15 de abril de 2011 | 13h 09
AE – Agência Estado
Um grupo islamita radical enforcou um ativista italiano horas depois de tê-lo sequestrado em Gaza, informou o Hamas hoje. O governo italiano afirmou que o ato foi um "bárbaro assassinato". O ativista pró-palestino foi encontrado enforcado numa casa ao norte da Cidade de Gaza, informou Hamas, que governa o território costeiro.
"A assessoria de imprensa do governo denuncia o sequestro criminoso e o assassinato de um ativista italiano solidário… que foi encontrado por forças de segurança numa casa abandonada no norte de Gaza". O Hamas disse que dois suspeitos do sequestro foram detidos e que oficiais de segurança estão procurando cúmplices.
O Movimento de Solidariedade Internacional, pró-palestino, informou que o ativista era Vittorio Arrigoni, de 36 anos, que viveu na Faixa de Gaza na maior parte dos últimos três anos. Em vídeo colocado no YouTube, os sequestradores disseram que Arrigoni fora capturado para garantir a libertação de um número não especificado de salafistas detidos pelas forças de segurança do Hamas, dentre eles Hisham al-Suedani, líder do grupo radical Tawhid wal Jihad.
Os sequestradores, que se identificaram como integrantes da Brigada do Valente Companheiro do Profeta Mohammed bin Muslima, disseram que matariam Arrigoni se suas exigências não fossem atendidas até as 11h (de Brasília) de hoje. "Se vocês não responderem rapidamente às nossas demandas, dentro de 30 horas vamos executar este prisioneiro", disseram. Não está claro se o refém foi morto antes do término do prazo.
O grupo Tawhid wal Jihad, sediado em Gaza, disse em comunicado hoje que o assassinato foi resultado da "repressão" do Hamas aos salafistas. Em comunicado, o grupo disse que embora tenha sequestrado e matado Arrigoni, "afirmamos que o que aconteceu é o resultado natural da repressão policial do Hamas e seu governo contra os salafistas".
"Nós e outros há tempos advertimos o governo do Hamas contra os riscos de agir tão perto da injustiça contra a tendência dos salafistas, a pedido da comunidade internacional. O Hamas foi tão arrogante que recusou-se a sequer ouvir", disse o grupo.
O porta-voz do governo do Hamas, Ihab al-Ghoussein, considerou o assassinato como "um crime hediondo que não tem nada a ver com nossos valores, nossa religião, nossos costumes e tradições" e disse que "outros membros do grupo serão caçados e a lei será aplicada".
Em Roma, o Ministério de Relações Exteriores da Itália denunciou "da forma mais forte o ato de violência vil e sem sentido cometido por extremistas que são indiferentes ao valor da vida humana". As informações são da Dow Jones.
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