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Saiba como é feito o resgate dos meninos presos em caverna na Tailândia

Mergulhadores tailandeses e de outros países participam de operação. Grupo é retirado aos poucos.

Por G1

resgate dos 12 meninos e seu técnico de futebol, que estão presos há 16 dias em uma caverna na Tailândia, começou na madrugada do domingo (8). No primeiro dia, quatro meninos foram resgatados. No segundo, já eram oito meninos resgatados no total. Equipe de mergulhadores retomou a terceira etapa da operação nesta terça-feira (10) a missão para resgatar os últimos quatro meninos e seu técnico presos em uma caverna.

Como é feito o resgate dos meninos e do técnico em caverna na Tailândia (Foto: Karina Almeida/ Arte G1)

Como é feito o resgate dos meninos e do técnico em caverna na Tailândia (Foto: Karina Almeida/ Arte G1)

A operação é delicada por conta do estado de saúde dos meninos e do técnico e por causa da dificuldade de acesso à caverna, que tem vários trechos inundados e muito estreitos.

Participam da operação:

  • 50 mergulhadores especialistas internacionais
  • 40 mergulhadores tailandeses experientes
  • 30 equipes médicas

 O mergulho

De dois a três mergulhadores acompanham cada um dos meninos, que usam máscaras faciais enquanto são guiados pelas passagens por corda, já que a visibilidade na água é pouca.

Nos trechos mais estreitos, que podem chegar a 90 cm de largura por 60 cm de altura, os mergulhadores precisam soltar o tanque de suas costas para que passem um de cada vez: o mergulhador, o menino e o equipamento.

Cada um dos meninos usa uma máscara de mergulho, além de roupa de mergulho, botas e capacete.

Controle do cansaço e do estresse podem ser determinantes na hora de salvar vidas

Controle do cansaço e do estresse podem ser determinantes na hora de salvar vidas
 Pausa

Por conta do longo trecho, a operação é feita aos poucos e os meninos são retirados em pequenos grupos. Após o primeiro dia, uma pausa de 10 horas foi feita para que os tanques de oxigênio fossem regarregados e os mergulhadores pudessem descansar.

Os mergulhadores levam cerca de 6 horas para chegar até o grupo, que está isolado a cerca de 4 km da entrada da montanha.

5 fatos sobre o resgate dos meninos presos em caverna na Tailândia
5 fatos sobre o resgate dos meninos presos em caverna na Tailândia

 Chuva

Uma das maiores preocupações é a condição climática na região. Há a previsão de uma tempestade que se aproxima e deve chegar à região da caverna em alguns dias.

Para evitar novas inundações, é feito o bombeamento constante de água para fora da montanha, e por isso pontos antes totalmente inundados podem ser feitos caminhando, afirmou o governador Narongsak Osatanakorn.

 Equipe médica

Na saída da caverna, trinta equipes médicas estão de prontidão. Um helicóptero e ambulância esperam próximo à caverna. Cada um dos meninos resgatados é levado de helicóptero até a região de Chiang Rai onde são transferidos de ambulância para um hospital.

O voo da caverna até Chiang Rai dura cerca de 20 minutos. Do heliponto até o hospital são apenas 700 metros de ambulância.

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Defendendo princípios pentecostais: a questão do movimento do reteté

Não há na Bíblia nenhuma recomendação para que as igrejas pratiquem o reteté

A questão do movimento do retetéA questão do movimento do reteté

Apresento ao querido leitor do Gospel Prime algumas considerações que levei à 11ª Escola Bíblica de Obreiros (EBO) da Convenção Fraternal de Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus no Estado da Bahia, convenção esta que se reuniu entre os dias 29 de junho e 1 de julho em nossa capital. O tema da convenção era “Princípios: defendendo a nossa fé”, e planejei, como tema de minha preleção, o que consta agora como título deste artigo.

Os textos que nos serviram como ponto de partida foram os de I Co 13.11; 14.20-33, 39,40 e Cl 1.26,27, cuja leitura recomendo – os de I Co  referem-se ao exercício dos dons espirituais no culto, e os de Cl aludem ao “mistério”.

Sendo membro e ministro filiado a uma igreja pentecostal histórica (Assembleia de Deus), preocupo-me com algumas crenças associadas, na prática, ao Movimento Pentecostal, entre as quais se acha o denominado “reteté” (ou “repleplé”), o qual, embora estranho ao pentecostalismo histórico ou clássico, parece ser visto por muitos como a própria essência do pentecostalismo.

