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A PSICOLOGIA DA DEPRESSÃO

Por Leandro Borges

“A depressão é uma doença, e não uma certeza de possessão demoniaca”.

( Leandro Borges – Ministério de Aperfeiçomento á Pastores e Líderes ).

“Nenhum obstáculo é grande demais quando temos Deus guiando nossa caminhada”.

( Rev. Mário de Oliveira – Presidente Nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular ).

“Cada ato de obediência à Deus no seu presente, é uma semente que gerará uma colheita de bênçãos no seu futuro”.

( Rev. Eliezer Woigt – Pastor na Igreja do Evangelho Quadrangular ).

“O ser humano sempre será lembrado pelo legado que escreveu e não pelos anos vividos”

( Pra. Deusa Shimamura – Pastora na Igreja do Evangelho Quadrangular ).

“Então Moisés ouviu o choro do povo. Cada família chorava na entrada de sua barraca. O Senhor ficou muito irado. E Moisés também ficou aborrecido e disse a Deus, o Senhor: – Porque me tens tratado tão mal? Porque estás aborrecido comigo? Porque me deste um trabalho tão pesado de dirigir todo este povo? Eu não fiz este povo, nem dei à luz esta gente! Porque me pedes que faça como uma babá e os carregue no colo como criancinhas para a terra que juraste dar aos seus entepassados? Onde poderia eu conseguir carne para dar a todo este povo? Eles vem chorar perto de mim e dizem que querem comer carne. Eu sozinho não posso cuidar de todo este povo; isso é demais para mim! Se vais me tratar desse jeito, tem pena de mim e mata-me! Se gostas de mim, não deixes que eu continue sofrendo deste jeito”. (Números cap.11 vers.10 á 15).

A depressão (ou melancolia, como era antes chamada) tem sido reconhecida como um problema há mais de 2.000 anos. Ela é algo que todos experimentam até certo ponto e em períodos diferentes da vida.

Os sinais da depressão incluem (tristeza, apatia e inércia), tornando difícil continuar vivendo ou tomar decisões; perda de energia e fadiga, normalmente acompanhada de insônia; pessimismo e desesperança; medo, auto-conceito negativo, quase sempre acompahado de auto-crítica e sentimentos de culpa, vergonha, senso de indignidade e desamparo; perda de interesse no trabalho, sexo e atividades usuais, perda de espontâneidade; dificuldade de concentração; incapacidade de apreciar acontecimentos e atividades agradáveis; e frequentemente, perda de apetite.

As depressões podem ocorrer em qualquer idade (inclusive na infância).

A BÍBLIA E A DEPRESSÃO:  A depressão, por si mesma, é um termo clínico não discutido na Bíblia. Os salmistas, porém, clamaram em palavras que deixaram transparecer depressão e existem várias descrições bíblicas que sugerem o problema.

Em outros pontos da Bíblia,além de Moisés, parece que Jó, Jonas, Pedro e toda a nação de Israel experimentaram depressão. Contudo, cada um desses, que se afundou na depressão, eventualmente se livrou dela e experimentou uma alegria nova e duradoura.

AS CAUSAS DA DEPRESSÃO.

1) CAUSAS FÍSICO-GENÉTICAS:  A depressão freqüentemente tem uma origem física. A falta de sono e uma alimentação imprópria estão entre as causas físicas mais simples (contudo, muitas vezes esses sinais estão classificados também como sintomas de uma depressão). Outros fatores: efeitos de entorpecentes (LSD, cocaína e crack), contagem baixa de açucar no sangue, elementos químicos em desequilibrio no organismo, tumores cerebrais e desordens glandulares. Há também a possibilidade de a depressão ser hereditária.

2) CAUSAS AMBIENTAIS:  As experiências na infância levam à depressão na vida adulta ??? Algumas evidências indicariam uma resposta positiva. A depressão é mais provável quando os pais rejeitam os filhos, ou quando famílias que procuram “status” estabelecem padrões elevados demais que não podem ser alcançados pelos filhos. Quando os padrões são excessivamente altos, o fracasso torna-se inevitável e o indivíduo fica deprimido em reação a uma nítida discrepância entre os alvos e as realizações.

