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Judeus inauguram sala de oração no subterrâneo do “Santo dos Santos”

Parte dos túneis subterrâneos do Muro das Lamentações foram reformados

                                                                        Judeus inauguram sinagoga no subterrâneo do “Santo dos Santos”
Nesta segunda-feira (18), judeus praticantes de todo mundo acenderam a sétima vela de Chanuká. A cerimônia no Muro das Lamentações foi realizada pelo rabino-chefe de Jerusalém, Aryeh Stern, e por Eli Groner, diretor-geral do gabinete do primeiro-ministro.

Imediatamente após as velas serem acesas, uma nova sinagoga foi inaugurada nos túneis que ficam nos subterrâneos do Muro. A nova sala de oração é o resultado de 12 anos de trabalho de construção e de preservação arqueológica. O objetivo era oferecer conforto e, ao mesmo tempo, preservar a impressionante caverna onde ficam os túneis.

A sinagoga está localizada em frente à “Grande Pedra”, mais de 30 metros abaixo do local em que se acredita ficar o Santo dos Santos no Templo judeu.
Escultura de metal cujo topo lembra a sarça ardente vista por Moisés

O design único desse local de oração combina a estrutura milenar com uma moderna “arca redonda”, uma escultura de metal cujo topo lembra a sarça ardente vista por Moisés. Nela estão gravados os versículos da “Shema Yisrael” (Deuteronômio 6:4-9), além de um trecho de Cântico dos Cânticos.

O local de culto contém aproximadamente uma centena de bancos, com um grande bima de madeira redonda. O piso é todo de mármore e iluminação planejada para dar um aspecto único, combina o antigo e o novo.

 A pequena sinagoga está aberta a qualquer pessoa que deseja estudar as Escrituras, dedicar-se à oração e buscar ao Criador num local com grande significado histórico. Nas próximas semanas, a Fundação do Patrimônio do Muro das Lamentações irá divulgar os horários em que serão realizados cultos de oração na nova sinagoga. Com informações gospel Prime Israel National News
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Portugal investiga suposto tráfico de crianças articulado pela Universal

GIULIANA MIRANDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LISBOA

 O Ministério Público de Portugal abriu investigação para apurar uma suposta rede de tráfico internacional de crianças que seria articulada pela Igreja Universal do Reino de Deus.

O inquérito, a cargo do Diap (Departamento de Investigação e Ação Penal) de Lisboa, foi aberto na semana passada.

Uma série de reportagens do canal TVI, líder de audiência em Portugal, acusa a Igreja Universal do Reino de Deus e a família de seu líder, o bispo Edir Macedo, de tráfico internacional de crianças.

Segundo a emissora portuguesa, dois dos netos do fundador da Universal teriam saído irregularmente de Portugal para serem adotados no Brasil.

A instituição nega as acusações e classifica o material de “campanha difamatória, mentirosa”.

A Universal chegou a Portugal em 1989 e rapidamente se espalhou, impulsionada pela grande quantidade de brasileiros residentes. Hoje, segundo a própria universal, há mais de 120 igrejas no país.

   REPORTAGENS

A primeira de dez reportagens da série “O Segredo dos Deuses” foi ao ar na noite desta segunda (11).

Segundo a TVI, a Igreja Universal manteve de forma irregular uma casa de assistência a crianças carentes em Portugal na década de 1990.

Batizada de Lar Universal, a casa era uma mistura de orfanato e organização de apoio. Aberto em Lisboa em 1994, o espaço foi legalizado em 2001. Dez anos depois, a organização foi fechada, alegadamente devido à crise econômica do país.

A reportagem denuncia um esquema clandestino de adoções, em que as crianças eram entregues diretamente ao Lar Universal “à margem dos tribunais, por famílias em dificuldades financeiras”.

Segundo a TVI, depois de entregues à instituição mantida pela Igreja Universal, essas crianças desapareciam. Muitas delas “acabavam no estrangeiro”, adotadas de forma irregular, muitas vezes por bispos e pastores da denominação.

A emissora também fala em um suposto esquema de vasectomias forçadas nos pastores da Universal e, posteriormente, pressões dentro da instituição para que seus integrantes adotassem crianças.

A reportagem da TVI desta segunda tratou da suposta adoção irregular de dois netos do bispo, incluindo uma entrevista com quem seria a mãe das crianças –uma mulher que diz ter sido vítima de um complô.

Mais detalhes desta acusação devem ir ao ar nesta terça (12).

A emissora diz que investiga o caso há sete meses e que mais de 10 mil documentos foram consultados.

OUTRO LADO

Em nota, a Universal nega as acusações e diz que irá processar a TVI. A instituição acusa um ex-colaborador de estar por trás das denúncias: o ex-pastor Alfredo Paulo Filho, um dos entrevistados da primeira reportagem exibida pela emissora.

