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Batalha de livre expressão de Westboro esquenta no Supremo Tribunal

 

     A Corte Suprema dos Estados Unidos ouviu argumentos na manhã de quarta-feira, 6, no caso envolvendo os direitos de liberdade de expressão de um grupo religioso e dos direitos de privacidade de um pai.

     Sean E. Summers, que representa o pai de um fuzileiro naval falecido, sustentou que Albert Snyder “simplesmente queria enterrar seu filho com privacidade, de forma digna.”

“Nós estamos falando sobre um funeral”, disse Summers diante do juiz do tribunal superior.

     Snyder processou a notória Igreja Batista de Westboro em 2007, depois de a congregação fazer um protesto no funeral de seu filho de 20 anos, Matthew, que foi morto no Iraque. A congregação do Kansas segurava placas com os dizeres “Graças a Deus pelos soldados mortos” (Thank God for Dead Soldiers) e “Deus te odeia” (God Hates You).

     O pai alegou invasão de privacidade, imposição intencional de sofrimento emocional e conspiração civil. O júri atribuiu à família Snyder aproximadamente $11 milhões, que foram, posteriormente, reduzidos para $5 milhões, mas um tribunal federal de apelações revogou o veredicto, concluindo que os direitos da Primeira Emenda de Westboro foram violados.

     Margie Phelps, a advogada do grupo da Igreja Batista de Westboro, está otimista com a idéia de que a Suprema Corte concordará com a congregação.

“Não existe sequer uma linha aqui que possa ser apagada sem acabar com a expressão da opinião e vocês todos (imprensa), acima de todo mundo, sabem que não querem que sua opinião seja derrubada. Esta corte está comprometida a não derrubar a expressão”, Phelps, filha do fundador e pastor Fred Phelps de Westboro, disse depois da audiência.

     A Igreja de Westboro, auto-descrita como igreja “primitiva”, orgulhosamente divulga em seu site os 44.269 protestos que estão sendo realizados. A congregação, composta principalmente por parentes de Phelps, protestam em escolas, igrejas e funerais, com cartazes com as frases “A América está condenada” (America is Doomed) e “Vocês vai para o inferno” (You’re Going to Hell), entre outras.

     Defendendo os protestos de Westboro em funerais militares, Margie Phelps afirmou, “quando você tem um funeral privado, nós não estaremos lá. Quando você tem um funeral público e você transmite à nação que um soldado morto é um herói e que Deus está abençoando a América, nós estaremos lá e diremos que Deus está amaldiçoando a América.”

     Mesmo nos degraus do tribunal, os membros de Westboro continuaram seus protestos, proclamando “Deus odeia gays” (God Hates Fags), “Obrigado Deus por soldados mortos” (Thank God for Dead Soldiers) e agora “Obrigado Deus pelo câncer de mama” (Thank God for Breast Câncer). Suas demonstrações acenderam um debate, mesmo do lado de fora dos tribunais.

     Vários cristãos que saíram da audiência se aproximaram dos membros de Westboro e tentaram, sem sucesso, discutir as Escrituras. Os estudantes Garret Zopfi, Allison Yancone e Josh Cetangell – todos com 18 anos de idade – viajaram por uma hora de sua escola em Southern Maryland até o tribunal com cartazes de protesto com as escritas “Jesus te ama” (Jesus Loves You) e “Amor” (Love).

“Eu sou cristão e estou aqui para enviar a mensagem oposta”, disse Yancone.

Não surpreendentemente, é claro que a maioria dos cristãos não compartilha a visão da Igreja Batista de Westboro. Entretanto, com câmera-men a volta dos protestantes de Westboro gravando e divulgando sua mensagem, não se sabe se o público em geral consegue enxergar a linha divisória.

     Mas, o casal Michael e Martie, que decidiram manter seu sobrenome em sigilo, acreditam que as pessoas conseguem ver a diferença.

“E acho que é uma visão tão extrema que isso não é o que as pessoas pensam do cristianismo, disse Michael.

     Logo atrás deles, Anna, 18, disse que ela “ainda está pensando em Deus” e acredita que a mensagem dos Batistas de Westboro é um desligamento.

“Eu esperaria que quem quer que seja Deus ou quem quer que seja o Criador seria mais tolerante”, ela comentou. Anna, que também optou por não divulgar seu sobrenome, ainda disse, “eu sinto que isso pode fazer as pessoas se afastarem (do cristianismo)”.

     A Convenção Batista do Sul – a maior denominação cristã no país – deixou claro que a Igreja Batista de Westboro não é Batista do Sul. O vice-presidente de Relações de Convenção da SBC, Roger S. Oldham afirmou, “nós repudiamos as táticas usadas por Fred Phelps e seus seguidores na Westboro e as achou ofensivas”, de acordo com a Imprensa Batista.

     No mesmo artigo, Richard Land da Liberdade da Ética e da Religião chamou o grupo de “fanáticos equivocados” e disse que “fazer seus atos desprezíveis no nome de Deus é blasfêmia.”

     Alguns jovens cristãos que estavam presentes para a audiência na quarta-feira, 6, também se opuseram às ações de Westboro.

     Michael Caranston e seus amigos do ensino médio comentaram, “nós temos que nos focar em amar o pecador e odiar o pecado.”

     Enquanto eles se opoem ao comportamento homosexual como faz Westboro, Dylan Crider disse que os cristãos precisam abordar o assunto de forma diferente.

