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Animais de estimação vão para o céu?

A preocupação ao ponto de querer a companhia de um animal na eternidade, de certa forma é sinal que algo se corrompeu por uma confusão de sentimentos e uma perspectiva de futuro incerta.
Criança com cachorro no colo. (Photo by Alicia Jones on Unsplash)

Essa pergunta intrigante surgiu em novembro de 2014, numa reportagem do New York Times com o título “Cães no céu? Papa Francisco deixa os portões abertos“, repercutindo uma pretensa afirmação com o seguinte teor: “Um dia, veremos nossos animais novamente na eternidade. O paraíso é aberto a todas as criaturas de Deus.”

Essa declaração foi rapidamente disseminada pelo público nas redes sociais e por movimentos e ONGs de proteção aos animais que se derreteram em elogios e demonstraram enorme satisfação em saber como a autoridade máxima da igreja católica estava alinhada com suas pautas.

A verdade é que houve um grande mal-entendido ao verterem a matéria original do Corriere della Sera para o inglês e o jornal New York Times veio a público explicar-se e pedir desculpas aos leitores pela imprecisão da matéria. Hoje, há inúmeros sites que dissecaram o assunto e comprovaram que o Sumo Pontífice não deixou nenhum portão aberto no céu para os animais de estimação. O jornal The Washington Postfez uma matéria muito esclarecedora só para explicar a notícia falsa do colega, descrevendo em detalhes a origem e o desfecho do mal-entendido.

Fato é que a declaração foi o catalizador de grande repercussão na mídia. Produziram-se inúmeros debates, artigos e acaloradas discussões sobre o assunto. A despeito de ser notícia falsa, o tema suscita dúvidas válidas e intriga o sentimento daqueles que possuem animais de estimação e sentem inquietação em saber sobre o futuro pós morte do seu bichinho querido.

John Piper, teólogo cristão renomado e praticamente unanimidade em todas as correntes da fé, também foi chamado ao debate para oferecer uma posição apaziguadora e definitiva sobre se animais de estimação vão ou não para o céu, conforme explicamos a seguir.

Termos imprecisos

O paraíso estar aberto a todas as criaturas de Deus é um termo ambíguo já que lúcifer também é criatura de Deus e é certo que ele não estará lá, aponta Piper. Portanto, o reino dos céus não está, assim, com os portões escancarados a todas as criaturas.

Para revermos nossos animais de estimação nos céus, significa que eles participariam conosco da eternidade e isso tem enormes implicações teológicas, além desse argumento não se sustentar biblicamente. Imagina que para satisfazer nossos sentimentos de posse, só falamos em nome de cães e gatos, mas diante de um Deus que é a plena Justiça como ficariam os outros animais? Só porque não os mantemos presos em nossas casas não merecem estar conosco na eternidade?

Muitas ideias são lançadas de forma apressada e como coadunam com a pauta do mainstream, essa engenharia social com objetivos escusos e desconhecidos que se processa na sociedade, são rapidamente cooptadas e passam ao status de princípios e imediatamente galgam o rol das atitudes politicamente corretas, independentemente de suas implicações práticas; por fim torna-se imoral ou quase crime questionar simples dúvidas sobre o assunto.

Para um cristão que se preocupa com a verdade e com a validade dos princípios bíblicos tais assuntos devem ser devidamente examinados e passar por cauteloso escrutínio. As ideias têm consequências, como diz o título do livro de Richard Weawer.

Imagem e semelhança de Deus

No livro de Gênesis (1:26,27), a criação do homem foi apartada do restante dos outros entes. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Nesse relato, entendemos que há um destino único para o homem que o coloca acima das outras criaturas, inclusive com uma ordenança de sujeitar a terra e dominar “sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn. 1:28).

Quando Jesus esvazia-se de si mesmo e vem para a terra, Ele o faz como ser humano e não como um animal irracional. Seu sacrifício foi para salvar o homem e não os animais, indicando assim, um destino determinado e exclusivo para o ser humano.

