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Estudiosas questionam se Maria Madalena era mesmo de Magdala e se foi uma prostituta

Elas dizem que considerar ‘Madalena’ como um título honorífico é algo que restaura sua dignidade e faz com que ela seja vista por uma nova visão.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE RELIGION NEWS SERVICE
Arqueóloga Dina Avshalom-Gorni trabalhando numa sinagoga descoberta em Migdal, Israel, em 2009. (Foto: Cortesia da Universidade de Haifa e Yoli Schwartz/ Autoridade de Antiguidades de Israel)
Arqueóloga Dina Avshalom-Gorni trabalhando numa sinagoga descoberta em Migdal, Israel, em 2009. (Foto: Cortesia da Universidade de Haifa e Yoli Schwartz/ Autoridade de Antiguidades de Israel)

Arqueólogos que escavavam perto da cidade israelense de Migdal, também conhecida como Magdala, encontraram restos de uma sinagoga do primeiro século.

A descoberta dessa sinagoga na cidade, que fica na margem ocidental do mar da Galiléia, é certamente significativa e acrescenta evidências tangíveis da vida judaica na Palestina do primeiro século, na época do ministério de Jesus.

Mas, duas estudiosas dos EUA e do Reino Unido estão questionando a rápida suposição de que a cidade é o local de nascimento de Maria Madalena, uma das primeiras seguidoras de Jesus e a primeira testemunha de sua ressurreição.

Sobre o nome “Magdala”

Em um artigo publicado no mês passado, Elizabeth Schrader, estudante de PhD da Duke University, e Joan Taylor, professora do King’s College, em Londres, argumentam que a suposição de que Magdala se refere ao local de origem de Maria é inteiramente especulativa.

Elas acreditam que “Madalena” pode muito bem ser um título honorífico das raízes hebraicas e aramaicas para os termos “torre” ou “magnificar”.

Assim como o apóstolo Pedro recebeu o epíteto de “rocha” (“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”), Maria poderia muito bem ter adquirido o título “Madalena” que significa “torre da fé” ou “ Maria, a magnificada.”

Sobre o nome “Magdala”, o doutor em arqueologia bíblica, Rodrigo Silva, também diz que “pode vir do aramaico magdalah que significa ‘grandioso’ ou, literalmente, ‘grande lugar’, mas pode vir do hebraico maghdal que significa ‘torre’ ou ‘farol’”, disse.

“Embora tenha havido várias maneiras de entender seu nome, nenhum autor anterior ao século VI a identifica como vindo de um lugar ao lado do mar da Galiléia”, escreveram as autoras na edição de dezembro do Journal of Biblical Literature.

“Vários autores antigos realmente entendiam que o apelido de Maria estava enraizado em seu caráter e não em sua proveniência”, apontou Joan.

‘Maria Madalena não foi uma prostituta’

Além disso, o artigo de Elizabeth e Joan considera algumas questões. Elas dizem que as pessoas confundiram Maria Madalena com uma prostituta e dizem que foi marginalizada pelos pais da igreja primitiva.

Estudiosos estão reexaminando os Evangelhos e escritos cristãos primitivos num esforço para recuperar a verdadeira Maria Madalena da figura diminuída que ganhou ao longo dos séculos.

Como as duas demonstram, não havia consenso sobre Maria ou suas origens na antiguidade. Na verdade, havia vários locais chamados Migdal em toda a Judéia e Galiléia. O historiador cristão do século IV, Eusébio, achava que Magdala era uma cidade da Judéia, não da Galiléia.

Mais tarde, durante a era bizantina e, especialmente, durante o período das Cruzadas dos séculos XI a XIII, uma cidade perto do mar da Galiléia conhecida inicialmente como “el-Mejdal” tornou-se um local de peregrinação cristã conhecido como Magdala, como é conhecido até os dias de hoje.

“O que estamos dizendo é que não era um local na época de Jesus”, disse Joan Taylor. “Naquela época, havia uma cidade chamada “Tarichaea”, mencionada por Josefo e Plínio. Mas nunca foi chamado Magdala no período romano”, continuou.

