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Ajoelhou tem que dançar

 

Por Dafne Sampaio | Ultrapop2 horas 54 minutos atrás

Música e religião sempre andaram juntas, rostinho colado, desde que o mundo é mundo. Para entrar em transe, elevar o espírito, entrar em contato com algo supremo ou passar uma mensagem, de amor ou fé. Não sou um estudioso do assunto, mas acredito que em todas as religiões criadas pela humanidade a música seja um dos componentes mais importantes e presentes.

Estava eu de férias batendo perna pelo Velho Mundo, mais precisamente Viena, quando entro na Igreja de São Pedro (1733) e me deparo com uma combinação rebuscada de arquitetura barroca e um dos órgãos mais antigos da cidade soltando melodias de Johann Sebastian Bach pelos quatro ventos. Coisa mais linda do mundo, podem pensar alguns, mas eu particularmente não me emociono com música clássica e por isso acabo achando a atmosfera um tanto opressora, intimidante.

De volta ao hotel, poucas horas depois, entro na internet para checar emails e começar a escrever essa coluna e me deparo com um vídeo que consegue, em pouco mais de 8 minutos, fazer com que cantos gregorianos pareçam ranger de portas. Com vocês, Ana Lúcia, pastora e cantora de alguma pequena igreja evangélica de Madureira (zona norte do Rio de Janeiro).

Nunca entendi o temor a Deus em suas diversas manifestações: o peso da culpa judaico-cristã, a sisudez muçulmana e a caretice evangélica, por exemplo. E não é por ser ateu (ai Jesus, polêmica à vista?) que acho isso e sim porque acredito que a espiritualidade deveria ser uma declaração de amor à vida. E amor é alegria, compreensão, respeito, suor e calor.

Foi uma surpresa e tanto – e uma ótima surpresa – ver essa igreja evangélica pegando fogo ao som de um samba reggae acelerado cuja intensidade e os batuques são profundamente devedores ao candomblé. E o pessoal girando e girando como elevados dervixes turcos. Sem falar em Ana Lúcia, uma mistura rascante de Tim Maia e Mr. Catra. Quer dizer, é o famoso samba do crente doido e pra mim isso tudo faz muito sentido.

Gosto desse Deus que dança e gosto ainda mais que ele seja negro e brasileiro.

Por Pastor Ângelo Medrado

Pr. Batista, Avivado, Bacharel em Teologia, PhDr. Pedagogo Holístico docente Restaurador, Reverendo pela International Minystry of Restoration - USA - Autor dos Livros: A Maçonaria e o Cristianismo, O Cristão e a Maçonaria, A Religião do Anticristo, Vendas Alto Nível com Análise Transacional, Comportamento Gerencial.
Casado, 4 filhos, 6 netos, 1 bisneto.

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