Anistia Internacional exige descriminalização do aborto em toda a América Latina

Matthew Cullinan Hoffman, correspondente na América Latina

1 de outubro de 2010 (Notícias Pró-Família) — A Anistia Internacional divulgou um comunicado à imprensa exigindo a legalização do aborto em toda a América Latina.

“Deve-se revogar todas as leis que sancionam ou permitem a prisão de mulheres e meninas que buscam ou obtêm um aborto propositado sob quaisquer circunstâncias”, disse a Anistia Internacional (AI) por meio da sua filial em Assunção, no Paraguai.

Afirmando que é “vergonhoso” que os latino-americanos continuem a proibir a matança de bebês em gestação, a AI acrescentou que “a penalização do aborto nega às mulheres e meninas grávidas a atenção médica de que elas precisam. Isso mostra uma indiferença cruel para com o bem-estar físico e psicológico delas, e a ausência de dignidade humana que a penalização do aborto as condena a sofrer”.

Magaly Llaguno, líder da divisão hispânica de Human Life International, disse para LifeSiteNews que ela achou “inconcebível que uma organização que afirma ser defensora dos direitos humanos esteja tentando exigir que nossos países hispânicos legalizem a matança de seus futuros cidadãos”.

“A Anistia Internacional declarou que seu objetivo é ‘respeitar e proteger os direitos humanos das mulheres e meninas’. Como é que essa organização pode fazer vista grossa ao direito à vida dos bebês em gestação, o principal direito humano sem o qual nenhum outro direito pode existir?”

Embora a AI tenha sido fundada para defender presos por crimes políticos, eventualmente expandiu suas atividades e começou a promover uma agenda política esquerdista a nível mundial. Em 2007, a AI acrescentou a legalização do aborto à lista de “direitos humanos” que exige de países estrangeiros.

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

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Arcebispo de Brasília critica petista

Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA – O Estado de S.Paulo

D. João Braz condena candidatos e partidos que, após caírem nas pesquisas, afirmam ‘o contrário do que há pouco afirmavam’

13 de outubro de 2010 | 0h 00

O casal Joaquim e Weslian Roriz (PSC) e a candidata Dilma Rousseff (PT) foram ontem os alvos principais do arcebispo de Brasília, d. João Braz de Aviz, durante missa para Nossa Senhora Aparecida.

O arcebispo elogiou a Lei da Ficha Limpa, considerando-a "vitoriosa" por impedir que políticos de ficha suja concorram ou continuem com suas campanhas. D. João Braz ainda criticou candidatos e partidos que, após caírem nas pesquisas, afirmam "o contrário do que há pouco afirmavam" em torno de questões religiosas e "valores decorrentes", como o aborto.

Ao se referir à incoerência política, ele afirmou: "Agora, com o perigo de ver seus índices de pesquisa caírem, de repente o assunto religião e seus valores decorrentes, como a defesa da vida, moveu candidatos e partidos a afirmarem o contrário do que há pouco afirmavam", disse o arcebispo durante homilia para cerca de 90 mil pessoas, realizada na Esplanada dos Ministérios.

O arcebispo de Brasília disse esperar que os políticos vencedores das eleições se lembrem de que "mais de 90% dos brasileiros são identificados com os valores da fé cristã". "É muito bom que os eleitos não esqueçam outro dado que emergiu no debate político: 71% dos brasileiros são contra o aborto", prosseguiu, sob aplausos do público.

A pregação do arcebispo dirigiu-se indiretamente à candidata petista Dilma Rousseff, que não compareceu à missa. A presidenciável disse, em 2007, que era a favor da descriminalização do aborto, mas adotou um discurso menos controverso depois que começou a enfrentar a contestação de lideres religiosos e manifestação de eleitores.

Constrangimento. Entre os políticos presentes na missa, estavam Joaquim e Weslian Roriz. Os dois ouviram as considerações de d. João Braz sobre a Lei da Ficha Limpa, apoiada pela Igreja Católica.

"A Ficha Limpa é uma lei vitoriosa, ajudou a impedir que políticos corruptos nos governem. Alguns foram barrados em suas candidaturas, outros foram impedidos de continuar suas campanhas", afirmou o arcebispo, para o constrangimento do casal Roriz, que aplaudiu discretamente. Na mesma fileira estava Agnelo Queiroz (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para o governo do Distrito Federal.

