. (PSDB-SP) é autor de uma lei contra o trabalho escravo moderno que é comparada, pelas almas generosas, com a própria Lei Áurea.

Bezerra concebeu a celebrada Lei nº 14.946 que prevê a cassação do registro no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de toda empresa que se utilizar, ainda que indiretamente, mão de obra submetida a regimes que se assemelhem à escravidão.

A lei foi sancionada pelo governador Alckmin e representa um marco revolucionário na medida em que inviabiliza o funcionamento de empresas a exploram trabalhadores.

Evangélico, o deputado virou notícia internacional. Não é por acaso: colocou na berlinda grandes grupos empresariais como a Zara, que admitiu a ocorrência de trabalho escravo no processo de fabricação de seus artigos no ano de 2011.

Bezerra tem minha simpatia por sua corajosa iniciativa. Até mesmo porque sua lei beneficiaprincipalmente gente como bolivianos ilegais que sequer têm título de eleitor. É raro ver um político evangélico que não se limita a agir como despachante de igreja.

O que me causa estranheza é o gritante silêncio do deputado em relação à situação dos médicos cubanos do famigerado programa Mais Médicos, cujos direitos trabalhistas foram ignorados em favor de uma parceria obscura entre o Brasil e uma ditadura.

procurador do Ministério Público do Trabalho, Sebastião Caixeta, classificou a iniciativa federal de irregular, pois descumpre as leis trabalhistas brasileiras. Segundo ele, não estão previstos nos contratos dos cubanos o pagamento de férias remuneradas e de 13º salário.

“…há um desvirtuamento do que é uma autêntica relação de trabalho. Portanto, há descumprimento dos direitos de índole trabalhista previstos na Constituição. (…) O texto do projeto de lei do Mais Médicos diz que não há remuneração, mas um auxílio por meio de bolsa. Todo o programa é estruturado no sentido de afastar a relação de emprego, mas, na prática, essa relação de emprego existe”

O procurador deu tal declaração após participar de audiência com a médica cubana Ramona Rodriguez, que desertou – do programa e do País – em busca de seus direitos. Ramona denunciou que recebia apenas US$ 400 (cerca de R$ 968).

Outros US$ 600 (R$ 1.452) seriam depositados em Cuba e só poderiam ser sacados no seu retorno ao país. O restante — R$ 7.580 — vai direto para a ditadura dos irmãos Castro.

Em outras palavras, os médicos cubanos recebem apenas 20% do que o Brasil repassa a Cuba.

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Carlos Bezerra se levantou contra gigantes empresariais que submetem imigrantes ilegais à lógica da exploração sem lei, mas nada disse sobre os médicos cubanos que têm seus direitos trabalhistas negados porque estão submetidos à lógica de exploração de uma ditadura.

Assim como os bolivianos ilegais, os profissionais de Cuba estão vivendo bem aqui, em território brasileiro, sob égide da Constituição Federal. É estranho que o deputado evangélico que lutou pelos direitos dos primeiros tenha se esquecido dos segundos.

O jurista Ives Gandra, uma  das maiores referências do campo jurídico do Brasil, não hesitou em classificar o regime de trabalho dos médicos cubanos de “neoscravagismo”:

“O governo federal oferece para todos os médicos estrangeiros “não cubanos” que aderiram ao programa Mais Médicos um pagamento mensal de R$ 10 mil. Em relação aos cubanos, todavia, os R$ 10 mil são pagos ao governo da ilha”

Além da exploração brutal, Ives Granda lembrou que o contrato do programa determina que os profissional cubano só poderá receber visitas de amigos ou familiares no Brasil, mediante “comunicação prévia à Direção da Brigada Médica Cubana” aqui sediada.

O contrato determina ainda “estrita confidencialidade” sobre qualquer informação que receba em Cuba ou no Brasil até “um ano depois do término” de suas atividades. Diante dos fatos, o jurista concluiu:

“O governo federal, que diz defender os trabalhadores –o partido no poder tem esse título–, não poderia aceitar a escravidão dos médicos cubanos contratados, que recebem no Brasil 10% do que recebem os demais médicos estrangeiros”

O artigo de Ives Gandra foi publicado na mesma Folha de S. Paulo na qual Carlos Bezerra havia publicado um texto primoroso, “O Brasil sob a chibata”,  falando da importância da luta contra a escravidão no mundo contemporâneo:

“A exploração do trabalho escravo é um crime tipificado de forma objetiva em leis conhecidas e largamente aceitas pelos tribunais brasileiros. A legislação leva em conta um conjunto de situações: servidão por dívidas, restrição da locomoção, trabalhos forçados, jornada exaustiva e condições degradantes de trabalho”

Ora, o contrato ao qual estão submetidos os médicos cubanos estipula que eles não podem frequentar locais públicos sem prévia autorização. Eles não podem sair depois das 18 horas sem a permissão do seu chefe imediato. Para requerer tal “regalia” o profissional deve informar aonde irá, se irá com companheiros cubanos ou nativos.

