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Mestre do terror, Dario Argento diz que macumba o influenciou

 

 

PEDRO BUTCHER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

São poucos os cineastas que guardam uma legião de fãs devotados. Mas o mestre do horror italiano Dario Argento não se surpreende: "Sempre encontro uma nova geração de admiradores. Há algo nos meus filmes que toca o coração dos jovens", diz.

Filho do produtor italiano Salvatore Argento e da fotógrafa brasileira Elda Luxardo, ele está no Brasil para prestigiar retrospectiva com suas obras no Festival do Rio.

Não é sua primeira vez no país. "Parte da nossa família morava na Bahia, e me lembro de ouvir histórias de macumba. Imagino que esse lado obscuro da cultura brasileira tenha me influenciado."

Diz que seu estilo "nasceu instintivamente". "Se tivesse ouvido meu pai, seria um diretor de comédias italianas."

O trabalho da mãe teve influência mais decisiva: "Ela fazia retratos das grandes estrelas como Sophia Loren e Claudia Cardinale. Prestava atenção em como ela iluminava as atrizes. Aos poucos, fui entendendo o segredo".

Uma onda de remakes de seus filmes deve chegar aos cinemas nos próximos anos.

Paula Giolito/Folhapress

Retrato do cineasta italiano Dario Argento, 71, um dos convidados do Festival do Rio

Retrato do cineasta italiano Dario Argento, 71, um dos convidados do Festival do Rio

"Suspiria"(1977) poderá ganhar nova versão sob a direção de David Gordon Green ("Segurando as Pontas").

"Não gostaria que o projeto fosse adiante. Não por ciúme. É que remakes são feitos por razões financeiras. Quando você faz filmes exclusivamente por dinheiro, o resultado costuma ser terrível."

Argento não rejeita a tecnologia digital, mas não gosta do aspecto de "videogame" de muitas produções atuais. "Os filmes não parecem ter sido feitos para o cinema, mas para o Playstation."

Acaba de rodar seu primeiro filme em 3D, "Drácula 3D", em pós-produção.

"A profundidade me interessa. Acho que o 3D vai ser como a cor: uma possibilidade estética que os cineastas precisam aprender a usar."

E refuta mudar seu estilo: "Por que um cineasta precisa se reinventar o tempo todo? Se você faz filmes fiéis, vai tocar as pessoas. O segredo é a sinceridade".

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A UMBANDA.

 

 

Por Leandro Borges

“Pois certos indivíduos se in

troduziram com dissimilação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens, ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”. (Judas cap.1 vers.4).