“Eu acho que nós temos que professar nossa fé”, disse o jovem crente. “Você precisa permanecer calmo. Essas pessoas estão sendo hostis.”

Data: 8/10/2010
Fonte: Christian Post

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ORA A FAVOR, ORA CONTRA O ABORTO

 

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Para José Serra o que está em quest ão é a mentira adversária

     O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, ao retomar a discussão sobre o aborto, disse nesta quinta-feira, 7, que a questão não é ser contra ou a favor. Segundo ele, é uma questão de valores. "O que está em questão agora, nesta campanha, não é ser contra ou a favor. É a mentira. Quem é a favor, de repente, diz que é contra por motivos eleitorais, isso é que está errado. A questão é dizer a verdade", disse, nesta tarde, em seu comitê eleitoral na cidade de São Paulo.
     Acompanhado dos tucanos Sérgio Guerra (presidente do PSDB), Geraldo Alckmin (governador eleito de São Paulo), Guilherme Afif Domingos (vice-governador eleito de São Paulo) e Aloysio Nunes Ferreira (senador eleito por São Paulo), Serra negou que tenha colocado o assunto do aborto em sua agenda, ponderando que foi perguntado, várias vezes, sobre a questão pela imprensa. O candidato alegou que sempre respondeu ser contrário ao aborto por motivos de natura pessoal, crença e valores.
     "Eu não tenho duas posições: uma pessoal e outra, eleitoral. Eu não fico mudando de opinião, segundo eu acho que é ‘o vento’ do eleitorado", afirmou. O candidato acrescentou que respeita a atual legislação que permite o aborto em casos de estupro e risco para a gestante.
     O tucano sugeriu ainda que o debate no segundo turno da campanha avance também em outros temas, como educação e saúde. "Acho que a gente deve aproveitar o debate do segundo turno para ajudar a nascer um Brasil com valores claros. Quais são esses valores? A verdade, a honestidade, a solidariedade e a justiça. Esses são valores essenciais, ao lado de questões como saúde, educação e economia", sugeriu Serra.

Assédio a Marina
     Serra negou que venha pressionando o PV de Marina Silva e garantiu que o PSDB também não ofertou cargos para o partido em troca de apoio nesse segundo turno. "Me parece impróprio pressionar o partido", disse, ao reforçar que respeita o processo de discussão interna do PV. "Não é de bom tom (pressionar), não é adequado. Eu pessoalmente não estou fazendo nenhum tipo de pressão. Não considero isso legítimo", afirmou.
     De acordo com o tucano, não é adequado falar em cargos antes do resultado das urnas. "Dá azar falar em ministério sem ganhar a eleição", disse Serra.
     Vestido com um suéter verde, o candidato negou que a cor escolhida seja uma insinuação de sua aproximação com o PV. Respondeu que a namorada de Aécio Neves, Letícia Weber, reclamou que ele só usava a cor azul. "Em homenagem à namorado do Aécio, eu coloquei o suéter verde."

Data: 8/10/2010
Fonte: Estadão

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LULA DEFENDE LIBERDADE RELIGIOSA


INTERNACIONAL

 

Presidente diz que há um jogo sujo em disputas eleitorais

     Presidente Luiz Inácio Lula da Silva se declara defensor da liberdade religiosa e afirma que sempre há jogo sujo em disputas eleitorais.
     O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou nessa quinta-feira, 7, acusações à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, de ser favorável ao aborto. Ele as comparou aos ataques que sofreu na campanha de 1989 e apresentou-se como defensor da liberdade religiosa.
     "Duvido que tenha um pastor que tenha que agradecer a alguém mais do que a mim pelo que eu fiz pela liberdade religiosa neste país", afirmou Lula, em entrevista ao lado do senador reeleito e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (PRB-RJ). "Que vai ter gente falando isso ou aquilo, sempre terá. Faz parte do jogo político", avaliou. "Sempre tem gente que baixa o nível, que desvia do principal, mas isso é normal na democracia. Quem está julgando são os brasileiros. E a gente vai ganhar as eleições."
     Para Lula, "sempre há" jogo sujo em disputas eleitorais. "A Dilma tem programa, um governo que pode orgulhosamente comprovar o que fez, ela tem posição contra o aborto, já dita por ela."
     O presidente disse que também foi vítima de acusações quando concorreu às eleições de 1989. "Falavam da minha barba, da estrela do meu partido, da cor da bandeira do meu partido, diziam que eu ia acabar com as igrejas evangélicas. Estou com oito anos de mandato, e as pessoas sabem o que eu fiz."
     Após a inauguração de novas instalações do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), Lula disse considerar "uma bênção de Deus" o segundo turno nas eleições presidenciais. "O segundo turno permite que as pessoas conheçam melhor cada candidato e que haja um debate de ideias mais frontal", disse o presidente, que prometeu "participar de muita coisa" na campanha.
     Marina. Lula chamou a senadora Marina Silva (PV) – cujo apoio é disputado por petistas e tucanos -, de "extraordinária companheira". "Entrou (no governo) quando eu quis e saiu quando ela quis", elogiou. "Compreendo que vá demorar um pouco para tomar a decisão. E talvez nem tome decisão, vá ficar um pouco neutra. Mas é importante lembrar que os eleitores vão se movimentando, não estão parados."
     Para o presidente, a maior parte dos votos de Marina será transferida para Dilma, já que "67% dos votos foram para as mulheres". "Significa que o povo deu um recado: queremos uma mulher na Presidência."

Data: 8/10/2010 08:25:12
Fonte: Estadão