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Rei do Marrocos deixará de ser "sagrado"

publicado em 17/06/2011 às 13h40:

Fonte R7

Nova Constituição vai transferir poderes para o primeiro-ministro

Azzouz Boukallouch/10.06.2011/AFPAzzouz Boukallouch/10.06.2011/AFP

Rei Mohammed 6º (direita) recebe o presidente do comitê para revisão da Constituição na residência real, em Oujda

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O rei Muhammad 6º do Marrocos deixará de ser “sagrado” segundo a nova Constituição do país, informou nesta sexta-feira (17) um líder sindical que teve acesso aos rascunhos da nova Carta Magna. De acordo com a nova Constituição, o país se tornará um “Estado muçulmano” e o rei, apesar de perder sua divindade, continuará como líder religioso do Marrocos.

O secretário da UMT (União Marroquina do Trabalho), Miloudi Moukharik, membro de um comitê que acompanha as reformas institucionais no país, explicou que a nova Constituição irá assinalar que o rei é “inviolável”, substituindo o texto anterior (de 1962) onde a pessoa do monarca é “sagrada”.

O conselheiro real e o presidente do comitê encarregado de acompanhar o processo de reforma constitucional, Mohammed Moatasim, entregou nesta quinta-feira às forças políticas a cópia definitiva do que deverá ser o novo documento.

 
  • Moukharik destacou que o artigo 19º da Constituição, considerado como a garantia dos poderes monárquicos, dividiu os papéis do rei entre competências religiosas e políticas.

Na primeira parte do artigo, o soberano é classificado como “Comandante dos Crentes e supervisor da liberdade religiosa”. Já na segunda parte, o rei é designado como “protetor da opção democrática e árbitro entre as instituições do Estado”.

Nova Constituição irá transferir poderes para primeiro-ministro

Moukharik explicou que outra novidade relevante da nova Carta é que o primeiro-ministro se transformará em “um verdadeiro presidente do governo”, com competências “muito amplas”.

– O primeiro-ministro terá a possibilidade de nomear os secretários gerais dos ministérios, os diretores das instituições públicas e os governadores civis.

Pela atual Constituição do Marrocos, estabelecida em 1996, estas eram responsabilidades do rei.

Com relação ao Parlamento, a Câmara dos Representantes terá maior poder legislativo, enquanto a Câmara dos Conselheiros permanecerá como uma instituição de representação para os sindicatos e comunidades territoriais.

Texto reconhece mais uma língua oficial

A nova Constituição, que contará com 180 artigos contra os 108 da antiga Carta Magna, também irá reconhecer o “amazigh” (berbere) como um dos idiomas oficiais do Marrocos, ao lado do árabe.

O documento também destaca a diversidade da identidade marroquina e garantirá maior liberdade religiosa no país, que inclui “um componente hebraico” segundo a minuta.

– O Marrocos é um Estado muçulmano e o Estado garante a liberdade religiosa.

Nos últimos dias, alguns muçulmanos reivindicaram que a Carta determinasse o islamismo como a religião oficial, o que de fato constará no texto, mas não conseguiram impedir a inclusão do amazigh como uma das línguas oficiais.

Além disso, oito novas instituições foram incluídas na nova Constituição, entre elas o CNDH (Conselho Nacional de Direitos Humanos), a ICPC (Instância Central de Prevenção à Corrupção) e o ASU (Conselho Superior de Ulemás, os altos membros do Islã).

Por Pastor Ângelo Medrado

Pr. Batista, Avivado, Bacharel em Teologia, PhDr. Pedagogo Holístico docente Restaurador, Reverendo pela International Minystry of Restoration - USA - Autor dos Livros: A Maçonaria e o Cristianismo, O Cristão e a Maçonaria, A Religião do Anticristo, Vendas Alto Nível com Análise Transacional, Comportamento Gerencial.
Casado, 4 filhos, 6 netos, 1 bisneto.

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