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Malafaia responde ao PT

MALAFAIA RESPONDE PT

Silas responde sobre vídeo de Piragine Jr e eleição de Dilma

Por: Redação Creio

No programa Vitória em Cristo exibido no dia 11 de setembro deste ano, o pastor Silas Malafaia sugeriu que os telespectadores assistissem ao vídeo do pastor Paschoal Piragine sobre as eleições 2010. Nele, Piragibe criticou o PT e pediu aos internautas para não votarem em nenhum candidato do partido.  Piragine sofreu ameaças do partido dos trabalhadores.
A repercussão foi tão grande que, até o fim da tarde desta sexta-feira, dia 17, o vídeo postado no youtube já havia sido assistido por mais de 1,6 milhão de pessoas. O fato motivou integrantes do Partido dos Trabalhadores a enviarem uma carta ao pastor Silas Malafaia, que respondeu de pronto.

Na carta os integrantes do PT argumentam que as declarações de Piragine não correspondem com a verdade. ”Não é verdade que deputados do PT foram expulsos por se manifestarem contra o aborto. É verdade que eles tiveram conflitos com movimentos de mulheres sobre questões relacionadas ao aborto, mas não houve expulsão. Em função desses problemas eles foram punidos pelo PT, o que os levou a mudarem de partido.”

Silas prontamente respondeu e declarou que o PT está na vanguarda da defesa do aborto e da PL 122. “Espero que, se Dilma ganhar, vocês que são cristãos não fiquem envergonhados, e não se calem diante de coisas que viram por aí, e que só o tempo poderá nos mostrar. Sinceramente, honestamente, gostaria de estar equivocado em relação às posições do PT. Não ficarei triste se o tempo mostrar que estou equivocado nestas questões, porque no tempo presente, elas são a realidade dos fatos.”

Leia a carta na integra:

Leia abaixo essa carta e, em seguida, a resposta do pastor Silas Malafaia:

CARTA ENVIADA POR INTEGRANTES DO PT

“Prezado Pr. Silas Malafaia

Graça e Paz!

Somos evangélicos e tomamos conhecimento da Vossa orientação no programa exibido em 11/09/2010, para que os expectadores assistissem ao vídeo do Pr. Paschoal Piragine, que pede aos cristãos não votar nos candidatos do Partido dos Trabalhadores do qual fazemos parte.

O Pr. Paschoal Piragine é bastante conhecido e o temos como uma pessoa íntegra que esteja considerando que as informações que possui contra o PT sejam realmente verdadeiras. Entretanto, trata-se de afirmações que não correspondem com a realidade.

Diante do conteúdo vídeo, gostaríamos de esclarecer que:

Não é verdade que um parlamentar do PT não pode descumprir uma deliberação coletiva do partido por uma questão religiosa ou de foro íntimo. Veja o que diz o inciso XV do art 13 do estatuto do PT:

“Art. 13. São direitos do filiado:
XV – excepcionalmente, ser dispensado do cumprimento de decisão coletiva, diante de
graves objeções de natureza ética, filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo, por decisão da
Comissão Executiva do Diretório correspondente, ou, no caso de parlamentar, por decisão
conjunta com a respectiva bancada, precedida de debate amplo e público.”

Não é verdade que deputados do PT foram expulsos por se manifestarem contra o aborto. É verdade que eles tiveram conflitos com movimentos de mulheres sobre questões relacionadas ao aborto, mas não houve expulsão. Em função desses problemas eles foram punidos pelo PT, o que os levou a mudarem de partido.

Não é verdade que o PT possui uma orientação pela legalização do aborto. Em seu IV Congresso, o PT modificou a resolução que falava de aborto e estabeleceu para o atual programa de governo da Dilma o seguinte texto: “Promover a saúde da mulher, os direitos sexuais e direitos reprodutivos: O Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres ao aborto nos casos já estabelecidos pela legislação vigente, dentro de um conceito de saúde pública”.