O reteté – uma praga surgida no seio das igrejas pentecostais na década de 1990 – caracteriza-se por comportamentos esquisitos durante o culto, erroneamente atribuídos ao exercício de dons espirituais num contexto de suposto derramamento do poder do Espírito.

Tais comportamentos anormais incluem cair ou dançar “no Espírito”, ficar estalelado no chão com os braços para cima, gritar (de alegria ou de angústia), urrar (como animais), deitar-se ou rolar no chão, sacudir-se, tremer compulsivamente, ficar em transe, sair correndo pelo salão da igreja, ropopiar, pular, movimentar o corpo para baixo e para cima, marchar, rir descontroladamente, espalmar as mãos e mover os braços de forma circular, entre outros. Algumas dessas atitudes lembram práticas de outras religiões, e já existem aqueles que, em reuniões da igreja, acham que precisam vestir roupa branca ou tirar os calçados dos pés quando assumem o púlpito.

Quando eu era criança, ouvia o termo “meninice” como forma de os assembleianos se referirem ao que hoje conhecemos por “reteté”. “Meninice” é vocábulo derivado do texto em que o apóstolo Paulo diz, tratando dos dons espirituais, que se comportava como menino na época em que era menino, vindo a agir como homem ao chegar à idade adulta (cf. I Co 13.11). Uma outra expressão utilizada pelos meus irmãos assembleianos para aludir a tal tendência era (e é) a mui eloquente (e bíblica) “fogo estranho” (cf. Lv 10.1-3).

A partir de textos como estes, os crentes e líderes assembleianos, de modo simples, mas arguto, reconheciam no reteté um fenômeno divorciado da fé pentecostal e próprio de crentes imaturos.

O termo “reteté” parece consistir numa onomatopeia derivada do som de pés batendo no chão, algo que se verifica frequentemente na atitude de adeptos desse movimento. Criou-se também, nesse meio, um dialeto próprio, que envolve termos como “canela de fogo”, “sapatinho de fogo”, “manto”, “fogo puro”, “terra”, “nébias”, num glossário utilizado tanto pelos praticantes do movimento como por alguns pentecostais clássicos, que o fazem comumente de maneira jocosa.

É importante reconhecer as razões pelas quais o reteté encontrou espaço no ambiente pentecostal, e talvez algumas dessas razões tenham cunho social, cultural e existencial: como as igrejas pentecostais são formadas principalmente por pessoas menos favorecidas, a pregação formal e a liturgia solene das igrejas históricas pode ter ensejado certo distanciamento entre a liderança e o povo, enquanto nas igrejas pentecostais há grande espaço para os leigos, que se manifestam pela oralidade e, no reteté, também pela “corporalidade”*, o que oferece uma sensação de pertencimento e de poder.

Diga-se, aliás, que um dos efeitos do reteté é o empoderamento de figuras aparentemente cheias do Espírito, não raro mulheres, ao lado das quais se veem pastores submissos, ao mesmo tempo encantados com tamanho “poder” e ávidos por auferir os benefícios de um público ampliado. Assim, mesmo igrejas que não ordenam mulheres ao pastorado acabam sendo, na prática, pastoreadas por algumas delas, sendo comum pessoas irem àquela igreja somente quando a irmã está ali “para revelar”.

Outro aspecto digno de nota é o abismo que existe entre três níveis de teologia pentecostal, como explicado pelo pastor e teólogo assembleiano Claudionor Correa de Andrade**: o nível oficial, o nível acadêmico e o nível místico.

Pensemos aqui no campo assembleiano, até porque se trata da maior igreja pentecostal (e evangélica) do Brasil, de onde surgiram tantas dissidências: enquanto o nível teológico oficial é aquele vertido nos livros editados pela CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus) e chancelados pelo Conselho de Doutrina da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil), o nível místico é o popular, que nasce na vivência do povo; já o nível acadêmico tenta explicar o que acontece no mundo pentecostal, mas frequentemente de maneira pouco acessível ao público comum.

De toda maneira, uma simples pesquisa histórica é capaz de demonstrar que a Assembleia de Deus, tanto em sua teologia oficial como na prédica de seus pioneiros, não endossou o “fogo estranho”, assim como, em nossos dias, não o ratifica.

