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Pastor evangélico oferece casamento coletivo no dia dos namorados

 

PorAmanda Gigliotti | Repórter do The Christian Post

Um pastor evangélico e um juiz em Campina Grande, Paraíba, oferecem um casamento coletivo nesta terça-feira, dia em que se comemora o dia dos namorados.

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Esta é um oportunidade para aqueles que não possuem condições de preparar uma cerimônia. Os noivos não precisam se preocupar com nada, tudo é promovido pela prefeitura. Ela oferece a decoração, o bolo, o salão de beleza, o vestido e o terno.

Serão cem casais na cerimônia do “Casamento Coletivo” na Pirâmide do Parque do Povo, que terá também decoração especial promovida pela prefeitura. O evento garante som de violinos, damas de honras e pagens. Haverá também atrações musicais que tocarão músicas românticas.

Não é relatado se os noivos precisam ser batizados na igreja católica ou evangélica. Para muitos o evento é mais que uma economia, é um sonho.

“A gente tinha muita vontade de se casar oficialmente, mas nossas condições financeiras nunca deixaram e sempre foi um sonho de criança casar no Parque do Povo”, disse a Suênia Barbosa de Alencar, 30 anos.

Segundo a programação, os casais sairão do Centro Cultural Lourdes Ramalho às 19h30 e irão em direção à Pirâmide do Parque do Povo. Um trio de forró acompanhará os cem casais no Parque do Povo até chegarem à Pirâmide, onde haverá o anúncio pelos clarins da Filarmônica Epitácio Pessoa.

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Todos os anos os preparativos começam seis meses antes do dia da cerimônia. Neste ano, o investimentou ficou em torno de R$30 mil. O casal ganhará depois da cerimônia uma réplica no formato do bolo oferecido no casamento coletivo.

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Ideia de que opostos se atraem é mito, diz terapeuta sexual

05/06/2011 07h00 – Atualizado em 05/06/2011 07h00

 

Especialistas dão dicas para manter relacionamentos.
Para professora, relacionamento ‘não tem nada de místico’.

Fernanda CalgaroEspecial para o G1, em Londres

 

Museu de História Natural, em Londres, abriga exposição sobre o sexo na natureza até o dia 2 de outubro (Foto: Fernanda Calgaro/G1)

Museu de História Natural, em Londres, abriga
exposição sobre o sexo na natureza
(Foto: Fernanda Calgaro/G1)

"Os opostos se atraem" é um ditado antigo o suficiente para parecer eterno. De acordo com especialistas, a frase famosa pode não passar de um lugar comum, ainda mais se comparada aos efeitos da similaridade e da proximidade sobre os relacionamentos.

"Tendemos a escolher quem está por perto, parecido com a gente. Achamos que é coisa do destino, que somos o ‘Sr. e a Sra. Perfeitos um para o outro’, quando, na verdade, estamos mais para o ‘Sr. Conveniente’ e a ‘Sra. Ali na esquina’. Não tem nada de místico", afirma Meg Barker, terapeuta sexual e professora de psicologia da Open University, na Inglaterra.

Do ponto de vista antropológico, a ideia é semelhante. "Não existe instinto nem predestinação genética ou biológica quando escolhemos um parceiro. O que existe é uma adaptação necessária de acordo com o ambiente e a situação econômica", explica Volker Sommer, antropólogo especializado em reprodução sexual e professor da University College of London (UCL). Diante de um público de cerca de 150 pessoas, os dois especialistas participaram de um debate no Museu de História Natural, em Londres, na sexta (27), sobre por que certos relacionamentos duram e outros não.

Mesmo com os altos índices de infidelidade, separação e divórcio, além de muita gente vivendo sozinha, adoramos um romance, a ideia de um relacionamento, de uma história de amor, segundo Meg. "Há quem diga que os relacionamentos amorosos são a nova religião, que nos dão um sentido de identificação, de pertencimento. Mas é um paradoxo: queremos pertencer, mas queremos manter a nossa liberdade num relacionamento. É aí que entra o conflito."

Exposição sobre o sexo na natureza fica em cartaz até o dia 2 de outubro no Museu de História Natural de Londres (Foto: Fernanda Calgaro/G1)Exposição sobre o sexo na natureza fica em cartaz até o dia 2 de outubro (Foto: Fernanda Calgaro/G1)

Não à toa damos tanta importância a ‘dicas’ alheias, segundo a terapeuta. É só olhar as revistas, com regras para conquistar alguém, regras para manter um relacionamento, regras para o sexo perfeito. "Somos encorajados a mostrar uma imagem perfeita e colocamos uma expectativa muito grande em cima do outro também. A frustração vem quando nos damos conta de que estamos lidando com uma pessoa real, com virtudes e vícios." Ou quando há uma quebra do acordado entre as partes, ou seja, alguém pula a cerca.