O Plano Nacional de Diretos humanos é elaborado pela sociedade por meio dos conselhos de diretos humanos com a participação do governo federal, mas não é uma novidade do governo Lula. O primeiro plano foi publicado através do Decreto número 1.904, de 13 de maio de 1996, e o segundo através do Decreto número 4.229, de 13 de maio de 2002. Em todos eles estão presentes assunto polêmicos ligados com a sexualidade. Diante disso seria um equívoco afirmar que todos os méritos e deméritos do PNDH 3 é de responsabilidade do governo Lula ou do PT.

O conteúdo apresentado no vídeo não corresponde, portanto, com a realidade do que está sendo defendido pelo PT. Podemos pegar os posicionamentos do PT e comparar com o conteúdo do vídeo e observaremos que não existe veracidade. Um exemplo bastante claro é a questão da pedofilia. Não conhecemos nenhum parlamentar, de nenhum partido político, ou algum grupo social que defenda a pedofilia. Atribuir uma acusação dessa natureza ao PT é de extrema injustiça.

Até o dia 13/09/2010 já houve mais de um milhão, duzentos e cinquenta mil acessos ao vídeo disponibilizado na internet. Diante desses fatos nos sentimos extremamente injustiçados e pedimos que os esclarecimentos fossem veiculados em seu próximo programa.

Desde já agradecemos um retorno.

Na Graça de Deus!

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CRENTES E NÃO CRENTES NA POLÍTICA

Por Rodson Souza & Josimar Salum

“Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR”. (Sl 33:12)

“Quando os honestos (os justos) governam, o povo se alegra; mas, quando os maus dominam, o povo reclama”. (Pv 29:2)`

MUITOS DIZEM: “Política não é coisa para crente”.

Segundo a Palavra de Deus toda a autoridade brota de Deus.  (Conferir Rm 13:1)

A Bíblia narra a história de muitos justos que foram governantes, políticos e líderes em suas nações. José no Egito. Davi em Israel. Daniel na Babilônia. E muitos outros.

Todo salvo (nascido de novo) tem dupla cidadania. Cidadania do Reino de Deus (que vem dos céus). Cidadania na Terra. Jesus declarou que somos Sal da Terra e Luz do mundo.

Todos os seres humanos moram em alguma cidade, em alguma vila e em alguma comunidade do campo.

O vocábulo “cidade” é a tradução do grego “polis” de onde vem a palavra política. Seja salvo ou não, eu e você somos políticos em nossas cidades.

É isto que a palavra político significa. Aquele que mora na cidade!

Política não é algo maligno em si; é o meio para se governar uma cidade, um Estado ou um País.

Política é a arte de apascentar ou pastorear a cidade e deve ser exercida para  o bem de todos.

Em minha cidade, como crente e discípulo de Jesus sou Sal para transformá-la e em meu Estado e em minha nação sou Luz para eliminar todas as suas trevas.

Não há trevas maiores do que a injustiça social, do que o descaso para com os órfãos e as viúvas e do que o desprezo às causas do necessitado.

Se recuso, sendo íntegro, honesto e justo, a desempenhar meu papel de político – todo homem é político – deixo de ser plenamente Sal e Luz.

Se me desinteresso pela minha cidade e por tudo o que lhe diz respeito não ocupando o espaço que deveria ocupar, os maus ocuparam o espaço “vazio” e exercerão “a política” do mal e todo o povo gemerá, inclusive eu e minha família.

Se não participamos da vida política, com nossa omissão permitiremos que leis injustas sejam decretadas, governantes maus prosperem toda a impiedade e juízes ímpios disseminem todo o tipo de injustiça.

Quanto a mim não serei jamais acusado de nenhum pecado de omissão porque  “aquele que sabe fazer o bem e não faz, comete pecado.” (Tg 4:17)

VOCAÇÃO PARA A POLÍTICA

Entendo que todo salvo que aspira exercer sua cidadania, além do seu voto, pode almejar se tornar um servo público, seja como legislador, seja como juiz ou seja como governante. Assim fazendo responde primeiramente à uma vocação celestial.