É certo que o pioneiro Gunnar Vingren passou por experiência incomum de riso (alguns chamam de “riso santo”), mas como reação emotiva à obra de Deus, e não como dom espiritual, marca do pentecostalismo ou experiência que deva ser normativa para o cristão.

Neste passo, chamemos à baila um depoimento do próprio missionário Gunnar Vingren sobre algo que testemunhou em Criciúma-SC***:

Primeiro cantaram um hino. Depois todos tiraram os sapatos e se deitaram no chão num círculo. Depois que todos haviam orado, começaram a pular e a dançar durante mais ou menos meia hora. Depois se puseram de joelhos outra vez e oraram. Eu os exortei a que deixassem essa coisa de dançar, pois isso não está escrito no Novo Testamento, e era uma bobagem que eles deviam abandonar. [Mensageiro da Paz, Ano 79, Número 1.494 – Novembro de 2009].

A Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil (publicada em abril de 2017) em nenhum momento aprova ou anuncia como marca do pentecostalismo aquilo que configura a essência do reteté. Não há no seu cap. XX (dedicado à doutrina do Espírito Santo) uma linha sequer defendendo tal conceito.

Há na internet pronunciamentos de diversos pastores assembleianos brasileiros contra o reteté: Antonio Gilberto, Claudionor Correa de Andrade, Elienai Cabral, Elinaldo Renovato de Lima, Daniel Nunes da Silva. De maneira muito clara e contundente, esses doutos pastores expressam a teologia oficial de nossa denominação. Semelhantemente, o célebre pastor pentecostal David Wilkerson criticou duramente esses cultos extravagantes.

Na história dos avivamentos, houve episódios caracterizados por comportamentos fortemente emocionais, o que não é exclusivo ao mundo pentecostal. Todavia, com o tempo as manifestações tendem a ser explicadas à luz da Bíblia ou controladas sob a supervisão da liderança pastoral, não podendo ser o centro das atenções no culto, nem descambar para o exagero.

Como explica o teólogo pentecostal Paulo Romeiro, movimentos religiosos passam por fases de entusiasmo, organização, educação e estagnação. Podemos afirmar que o reteté seria uma forma de ampliar exagerada e artificialmente a fase do entusiasmo, desconsiderando os bons frutos da educação teológica – é claro que não queremos ser vencidos pela fase da estagnação, mas para isso precisamos de verdadeiro avivamento, e não de “fogo estranho”.

O movimento do reteté parece muito com a “Benção de Toronto”, movimento surgido no início da década de 1990 no seio da Comunidade Vineyard (Videira) do Aeroporto de Toronto, igreja dirigida pelo pastor John Arnott e sua esposa Carol. A matriz da Comunidade Vineyard, pastoreada à época pelo americano John Wimber, é uma igreja da chamada “Terceira Onda”, muito diferente das igrejas pentecostais históricas, classificadas como sendo da “Primeira Onda”.

Em seu livro “Quando o Espírito vem com poder” (publicado pela ABU Editora), John White trata das manifestações espirituais com uma abordagem bíblica, histórica e psiquiátrica. Tendo conhecimento do Movimento de Vineyard, White busca discernir comportamentos biblicamente fundamentados daqueles que são meramente psicológicos ou até demoníacos.

Quanto à maneira de aferir se determinadas manifestações procedem de Deus, White sugere que se observem os “frutos” e também o “pomar”: os frutos são os efeitos que surgem a partir dali: se se produzem ou não mais evangelização, mais fervor, mais santidade, mais ética, mais desejo de conhecer a Bíblia; o pomar é o cenário em que ocorrem as manifestações, se caracterizado pela pregação da Palavra de Deus ou se condicionado por sugestões psicológicas, teatro ou palavras de incentivo a comportamentos bizarros.

Temos de deixar algo muito claro: não há na Bíblia nenhuma recomendação a que as igrejas pratiquem o reteté. E mais: não há personagens bíblicos que promovam o reteté em nome de Deus.

Pelo contrário, as recomendações do apóstolo Paulo quanto ao exercício dos dons espirituais falam de “ordem e decência”, da finalidade dos dons (edificação), da sujeição do espírito do homem ao próprio homem, da necessidade de ordenar e julgar as profecias, da necessidade de interpretar línguas quando estas venham a ser proferidas como discurso. Não há incentivo à desordem, à bizarrice, ao ridículo.

