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A Torre de Babel de Rick Warren

 

Exclusivo: Joel Richardson não vê nada da Grande Comissão nas mais recentes iniciativas do pastor

Joel Richardson

Um artigo no jornal Orange County Register relata que Rick Warren, o homem apelidado de “Pastor dos EUA”, lançou uma nova iniciativa chamada “Caminho do Rei”, cujo propósito é promover a paz e a unidade entre muçulmanos e cristãos.

Como parte de seus esforços para promover metas mútuas, a equipe pastoral de Warren e líderes muçulmanos locais fizeram conjuntamente um documento demarcando os pontos de concordância entre muçulmanos e cristãos. O documento afirma que os cristãos e os muçulmanos creem “no mesmo Deus” e compartilham dois mandamentos principais: “amor a Deus” e “amor ao próximo”.

O documento também compromete ambas as religiões a três objetivos: Fazer amigos uns com os outros, construir a paz e trabalhar em projetos de serviços sociais mútuos. O documento cita versos da Bíblia e do Corão lado a lado como o fundamento oficial para apoiar suas metas.

De acordo com Abrahan Meulenberg, um pastor de Saddleback, e Jihad Turk, diretor de assuntos religiosos numa mesquita em Los Angeles, o Caminho do Rei representa abrir “um caminho para terminar com os 1.400 anos de desentendimento entre muçulmanos e cristãos”.

Mas além disso, de acordo com Turk, ambos os grupos também concordaram em não evangelizar um ao outro.

O que fica logo evidente é que embora fazer amizade com muçulmanos seja com certeza uma meta admirável, considerando que eu também me esforço para alcançar essa meta, Warren priorizou as três metas de fazer amizade, construir a paz e trabalhar em conjunto em projetos de serviço social mútuos e acima do mandamento de Jesus de batizar e fazer discípulos do mundo inteiro.

Warren fez essas declarações no sentido de que o artigo do Orange County Register continha erros. Os editores discordaram, argumentando que todos os seus fatos são inteiramente precisos.

Certo crítico comentou de forma acurada que em vez de obedecer à Grande Comissão e criar discípulos do Jesus da Bíblia, Warren está “construindo uma Torre de Babel que não leva a lugar algum”.

Eu concordaria em que quando grupos cristãos se juntam com outros grupos que têm metas e doutrinas tão fundamentalmente divergentes, o perigo é sempre fazer concessões. Em todo o Antigo Testamento, o mandamento de Deus aos israelitas era nunca entrar em acordos, alianças ou casamentos com os povos vizinhos, para que os israelitas não viessem a se achar se desviando para outros deuses. Em tal cultura pós-moderna, esses conceitos podem soar estupendamente intolerantes, mas a sabedoria da proibição do Senhor contra tratados e parcerias se vê no acordo de Warren de não evangelizar seus “amigos” e cooperadores muçulmanos para promover causas sociais mútuas.

Esse mandamento não é menos urgente hoje. O conceito de santidade biblicamente tem sempre girado em torno da ideia de separação. O Senhor leva muito a sério alianças, acordos e parcerias e nos manda não entrar em parcerias com aqueles que possuem tais opiniões antagônicas com relação às doutrinas bíblicas mais fundamentais da Trindade, a Encarnação e a Filiação Divina de Jesus. Além disso, embora a ênfase máxima da esperança bíblica seja messiânica, aguardando a volta de Jesus, os muçulmanos aguardam a volta de outro Jesus, que literalmente abolirá o Cristianismo. Se Warren estivesse buscando amizade com o propósito de evangelizar, eu abertamente me colocaria ao lado dele nessa meta. Mas acho que está evidente que Warren está querendo avançar uma agenda muito mais sintonia com o espírito desta era do que com as metas da Igreja Cristã Primitiva.

É claro que Warren já enfrentou críticas no passado de alguns evangélicos que argumentam que ele está promovendo o “Crislã”, um termo vago usado para se referir à fusão profana do Islã com o Cristianismo. Em seu site Pastors.com, Warren negou categoricamente as afirmações, declarando que o “rumor é 100 por cento falso… Minha vida e ministério são construídos na verdade de que Jesus é o único caminho, e nossa Bíblia inerrante é nossa única autoridade verdadeira”.