É que Deus não somente ungiu os salvos para serem pregadores do Evangelho, mas ungiu médicos, professores, bombeiros, donas de casa, advogados, etc para servirem a Ele em todas as esferas da sociedade. O discipulo de Jesus que é pastor não é mais ungido que o outro discípulo de Jesus que é carpinteiro. É que todos os salvos foram ungidos para pregar, proclamar libertação aos cativos e anunciar o ano aceitável do Senhor (Is. 61:1-2). Assim Deus unge igualmente homens e mullheres para servirem a Ele e ao povo de seu país na esfera do Governo em todas as suas formas

Como Davi, de pastor de ovelhas a Rei de seu povo Israel.

Como Débora, de apenas mãe, para ser juíza sobre seu povo.

Como o jovem Daniel que foi chamado e elevado à uma posição no Império Babilônico pela excelência do Espirito de Deus em sua vida.

Como José, de mordomo a prisioneiro, que foi elevado do monturo ao principado porque Deus tinha planos maiores não somente para ele simplesmente, mas para salvar uma nação inteira da calamidade da fome. Por causa dele, Jacó e todos os seus filhos sobreviveram. Por causa de sua vocação política, Israel hoje subsiste.

Moisés, pastor de ovelhas, foi chamado por Deus, porque repousava sobre ele a vocação de Deus que foi confirmada não só por Deus, mas pelos homens. Tornou-se o libertador de Israel do Egito e no deserto foi seu Pastor, Legislador, Juiz e Governador.

Do mesmo modo, ainda hoje, homens e mulheres de Deus, sob a direção de Deus, com o apoio de homens e mulheres de Deus, seguros e convictos de sua vocação, almejam servir a sua cidade, seu estado e sua nação neste ministério-serviço da Política.

Eles se capacitam, dispoem-se e aceitam a dignidade e a honra dos Céus para tornarem-se representantes legítimos para o bem de todo o seu povo.

Sendo salvo, o professor, ou bancário, ou médico, ou estudante, ou advogado, ou pastor, ou empresário, ou padeiro, etc, ao aspirar o serviço público o faz como, cidadão do Céu na Terra. já que representará não somente o povo que o elegeu e servirá a todo o povo, mas a Deus que pôs nele ou nela o Reino de Deus e o ungiu.

Não é Deus Quem os estabelece? Não é Deus quem destitui governantes?

Por certo o Senhor prefere estabelecer governantes justos que representem bem Sua autoridade de Amor e Compaixão em Justiça e Verdade.

Seus olhos não passam por toda a Terra em busca de um homem ou uma mulher que seja íntegro?

As campanhas eleitorais dos servos de Deus, e se Ele quiser, seus mandatos, trarão certamente Glória e Honra a Jesus.

Como homens ou mulheres de Deus, honestos, irrepreensíveis, de testemunhos ilibados e exemplares, capacitados em todos os sentidos, tanto espiritual quanto material, servirão ao povo com excelência e por conseguinte a Deus.

Suas candeias brilharão porque não foram colocados debaixo da mesa, mas ao alto, para trazer Luz não somente ao seu pequeno grupo mas a toda a sua cidade, Estado e Nação.

A Política é do Senhor Jesus como todas as esferas da sociedade. “Do SENHOR é toda a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam.” (Sl. 24:1)

MUITOS DIZEM – “Não voto em evangélico, porque ele vai corromper-se”

De fato, é verdade que muitos políticos evangélicos se corromperam do mesmo modo que  igualmente muitos não evangélicos se corromperam.

Não somente por isto, é preciso votar em um candidato que tenha o temor de Deus demonstrado através de sua vida, atestado pela sua família, pelo seu testemunho e pelas suas obras e feitos.

Não devemos votar em evangélicos corruptos. Nem mesmo considerar alguém, seja evangélico ou não, que por exemplo, tenha aceitado suborno ou oferecido suborno em troca do apoio as suas candidaturas. Subornos tais como oferecerimento de lotes, dinheiro, material de construção, etc.

Não devemos votar em canditados que mesmo sendo evangélicos não têm capacidade nem para governar sua casa, seus negócios e suas igrejas muito menos a coisa pública.

Não devemos votar em canditados evangélicos que falam uma coisa e procedem de outra forma.

