Rebecca Morelle
Da BBC News
Atualizado em 2 de fevereiro, 2012 – 14:13 (Brasília) 16:13 GMT
Crustáceo capturado por cientistas chegava a 28 centímetros (Foto: Oceanlab)
Equipes de cientistas da Escócia e da Nova Zelândia encontraram um crustáceo gigante em um fosso submarino a sete quilômetros de profundidade.
A criatura, batizada de supergigante, é um tipo de anfípode, animais que geralmente têm cerca de dois ou três centímetros de comprimento.
Mas, o crustáceo encontrado na Fossa de Kermadec, na costa da Nova Zelândia, é mais de dez vezes maior do que isto. O maior exemplar descoberto pelos cientistas chegou a 34 centímetros.
"Eu parei e pensei: ‘o que é isto?’. Este anfípode é muito maior do que eu pensei ser possível", disse Alan Jamieson, do Oceanlab, da Universidade de Aberdeen, Escócia.
Os anfípodes, criaturas pequenas e ativas, vivem em grandes grupos no fundo dos oceanos, em fossas e vales que podem alcançar até 11 quilômetros de profundidade.
As criaturas foram encontradas pelos cientistas com a ajuda de uma grande armadilha de metal, equipada com uma câmera e protegida por um vidro de safira para evitar que o equipamento seja danificado pela alta pressão destas profundidades.
Ao todo, os cientistas da Universidade de Aberdeen e do Instituto Nacional de Pesquisa Aquática e Atmosférica da Nova Zelândia (Niwa, na sigla em inglês) conseguiram capturar sete espécies na armadilha e nove foram filmadas pela câmera no dispositivo.
Além do crustáceo de 34 centímetros observado, o maior exemplar que os cientistas conseguiram trazer para o navio media 28 centímetros de comprimento.
Origem
O nome "supergigante" foi mencionado pela primeira vez depois que grandes espécies de anfípodes foram encontradas na década de 1980 na costa do Havaí.
Desde então, estas criaturas foram encontradas também na Antártida, onde alcançaram dez centímetros. Mas a última descoberta na Nova Zelândia superou as expectativas.
"Só mostra que, quanto mais você procurar, mais você vai encontrar", disse Ashley Rowan, do Niwa.
"Para um animal tão grande, é notável passar despercebido por tanto tempo. É apenas uma amostra do quanto sabemos sobre a vida no habitat mais profundo e único da Nova Zelândia", acrescentou.
Nos últimos anos, cientistas se surpreenderam com as espécies descobertas nestas fossas submarinas.
Pesquisadores imaginavam que estes pontos de grande profundidade não tinham vida por serem escuros demais, frios e onde a pressão é alta demais para a sobrevivência.
Mas, os cientistas encontraram uma grande variedade de criatura nestes locais. Além de muitos anfípodes, eles também encontraram criaturas semelhantes a camarões e outras espécies que conseguem viver até 7,7 mil metros abaixo da superfície.