A Umbanda é uma religião resultante do sincretismo afro-católico-indígena que foi fundada em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes. Este, após curar-se de uma paralisia considerada pelos médicos como irrecuperável, foi tomado por uma grande força espiritual, resolvendo a partir de então instituir o culto. O Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade que presidiu a primeira reunião, foi quem escolheu o nome Allabanda, que modificado posteriormente paraAumbanda, que em sânscrito significa “Deus ao nosso lado” ou “o lado de Deus”. Foi somente tempos depois, provavelmente por um erro de grafia, que o nome passou a Umbanda. Para esta religião, como em muitas outras, existe uma Santíssima Trindade, constituída por Tupã, o Criador, Oxalá, o filho de Deus e Iemanjá, a deusa do amor.Essas três entidades superiores são, respectivamente, derivadas do sincretismo indígena, católico e africano.
  A Umbanda trabalha com sete linhas que são faixas de vibração espiritual a qual é representada e chefiada por um orixá. Cada linha é subdividida em Falanges, que por sua vez se subdivide em subfalanges, que se dividem em bandas.As bandas se ramificam em sete legiões que se repartem em sete sublegiões e estas, por fim se subdividem em sete povos. A primeira linha é chefiada por Oxalá e também é denominada linha de Santo porque abrange os santos da Igreja Católica em geral. A segunda é a linha de Iemanjá que engloba as ondinas, caboclas do mar e outras entidades relacionadas à água. A terceira, do Oriente ou de São João Batista, é formada por médicos, sacerdotes, hindus, etc. A linha de Oxóssi é a composta de caboclos e caboclas, ou seja índios, e é comandada por São Sebastião. Na quinta linha, a de Xangô-Agodô, comandada por São Jerônimo, trabalham Santa Bárbara,caboclos e pretos-velhos.A sexta linha é a linha de Ogum ou São Jorge, que lidera caboclos, pretos-velhos e soldados romanos.Por fim, a sétima linha é a linha Africana ou de São Cipriano, onde trabalha todo o povo das Costa do Congo, de Angola e de todo povo da África.
  A Umbanda é uma religião de culto material, baseada na mediunidade, na magia , com seus rituais e liturgias próprias. Dentre estes destacam-se o ponto riscado e o ponto cantado.O primeiro é a utilização de um desenho riscado com giz denominado pemba pelos umbandistas, que dependendo da forma e da cor serve para chamar determinada entidade ao mundo material. Já no segundo caso, que é uma espécie de prece evocativa cantada, existem diversos tipos. Há os pontos de louvor, utilizados apenas para homenagear determinada entidade ou abrir os trabalhos, os pontos de descida, cantados para chamar os orixás para que desçam para incorporar o médium, e os pontos de subida entoados para a desincorporação. Os médiuns são também denominados “cavalos” ou “aparelhos” e os cultos são realizados em Terreiros ou Centros embora seja freqüente a realização de oferendas nas florestas, praias e fontes de água.
  A Umbanda obedece a diversos rituais que além dos já citados incluem os banhos de ervas consideradas sagradas,defumações com incensos, o uso de velas e de bebidas alcoólicas e os famosos passes, onde o médium utiliza a fumaça de seu charuto ou cachimbo e da imposição de suas mãos nas costas, na frente no braços da pessoa, realizando movimentos de cima para baixo, no intuito de neutralizar as más influências que porventura possa estar sofrendo o indivíduo.

Que Deus te abençoe…

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OS ORIXÁS.

 

 

pOR lEANDRO bORGES

“e não se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade”. (Tito cap.1 vers.14).

Os Orixás são divindades originárias da região de Yorubá, África Ocidental, que atuam como intermediárias entre Olórun, o Deus Supremo dos iorubá e os homens. Na África eram em número superior a 200, mas no candomblé ficaram reduzidos a 16 e na Umbanda a cerca de 8. Dentre eles, destacam-se Oxalá, Iemanjá, Nanã, Xangô, Iansã, Oxum, Ogum e Oxóssi. Oxalá é o deus da vida, uma das divindades superiores que compõe a Santíssima Trindade como filho do Criador, Olórum, o Deus supremo. Nesse sentido, é também denominado Obatalá.Rei dos Orixás, preside a regeneração, a transformação e o aperfeiçoamento. Sincretizado como o Sr do Bonfim, este Orixá é representado em duas formas: Oxalufan e Oxaguian.Oxalufan é o Oxalá velho, bondoso, que o peso dos anos fez com que suas costas se curvassem. Oxaguian é o Oxalá guerreiro,cheio de vitalidade, símbolo da mocidade, às vezes sincretizado como Menino Jesus.Sua indumentária é saia e blusa branca, coroa de rei, corações prateados pendurados na cintura.Sua comida é ebô de milho branco e acaçá insossos, pois este Orixá não come sal. Seu dia é a sexta-feira, seu dia de festa, 29 de junho e sua saudação Epa Babá.
Iemanjá, cujo nome significa “mãe cujos filhos são peixes ” é a rainha das águas.É conhecida também pelos nomes de Janaína, Sereia do Mar e Princesa de Aiucá. Orixá de rios e correntes, é considerada também como responsável pela gestação e procriação.É uma das três divindades da Santíssima Trindade da Umbanda.Devido ao sincretismo, foi associada a Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora da Glória, entre outras, e o dia consagrado a ela é 8 de dezembro, se está sincretizada com a primeira santa, ou 15 de agosto, se está associada à segunda santa. Entretanto, na umbanda também é costume homenagear Iemanjá na virada de ano, sobretudo nas cidades à beira mar como Rio de Janeiro e Santos e Niterói.Sua saudação é Odôiá. É representada com saia azul e blusa branca com coroa na cabeça. Sua comida preferida é o ebô de milho branco com mel, arroz, angu, peixes brancos, etc.
Nanã é também conhecida pelo nome de Nanã Burukê. É a Orixá mais velha, que, dentre as orixás femininas é a mais respeitada e a de maior conhecimento. É relacionada à chuva, à lama, mantando também associações com a morte. Saudada com a expressão Salubá, seu dia da semana é terça feira e seu dia de festa é 26 de julho, pois sincretiza-se com Sant’Ana. É representada com indumentária branco e azul escuro ou roxo e sua comida preferida é o anderé, milho branco, inhame, arroz, etc.
Xangô é um dos filhos de Iemanjá e marido de Iansã, Obá e Oxum. Orixá forte e poderoso, é viril e atrevido e, como é sincretizado como São Jerônimo, amante da justiça. Governa o raio e o trovão e talvez seja por isso que a indumentária que o representa seja feita nas cores vermelho e branco. Além disso, leva na mão um machado de cobre denominado oxê. Seu dia de festa é o dia de São Jerônimo, 30 de setembro, seu dia da semana é quarta-feira, e sua comida favorita, caruru. É saudado pela expressão Kauô Kabiecile.
Iansã divindade feminina de temperamento dominador e apaixonado é considerada guerreira por causa de sua grande coragem.Uma das esposas de Xangô é rainha dos ventos, dos raios, dos trovões e do fogo. É o único orixá capaz de enfrentar e dominar os eguns, ou seja, os espíritos e almas dos mortos que voltam à Terra em determinadas circunstâncias. É representada vestida de saia vermelha ou vermelha e branco com muitos acessórios e adereços vermelhos além de espada de cobre, sua comida é o carajé, amalá, arroz, milho branco e feijão fradinho. Seu dia da semana é quarta-feira, sua saudação Epahei !!!. Considera-se o 4 de dezembro como o seu dia de festa de Iansã que foi sincretizada com Santa Bárbara.