O vizinho muçulmano de Warren comentou que ele era vizinho de Warren há anos antes de descobrir que ele era cristão. Embora fosse evidente que Warren enfatize amizade e boa vizinhança, à luz de tais comentários, precisamos considerar quanto valor o Pr. Warren realmente coloca no evangelismo cristão.

Gwynne Guibord, sacerdotisa anglicana e cofundadora de uma organização em Los Angeles que promove relacionamentos entre cristãos e muçulmanos, diz: “Eu acho que muitos evangélicos sentem o mandamento bíblico de converterem pessoas ao Cristianismo”.

Outros evangélicos famosos concordaram com a atitude de Guibord de rejeitar esforços para converter outros ao Cristianismo. Carl Medearis, um palestrante americano sobre o assunto do islamismo e Cristianismo, em comentários postados no site Missiologia Bíblica, declarou: “Incentivar as pessoas a se unir à religião cristã é realmente heresia. Jesus teria sido contra isso se houvesse uma religião chamada Cristianismo (que é evidente que não havia)”.

Mas Medearis e outros críticos do conceito de “Cristianismo” não conseguem considerar 1 Pedro 4:16-17 onde o apóstolo fez a seguinte declaração muito clara: “Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte. Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?”

Além disso, o mandamento de Jesus de batizar e fazer discípulos no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma chamada inequívoca de fazer convertidos que fazem confissão pública e se identificam com uma comunidade visível e um credo específico.

Em resposta ao que muitos pastores, teólogos e missiólogos sentem que é um deslize generalizado para com transigências e sincretismo descarado, várias obras acadêmicas e ligadas aos meios de comunicação foram recentemente produzidas.

Tratando do deslize para com a transigência e heresia dentro do movimento de missões, os missiólogos Joshua Lingel, Jeff Morton e Bill Nikides recentemente coeditaram um livro “Chrislam: How Missionaries are Promoting an Islamized Gospel” (Crislã: Como os Missionários Estão Promovendo um Evangelho Islamizado). Nikides também produziu um filme documentário intitulado “Half Devil — Half Child” (Meio-Diabo — Meio-Filho), que trata da tendência dentro do movimento de missões evangélicas de promover o que é muitas vezes mencionado como “C5”, o “Insider Movement” ou “Crislã”. Esse método de aproximação aos muçulmanos incentiva os cristãos a adotar identidades e a cultura religiosa muçulmana com o objetivo do que se poderia ver como “evangelismo sorrateiro”. De acordo com o site do filme:

“‘Meio-Diabo — Meio-Filho’ traz o impacto dessa abordagem para a tela e para nossas vidas, ilustrando os modos com que projetamos soluções que acreditamos construirão o Reino de deus. Soluções que, apesar de nossas melhores intenções, levam a consequências inesperadas… ‘Meio-Diabo — Meio-Filho’ coloca todos nós — ocidentais e cristãos asiáticos — face a face. É hora de parar de impor nossa agenda, prestar atenção ao que nossos companheiros asiáticos acreditam que verdadeiramente precisam, e genuinamente colaborar nessa missão do evangelho”.

Embora alguns possam argumentar que os esforços de Rick Warren estão em sintonia com o que entendemos como missão da Igreja, vê-se o terreno escorregadio na expressão e práticas de sincretismo do Insider Movement, que pode de fato ser chamado de “Crislã”. Ainda que Warren e muitos outros missionários cristãos(?) bem-intencionados que apoiam e praticam o C5 ou a metodologia do Insider Movement creiam que estão servindo a Jesus, seus métodos sempre levam à desonestidade, turvando as linhas da verdade, transigência e no final heresia descarada.

Joel Richardson é o autor do livro “Islamic Antichrist” (Anticristo do Islã), publicado por WND, e “Why we Left Islam” (Por que Deixei o Islã) e é coautor com Walid Shoebat de “God’s War on Terror” (A Guerra de Deus contra o Terrorismo). Seus blog é:www.Joelstrumpet.com

Traduzido por Julio Severo do artigo de WND: Rick Warren’s Tower of Babel

Fonte: www.juliosevero.com