“Deus não é seu fantoche”, lembra pastor da maior igreja dos EUA

Craig Groeschel pede que se abandone a ideia de um Deus “on demand”

 

 

“Deus não é seu fantoche”, lembra pastor da maior igreja dos EUA“Deus não é seu fantoche”, lembra pastor
O pastor Craig Groeschel, líder da Life.Church, começou uma nova série de sermões, onde tenta abordar as pessoas que dizem ter dificuldades em acreditar em Deus. Com o nome “Eu quero acreditar, mas…”, a primeira mensagem foi apresentada no domingo (8). Segundo ele, a principal lição que todo cristão precisa aprender é: “Deus é grande demais para ser meu fantoche”.
Sua megaigreja está completando 21 anos esta semana. Ela reúne cerca de 100 mil pessoas em seis templos, todos interligados pela transmissão ao vivo do culto a partir da sede, em Oklahoma City. A visão de Groeschel sempre foi utilizar a tecnologia para alcançar pessoas.

Criou, por exemplo, o aplicativo de Bíblia Youversion, que já foi baixado mais de 250 milhões de vezes e está disponível em mil línguas.

Embora não seja tão conhecido quanto outras megaigrejas americanas, a Life.Church – que também é o endereço de seu site na web – pode ser considerada a maior igreja dos EUA, uma vez que, em média, outras 100 mil pessoas acompanham o culto em suas casas pela internet em todos os demais estados norte-americanos. Por isso, suas mensagens vêm causando tanto impacto.

O foco atual do pastor Craig é mostrar como está equivocada essa ideia popular de que Deus deve dar-nos tudo que pedimos e no momento em que queremos.

Em seu sermão do domingo, ele insistiu que “Há muita gente pensando que estão rejeitando a Deus, mas elas não conhecem o Deus verdadeiro”. Para Groeschel, o que eles estão fazendo é causado por “uma visão distorcida de quem Deus realmente é”. Isso é, em parte, por causa da falta de conhecimento da Bíblia, mas também por que muitas igrejas estão divulgando uma mensagem distorcida.

Embora seja um entusiasta do uso da internet, no seu entendimento a sociedade em que vivemos está muito acostumada com serviços “on demand”. Seja na hora de assistir um filme ou buscar alimentação, tudo é simples e rápido. Bastam alguns cliques na TV ou no computador.

O pastor insiste que isso influencia nossa visão de Deus, pois esperamos que uma oração irá fazer com que consigamos tudo que pedimos. Quando as pessoas começam a ver a Deus como um serviço “on demand” e não têm a resposta esperada, isso gera incredulidade. Passamos a pensar que “talvez Deus não seja bom nem todo-poderoso”.

“Esse Deus não existe”, frisou, lembrando que “Nós é que existimos para servir a ele” e não o contrário. “Ele é o Criador e nós as criaturas. Ele é o oleiro e nós somos o barro. Ele é o Senhor e nós somos os Seus servos”, enfatizou.

Passou então a listar que o fato de Deus nos amar não significa que irá nos tratar como crianças mimadas. “Se você é pai ou mãe, sabe que nunca há um momento em que deixa de amar os filhos. Porém, há momentos em que não fazemos tudo o que eles querem. Deus também é assim”, sublinhou.

O segundo aspecto que precisa ser levando em conta, lembrando Isaías 55:8, é que “os caminhos de Deus são sempre mais elevados”. Ou seja, mesmo que algo que nos desagrada acontece, isso não muda quem Deus é. O maior exemplo dessa verdade é a cruz!

Na porção final, destacou que a presença do Senhor “É sempre o suficiente”. Em outras palavras, quando se está num relacionamento verdadeiro com Jesus, ele não irá nos abandonar nem precisamos nos preocupar com o que vai nos acontecer. Citando o Salmo 23: 4, lembrou que as promessas de Deus não são que nós não teríamos problemas ou dificuldades nesta vida, mas que o Senhor estaria conosco em todos os momentos, os bons e os ruins.

Craig Groeschel pediu a todos que estavam lhe assistindo ao vivo ou pela internet que façam uma profunda reflexão sobre o que realmente pensam sobre Deus e comparem essa ideia com o que a Bíblia revela sobre o Senhor. O sermão completo pode ser visto aqui (em inglês). Com informações de Christian Post  e Gospel Prime

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Masturbação é pecado?

