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Kit anti-homofobia nas escolas não prevê treinamento de professores

 

Especialistas criticam material por focar apenas na discriminação contra os gays

Do R7

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O material do kit anti-homofobia é dirigido para o ensino médio, com alunos entre 14 e 18 anos

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O kit anti-homofobia que será entregue a escolas públicas brasileiras não vai incluir nenhum tipo de curso ou preparação para os professores, segundo apurou o R7. O material é dirigido para o ensino médio, com alunos entre 14 e 18 anos, e deve ser enviado para 6.000 colégios a partir do segundo semestre.

O próprio kit, segundo o MEC (Ministério da Educação), servirá de preparação para os professores. Nele estarão orientações para que o tema possa ser tratado nas salas de aula. O material não será de uso obrigatório e não vai ser entregue aos alunos, afirma o ministério. Cada escola escolherá como adotar o conteúdo no currículo escolar.

Sobram críticas e dúvidas com relação ao kit. A falta de preparação dos professores é uma das grandes preocupações de Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e pesquisador do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade).

Para Schwartzman, os professores deveriam ser preparados para lidar com a temática homossexual com ou sem o kit. Não dá para introduzir a questão na escola de forma artificial e distanciada dos alunos, por um material escrito e gravado em DVD, pondera ele.

– O tema da questão sexual entra na sala de aula naturalmente, assim como entra o amor, o sexo e a amizade. Os jovens são curiosos, fazem perguntas. Mas como é um assunto íntimo, [as dúvidas] deveriam ser tratadas com naturalidade, caso a caso, e não de forma padronizada e externa na sala de aula, por um kit.

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Diversidade

O kit deveria ser contra todos os tipos de discriminação e não só com relação a homossexuais, diz o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Ele ressalta que o preconceito contra negros, nordestinos e outros deveria estar incluído em um material maior, que fosse enviado às escolas.

Cristovam, assim como o ex-presidente do IBGE, considera que o tema é delicado e que pode ser mal-interpretado pelos alunos. Tanto o senador quanto Schwartzman não tiveram acesso ao conteúdo do kit.

– É preciso tomar cuidado para não passar à frente da curiosidade do jovem. Não pode ser uma coisa jogada [o kit anti-homofobia], somente distribuída, sem preparo [dos professores].

A presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Cleuza Repulho, diz que o foco muito específico do kit na violência contra gays deixa de lado questões importantes, como os direitos humanos. A entidade, no entanto, participa da preparação do pacote anti-homofobia.

Chamado de Escola sem Homofobia, o kit contém vídeos polêmicos, que tratam de transexualidade, bissexualidade e do namoro gay. Além de cinco vídeos em DVD, o material vai incluir um caderno com orientações para professores, uma carta para o diretor da escola, cartazes de divulgação nos murais do colégio e mais material.

Polarização

A polarização do debate – de um lado, defensores dos direitos dos gays, e de outro, gente como o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) – não ajudam na formulação do kit, diz o pesquisador Schwartzman. O ideal, na opinião dele, é que o material fosse discutido por mais um ano ou dois em vários níveis da sociedade.

– Como outros países tratam esse tema? Há iniciativas dessas em outros lugares? Não se sabe de nada. É preciso discutir o assunto por mais tempo, pelo menos um ano. A distribuição não precisa ser realizada de uma hora para outra.

O pesquisador pondera que o material pode dar margem a interpretações erradas entre os próprios alunos, se for mal utilizado em sala de aula.

– Uma coisa é discutir a orientação sexual com adultos, outra é trazer isso para adolescentes e crianças. É preciso cuidado para não ser mal-interpretado, para não expor os estudantes de alguma forma diante dos colegas.

Por Pastor Ângelo Medrado

Pr. Batista, Avivado, Bacharel em Teologia, PhDr. Pedagogo Holístico docente Restaurador, Reverendo pela International Minystry of Restoration - USA - Autor dos Livros: A Maçonaria e o Cristianismo, O Cristão e a Maçonaria, A Religião do Anticristo, Vendas Alto Nível com Análise Transacional, Comportamento Gerencial.
Casado, 4 filhos, 6 netos, 1 bisneto.

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