Não basta ter nome de evangélico para agir e permanecer na política. É preciso ser crente em Jesus de verdade.

Conhecemos quem de fato são de Jesus não pelo que dizem ou pela demonstração de seus carismas ou dons, mas pelos frutos de suas vidas. Frutos que já tem demonstrado com sua história. “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito.”

É ingualmente importante considerar o risco de negar o voto a um candidato evangélico ao Parlamento ou a qualquer cargo público, que seja verdadeiramente crente em Jesus e capacitado em todos os sentidos, para votar em outro candidato, ou para votar naquele que o favoreceu financeiramente ou de alguma forma.

Aqui reside o perigo de que quando um projeto de lei anti-cristão for posto em votação esse parlamentar não terá compromisso em votar sob a Justiça de Deus.

Em nossa Pátria muitas são as leis já promulgadas e os projetos de lei em andamento que prejudicaram ou prejudicarão não somente o seguimento evangélico mas a toda a nação, já que a única coisa que exalta as nações é a Justiça.

Leis injustas mesmo em benefício de qualquer seguimento da sociedade, o uso de dois pesos e duas medidas nas coisas públicas, desagradam ao Senhor, Senhor dos Céus e da Terra.

O VOTO

Nas campanhas eleitorais de sua cidade, de seu estado e de seu país todo salvo participa ativamente em oração, sabendo que é Deus Quem estabelece reis e destrona os reis.

O Senhor busca um homem para interceder, se por na brecha, pela Sua nação. Que ore sim, mas que não se omita nunca quanto aos seus deveres e obrigações na Terra.

Representamos a Deus até quando votamos escolhendo nossos governantes e legisladores.

Diante da urna o eleitor, que é cidadão do Céu, vota em oração, com consciência bíblica e vota certo naquele que o Senhor escolheu através de seu voto para representar-lhe e numa dimensão maior pastorear para a cidade e todo o povo. Política é pastoreio.

Ele vota como quem vota em si mesmo e vota bem porque sendo honesto e íntegro escolhe um homem e uma mulher igualmente íntegros e honestos, além de capacitados a representar-lhe para o bem da Nação. Geralmente gente desonesta escolhe gente desonesta. Para o homem que teme ao Senhor aquele que não o teme ele o despreza.

Quem ora e vota com justiça oferece ao Senhor um ato de justiça.

Vota no melhor, isto é, naquele que no exercício do poder não vai legislar em causa própria nem para seu próprio grupo de interesse. Não vai usar dois pesos e duas medidas!  Não vai legislar em favorecimento dos ricos em detrimento dos pobres. Não vai beneficiar sua família com cargos que não lhe pertencem.

Vota naquele que lhe garanta não aprovar leis ímpias, como por exemplo, projetos de lei contra a liberdade de expressão religiosa, “Mordaça Gay”, legislação pró-aborto, projetos de lei que prejudiquem à causa do pobre e da viúva, e outros que subverta às causas dos idosos, dos estrangeiros ou promova a exploração dos empregados em todos os níveis, ou beneficie empregados em detrimento de seus empregadores, enfim, nenhuma lei que seja injusta.

E vota naquele que não dificilmente se corromperá porque ao votar compromete-se a manter vigilância sobre aquele que escolheu como seu representante. Orará por ele ou por ela sempre e exigirá que lhe prestem contas durante todo o período de seu mandato.

Porque afinal de contas o representante eleito é só representante, não dono de seu mandato. E mesmo que o representante venha a passar a considerar seu mandato deste modo, todo mandato tem uma data para terminar e aquele que falhar nunca mais receberá novamente seu voto.

Todo político eleito pode até vir a cometer erros mas quanto ao seu caráter, se cometer algum erro mesmo que seja uma só vez, jamais deverá ser reeleito.

ALERTA

É agradável a Deus orar por todas as nossas autoridades. Por aqueles a quem o Senhor investiu de autoridade. Cada um de nós fomos chamados a abençoar nossas cidades com oração.

É igualmente agradável a Deus exercer atos de justiça.

