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Ultimato publica artigo pró-“casamento” gay

 

Quem será o próximo “herói” da revista Ultimato a ser celebrado pelos ativistas gays?

Após dispensar o pr. Ricardo Gondim de seu quadro de colunistas, por causa da defesa que ele fez ao “casamento” gay em entrevista concedida a uma revista esquerdista secular, a direção da revista Ultimato depara-se com outro escândalo igualmente constrangedor. Em 24 de maio o articulista Marcos Botelho publicou em seu blog, que está hospedado dentro do site da revista, posição idêntica a de Gondim. Botelho escreveu:

Hoje, vendo a luta do movimento LGBTT, lendo o PL 122 e pensando no nosso compromisso cristão por uma sociedade para todos com as leis laicas, penso que odireito ao casamento, a herança e outros direitos civis dos homossexuaisdeveriam ser garantidos por lei e defendidos por nós protestantes, pois se sofremos um preconceito no passado por leis baseadas na fé dos “outros” que iam contra os nossos direitos, por que agora que temos voz garantida não vamos lutar pelos outros?

Embora a revista Ultimato há anos tenha colunistas de linha esquerdista, parece que a saída do teólogo Ricardo Gondim foi causada pelo fato de que o excessivo liberalismo dele colocou em perigo o liberalismo “moderado” da Ultimato, criando mau-estar no público evangélico, que não está ainda, de acordo com a mentalidade liberal, “maduro” para aceitar o “casamento” gay.

Líderes evangélicos ligados a Ultimato defendendo o “casamento” gay é a demonstração de que se uma revista passa anos semeando espinhos, não pode esperar colher uvas mais tarde.

Ultimato é uma das mais antigas publicações presbiterianas e evangélicas esquerdistas do Brasil. A essa altura, testemunhando denominações presbiterianas inteiras abraçando a ordenação de pastores homossexuais, a equipe da Ultimato poderia parar para pensar nos espinhos que está semeando. De que adianta depois se surpreender com os resultados?

O site homossexual MixBrasil comemorou o liberalismo desenfreado de Gondim com uma matéria especial intitulada “Pastor pró-gays é expulso de revista evangélica”.  Encerrando a texto, MixBrasil brinda com a frase: “Já ganhamos um herói vindo de onde menos esperávamos”.

Quem será o próximo “herói” da Ultimato a ser celebrado pelos ativistas gays?

Adaptado e ampliado por Julio Severo de texto do blog Holofote

Divulgação:

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REVISTA ULTIMATO : Por texto em Blog, Ricardo Gondim perde coluna na publicação

O pastor Ricardo Gondim, 54, da Igreja Betesda, escreveu em seu blog que, depois de quase 20 anos como colaborador da Ultimato, ele foi “convidado” pelo conselho editorial a “descontinuar” a sua coluna na revista. Ultimato é filiada à Associação Evangélica Brasileira e à Associação de Editores Cristãos.

Gondim foi informado pelos responsáveis pela revista de que suas declarações estavam criando desconforto e tensão. A gota d’água, segundo relatou o pastor, foi a entrevista que deu à revista Carta Capital na qual defendeu a união civil de homossexuais e a observância de que o Estado é laico. Aparentemente, ele foi defenestrado menos pelo que escrevia na revista e mais pelo que dizia em outros meios.

No blog, ao comentar o “convite”, ele reafirmou: “Em um Estado laico, a lei não pode marginalizar, excluir ou distinguir como devassos, promíscuos ou pecadores, homens e mulheres que se declaram homoafetivos e buscam constituir relacionamentos estáveis. Minhas convicções teológicas ou pessoais não podem intervir no ordenamento das leis”.

Gondim tem se destacado como um contundente crítico do movimento neopentecostal brasileiro. No começo do ano, publicou em seu blog o artigo “Deus me livre de um Brasil evangélico”, com a argumentação de que, se a maioria da população do país se tornasse evangélica, o puritanismo causaria uma devastação na cultura brasileira.

À Carta Capital, ele disse que o objetivo desses evangélicos é assumir cada vez mais poder político, tendo em vista, inclusive, as eleições presidenciais.

Gondim contou que outro motivo do seu desligamento da Ultimato foi sua afirmação de que “Deus não está no controle”.

Na entrevista, ele disse: “Se Deus é bom e onipotente, e coisas ruins acontecem, então há algo errado com esse pressuposto. Minha resposta é que Deus não está no controle. A favela, o córrego poluído, a tragédia, a guerra, não têm nada a ver com Deus. Concordo muito com Simone Weil, uma judia convertida ao catolicismo durante a Segunda Guerra Mundial, quando diz que o mundo só é possível pela ausência de Deus. Vivemos como se Deus não existisse, porque só assim nos tornamos cidadãos responsáveis, nos humanizamos, lutamos pela vida, pelo bem. A visão de Deus como um pai todo-poderoso, que vai me proteger, poupar, socorrer e abrir portas é infantilizadora da vida”.

Antes de falar à revista, o pastor, por causa da mesma afirmação, já tinha enfurecido alguns dos evangélicos que o seguem no Twitter. Mas a sua entrevista gerou da parte de Klênia Fassoni, da Ultimato, a acusação de que é um “humanista”. Nas doutrinas do humanismo, o homem é senhor do seu destino – independe, portanto, de divindades. Gondim demonstrou ficar chateado com Klênia e escreveu que, sobre o seu “humanismo”, não se daria ao trabalho de reagir.

Ao jornalista Gerson Freitas Jr., da Carta Capital,Gondim disse que vem sofrendo muita pressão de seus pares por causa de suas afirmações. “Fui eleito o herege da vez”, afirmou. O que confirma agora a sua demissão da revista com o sugestivo nome de Ultimato.

Data: 23/5/2011 08:47:25
Fonte: Adiberj