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No Brasil, líder dos ortodoxos defende “união das religiões”

Patriarca Kirill diz que há o temor da população de uma “grande guerra”.

por Jarbas Aragão-gospelprime-

No Brasil, líder dos ortodoxos defende “união das religiões”No Brasil, líder dos ortodoxos defende união das religiões

O papa Francisco e o Patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa Russa, se reuniram em Cuba na semana passada. Esse foi um passo histórico na restauração entre os ramos ocidental e oriental do cristianismo. Para muitos estudiosos, uma aproximação rumo a uma religião única.

A divisão dos ortodoxos e católicos ocorreu no ano de 1054 e foi causado por diferenças teológicas e uma disputa de poder entre seus líderes em Roma e Constantinopla (atual Istambul).

No 12 de fevereiro foi a primeira vez na história em que se reuniram um papa católico romano e um patriarca ortodoxo russo para tratar de questões da igreja. Os ortodoxos gregos já possuem uma relação mais próxima com o Vaticano.

A visita de Kirill às Américas incluiu, além de Cuba, visitas a Paraguai e Chile. Ela termina no Brasil, onde os ortodoxos russos são cerca de 4.000, a maioria no estado de São Paulo. São três dias em solo brasileiro, que incluiu um encontro em Brasília com a presidente Dilma Rousseff, na sexta (19).

O patriarca ortodoxo russo realizou uma cerimônia aos pés do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, neste sábado. Ele pediu a união de “todas as pessoas e civilizações, seja qual for sua fé, para acabar com os conflitos e a perseguição dos cristãos que ocorrem atualmente no mundo”.

Em sua prédica, Kiril lembrou que ortodoxos e católicos ainda possuem diferenças em doutrina, mas “podemos trabalhar conjuntamente… para pôr fim à descristianização da civilização humana no século XXI”. Ressaltou que seu pedido estava dirigido a todas as pessoas de boa vontade, “muitas delas pertencentes a outras religiões, confissões ou que inclusive perderam sua fé”.

Presente no ato ecumênico realizado no Corcovado, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, celebrou a visita do patriarca de Moscou e de toda Rússia ao Brasil. Considera isso um “anúncio de unidade e paz”, e assegurou que o trabalho conjunto com os católicos poderá “evitar guerras no futuro”.

O líder mundial dos ortodoxos russos alertou ainda que a falta de união dos países para combater o terrorismo só aumenta o temor da população de uma “grande guerra”.

“Precisamos manter intacto nosso sentimento moral, porque só a lei moral que foi dada por Deus pode servir para um consenso da humanidade e pode servir de base para nossa união em nome de um futuro melhor para nossos povos e toda a raça humana”, assegurou.

Para ele, além da perseguição aos cristãos, o aumento dos abortos e do número de divórcios estão “perdurando o pecado do homem”.

O patriarca Kirill fez uma visita a um templo ortodoxo no Rio de Janeiro e hoje esta em São Paulo, onde conduzirá uma liturgia magna na Catedral Ortodoxa Antioquina, além de visitar a Igreja Ortodoxa Russa de Nossa Senhora da Anunciação. Com informações de EFE

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Bispos católicos pedem que cristãos e muçulmanos se unam

Falar da perseguição aos cristãos só “facilita o jogo dos extremistas”

por Jarbas Aragão

  • gospelprime

 

Bispos católicos pedem que cristãos e muçulmanos se unam
Bispos católicos pedem que cristãos e muçulmanos se unam

A visita do papa à Terra Santa no final de maio deve durar três dias e passar por lugares santos na Jordânia, Palestina e Israel.  A situação dos cristãos na região é um dos principais assuntos que Francisco tratará com os líderes israelenses, jordanianos e palestinos explica Wadi Abu-Nassar, porta-voz da instituição.

Por isso, os Bispos da Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa emitiu esta semana um documento oficial, onde pede a união de cristãos e muçulmanos em questões políticas.  “Perseguição! Em muitas partes do Ocidente esta palavra está na boca das pessoas. Diz-se que hoje, os cristãos no Oriente Médio são perseguidos. Mas o que está realmente acontecendo? Como podemos falar com verdade e sem censuras, como cristãos e como Igreja, dos sofrimentos e da violência que se perpetuam na região?”, questiona a nota.

Para os bispos, muitos cristãos e muçulmanos sofrem juntos. Ao abordar em particular a situação no Egito, Iraque e Síria, os bispos lembram que, sob os “regimes ditatoriais” anteriores, “os cristãos viveram em relativa segurança”.

Mas a tendência extremista que está por trás dos movimentos políticos na região mudou essa relação. “Cristãos e muçulmanos devem estar juntos contra estas novas forças de extremismo e destruição porque todos aqueles que buscam dignidade, democracia, liberdade e prosperidade estão sendo atacados”, justificam. Esse é, para eles, “o jogo dos extremistas”.

Embora reconheçam que o número de mortes de cristãos aumentou nos últimos anos, os bispos dizem que “é preciso levar em conta que os cristãos não são as únicas vítimas desta violência e brutalidade. Muitos muçulmanos não fanáticos, definidos “heréticos”, também pagam um alto preço. Nas áreas onde prevalecem extremistas sunitas, os muçulmanos xiitas são atacados e mortos, e vice-versa. Certas vezes, “os cristãos são perseguidos por serem cristãos”, e outras, são vítimas da mesma violência que atinge todos os outros”.

Repudiando o que chamam de “jogo”, explicam que ao falar somente na perseguição aos cristãos, a mídia ocidental acaba semeando ódio e preconceito contra povos e religiões. A seu ver, cristãos e muçulmanos devem resistir juntos contra as novas formas de extremismo e destruição sem esquecer que “as potências internacionais e regionais visam somente seus próprios interesses”. Com informações Patheos e News Vaticano.