Quando o Eterno, quis falar com Moisés no monte, Ele recomenda expressamente que os animais não se aproximem, nem sequer toquem no monte, sob pena explícita de serem mortos (Êxodo 19:13). Essa passagem carregada de simbolismo, traz em si a mensagem de que para subir a montanha, ou simbolicamente a escalada espiritual em direção ao Criador, temos que nos despir da nossa animalidade, nossa irracionalidade já no início dessa caminhada, como pré-requisito para proceder a escalada.

Contudo, Deus ama os animais a ponto de preservá-los no dilúvio. Há fósseis suficientes para comprovar que não foram todos que foram preservados. Há uma enorme variedade de animais que simplesmente não existe mais, não obstante teorias de toda sorte justificarem seu desaparecimento. No Antigo Testamento há uma passagem brilhante sobre a consideração que devemos ter com o bem-estar dos animais: “O justo tem consideração pela vida dos seus animais, mas as afeições dos ímpios são cruéis” (Provérbios 12:10).

Animais que perecem

A Bíblia faz distinção clara entre homens e animais. Hoje as pessoas levaram os cães e gatos para dentro de casa, permitindo-os participarem das atividades do dia a dia da família, seja na mesa durante as refeições, seja dormindo em suas camas, em casos até que substituem o esposo.

Se o homem permitiu que alguns animais fossem alçados ao status de membro da família, pois trata-se de assunto da sua competência, querer elevá-los ao patamar de um dia poderem morar nos céus com Deus, foge à sua autoridade e sobre esse assunto é a Palavra de Deus quem versa e determina.

Animais não tem a capacidade de manter um relacionamento pessoal com Deus, isso foi dado somente ao homem. O salmista usa a imagem de animais (mula e cavalo) para ilustrar a falta de entendimento e capacidade de aprimoramento pessoal de acordo com os preceitos bíblicos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti. (Salmos 32:9).

Uma outra diferença essencial é que os animais simplesmente perecem nessa terra enquanto os seres humanos têm um futuro preparado após essa vida. Aos animais não foi reservado o reino dos mortos, o Sheol, como está aos seres humanos, portanto diferente dos “animais, que perecem”. (Salmos 49:12)

Considerações finais

O papa não disse que o paraíso é aberto a todas as criaturas de Deus nem que as veremos na eternidade. Isso foi uma notícia falsa divulgada pelo jornal New York Times, que posteriormente se retratou, em novembro de 2014.

Apesar de ser uma notícia falsa, o tema levanta uma pergunta que não deixa de ser válida, quando extraída desse contexto. É um questionamento pertinente falar e expressar dúvidas a respeito da fé e o que a Palavra de Deus fala a respeito de determinados assuntos. Sendo assim, continua válido o direcionamento e os esclarecimentos que John Piper ofereceu aos cristãos.

A veneração canina e felina é apenas mais um traço de uma sociedade confusa sobre valores e proporções. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, se isso não for suficiente para convencer alguém, algo vai mal com seus princípios cristãos.

De fato, uma pessoa mergulhada no pecado, deixa de ter a semelhança com Deus e torna-se mais parecida consigo mesma e sua companhia passa a ser indesejada.

À medida que veneramos animais, surgem essas necessidades de preencher vazios que jamais podem ser preenchidos a não ser pelo nosso Criador. A preocupação ao ponto de querer a companhia de um animal na eternidade, de certa forma é sinal que algo se corrompeu por uma confusão de sentimentos e uma perspectiva de futuro incerta.

A Bíblia não deixa dúvidas sobre qual a posição que deve exercer Nosso Senhor Jesus Cristo em nossas vidas. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.(Mateus 10:37)

Animais perecem, enquanto nós temos um futuro reservado ao lado do Criador, em corpos incorruptíveis, vestes novas e cujo único desejo será louvar, bendizer e adorar ao nosso Redentor. Isso vai nos bastar, estaremos saciados e sem necessidade alguma além dessas.

Em tempo; respeito e não compactuo nem tolero nenhuma forma de maus tratos a animais.

O justo tem consideração pela vida dos seus animais, mas as afeições dos ímpios são cruéis” (Provérbios 12:10).