“O referido cidadão deixou de colaborar com a Universal no final do ano de 2013, por acordo voluntário das partes. A sua saída foi motivada pelas suas condutas impróprias, que tornaram insustentável a sua permanência na Igreja Universal do Reino de Deus, não havendo quaisquer condições para que ele prosseguisse com a sua missão espiritual. Ressalvamos que os bispos e pastores têm de manter um comportamento moral irrepreensível, o que não foi o caso de Alfredo Paulo Filho, que assumiu, ele próprio, ter falhado em seus compromissos, nomeadamente com a sua família, com os fiéis e com a Igreja. As crianças foram encaminhadas pela Segurança Social e pela Santa Casa de Misericórdia de Lisboa para um Lar –que evidentemente à época não era ilegal–, e vários pais adotivos se candidataram a adotá-las. Contam-se pelos dedos de uma mão as crianças que foram adotadas por essa via –com decisão judicial, sublinhe-se– por casais ligados à Universal”, diz o texto.

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Por que os pastores estão cometendo suicídio?

Cerca de um terço dos pastores lutam contra a depressão


           Por que os pastores estão cometendo suicídio?

O Brasil é o oitavo país com maior número de suicídios no mundo, segundo ranking divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2014. Levantamentos mais recentes dão conta que nos últimos dez anos, o número de suicídios no país tem aumentado. A taxa aumentou 60% desde 1980.

Segundo a psiquiatra Maria Dilma Alves Teodoro, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), entre 2000 e 2012 houve um aumento de 10,4% na quantidade de morte por suicídio, sendo mais de 30% em jovens. Estima-se que, até 2020, haverá um incremento de até 50% no número anual de mortes por suicídios.

“Isso tudo equivale a aproximadamente 32 casos por dia, 1 a cada 45 minutos, levando em consideração que a gente ainda tem a subnotificação e essa subnotificação está muito vinculada ao preconceito com relação ao portador de algum transtorno mental”, afirmou Teodoro em uma audiência pública no Senado sobre o tema.

O Atlas da Violência 2017, lançado em junho pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apresenta números parecidos. O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e que participou dos estudos Atlas, faz um alerta.

“É como se os suicídios se tornassem invisíveis, por serem um tabu sobre o qual mantemos silêncio. Os homicídios são uma epidemia. Mas os suicídios também merecem atenção porque alertam para um sofrimento imenso, a ponto de fazer a pessoa tirar a própria vida”, destaca.

No Brasil não há estudos profundos sobre essa questão entre os evangélicos. De acordo com um estudo da Lifeway Research, feito nos Estados Unidos em 2015, 44% dos evangélicos acreditam que o suicídio é uma “decisão egoísta” e 32% disseram que os suicidas vão para o inferno.

De fato, nem os pastores estão imunes ao aumento das taxas de suicídio. Chuck Hannaford, psicólogo clínico que trabalha com a Convenção Batista do Sul, relevou ao The Gospel Coalition que identificou um aumento na taxa de suicídios de pastores durante seus 30 anos de prática. Ele acredita que esse número continuará a aumentar.

“Ser pastor é um trabalho perigoso”, assevera. “Especialmente em certos círculos evangélicos, onde há uma orientação teológica reducionista, você encontra pastores que veem a depressão ou processos de pensamento negativos como problemas estritamente espirituais”. Uma pesquisa da LifeWay descobriu que 48% dos evangélicos acreditam que a oração e o estudo da Bíblia são suficientes para alguém superar uma doença mental.

Ao mesmo tempo, o Instituto Schaeffer, aponta que “35% dos pastores lutam constantemente contra a depressão, 43% se dizem estressados, 34% sentem-se “sempre desencorajados”, 24% acham que seu trabalho tem efeito negativo na família e 58% dizem não ter amigos bons e verdadeiros. Cinquenta por cento lidam com algum prolema de saúde e mais da metade (52%) sentem-se incapazes de satisfazer as expectativas da igreja.

Para Hannaford, “Os pastores são muito duros consigo mesmos, muitas vezes julgando-se por pecados de omissão. Mas eles não consideram os efeitos da queda no mundo, afinal a Queda de Adão comprometeu tudo, incluindo o cérebro”.

O psicólogo que trabalha com pastores destaca que “Qualquer um de nós sabe que todos os discípulos tinham problemas, mas Jesus os usou. Olhe para os heróis do Antigo Testamento, todos eles tinham vidas bagunçadas em algum momento”.

Parte do problema é que a igreja separou o cuidado do corpo, da alma e do espírito, disse Hannaford. “Nos dias da Reforma ou na tradição puritana, o pastor era consultado para qualquer doença e tinha um pouco de experiência em todas as áreas. No mundo moderno, o médico trata o corpo, o psicólogo trata a mente, e o pastor trata do espírito. Só que essa separação pode levar a problemas sérios, pois o espiritual, o emocional e o físico se afetam mutuamente”, avalia.

No Brasil, o missionário Marcos Quaresma, que trabalhou com a SEPAL já tratou essa questão. Psicólogo com formação também em teologia, ele afirmou que “a causa mais comum noticiada para o suicídio de pastores e líderes, é a depressão associada a esgotamento físico e emocional, traições ministeriais, baixos salários e isolamento por falta de amigos”.

Quaresma, que trabalha com líderes há anos, diz que, via de regra, “pastores têm poucos amigos, e às vezes nenhum… Muitos querem mostrar que possui êxito no exercício ministerial. Entretanto, quando a conversa é íntima, o sofrimento se revela. Boa parte está cansada, desanimada, chateada com a igreja e com a liderança. Muitos possuem dificuldades no cuidado com a família e as finanças de alguns estão desequilibradas”.