Houve, sim, eventos bíblicos extraordinários que produziram efeitos corporais: quando da dedicação do Templo em Jerusalém, a glória do SENHOR tomou a Casa de tal forma que os sacerdotes não conseguiam se pôr de pé (I Rs 8.10,11); Ezequiel caiu sobre o seu próprio rosto ao contemplar a glória do SENHOR (Ez 1.28; 3.23); Daniel desfaleceu em virtude das visões celestiais recebidas (Dn 10.7-21); Pedro, Tiago e João caíram diante da Transfiguração (Mt 17.12-6); João caiu “como morto” aos pés de Cristo glorificado (Ap 1.17). No entanto, trata-se de eventos especiais, que não podem servir de prescrição para a Igreja, segundo a regra hermenêutica de que “não se deve doutrinar a partir de narrativas”, ressalvando-se os momentos em que a própria narrativa se constrói com propósito doutrinário (caso de Lucas-Atos, em linhas gerais).

Desde, pelo menos, a década de 1990 o pentecostalismo brasileiro tem absorvido influências de igrejas da Terceira Onda como se fossem experiências essencialmente pentecostais, e igrejas chamadas “neopentecostais” têm influenciado a Assembleia de Deus (deveríamos ser mais neotestamentários e nunca “neopentecostais”, tendo em conta o que se acha debaixo do imenso guarda-chuva “neopentecostal”).

Além disso, e para nossa imensa tristeza, o pentecostalismo brasileiro tem sido minado também a partir de algumas igrejas e entidades assembleianas, como certos congressos de última hora, onde pregadores supostamente pentecostais deitam ideias amalucadas e promovem performances destrambelhadas, que nada têm que ver com a fé pentecostal, de modo que as novas gerações acabam imitando péssimos exemplos.

Por tudo o que ora se registra, deixo aos leitores as mesmas conclusões que pontuei aos irmãos presentes à referida EBO, com uma proposta ao final, que, da mesma forma, dirigi ao público presente. Vejamos:

1 – Se realmente consideramos que a Bíblia é nossa regra de fé e conduta, sendo autoritativa e suficiente, devemos rejeitar o ensino de que manifestações do Espírito não precisam ter fundamento bíblico.

2 – A hermenêutica pentecostal precisa estar firme em sua posição de hermenêutica cristã ortodoxa, sem se pautar pela experiência individual ou coletiva, mas por regras aceitáveis e pelo método histórico-gramatical, consagrado pela Reforma Protestante e referido pela Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil.

3 – Precisamos encurtar a distância entre a teologia oficial e a teologia popular, o que passa pelo controle do púlpito e pelo respeito aos elementos componentes do culto neotestamentário.

4 – Não podemos proibir as manifestações genuinamente espirituais nem desprezar as emoções em si ou os fatores sociais envolvidos, mas atuar de forma pastoral, com base numa boa teologia, para mostrar o que de fato é pentecostalismo, distinguindo-o do que não é.

5 – Precisamos incentivar a busca do dom de discernimento de espíritos, pouco popular em nosso meio.

6 – Não devemos cair no Espírito – o Espírito é que biblicamente cai nos crentes em Jesus.

Por fim, a proposta do autor é que o reteté seja explicitamente reconhecido como movimento herético, alheio ao pentecostalismo; que líderes adeptos do reteté sejam aconselhados a abandonar as práticas do movimento ou assumir a possibilidade de uma disciplina ética; e que os vocacionados ao diaconato e ao episcopado sejam orientados à ortodoxia pentecostal, sob pena de não serem ordenados a tais ofícios eclesiásticos.

*Para uma reflexão sobre oralidade e corporalidade  no campo pentecostal, sugiro a leitura do artigo acadêmico “Pentecostalidade e pentecostalismo: fatores de crescimento associados à oralidade”, escrito pelo teólogo assembleiano Claiton Ivan Pommerening e publicado na Azusa – Revista de Estudos Pentecostais, no seguinte endereço: http://azusa.faculdaderefidim.edu.br/index.php/azusa/article/view/8/7

**Declarações presentes em vídeo disponível no Youtube, assim como nos casos das citações aos pastores Antonio Gilberto, Elienai Cabral, Elinaldo Renovato de Lima, Daniel Nunes da Silva, David Wilkerson e Paulo Romeiro (todos pentecostais, é bom lembrar).