Antes de mais nada quero deixar claro que este texto é direcionado a cristãos que verdadeiramente querem seguir a Cristo.

O assunto é bem polêmico, mas temos de abordá-lo com um coração pastoral. Sim, não ocupo o cargo de pastor e não sei se ocuparei um dia, mas como um cristão que sou não posso deixar de servir a igreja do meu Rei com uma palavra que possua este tipo de olhar, que não apenas dogmatiza nem fecha conceitos deterministas, mas que se compadece com o sofrimento de tantos filhos de Deus que possuem um ardente desejo de viver para Ele, mas estão tropeçando neste mal que, ao contrário do que muitos pensam, é gravíssimo aos olhos do Senhor e implica na vida ou na morte do que vive debaixo de tal jugo.

Precisamos fazer algumas pontuações. Primeiro, a igreja atual está lenta em tratar de questões que envolvem o pecado. O ensino em geral é raso, superficial e pouco claro.

Muitos estão enganados por falta de conhecimento, por falta de um mero aprofundamento bíblico para lidar com algumas questões e isso acaba afetando o corpo como um todo, pois muitos não conseguem se livrar das obras da carne e não estão incomodados com isso, especialmente pelas razões apresentadas acima.

E segundo, estamos aqui falando de “conversão”. Se há um domínio do pecado e não há luta, então aí, neste sujeito, não há conversão.

Não quero que você seja enganado.

Ir ao altar após um apelo não te torna num salvo. Cumprir sacramentos, por si só, não te torna num salvo. É necessário uma verdadeira conversão, que te faz odiar o pecado que outrora amava.

Você precisa entender que nenhuma escravidão coopera para o Reino de Deus em nós e que não serão as suas vitórias contra o pecado que te tornarão num crente legítimo, mas a consciência de que tal pecado, tal ídolo, tal escravidão deve ser combatida.

Como diz o meu pastor (Neil Barreto), “ter fraqueza não é pecado; pecado é se entregar a fraqueza sem luta”. É importante frisar que nós somos escravos de Cristo, não do pecado. Ainda que venhamos a cair, fraquejar e errar, o pecado tem sido enfrentado por nós quando estamos verdadeiramente em Cristo. Se você está de fato n’Ele, é assim que a sua vida tem de ser conduzida. Vejamos então o que a Escritura nos diz:

“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.” (Mateus 5:27-29)

Veja isto: Fornicários e adúlteros não herdarão o reino dos céus. Quem está sob o poder destes pecados, está perdido. Esta é uma constatação bíblica, não uma emissão de opinião pessoal. Não podemos relativizar aquilo que a Escritura torna claro, evidente e absoluto sobre a nossa espiritualidade.

Só há uma porta estreita para adentrarmos e só há um Senhor sobre nós. Quando Jesus fala do adultério, no contexto, afirma a seriedade do assunto, onde o discípulo tem de estar pronto para arrancar o seu olho, caso este o escandalize. Me parece que este nível de enfrentamento do pecado se perdeu nesta era pós-moderna.

E na mesma medida, avançam ideais antibíblicos que possuem no seu escopo um sofisma “inclusivo”. Entenda: eu vou aceitar qualquer homossexual no meu convívio, seja na igreja ou no trabalho ou na família, ele é responsável por suas decisões, mas jamais deixarei de considerar que a prática homossexual é pecaminosa e que tal pessoa que vive assim está na escravidão do pecado – ou seja, está perdida e precisa ser achada por meio da evangelização e do poder do Espírito Santo. Amar o próximo e condenar o pecado são dois conceitos e motivações excludentes na práxis cristã.

Jesus, no texto supracitado, não fala da consumação física do adultério, mas da sua prática ainda na mente. Eu quero que você perceba isso: é necessário uma genuína regeneração, um arrependimento profundo e uma conversão plena em cada cristão. E não se trata de ser salvo por obras, mas onde há a fé, deve haver uma mudança de vida. A presença de Deus no crente mortifica as obras da carne e o torna mais parecido com Jesus a cada dia em que com Ele se caminha. Vamos agora tratar do ato em si…

A grande problemática é a seguinte: ninguém chega a um orgasmo no próprio toque sem imagens na mente. A masturbação é uma prática sexual solitária, isolada, secreta, viciante e vergonhosa. Nenhum homem ou nenhuma mulher, já estando no casamento, tem a coragem de admitir ao companheiro que é viciado em masturbação. E fora do casamento, ninguém lida com isso de uma maneira pura, abdicando dos pensamentos e desejos imorais e iníquos. Esta que é a verdade.