Oxum é Orixá feminina das águas doces, uma das esposas de Xangô. Exerce o poder da fecundidade e é responsável pelo sucesso ou não dos empreendimentos. As mulheres costumam invocá-la para resolver suas questões sob o apelido de “Minha Mãe Feiticeira”. É vaidosa, ciumenta e gosta de ser presenteada com perfumes e bijuterias. Sua festa depende do santo sob o qual é sincretizada: Nossa Senhora Das Candeias, na Bahia o dia é no 2 de fevereiro e Nossa Senhora da Conceição, no Rio de Janeiro é no dia 8 de dezembro. Suas vestes são da cor amarelo e branca, com pano amarelo às costas, segurando nas mãos uma espada e um abebé de latão. Seu dia é sábado, sua comida favorita o omolucum e sua saudação Eri ierê ô.
Ogum é um Orixá masculino, que governa a guerra, as armas, as demandas e os metais. Sincretizou-se com São Jorge no Rio, onde é festejado no dia 23 de abril e com Santo Antônio na Bahia, sendo ali sua festa realizada em 13 de junho. Veste calça e saia azul escuro, capacete e espada de metal, seu dia da semana é quinta-feira.Adora feijões preto e fradinho, inhame e acarajé. É recebido pela expressão Ogunhê.
Oxóssi é o orixá da caça que chefia a linha de caboclos e caboclas, entre eles Urubatá, Araribóia, Caboclo das Sete Encruzilhadas, Cabocla Jurema, etc. Ele é símbolo da vegetação, protetor das causas difíceis, guardião dos alimentos e remédios. No Rio de Janeiro e Porto Alegre, é sincretizado com S. Sebastião e festejado por isso em 20 de janeiro; na Bahia é sincretizado com São Jorge, cujo dia de festa é 23 de abril. Seu dia da semana é quinta feira, sua comida predileta o axoxó, feijão fradinho torrado, inhame e arroz. Sua roupa é azul e verde no candomblé e na Umbanda verde. Usa ainda um capacete de metal prateado, couraça prateada e na mão leva um arco e flecha denominado ofá além de um iruquerê, espécie de cabo de madeira, osso ou metal com uma cauda de cavalo presa. É saudado com a expressão Okê.

QUE DEUS TE ABENÇOE…