Na Democracia Deus investe de autoridade aquele que eu e você escolhemos com nosso voto. O Senhor escolhe através do meu e de seu voto aquele que aspirou ser investido como autoridade para o exercício de qualquer cargo e para exercer qualquer mandato.

É seu mandato da parte de Deus não somente orar, mas escolher com Ele quem irá governar sua cidade, seu estado e seu país.

E Deus vai nos abençoar quando obedecermos ao Senhor para não somente fazer discípulos das nações como também colaborarmos para que a nação seja feliz ao torná-la do Senhor Jesus!

A Nação é abençoada quando seus governantes e legisladores temem e servem ao Senhor verdadeiramente.

Como cidadão do céu, como embaixador de Deus, estou na Terra para reconciliar os homens com Deus.

Como cidadão da Terra sou investido de autoridade por Deus para escolher aqueles que vão governar minha cidade, meu Estado e meu Brasil!

E o diabo vai ficar fora disto! Com certeza ele tem que ficar fora disto!

E Deus pode contar comigo!

“O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”. Martin Luther King

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DIPLOMA DE TEOLOGIA: Chancela do MEC divide opiniões no segmento evangélico

Em seu famoso tratado Política, o filósofo e educador grego Aristóteles (384 – 322 a.C.) defende de forma aguerrida a participação do Estado na educação. Para ele, o governo é o “Educador supremo”. Nos séculos que se seguiram ao fundador do Liceu, quando o helenismo tornou-se o cânon de gostos, estéticas e pensamentos, esse conceito reinou soberano entre os povos ocidentais.

Porém, pouco mais de trezentos anos após a morte do sábio, o Verbo fez-se carne e, como homem, repudiou qualquer interseção entre sua missão messiânica e o governo temporal ao afirmar que seu Reino não era deste mundo. Com isso, criou um abismo entre seus seguidores e a máquina estatal.

Embora, ao longo dos dois mil anos seguintes, tenha havido muitas tentativas de envolver duas instâncias tão díspares – a Igreja e o Estado –, a maioria delas redundou em desastre. Não é de se estranhar, portanto, que hoje os estudantes brasileiros de teologia cristã estejam no meio de um fogo cruzado entre os acadêmicos que defendem o reconhecimento estatal de cursos da área e aqueles que entendem que a educação acerca das coisas de Deus deve ficar restrita ao âmbito missional, isenta da influência dos césares de plantão.

Desde que o Ministério da Educação (MEC), através do Conselho Federal de Educação, passou a reconhecer o caráter universitário do curso de teologia, em 1999, a possibilidade de ter a vocação premiada com um diploma carimbado pelo governo tem feito muitos estudantes suspirarem. O sentimento é mais que natural – afinal, grande parte dos alunos vislumbra, de posse do canudo, prosseguir estudos que venham a guindar sua carreira, dentro ou fora do ambiente eclesiástico. “Concluindo a graduação, tenho a intenção de fazer mestrado e doutorado, e o reconhecimento do MEC me facilitaria muito o processo”, planeja José Mirabeau, membro da Igreja Presbiteriana de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ele está no 4º ano do curso de bacharel em teologia do Seminário Presbiteriano Reverendo Ashbel Green Simonton. Aspirante ao ministério pastoral, Mirabeau espera que o curso lhe ofereça a formação acadêmica necessária ao exercício da atividade, já que, em sua denominação, a graduação teológica é uma exigência para isso.

Por outro lado, em igrejas onde tal formação não é caminho obrigatório para o púlpito, a visão ainda parece ser mais missional. “O conhecimento teológico é fundamental, mas não será por meio do reconhecimento junto ao MEC que teremos verdadeiros ministros do Evangelho”, pondera a estudante Priscila de Carvalho Figueiredo, aluna do Instituto Bíblico da Assembleia de Deus na Ilha do Governador (Ibadig), também no Rio. “Ser pastor não é uma profissão, mas um chamado, uma vocação”. No seu caso, o estudo da teologia não visa a obtenção de diploma de terceiro grau, já que é farmacêutica. Mas sua fala toca num tema delicado, epicentro da preocupação de muitos envolvidos na questão: a motivação financeira. No entender de Priscila, é um erro classificar o pastorado como uma maneira de adquirir riquezas.