3) INCAPACIDADE APRENDIDA: Uma teoria recente afirma que a depressão vem quando encontramos situações sobre as quais não temos controle. Quando percebemos que nossos atos não terão resultado, por mais que tentemos, que nada podemos fazer para aliviar o sofrimento, alcançar um alvo ou produzir uma mudança, a depressão então, torna-se uma causa comum. Ela surge quando nos sentimos incapazes e desistimos de tentar.

4) PENSAMENTO NEGATIVO: Não é difícil habituar-se a um padrão de pensamentos negativos, vendo o lado escuro da vida e esquecendo-se do que é positivo. Mas o pensamento negativo pode levar à depressão e quando a pessoa deprimida continua a pensar negativamente a depressão é mais intensa ainda.

5) TENSÃO: As tensões da vida estimulam a depressão, especialmente quando essas tensões acarretam perdas (emprego, posição, saúde, liberdade, uma competição, divórcio, morte ou separações prolongadas).

6) IRA: A explicação mais antiga, mais comum e talvez a mais largamente aceita para a depressão é a que envolve o sentimento de ira voltado para dentro, contra si mesmo. O que acontece quando um indivíduo sente-se frustrado, ressentido e cheio de ira ???

Talvez nos sintamos mais irados quando feridos por uma decepção ou pelos atos de outrem. Em lugar de admitir a mágoa, as pessoas ficam se remoendo, ponderam sobre o acontecido e começam a ficar zangadas. A ira então cresce e torna-se tão forte que oculta a mágoa.

Se ela não for admitida e expressa, sendo enfrentada, resulta em vingança. A vingança leva, às vezes a atos violentos e destrutivos. Mas, para o cristão, a violência é inaceitável. Como resultado, algumas pessoas escondem os seus sentimentos.

Isso exige energia e desgaste do corpo, de modo que as emoções eventualmente vem a superfície na forma de sintomas psicossomáticos. A depressão freqüentemente oculta a mágoa, ira e ressentimentos adjacentes.

7) CULPA: não é difícil compreender porque a culpa pode levar à depressão. Quando a pessoa sente que falhou ou fez algo errado, surge a culpa e, juntamente com ela a auto-condenação, frustração, desesperança e outros sintomas de depressão. A culpa e a depressão ocorrem juntas com tanta freqüência que é difícil determinar qual delas surge primeiro.

EFEITOS DA DEPRESSÃO.

A depressão leva a qualquer dos seguintes efeitos, ou a todos eles. Em geral, quanto mais profunda a depressão mais intensos serão os seus efeitos.

A) INFELICIDADE E INEFICIÊNCIA: Os indivíduos deprimidos quase sempre sentem-se desanimados, auto-críticos e miseráveis. Falta-lhes entusiasmo, mostram-se indecisos e algumas vezes tem pouca energia para fazer as coisas mais simples.

B) REAÇÕES MASCARADAS:  Agressividade e explosões de mau gênio; comportamento impulsivo (jogatina, bebedeira, violência, impulso para destruição e sexo compulsivo); tendência para acidentes; trabalho compulsivo e problemas sexuais. Esses sintomas mascarados podem ocorrer em crianças, adolescentes e adultos.

C) RETRATAÇÃO:  Desejo de afastar-se dos outros, de devanear e de escapar para o mundo da televisão, novelas, álcool ou drogas. Alguns sonham em fugir ou encontrar um emprego mais simples.

D) SUICÍDIO: Muitas pessoas o consideram como o mais simples e completo meio de escape.

EVITANDO  A  DEPRESSÃO.

Muitas pessoas acreditam que a depressão não pode ser evitada, mas que depressões de longa duração são evitáveis. Existem várias maneiras de se fazer isso.

1) CONFIANÇA EM DEUS:  Da mesma forma que nos dias de Paulo, a convicção de que Deus está vivo e controla tudo pode dar esperança e encorajamento hoje. Observe que em (Filipenses cap.4 vers.11,12,13,19) diz: “Não estou dizendo isso por me sentir abandonado, pois aprendi a estar satisfeito com que tenho. Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco. Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação. E o meu Deus, de acordo com as goriosas riquezas que ele tem para oferecer por meio de Cristo Jesus, lhes dará tudo o que vocês precisam”.