***A citação do missionário e pioneiro pentecostal Gunnar Vingren foi extraída do artigo “Gunnar Vingren incentivou ‘cultos’ extravagantes?”, da lavra de Gutierres Fernandes Siqueira e disponibilizado no blog Teologia Pentecostal, no seguinte endereço: ttps://teologiapentecostal.blog/2015/10/31/gunnar-vingren-incentivou-cultos-extravagantes/

Alex Esteves
Alex Esteves

Ministro do Evangelho na Assembleia de Deus em Salvador/BA. Membro do Conselho de Educação e Cultura da CONFRAMADEB. Bacharel em Direito. Casado e pai de três filhos.

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Cristãos denunciam que ainda são vítimas de discriminação em Cuba

“Lutamos contra o abuso, a imoralidade, a corrupção”, lembra pastor

Cristãos cubanos.
Cristãos cubanos.

A revolução armada em Cuba, comandada por Fidel Castro em 1968, condenou o país caribenho a um regime comunista que perdura até hoje. Apesar de alardear mudanças, o governo realizou recentemente eleições com um partido só, o que não restaurou a democracia. A opressão contra a população continua inalterada, mas os líderes cristãos estão dispostos a ver mudanças.

Desde 1971 o Congresso Nacional de Educação e Cultura de Cuba estabeleceu como diretriz política que “o Governo revolucionário não colaboraria com instituições religiosas”. Quase 50 anos depois isso não mudou, mas ficou mais que provado que essa separação proposta, na verdade, era uma maneira de prejudicar quem defende valores distintos do ideal comunista ateu.

Uma associação de pastores, representados pelo advogado Miguel Porres vem exigindo que o governo cubano justifique porque não oferece as mesmas oportunidades aos cristãos que recebem os outros cidadãos da ilha.

Em uma carta aberta, endereçada ao Ministério de Cultura e ao Instituto Cubano de Rádio e Televisão, eles denunciam “descriminação na política cultural, sobretudo no rádio e na televisão”. Como já é a terceira tentativa da associação em obter uma resposta, eles estudam entrar na justiça, embora saibam que o sistema judicial cubano é subserviente ao partido comunista.

Porres possui mestrado em Direito Social pela Universidade de Barcelona. Após anos morando fora, decidiu voltar para seu país e lutar por mudanças. Ele explica que sua defesa dos direitos dos cristãos sustenta-se apenas na Constituição de Cuba.

O advogado aponta que nenhuma música cristã que fale sobre Deus ou Cristo encontra espaço nas rádios e televisões do país, já que todos os meios de comunicação são controlados pelo governo de Havana.

Ele lembra que, embora o Estado se defina como laico, outros grupos religiosos já conquistaram espaços para apresentar suas músicas e, inclusive, verem televisionados seus rituais e cerimônias. Um exemplo claro disso é a chamada “Letra del Ano”, que mostra no início do ano quais as “profecias” reveladas pelas entidades de origem afro para os próximos 12 meses.

O avô de Miguel Porres era pastor. Foi perseguido pelo Partido Comunista. Passou por muitas dificuldades por não estar disposto a abandonar a fé, mesmo sob intensa pressão e com seus direitos cerceados.

Defendemos a liberdade

Seu maior desejo é ver os cristãos sendo tratados da mesma maneira que os demais cidadãos, conforme prevê a Constituição. “Os artigos 41 a 43 da Carta Magna protegem a igualdade de direitos, proibindo inclusive a discriminação por qualquer motivo, inclusive crença religiosa. Ao mesmo tempo o artículo 195 do Código Penal considera crime atentar contra y a dignidade humana e isso inclui liberdade de credo”, argumenta.

Na carta assinada por ele e enviada ao Ministério da Cultura, Porres lembra que “uma parte importante da população é cristã e o cristianismo é parte da história e da cultura deste país”.

Para Miguel Porres, os cristãos podem contribuir com seus valores para formar uma sociedade melhor. “Defendemos os valores de Cristo, lutamos contra o abuso, a imoralidade, a corrupção e o crime. Por que, então, não podemos ter espaço na política cultural de uma sociedade, que segundo seus próprios estatutos e leis dizem defender valores e princípios semelhantes ao do cristianismo?”, argumenta.

Até o momento, o ministro da cultura, Abel Prieto, não respondeu à carta que pede explicações sobre a política cultural. Com informações Diário de Cuba