Weslian foi catapultada à disputa ao Palácio do Buriti, após o marido ter a candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa. O marido renunciou ao mandato de senador em 2007 para escapar de um processo de cassação.

"Já podemos dizer que o povo começou a realizar a tão esperada reforma política, que poderá tomar uma força bem maior", afirmou o arcebispo.

Questionada por repórteres sobre o que tinha achado do discurso, Weslian respondeu: "Vou fazer minha reflexão em casa, achei ótimo". O marido, por sua vez, afirmou que a fala do arcebispo foi dirigida para "aqueles que achavam que iam ganhar no primeiro turno". "Sou ficha limpíssima", garantiu Joaquim Roriz.

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Ídolos do PT são tão cínicos e corruptos quanto coronéis do NE, diz repórter alemão

12/10/2010 – 20h11

Jornalista alemão Alexander Busch está no Brasil há quase 2 décadas

Jornalista alemão Alexander Busch está no Brasil há quase 2 décadas

"Um desastre no Partido dos Trabalhadores: seus líderes não são muito diferentes dos outros "caciques

Hoje em dia, a classe média costuma zombar do português "errado" do presidente, costuma rir de suas metáforas desajeitadas e sem graça, de suas "gafes" desastradas em discursos oficiais ("Quem chega a Windhoek não parece que está num país africano, tudo aqui é tão limpo e ordeiro"). Outros reclamam do famoso escândalo do "Mensalão", o esquema de pagamento de propinas patrocinado pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Deputados oposicionistas recebiam uma "mesada" para votarem a favor do governo em decisões importantes. Era um verdadeiro salário "por baixo do pano". A maioria dos "companheiros" de Lula na liderança política (inclusiva o poderoso José Dirceu, ex-militante esquerdista, ex-deputado e ex-chefe da Casa Civil) foram envolvidos no escândalo e tiveram que renunciar.

Para Lula e "seus companheiros", o prejuízo político desse esquema de corrupção foi enorme. Afinal, o PT e seus líderes não representavam só os sindicatos e classe trabalhadora. A classe média e os funcionários públicos também votaram no PT, pois encarnavam um Brasil novo e democrático que já não tinha nada a ver com os antigos clãs políticos. Por isso, todos ficaram muito decepcionados ao perceber que os "ídolos da esquerda" brasileira eram tão cínicos, tão corruptos e tão sedentos de poder quanto os velhos "coronéis" do Nordeste ou os "dinossauros" da política, como o paulista Paulo Maluf.

José Dirceu, o homem que organizou a vitória de Lula em 2002, é uma figura emblemática. Tinha uma reputação lendária entre os intelectuais brasileiros. Segundo ele conta aos amigos íntimos sobre seu aprendizado político, seu lema na juventude era "matar ou morrer". À primeira vista, isso pode parecer um exagero. Hoje, Dirceu é um senhor de 64 anos, meio calvo, que usa óculos dourados e ternos elegantes. Mas, em 1968, o líder estudantil foi preso pelos militares. Saiu da prisão junto com outros esquerdistas, em troca da liberdade do embaixador norte-americano sequestrado. No exílio em Cuba, recebeu treinamento de guerrilha para a futura revolução brasileira. Depois de uma operação plástica no rosto feita por cirurgiões chineses, voltou secretamente ao Brasil com outros 28 "companheiros". Só oito deles sobreviveram ao primeiro ano da "Operação Primavera". Dirceu usava a identidade falsa de Carlos Henrique de Mello, comerciante de tecidos no interior do país. Casou-se e teve um filho. No dia da anistia política, em agosto de 1979, sua família soube tudo sobre sua identidade verdadeira. Dirceu voltou para Cuba e desfez a operação plástica. De novo no Brasil, começou sua segunda carreira política no Partido dos Trabalhadores, o PT.

Como presidente do PT, usou mão de ferro para unir um partido fragmentado em diversas facções em torno de uma ala de centro, chamada "Corrente Majoritária". O ex-guerrilheiro não se acanhou de costurar alianças com a casta política reacionária -pois, sem esse tipo de pacto, nada acontece no maior país da América Latina. E ainda conquistou um aliado importante para acalmar os receios da economia brasileira diante do esquerdista Lula: o vice-presidente José Alencar, justamente um empresário do ramo têxtil cuja empresa fica numa das regiões mais pobres e de salário mais baixo do país. Os estratagemas deram certo: Lula foi eleito em 2002 e Dirceu tornou-se chefe da Casa Civil.