“X da questão”

Se, para boa parte dos estudantes, o reconhecimento do curso como de nível superior abre portas até então impensáveis para graduados em teologia – como a continuidade dos estudos nos níveis de mestrado e doutorado e a possibilidade de acesso a cargos públicos restritos a portadores de diplomas de terceiro grau –, o corpo docente vê a questão sob outra ótica. Para professores como Lourenço Stélio Rega, diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, a oficialização da disciplina interfere até no perfil dos alunos. Segundo ele, antes dificilmente alguém procurava cursos teológicos com outro objetivo que não fosse atender a uma vocação: “Atribuo isso talvez à oficialização do curso, pois antes era comum aconselhar um jovem a fazer primeiro uma faculdade oficializada. Hoje, não há mais necessidade”. Rega diz que agora, mesmo entre os que se dizem vocacionados, a média de idade tem se alterado. “Temos mais alunos jovens”, aponta.

Fato é que quem se matricula hoje em um curso de teologia tem procurado qualidade e perspectivas. “O aluno quer tudo recheado com um diploma superior, reconhecido pelo MEC”, salienta o pastor presbiteriano Jorge Henrique Barro, diretor da Faculdade Teológica Sul Americana de Londrina (PR). “Ele já vislumbra uma especialização, e alguns voam alto, pensando em mestrado e doutorado. Já aprenderam que estudar em uma escola não reconhecida é a morte prematura de um sonho, pois não sendo portadores de um diploma superior, seu curso será livre e ele não irá adiante no processo contínuo de sua formação. Esse é um problema que as escolas não reconhecidas terão de resolver”, diagnostica.

“Precisamos da ingerência direta do MEC para alcançar a excelência?”, questiona, por sua vez, o pastor Neander Kraul, diretor do Seminário Teológico Betel, no Rio de Janeiro. Para ele, a oficialização da teologia ameaça o caráter essencialmente ministerial do pastorado. “Ao nivelarmos pura e simplesmente essa área de formação com as demais, passamos a admitir a teologia como campo profissional”, avalia o educador (ver debate em quadro). “O MEC não é empecilho para nenhuma instituição, a não ser para aquelas que levam a educação teológica com a barriga”, discorda Robinson Jacintho de Souza, gestor e coordenador acadêmico do seminário teológico Servo de Cristo. “Muitas instituições continuam como seminários e, mesmo oferecendo cursos livres, possuem e atendem ao rigor pedagógico-educacional”.

Mesmo assim, Jacintho defende que levar o ensino da teologia a sério, em termos profissionais, não significa perder de vista o que chama de razão da existência dos seminários teológicos: “Responder ao comissionamento de Cristo por meio da educação. Fruto disso, de uns poucos seminários e das faculdades teológicas reconhecidas, são os ministérios frutíferos de seus ex-alunos, que mostram que o ‘x’ da questão não está no MEC, mas em nós mesmos, como gestores desse processo”, conclui.

Sim e não

Entre os entusiastas da oficialização, o professor Jorge Henrique Barro, avaliador para cursos de teologia do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), destaca-se por defender que quem ganha com o processo são os seminários, seus alunos e as igrejas. Já uma das vozes críticas mais representativas é a do pastor e professor Neander Kraul, diretor do prestigiado Seminário Teológico Betel, no Rio. Neste debate, cada um deles expõe seus argumentos:

Qual sua opinião sobre o reconhecimento do curso de Teologia como de nível superior?

JORGE HENRIQUE BARRO – Esse processo traz muitos benefícios. A oficialização melhora as condições técnicas do curso, como o projeto pedagógico, o plano de desenvolvimento institucional, o nível do corpo docente, a biblioteca, o corpo técnico-administrativo e o próprio corpo discente. Uma escola que passa por esse teste certamente cresce e se desenvolve com mais consciência educacional. Passa a ser uma escola dirigida por gente mais preparada para inseri-la no contexto federativo de ensino.