Pergunto ao deputado Carlos Bezerra: isso não seria “restrição de locomoção”?

No documento citado por Ives Granda também é possível saber que até mesmo o casamento com um não cubano estará sujeito à legislação cubana, a não ser que haja “autorização prévia por escrito” da referida máxima direção cubana.

É bastante visível que os profissionais de Cuba que trabalham no Brasil realmente estão vivendo uma situação de “neoescravagismo”, como bem definiu Ives Granda.

Infelizmente o deputado brasileiro mais ligado a temática da escravidão moderna nada disse sobre isso. Só me resta especular os motivos:

1-      Porque é politicamente incorreto criticar Cuba

2-      Para não desagradar os irmãos progressistas

3-      Por falta de coragem mesmo

Mas são apenas especulações e espero, de todo o coração, estar totalmente enganado. Talvez o deputado Carlos Bezerra possa nos iluminar com um motivo nobre para o seu silêncio ou, melhor ainda, possa quebrar esse silêncio, de forma corajosa e humilde, legitimando a sua causa com a imparcialidade.

A médica cubana citada acima havia sido “denunciada” por ter cometido o “crime” de namorar e foi praticamente chamada de bêbada por um deputado petista. O caso teve repercussão internacional e pouca gente se colocou ao lado da trabalhadora cubana.

Assim como pastores progressistas que vivem falando em direitos humanos e acusando Alckmin de fascismo, Bezerra nada disse sobre o flagrante abuso da privacidade de Ramona e o tratamento desrespeitoso que a trabalhadora recebeu.

Até mesmo um autor de novelas da Rede Globo se compadeceu dos trabalhadores cubanos, mas os evangélicos prafrentex não conseguiram ir além da ideologia e fazer a coisa certa.

Certa feita, o deputado Carlos Bezerra disse que não se alinha a “bancadas evangélicas”, mas nessa questão particular está exatamente no mesmo patamar dos seus colegas.

De qualquer forma, enquanto os médicos cubanos permaneceram submetidos – em território brasileiro – a um regime de trabalho semelhante à escravidão, coagidos pela legislação absurda de uma ditadura estrangeira, continuarei denunciando o silêncio vergonhoso de Carlos Bezerra Jr e dos demais políticos evangélicos.

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Igreja que você frequenta pode afetar sucesso no trabalho

Universidade mediu índices de satisfação profissional e de compromisso no trabalho

por Jarbas Aragão

  • gospelprime

 

Igreja que você frequenta pode afetar sucesso no trabalho
Igreja que você frequenta pode afetar sucesso no trabalho

Um estudo recente da renomada Universidade de Baylor, no Texas, indica que a igreja que uma pessoa frequenta pode afetar seu sucesso (ou insatisfação) no trabalho.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Sociologia da Religião, com o título “Workplace-Bridging Religious Capital: Connecting Congregations to Work Outcomes” [Trabalho e Religião: Conectando as congregações com o resultado do seu trabalho]”. A análise foi baseada em dados da Pesquisa Nacional de Trabalho, Empreendedorismo e Religião, com um questionário respondido pela internet.

O material produzido pelos professores da Baylor concentrou-se em três áreas:

Satisfação profissional: pessoas que frequentam uma igreja que ensina como a fé pode ser integrada com o trabalho relatam ter maior satisfação no trabalho.

Compromisso com o local de trabalho: pessoas que frequentam uma igreja que ensina como a fé pode ser integrada com o trabalho relatam ter um compromisso maior com seu local de trabalho.

Empreendedorismo: pessoas que estão ativamente envolvidas em uma igreja que ensina como a fé pode ser integrada com o trabalho estão mais propensas a se considerarem empreendedores.

Jerry Z. Park, professor de sociologia na Faculdade de Artes e Ciências de Baylor, que liderou o projeto, explica: “Já sabíamos que cerca de 60% dos adultos são filiados a alguma igreja, mas queríamos aprofundar no entendimento como os cultos de fim de semana influenciam o ambiente de trabalho durante a semana”.

As pessoas entrevistadas foram perguntadas sobre o quanto sentiam a presença de Deus enquanto trabalham; que significado eterno atribuem ao seu trabalho; se viam os colegas de trabalho como seres feitos à imagem de Deus; se demonstravam “amor cristão” aos colegas e se acreditam que deveriam usar no trabalho suas habilidades e talentos dados por Deus.

