Enda Kenny acusou a Igreja Católica de encorajar bispos a não denunciar pedofilia
Eric Vidal/Reuters
O premiê afirmou que a cultura do Vaticano tem ‘caráter doentio e narcisista’
O primeiro-ministro da Irlanda, Enda Kenny, fez duras críticas ao Vaticano e acusou a Igreja Católica de ter encorajado bispos a não reportar à polícia suspeitas de pedofilia entre padres do país.
Em discurso ao Parlamento da Irlanda, o premiê afirmou que as últimas acusações sobre abusos sexuais mostram ‘o caráter doentio, elitista e narcisista’ que domina a cultura do Vaticano hoje.
– O estupro e a tortura de crianças foram minimizadas pela Igreja para manter sua reputação e seu poder.
Abusos
As acusações a que o premiê se referiu dizem respeito ao chamado ‘Relatório Cloyne’, que foi publicado na semana passada.
O documento é o resultado de uma investigação sobre como acusações de abuso sexual infantil na diocese de Cloyne, no sul do país, foram tratadas pelo Vaticano até 2009.
A investigação concluiu que a Igreja violou suas próprias normas relativas à proteção de crianças, não relatando as acusações contra 19 padres.
O líder da oposição, Michael Martin, também criticou a Igreja Católica, dizendo que após os escândalos de 2009, o Vaticano havia prometido cooperar com o governo irlandês, mas em vez de defender as crianças abusadas, resolveu focar nos seus próprios interesses.