Interesse em associar Maria Madalena à cidade de Magdala

Em um comunicado anunciando a escavação da sinagoga, a diretora de escavações da Universidade de Haifa, Dina Avshalom-Gorni, disse: “Podemos imaginar Maria Madalena e sua família chegando aqui na sinagoga, junto com outros moradores de Migdal, para participar de eventos religiosos e comunitários”.

Para alguns, enraizar Maria na cidade de Magdala é importante. “Arqueólogos precisam de financiamento para suas escavações. Se eles puderem conectar seu trabalho a uma figura ou evento bíblico, o financiamento privado e institucional começará a chegar”, justificou Joan.

Por outro lado, ela explica que situar Maria em Magdala, erroneamente, fecha a porta para o legado de Maria. “Considerar ‘Madalena’ como um título honorífico é algo que restaura sua dignidade e faz com que ela seja vista por uma nova visão”, concluiu.

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A China dominará o mundo? Historiador explica que não, com base nas profecias de Daniel

Rodrigo Silva acredita que o próximo reino global será o de Cristo.
FONTE: GUIAME, CRIS BELONI
Rodrigo Silva, arqueólogo e historiador. (Foto: Reprodução/YouTube)
Rodrigo Silva, arqueólogo e historiador. (Foto: Reprodução/YouTube)

Segundo o arqueólogo e historiador Rodrigo Silva, numa publicação recente em seu canal no YouTube, a atual supremacia chinesa não garante que essa nação dominará o mundo. “Eu sei que pode até parecer um ‘suicídio intelectual’ afirmar que a China não vai dominar a cultura mundial”, disse o arqueólogo que justifica sua resposta usando a Bíblia.

Ele acredita que muitas profecias contidas nas Escrituras já foram cumpridas e as que ainda faltam, vão se cumprir à risca. “Aguardo o cumprimento das profecias, não me baseando no achismo, mas numa fé que é racional”, disse.

O livro de Daniel e o futuro da humanidade

Rodrigo Silva aponta para o livro de Daniel como sendo a fonte das respostas mais coerentes quando a pergunta é relacionada ao domínio mundial. Ele ressalta que esse livro já foi reconhecido tanto pela arqueologia atual, já que seus manuscritos foram encontrados nas cavernas de Qumran, mar Morto, quanto pelo próprio Jesus, quando reconheceu Daniel como profeta. “Assim, quando vocês virem ‘o sacrilégio terrível’, do qual falou o profeta Daniel…” (Mateus 24.15)

Jesus estava respondendo aos discípulos sobre o tempo do fim e os sinais de sua volta. No “sermão profético”, como é conhecido o texto de Mateus 24, Cristo falou sobre diversos sinais que seriam destaque a partir de um período conhecido como Princípio das Dores. Terremotos, guerras, ódio e traição, falsos profetas, aumento da maldade e a pregação do Evangelho a todos os povos.

Sobre o governo do anticristo profetizado para o fim dos tempos, conforme Apocalipse 13.8, indicando a existência de um governo global, o arqueólogo também relaciona as profecias feitas por Daniel.

O profeta Daniel falou sobre os reinos globais que dominariam o mundo. Primeiro através do sonho do rei Nabucodonosor sobre a estátua feita de metais — ouro, prata, bronze, ferro e ferro misturado com barro (Dn 2.32) e segundo sobre a visão dos animais — carneiro e bode (Dn 8.4).

Profecias de Daniel

“Tu olhaste, ó rei, e diante de ti estava uma grande estátua: uma estátua enorme, impressionante, e sua aparência era terrível. A cabeça da estátua era feita de ouro puro, o peito e o braço eram de prata, o ventre e os quadris eram de bronze, as pernas eram de ferro, e os pés eram em parte de ferro e em parte de barro.” (Daniel 2.31-33)

O teólogo explica que o ouro representava a Babilônia, o reino mundial daquela época. Mas aquele reino seria substituído por outro mais fraco simbolizado pela prata, no caso o império Medo-persa. O bronze apontava para a Grécia e o ferro para Roma. A Bíblia profetiza sobre essa transição de governos através de símbolos, sonhos e visões.