A falta de comunicação e diálogo entre o casal é a principal causa do fim de um relacionamento, aponta Meg. "Quando começamos a quantificar: ‘eu fiz isso tantas vezes e você não’, é o indício de que não está funcionando, porque não estamos mais pensando no parceiro como uma pessoa livre que tem os seus desejos e sonhos." Sommer concorda: "São dois indivíduos com interesses que nem sempre batem. Nós fazemos compromissos e o segredo é tentar ser feliz dentro desse compromisso."

Evolução
A nossa sociedade, por uma questão cultural, determina que os nossos relacionamentos sejam monogâmicos, isto é, envolvam apenas duas pessoas. Leis, inclusive, proíbem a poligamia, quando há mais parceiros no meio da história. "Só que, apesar de defender a monogamia, a sociedade só mantém a aparência, pois ela é secretamente não monogâmica. Basta ver a quantidade de casos extraconjugais e de infidelidade", argumenta Meg.

Só há fêmeas na população da lagartixa Cnemidophorus inornatus, que não precisa de macho para se reproduzir (Foto: Natural History Museum)Só há fêmeas na população da lagartixa
Cnemidophorus inornatus, que não precisa de
macho para se reproduzir (Foto: Natural History
Museum)

No início da evolução dos primatas, explica, havia mais liberdade sexual. Sem estratificação, tanto as fêmeas quanto os machos se relacionavam com quem quisessem. Quando desenvolvemos o cérebro maior do que o dos nossos ancestrais, houve uma mudança de comportamento. "O cérebro representa apenas 3% do peso do nosso corpo, mas consome 20% da energia que produzimos. Isso significa que precisamos de comida de boa qualidade. As fêmeas já não davam conta de conseguir comida para manter o seu metabolismo e o do bebê e, então, passaram a depender do macho."

Só que, apesar de defender a monogamia, a sociedade só mantém a aparência, pois ela é secretamente não monogâmica. Basta ver a quantidade de casos extraconjugais e de infidelidade."

Meg Barker, terapeuta sexual e professora de psicologia

Para que a coisa fluísse bem, as fêmeas precisavam cooperar. "Numa sociedade de macacos, as fêmeas sincronizam o seu ciclo menstrual. Todo mundo menstrua, fica fértil e infértil simultaneamente. A competição entre os machos acaba, porque eles não correm nenhum risco de perder parceiras e, assim, podem sair juntos para buscar alimento", diz Sommer. "A comida servia de moeda de troca para obter sexo. As mulheres podiam usar a sua fertilidade para trocar sexo por carne para si e o seu bebê. E os homens estariam mais propensos a isso se tivessem a paternidade garantida."

Uma grande mudança aconteceu quando surgiu a agricultura, entre 13 mil e 15 mil anos atrás. "Os machos passaram a controlar a sexualidade e a fertilidade das fêmeas. Virou uma sociedade patriarcal. Para atrair as fêmeas, os machos mantinham uma área confortável, com alimentos. Então, era basicamente o cara rico dizendo: ‘fique comigo porque tenho muitos recursos’. Ou era assim ou era na base da força. Aquele que não tivesse muitos recursos lutava com os adversários para conseguir a fêmea."

Faisão usa as penas para atrair a fêmea (Foto: Natural History Museum)Faisão usa as penas para atrair a fêmea
(Foto: Natural History Museum)

Tamanho físico
Em sociedades de macacos, o tamanho físico ajuda a definir o tipo de relacionamento. Sommer explica que uma fêmea e um macho com o mesmo tamanho têm grande predileção pela monogamia. Exemplo são os gibões, os únicos macacos monogâmicos: escolhem um(a) parceiro(a) e ficam com ele(a) até o fim. Se um macho for muito maior do que a fêmea, como os gorilas, a tendência é de poliginia (quando um macho se relaciona com mais de uma fêmea). "Se olharmos para os humanos, os machos são 20% mais altos e mais pesados que fêmea, ou seja, sem grande diferença. Você até pode querer ter mais mulheres e querer sair lutando contra os concorrentes para conseguir mais algumas. Mas não dá, você não é um gorila", brinca.

Assim como em outras espécies, a aparência física também importa para os humanos. "Quando escolhemos um parceiro, acreditamos que estamos fazendo as nossas próprias escolhas com base nos sentimentos. No entanto, estamos só preenchendo um questionário", afirma o antropólogo Sommer.

Em cartaz até o dia 2 de outubro no Museu de História Natural, a exposição "Sexual Nature"(na tradução livre, "natureza sexual") traz curiosidades sobre como os animais atraem e se relacionam com seus parceiros. O faisão e o pavão, por exemplo, abrem todo o seu penacho para cortejar as suas fêmeas. Há ainda uma espécie de lagartixa que não depende do macho para se reproduzir e leoas que podem ficar insaciáveis durante o período fértil – uma vez, uma leoa foi vista tendo 157 relações sexuais em 3 dias.