Park explica que a satisfação que cada pessoa sente no trabalho, seu compromisso com o trabalho e seu espírito empreendedor foi medido segundo um questionário específico com 15 itens relacionados com seu compromisso com a igreja local e com seu local de trabalho.

O que parece fazer mais diferença, concluem os pesquisadores, era a maneira como os ensinamentos da igreja afetam como seus membros veem seu papel no mundo, incluindo sua escolha profissional. Apenas uma minoria das congregações ensina que o trabalho é uma “maldição”. A maioria ensina como os valores cristãos devem ser testemunhados na sociedade, incluindo o ambiente de trabalho.

O estudo da Baylor se baseou em parte na premissa defendida por Max Weber, um dos principais teóricos da sociologia sobre como os protestantes (evangélicos) mudaram a economia de países da Europa nos séculos 16 e 17 quando começaram a ensinar que a religião dá significado ao trabalho. O sucesso nos negócios também passou a ser visto como uma confirmação do favor de Deus.

Outra pesquisa recente abordou a influência do trabalho na prática da fé. O Pew Research Center constatou que 24% dos evangélicos afirmam que o excesso de trabalho era uma barreira para a frequência regular à igreja. Isso inclui pessoas que precisam trabalhar nos finais de semana. Com informações Christian Headlines e Christian Today

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AMANDO O PRÓPRIO TRABALHO

Preletor: Robert Tamasy

Foque no que é positivo e digno de louvor e vejo o emprego como sacerdócio

Alguns de nós somos afortunados e temos trabalhos que realmente apreciamos. Porém, de acordo com pesquisas, a grande maioria de homens e mulheres no mundo profissional e empresarial não gosta e até mesmo odeia o trabalho que faz. Na melhor das hipóteses, eles toleram o que têm que fazer todos os dias para ganhar a vida. Você é um deles? 

Você gostaria de dizer com sinceridade, “Amo o meu trabalho”? Como seria começar o dia com a expectativa boa de encontrar oportunidades e desafios no seu ambiente de trabalho e não com medo e ansiedade? “Bom, vou ter que mudar de emprego”, diriam muitos, talvez. Mas recentemente ouvi uma história intrigante que parece indicar que não precisa ser necessária uma mudança de emprego para se ter um trabalho que amamos.

Em uma reunião do Grupo de Apoio a Câncer que compareci (minha esposa é uma sobrevivente de câncer), uma mulher estava contando sobre uma pessoa inspiradora que conheceu quando fazia o tratamento. Ele era manobrista do estacionamento do hospital.

“Aquela mulher era surpreendente”, ela disse. “Ela amava o seu trabalho e amava a cada paciente, que chegava todos os dias para consultas. Nunca deixou de exibir um grande sorriso e tinha uma palavra de ânimo para cada um de nós. Ela me deixou impressionada.Ela estava lá todos os dias, no calor mais abrasador ou frio congelante, concentrada em cumprimentar cada paciente e fazer que seu dia fosse um pouco mais luminoso”.

Como administradora de uma fundação, a mulher que contava essa história pensou consigo mesma: “Este é o tipo de pessoa que precisamos contratar como recepcionista”. E ela ofereceu emprego para a manobrista que, com seu sorriso habitual, educadamente recusou. Ela explicou que não poderia deixar seu emprego, não porque fosse bem remunerada, mas porque em sentido bem real, se tornara seu “emprego dos sonhos”. Ela buscava cada dia pela oportunidade de oferecer uma palavra gentil, dar a alguém o sorriso que necessitava ou fazer brilhar a luz da esperança para quem precisasse desesperadamente dela. Numa palavra, ela via seu emprego como sacerdócio.

E se nós adotássemos a mesma atitude, vendo nossos empregos como sacerdócio – oportunidade para servir e auxiliar outras pessoas e não apenas como fonte de recursos ou forma de preencher o tempo entre os finais de semana? Mas como fazer isso, especialmente se nossas circunstâncias estão longe de ser as ideais? Considere os seguintes conselhos da Bíblia:

Mantenha o foco no que é positivo. Certamente existiam aspectos no trabalho daquela manobrista que não eram perfeitos e ela poderia mudar se quisesse. Mas ao invés disso ela se concentrou nas outras pessoas. “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4.8).

Lembre-se de Quem você realmente serve. Precisamos ver nosso trabalho como parte de algo maior. Séculos atrás, observando um pedreiro, alguém lhe perguntou se ele não ficava cansado do seu trabalho. “Não”, respondeu o pedreiro, “porque estou construindo uma catedral”. “Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos… Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor… É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Colossenses 3.22-24).