Segundo cientistas, descoberta coincide com outros comportamentos introduzidos pelo homem moderno em sua vida cotidiana, como o uso da pedra
08 de dezembro de 2011 | 20h 19
Efe
Os humanos primitivos na África do Sul já fabricavam colchões a base de ervas e plantas medicinais há 77 mil anos, 50 mil anos antes do que se acreditava, sugere um estudo divulgado nesta quinta-feira, 8.
Os restos de uma cama vegetal foram descobertos nas escavações do refúgio de pedra de Sibudu, na província de KwaZulu-Natal, por uma equipe da Universidade de Witwatersrand, em Johannesburgo.
Segundo os pesquisadores, são aproximadamente 50 mil anos mais antigos que outros exemplos conhecidos, e coincidem com outros comportamentos introduzidos pelo homem moderno em sua vida cotidiana, como o uso da pedra.
Os peritos destacam que modificar o espaço vital do habitat, incluindo o entorno do quarto de dormir, é um aspecto importante do comportamento e da cultura humana. Os achados somam uma informação "fascinante" sobre os primeiros humanos modernos no sul da África
Os cientistas confirmaram que o achado pode ter sido usado pelas pessoas para se proteger de mosquitos e outros insetos. Vários dos restos de plantas fossilizados encontardos foram identificados como pertencentes a plantas da família do louro, que costumam ser usados na medicina tradicional.
"A seleção dessas folhas para fabricação do colchão aponta que os primeriso habitantes de Sibudu tiveram um conhecimento das plantas que rodeavam seu refúgio e seu uso medicinal", dizem os autores.
Os investigadores acreditam que os moradores do refúgio coletavam sementes de plantas ao redor do rio Thongathi e usavam o leito de plantas não só para dormir, mas também para trabalhar sobre ele.
A sequência estudada, de três metros de espessura, compreende um perído entre 77 mil e 38 mil anos atrás, o que indica que os humanos estavam fabricando tais colchões constantemente.
Análises feitas com microscópio revelaram que cerca de 73 mil anos atrás eles começaram a queimar as camas periodicamente, "provavelmente como uma forma de eliminar pragas", aponta o estudo.
Para eles,isso é algo que poderiam fazer para preparar o lugar para novos ocupantes e representa um novo conceito no uso do fogo para manutenção e ocupação de um lugar.