NEANDER KRAUL – As evidências dão conta de que a Igreja praticamente nada ganhou com o reconhecimento, se o objetivo último dos seminários ao ofertar cursos de teologia for o de servir a Igreja. O curso de Teologia era tido como campo especificamente confessional, gozando de status diferenciado em relação às demais formações de nível superior. Ao nivelarmos pura e simplesmente essa área de formação com as demais, passamos a admitir a teologia como campo profissional e derrubamos nosso antigo discurso de que pastores não são profissionais. Além disso, todo conselho normatizador e fiscalizador de profissão representa os braços do Estado e da própria sociedade civil no controle de determinada ocupação.

Existe o risco de ingerência do MEC, ou seja, do Estado, sobre assuntos religiosos?

BARRO – As pessoas ligadas à educação teológica precisam ser mais coerentes. O que se percebe é que os comentários sobre uma suposta ingerência do MEC revelam, por um lado, muita ignorância no assunto, por parte de gente que nunca leu os pareceres e portarias relativas ao ensino da teologia. E, em segundo lugar, trata-se de uma justificativa barata para não entrar nesse processo junto ao MEC. O Parecer 241/1999 garante o estabelecimento de composição curricular livre, levando em consideração suas tradições religiosas. Então, quem disse que uma escola reconhecida pelo MEC não pode ter uma ênfase ministerial? Nenhuma escola precisa ter medo da ingerência sobre seus currículos ou sua vocação.

KRAUL – Cresce, visivelmente, a ingerência do Estado no âmbito religioso. É óbvio que progressivamente o controle sobre a Igreja se adensará. Numa perspectiva espiritual, é fácil observar que todos os prognósticos de que a fé e a religião se esvaziariam na virada do século foram derrubados. Convivemos hoje num mundo sensorial com alta tecnologia, muita espiritualidade e muito misticismo. Neste contexto, parece que a ação diabólica é legitimar a religião na sociedade como um conjunto de valores que simplesmente ajuda o homem a viver.

Qual o principal efeito desse processo de oficialização?

BARRO – Uma formação com mais qualidade. Ao reconhecer a área de teologia, o MEC a coloca no sistema nacional e federativo – a teologia sai da clandestinidade e passa a ser um curso com referência nacional.

KRAUL – A questão fundamental que levanto é de cunho ideológico, considerando nossa realidade histórica. Muitos argumentavam que a educação teológica brasileira precisava aprimorar-se. Concordo. O fulcro da questão, entretanto, é se precisamos da ingerência direta do MEC para alcançar esse objetivo.

Em busca da qualidade

Conheça algumas das escolas que já obtiveram o reconhecimento do MEC para seus cursos de teologia:

Escola Superior de Teologia – EST

Faculdade Batista de Minas Gerais – FBMG

Faculdade Batista do Rio de Janeiro – Fabat

Faculdade Batista Brasileira – FBB

Centro Universitário Metodista Bennett

Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil – Faceten

Faculdade de Teologia de Boa Vista – Fatebov

Faculdade de Teologia de São Paulo da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil

Faculdade de Teologia e Ciências Humanas – Fatech

Faculdade de Teologia Evangélica em Curitiba – Fatev

Faculdade Evangélica de São Paulo

Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia da CGADB – Faecad

Faculdade Evangélica de Teologia de Belo Horizonte – Fate BH

Faculdade Evangélica do Piauí – Faepi

Faculdade João Calvino – FJC

Faculdade Luterana de Teologia – FLT

Faculdade Metodista de Teologia e Ciências Humanas da Amazônia – Fateo

Faculdade Nazarena do Brasil – FNB

Faculdade Teológica Batista de São Paulo – FTBSP

Faculdade Teológica Batista do Paraná – FTBP

Faculdade Unida de Vitória

Faculdade Teológica Sul Americana – FTSA

Universidade Luterana do Brasil – Ulbra

Universidade Metodista de São Paulo – Umesp

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Centro Universitário Adventista de São Paulo – Unasp

Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia – Salt

Data: 21/7/2010
Fonte: Revista Cristianismo Hoje Online