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Marcelo Crivella sofre processo de Impeachment

 

Marcelo Crivella

Marcelo Crivella – (Tomaz Silva/Agência Brasil)

A Câmara de Vereadores do Rio aprovou, ontem, terça-feira (2/4), a abertura do processo de impeachment do prefeito Marcelo Crivella (PRB), Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus.

Fernando Lyra Reys, fiscal da Secretaria de Fazenda é quem denunciou o prefeito pelo crime de responsabilidade por ter renovado contratos de mobiliários urbanos em dezembro de 2018.

Jorge Felippe (MDB), se declarou impedido, por ser o primeiro a sucedê-lo, caso o pedido seja aprovado.

Após a publicação da admissibilidade no Diário Oficial, Marcelo Crivella terá 10 dias para apresentar sua defesa e a comissão formada terá até 90 dias para apresentar um relatório.

Para ser aprovado, o relatório é necessário o voto de dois terços dos vereadores.

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Rodrigo Maia e a falácia da articulação política

Deputados precisam de “incentivos” para trabalhar pelo bem do Brasil?

 

   – Gospel Prime

Rodrigo Maia. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A política no Brasil é algo nojento. Tem que ter estômago e muita resiliência para lidar com aqueles que são a definição singular do Ministro da Economia Paulo Guedes: “piratas privados, burocratas corruptos e criaturas do pântano político que se associaram contra o povo brasileiro.”

E o Presidente da Câmara dos Deputados é a exata expressão do que temos de mais promíscuo e sórdido no cenário político brasileiro.

Fico me perguntando: como o eleitor fluminense teve a audácia de reelegê-lo?

Já não é de agora que Maia brinca de atrapalhar o país fingindo que ajuda – como disse Guilherme Fiuza. Ele usa da técnica de “bater no espantalho”, que é quando a pessoa tenta desconstruir a outra com base em argumentos ou fatos distorcidos – algo típico de pessoas com um sério desvio de caráter.

Rodrigo Maia diz que Jair Bolsonaro está “brincando de presidir o Brasil”, quando é ele quem está brincando de presidir a Câmara.

A questão é que representantes da velha política estão a todo o vapor tocando os trabalhos no Legislativo. “Pra quê trabalhar pela aprovação do texto da Nova Previdência se o meu interesse próprio escuso não poderá ser atendido ao fim do processo?”. É mais ou menos assim que funciona a mentalidade deste tipo de político, que deve ter sido criado em laboratório.

Maia quer que o Governo articule politicamente para que a Reforma seja votada e aprovada. Só que o Governo já lhe entregou o texto muito bem redigido da Reforma Previdenciária e que, de certa forma, está apenas dando sequência num processo que começou em 2017 quando ainda éramos governados por outro político profissional, Michel Temer, e que nos anais da casa legislativa possui registros vastos de amplas discussões que foram travadas em torno do assunto.

Ou seja, ele quer que a coisa protele ainda mais, em vez de avançar devido ao seu próprio trabalho que é justamente negociar com os partidos e promover os debates e a votação do texto.

Seus ataques infantis ao presidente mostram apenas uma coisa: que o problema não é a falta de articulação política por parte do Bolsonaro. O problema é a sua falta de vontade política para andar com a votação que aprovará o texto da Reforma.

Só que, no Brasil, o político viciado em poder e privilégios não trabalha para o povo. No Brasil, a maioria dos políticos trabalha para os seus próprios interesses. Se eles não lucrarem, não teremos aprovação de nada que venha modernizar, desburocratizar e tornar as leis instrumentos de justiça social.

E sabe quem mais é sacrificado financeiramente e em outros níveis no cenário previdenciário atual? Os mais pobres! Logo, procure saber quem está tentando ‘ganhar tempo’ dando alfinetadas na TV ou quem está fazendo discurso contra a reforma na Câmara e perceba quem são os verdadeiros lobos e sanguessugas desta nação.

Sejamos francos, caro deputado: seu problema não é com a falta de ‘articulação política’ por parte do presidente da república. Seu problema é com o povo brasileiro mesmo.