“Em 538 a.C., Dario e Ciro se aliaram à Média e Pérsia [carneiro de dois chifres, conforme Dn 8.3], conseguiram desviar o curso do rio Eufrates e entraram na Babilônia no momento em que o filho do rei estava comemorando e bebendo vinho nas taças sagradas que tinham sido roubadas de Jerusalém. Ele foi morto naquela mesma noite e a arqueologia confirma isso. Foi a primeira transição de governo conforme o sonho da estátua”, explicou o arqueólogo.

Rodrigo também conta que, em 331 a.C., Alexandre, o Grande se destacou por desejar dominar o mundo. Seu exército era menor que o dos persas, ou seja, era inferior, por isso era representado pelo bronze. Esse império, a Grécia, foi dividido em quatro partes.

“De fato, quando Alexandre morreu seu reino se dividiu porque ele não deixou herdeiros. Os quatro generais Cassandro, Selêuco, Lisímaco e Ptolemeu dividiram o reino entre si. Depois disso, veio Roma [ferro] como a nação soberana do mundo”, explicou.

Qual será o próximo reino?

De acordo com a profecia, o próximo reino simbolizado por “ferro e barro” substituiria Roma. “E, como viste, o ferro estava misturado com o barro. Isso quer dizer que se procurará fazer alianças políticas por meio de casamentos, mas essa união não se firmará, assim como o ferro não se mistura com o barro.” (Daniel 2.43)

“A profecia diz que o último reino do mundo seria o ‘reino esfacelado’ de Roma. Quer dizer que nunca mais o mundo terá um reino unificado como foi no passado. A Europa de hoje, fragmentada, é justamente o Império Romano dividido”, apontou.

Rodrigo explica que a história da Europa toda é formada por várias tentativas de reunificação através de casamentos e que nenhuma delas deu certo, pelo contrário, só se via as monarquias caindo. “Também tentaram unir as nações através de batalhas e não deu certo”, lembrou citando Napoleão Bonaparte, Carlos Magno e Adolf Hitler.

“Mesmo com a profecia que fala do anticristo que está em Daniel e Apocalipse, não quer dizer que haverá novamente um império mundial como foi Roma, Babilônia, Grécia ou Pérsia. Nós continuaremos com esse reino dividido até o fim”, esclareceu concluindo que nem a China e nem outra nação terá um domínio global.

“Estamos aqui vivendo os dias dos ‘dedos da estátua’, olhando para trás e vendo que as profecias se cumpriram de maneira maravilhosa. Isso mostra que a Bíblia foi escrita por homens, mas a inspiração foi de Deus”, afirmou.

“Na época desses reis, o Deus dos céus estabelecerá um reino que jamais será destruído e que nunca será dominado por nenhum outro povo. Destruirá todos esses reinos e os exterminará, mas esse reino durará para sempre”. (Daniel 2.44)

“Eu sou um teimoso apaixonado pela Bíblia, mas não um apaixonado cego. Eu vejo tantas evidências de que as profecias foram se cumprindo ao ‘pé da letra’ que eu chego à conclusão racional de que esse livro não é um ‘conto da carochinha’. Se as profecias bíblicas se cumpriram até aqui, elas vão se cumprir até o fim. Ou seja, o próximo reino será o de Cristo que, conforme a profecia, é a pedra que se solta de uma montanha sem auxílio de mãos, e que ao rolar vai esmigalhar o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro”, finalizou.

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Monumento da ONU gera discussão por semelhança com a ‘besta de Apocalipse’

Monumento instalado na praça das Nações Unidas em Nova York é uma peça artesanal de origem mexicana.
FONTE: GUIAME
Guardião da Paz na praça das Nações Unidas em Nova York. (Foto: Twitter/Missão da ONU no México)
Guardião da Paz na praça das Nações Unidas em Nova York. (Foto: Twitter/Missão da ONU no México)

Semelhante a um leopardo, mas tem pés como os de urso e boca como de leão. Esta parece ser a descrição do monumento instalado na praça das Nações Unidas em Nova York, mas é um trecho de Apocalipse que descreve a “besta” profetizada nos últimos dias.