O desastre aconteceu três anos depois: em 2005, Dirceu foi cassado em seu mandato como deputado federal. Antes disso, já tinha renunciado a todos os seus cargos no governo Lula. Os deputados chegaram à conclusão de que Dirceu era o cérebro do "Mensalão" – a máquina de corrupção do Congresso. Outros altos dirigentes do PT, implicados com as denúncias de corrupção, afundaram também no mar de lama. Hoje em dia, poucos fundadores do partido ainda têm uma reputação sem manchas. Exemplo disso é José Genoíno, ex-presidente do PT e deputado federal com votação recorde em várias eleições. Na única tentativa de organizar uma revolução no interior do Brasil, quase todos os seus companheiros de guerrilha foram massacrados pelos militares. Genoíno sobreviveu por um triz, foi torturado e amargou cinco anos de prisão. Depois disso, tornou-se um dos principais parlamentares do PT e hábil negociador da abertura democrática. Mas, em 2005, um assessor de seu irmão José Nobre Guimarães foi detido no aeroporto com 100.000 dólares escondidos na cueca. Genoíno teve de renunciar ao cargo de deputado e à presidência do partido.

José Dirceu, antigo líder esquerdista, vive hoje uma situação incômoda: quando aparece em público – num restaurante ou num aeroporto -, é recebido com vaias e insultos. Retomando a profissão de advogado depois da cassação, tornou-se lobista de empresas estrangeiras que querem investir no Brasil. Ganha um bom dinheiro com isso, pois tem influência sobre políticos de esquerda no Brasil, em Cuba e no Caribe. Seus clientes incluem donos de multinacionais latino-americanas como o mexicano Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, ou Ricardo Salinas do Banco Azteka, que recentemente fez investimentos maciços no Brasil. É uma ironia da História o fato de que o ídolo esquerdista de toda uma geração seja hoje consultor de bilionários estrangeiros. O próprio Lula quase não foi afetado pelos escândalos. Em 2005, apesar das ameaças de impeachment que pareciam tornar improvável sua sobrevivência política, ele se recuperou sem grandes problemas. Ganhou as eleições presidenciais de 2006 e cumpre seu segundo mandato com índices de popularidade de mais de 70%. Na conferência do G20 (Grupo dos 20) em Londres, o presidente norte-americano Barack Obama chamou Lula de "político mais popular do mundo". Muitos brasileiros – sobretudo os de classe média -afirma que o "Mensalão" do PT foi o pior escândalo de corrupção na história do Brasil. Mas eu vejo a coisa de outra maneira. Acho que antes disso a política brasileira tampouco se caracterizava pelo jogo limpo. Não quero com isso embelezar a corrupção no governo petista -quero apenas relativizá-la. Em comparação com os anos 80 e 90, quando grandes escândalos foram denunciados pela imprensa, nos últimos dez anos a economia brasileira atingiu dimensões diferentes. "Uma fatia de 10% não deixa de ser uma fatia de 10%", disse Larry Rohter, ex-correspondente do "New York Times", sobre os vários escândalos de corrupção no Brasil. "A diferença é que, hoje, o bolo é muito maior."

Lula consegue amenizar as tensões sociais, mas ninguém o aplaude por isso

Para mim, o principal mérito de Lula é a ampliação da igualdade social no Brasil. Mas não entendo por que esse feito é ignorado justamente pelas classes mais altas. Lula não aboliu nenhum de seus privilégios. Nos anos do boom econômico, ela não reduziu os lucros recordes dos bancos, da iniciativa privada, da agroindústria e dos produtores de matérias-primas – como aconteceu nos países vizinhos. Pelo contrário, nos dois mandatos de Lula, todas as camadas da sociedade tiveram elevação de renda notável.

Garantindo a sobrevivência dos mais pobres, Lula desarmou a "bomba-relógio" dos conflitos sociais no Brasil. Não é pouca coisa. Muitas gerações de políticos não fizeram isso antes dele. Trata-se de um fator decisivo da atual estabilidade política. Aliás, ninguém garante que essa estabilidade dure para sempre, pois as diferenças de renda, o baixo nível educacional da maioria e a pobreza ainda arraigada tornam o Brasil um alvo fácil de políticos demagogos.