Dizer que se masturba e que não pensa em ninguém é mentira e você deve concordar com isso.

E pergunto: Como lidar com o objeto do seu desejo e pensamento? Será que você conseguirá a partir daí nutrir uma relação de respeito com o outro? Você usa a pessoa para uma satisfação própria e depois poderá tratá-la como alguém que deve ser amada por você? Só mais uma questão: é possível amar uma pessoa e usá-la ao mesmo tempo? Creio que, ou uma coisa, ou outra.

Tem pessoas que pensam que tal prática é um meio para fugir de tentações sexuais, de práticas mais degradantes como o ato sexual adúltero ou fornicário envolvendo outra pessoa. Mas o que a Escritura nos diz? 1Coríntios 6:18a: “Fuja da fornicação, ou da imoralidade sexual…”.

Seja sincero: masturbação é uma fuga DA imoralidade ou uma fuga PARA A imoralidade? Se trata de uma luta ou um convite? A Escritura também nos diz: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará.” (Hebreus 13:4)

Veja isso! Jesus nos disse no evangelho que o fornicador e o adúltero serão lançados no inferno; agora, neste texto o escritor de Hebreus diz que Deus julgará os imorais sexualmente e os adúlteros. Isso não é uma questão de vida ou morte?

E o contexto de 1Coríntios 6:18 é este: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma. Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a fornicação, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo. Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e os farei membros de uma meretriz? Não, por certo. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. Fugi da fornicação. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que fornica peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” (1Coríntios 6:12-20)

 Paulo, o mesmo que nos disse para imitarmos a ele porque ele mesmo imitava a Cristo, disse que não devemos ser dominados por NADA. E quando continua a argumentação contra qualquer outra escravidão que não seja a Cristo, trata do assunto “fornicação”. Para mim, não é de se espantar e nós como igreja precisamos falar sobre isso. E assim como a gula ou qualquer outra compulsividade, lidar com a masturbação – como quem quer exercer o domínio sobre e não permanecer escravizado a –, é uma questão de colocar o próprio corpo à servidão de Cristo, submetendo todo o ser a Ele, para que não haja uma reprovação futura.

Pessoas estão se esforçando para serem usadas por Deus, mas isso até uma Mula já conseguiu, segundo as Escrituras. A questão não está na sua instrumentalidade, mas na sua piedade incorruptível e perseverante.

A última pontuação que faço é: o que você fará com estas palavras? Refletirá até que entre no seu coração e te mova em arrependimento para buscar a libertação e a paz em Jesus e no Seu Corpo, ou usará de desculpas para permanecer no erro, no engano?

Deus te abençoe.

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O perigo das células

É preciso entender que as células são um método.

por Victor Santos

 

O perigo das célulasO perigo das células

Vamos lá, adiantando o assunto, não estarei me referindo a todas as Igrejas em células, a reflexão não é para uma Igreja específica e nem todas as Igrejas que vivem desse método, mas uma crítica de forma geral e sucinta sobre o sistema de células. Tem muita gente boa por aí, gente simples, pregando o evangelho de verdade.

Feita essa consideração, continuemos…

Primeiramente, é preciso entender que células é um método. Isso é fundamental compreender. A Igreja em células é um método de crescimento de Igreja, não é a Igreja, mas um método, uma forma de se relacionar visando a expansão da Igreja.

Qualquer tipo de método é limitado e está ligado ao tempo, alguns métodos ficam escassos, outros surgem e, assim é a vida. Método é uma forma, uma possibilidade. Entende isso? O método nunca é um fim em si mesmo, os métodos se desgastam.

O teólogo coreano David Yonggi propagou muito o método da Igreja em células pelo mundo a fora, essa forma de Igreja deu certo em seu país e ele escreveu muito a esse respeito divulgando o “método de expansão da Igreja em células”. Na América Latina, César Castellanos criou o movimento G12, uma adaptação da mesma visão de Yonggi. Nos dias de hoje, existem muitas Igrejas em células, que atuam de formas diferentes, mas todas com o mesmo objetivo: utilizar do método de células para o crescimento da Igreja.