Uma discussão surgiu nas redes sociais esta semana sobre a semelhança do monumento “Guardião da Paz e Segurança Internacional” com o texto de Apocalipse 13:2, que diz: “A besta que vi era semelhante a um leopardo, mas tinha pés como os de urso e boca como a de leão. O dragão deu à besta o seu poder, o seu trono e grande autoridade.”

O guardião, que foi instalado na área externa da ONU, foi doado pelo governo de Oaxaca, no México. O monumento é um “alebrije”, um tipo de artesanato popular no México.

“O guardião é uma fusão de onça e águia, visto que são animais fortes e muito representativos em nossa história pré-hispânica e nacional”, explicou a Missão da ONU no México no Twitter.

O que são alebrijes?

Os alebrijes foram criados em 1936 pelo artesão Pedro Linares, na época em que estava com uma doença grave. Ele sonhou com animais híbridos que serviam como guias e gritavam: “alebrijes!”

Por isso, são considerados não apenas peças de arte, mas também guias espirituais, de acordo com o jornal argentino Clarín. No Dia dos Mortos, é comum que os alebrijes estejam “entre altares, velas acesas e jantares partilhados”, diz a publicação.

“Esse artesanato é considerado um ser tão espiritual quanto fantástico, cuja missão é acompanhar cada um de nós desde tenra idade. Com o passar do tempo, eles começam a ganhar sua própria alma e passam pelos ciclos da vida assim como nós”, explica o Clarín.

Qual a relação com Apocalipse?

Para o missionário Chileno Vergara, o momento pode ser um dos “sinais do anticristo” citados em Apocalipse 13:2.

“Que loucura, porém não é coincidência! E está acontecendo agora, na frente de seus olhos. O anticristo já tem uma cadeira dentro da ONU. Já já ele se manifesta oferecendo PAZ ao mundo! Se não acredita, aguarde! E aí, ainda duvida que Cristo está às portas?”, questionou em publicação no Instagram.

Ele ainda deu uma resposta aos mais céticos: “Tudo o que a ONU apoia, questione! Seja em questões de saúde, social ou no que for! Se eles apoiam, saiba que não é em favor de você, seguidor de Cristo”, afirmou nos stories.

A ONU é o anticristo?

No entanto, considerar o monumento como representação da besta de Apocalipse não é unanimidade. “Não há um consenso entre os cristãos sobre as características exatas dessa figura e nem o contexto em que ele surgirá”, explica Igor Sabino, Mestre em Relações Internacionais pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e diretor da Philos Brasil, que promove o engajamento cristão no Oriente Médio.

Sabino observa que é comum ver pessoas “dizendo que a ONU é o anticristo”, especialmente por sua missão de estabelecer a paz global após a Segunda Guerra Mundial. Por outro lado, ele tem algumas ressalvas.

“A ideia de que a ONU pode ser o anticristo, porém, parece piada para qualquer cristão que estuda Relações Internacionais. Embora de fato haja países que a usem para defender pautas progressistas e se opor a Israel, o poder da ONU na política internacional é bem reduzido”, avalia Sabino.

Ele acrescenta: “A organização basicamente faz apenas o que os países que a integram (e financiam) desejam. A prova disso é que a ONU não foi capaz de impedir a invasão do Iraque pelos EUA, em 2003. Tampouco por um fim aos atuais conflitos na Síria, Iêmen, Somália, Etiópia e em várias partes do mundo”.

Ainda em sua reflexão, publicada no Instagram, Sabino lembra o que as Escrituras dizem quando se trata do anticristo: “Um líder mundial com poderes especiais que trará uma falsa paz às nações. Em seguida, irá se opor aos cristãos e aos judeus, perseguindo-os até que Jesus retorne.”