Atualmente, as Igrejas em células de forma geral, tem uma influência do teólogo coreano ou do movimento G12. Os livros dos que apresentam o “método das células” sempre estão sobre um objetivo central e único: crescimento!

Tudo bem até aqui? Continuemos…

As células funcionam como uma piramide (lembrando que o sistema de pirâmide empresarial é proibido, mas existe isso nas igrejas… misericórdia).

Cada Igreja tem várias células, o pastor local é o líder de todas as células da sua Igreja. O pastor local cria líderes para serem responsáveis por pequenos grupos de pessoas que se reunirão semanalmente. Cada célula tem um líder. E qual é o jogo? Cada célula deve crescer, o objetivo é cada líder de célula fazer com que seu grupo cresça, então é preciso  levar mais pessoas para as reuniões domésticas, “conversões” de novas pessoas e isso vai fazendo com que a célula cresça. Quando uma célula cresce muito, ela é desmembrada. Agora uns que eram “discípulos” (membros das células e foram bons servos) viram líderes de outra célula, pequena, e começam do zero, mas correm para encher sua célula, converter pessoas e assim vai…

Temos então um sistema de piramide, onde um líder de célula vai ganhando posições com o crescimento de suas reuniões, vai se tornando líder de mais pessoas e outros viram líderes e assim sucessivelmente, tudo com uma visão de crescimento. Todos precisam estar envolvidos nas células para garantir sucesso. O pastor local deixa todos trabalharem, pois quanto mais gente, mais “força a sua Igreja tem”. Esse é o método das células sem espiritualizar nada.

Repito, o método de célula está visando um objetivo: crescimento.

E qual o problema disso? A Igreja tem que crescer não é?

Volto a dizer, o método não pode virar um fim em si mesmo, nem tudo que dá certo está certo. E as vezes, nem tudo o que tá certo, dá certo. O crescimento exterior não significa crescimento dado por Deus, porque se fosse dado por Deus não dependeriam tanto do método! Esse povo estuda tanto o método, tem tanto curso de líderes, querem tanto te fazer participar da piramide e viver para isso que o “método das células” vai se tornando um fim (e o fim do senso de verdade também).

O lado negro das células é que os criadores desses métodos fazem as pessoas dependentes disso e deles (criadores). Você sempre é servo do seu líder, sempre tem um líder e quando é um bom liderado (obediente e segue as regras), vira líder de alguns também.

Células é apenas um método, que as vezes da resultado de quantidade, mas na verdade, tem enriquecido os palestrantes desse método, tem criado gurus espirituais, um espiritualismo desenfreado, uma dependência de seu líder espiritual, uma submissão a um método e forma.

Queridos, o evangelho não tem método, ele é simplesmente e grandiosamente o Evangelho. O surpreendente do Evangelho é que ele entra em qualquer cultura, de diversas formas, para cada pessoa diferente. Os métodos são necessários quando falta conteúdo (Palavra) e quando existe cobiça pelo poder (crescimento).

O método de células te faz ser dependente do Network, atingir metas, parece uma empresa de marketing. Se aproveitam de um mundo capitalista e fazem das pessoas consumistas também no mundo gospel.

O evangelho não cabe no seu método, na sua caixa. Nosso desejo não é o crescimento quantitativo desenfreado. A gente tem que falar a verdade, temos que ter a Palavra e graça de Deus, quando o crescimento vem do céu, não é o método que nos conduz, mas o amor produzido pelo Espírito que nos une. Isso é a Igreja de Atos, que não nos apresenta um método, mas conversões genuínas e amor entre os irmãos por Cristo Jesus.

Misericórdia aos que usam desse método das células para se enriquecer, se promover, serem vistos. Estão conseguindo sucesso fazendo pessoas de escravos e usando o nome de Deus… Infelizmente, o sistema de piramides funciona e muitos gurus espirituais tem prendido pessoas.

Que desejemos a verdade, a sinceridade, e a simplicidade do Evangelho. Menos métodos e metas e mais vida, no dia a dia, como cristãos de verdade.

Ah, uma observação: os liderados, recém convertidos, bem intencionados, não percebem que estão numa brincadeira de pirâmide, eles entram no jogo e pensam que isso é a Igreja de Cristo. São simples, e destes é o reino dos céus. Perigoso é para os que se aproveitam dos outros para o crescimento próprio, usando as pessoas e o nome de Deus.