2) ENTENDER QUE A DEPRESSÃO PRECISA SER TRATADA:  Quando somos suficientemente realistas para contar com o sofrimento e bastante informados para saber que Deus está sempre no controle, podemos então tratar melhor do desânimo e evitar cair em depressão profunda.

3) APRENDER A TRATAR COM A IRA E A CULPA:  Devemos pedir a Deus para ajudar-nos a esquecer o passado, a perdoar os que pecaram contra nós e a perdoar a nós mesmos.

4) FORNEÇA APOIO:  Um grupo de pessoas que aprende a interessar-se mútuamente, pode fazer muito para suavizar o trauma das crises.

5) ESTENDA A MÃO:  O estímulo de uma comunidade de ajuda é, portanto, um meio indireto de evitar a depressão.

6) ENCORAJE A APTIDÃO FÍSICA:  Um corpo sadio é menos suscetível a doenças mentais e físicas.

QUE DEUS TE ABENÇOE…

27-5-16-a 006

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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PRECISAMOS DE UM AVIVAMENTO

Preletor: Pastor Ezequias Amâncio Martins

O padrão da pregação no mundo moderno é deplorável. Há poucos grandes pregadores

  Leonard Ravenhil, um avivalista do passado, disse algo forte: “Como estiver a igreja, assim estará o mundo”. E as últimas sentenças do capítulo são: “Quanto a mim eu quero um avivamento, em minha vida, minha igreja e minha nação; ou então prefiro a morte”. 1

  Precisamos de um avivamento não de métodos, mas de mente e coração

Este é o momento de se fazer um destaque acerca da contextualização bíblica de uma igreja que cresce naturalmente. Na realidade, enquanto o mundo fica preocupado em buscar métodos, Deus está interessado em buscar pessoas. Em outras palavras, o mundo pergunta: “Com que método posso contar?”, enquanto Deus pergunta: “Com que homem eu posso contar?”. A maior força que Deus possui nas mãos para a operação de suas maravilhas em nosso tempo é, sem sombra de dúvida, o homem que se rende completamente
a Ele.

  É fato que o pedido de John Wesley ao Senhor continua relevante: “Dê-me uma centena de pregadores que não receiem nada, senão em pecar, e nada desejem senão a Deus, e eles, não importa se clérigos ou leigos, por si sós abalarão as portas do inferno, estabelecendo o Reino de Deus na terra”. A oração de Wesley foi atendida, e ele vivenciou, junto com outros homens de Deus como George Whitefield, um grande avivamento nos seus dias, no século XVII. É sabido que muitos historiadores seculares concordam que foi o despertamento evangélico de duzentos anos atrás, na época de Whitefield e dos Wesley, que provavelmente salvou a Inglaterra de uma experiência semelhante à Revolução Francesa. A igreja estava tão cheia de vida e de poder que a sociedade inteira foi afetada.

  Quando leio Atos 1.8 não posso deixar de vê-lo como o “carro chefe” de uma igreja que deseja ter como único estratagema de crescimento o próprio Deus, pois o Senhor é o único motivador de crescimento da igreja. E é uma pena de que em grande parte da literatura do movimento de “crescimento de igrejas” encontra-se bem pouca menção ao método de Deus para a igreja crescer: o próprio Deus!

  Mas é preciso que creiamos de todo o nosso coração que quando Deus derramar o seu avivamento sobre a igreja, os planos e métodos humanos estarão ruindo como que, em reverência ao Senhor da Igreja, aquele que começa e termina as coisas segundo unicamente a sua visão e o modo de trabalhar. E, como Deus não tem conselheiros, ele sem dúvida alguma cumprirá sempre o que lhe apraz.

  O grande pregador batista Charles Spurgeon admitiu: “Sem o Espírito de Deus não podemos fazer nada. Somos como veleiros ou carruagens sem cavalos. Como galhos sem seiva, murchamos. Como carvão sem fogo, somos inúteis”. Não podemos prescindir de uma vida de intimidade e total dependência de Deus. São com os joelhos flexionados que recebemos a orientação para o nosso ministério, e não em nossas salas de planejamento. Se Deus não nos encontrar em intimidade não adianta buscar ideias criativas de crescimento e mobilização da comunidade.

  Tenho para mim que Deus tem considerado carnalidade muito do que se tem sido feito em seu nome nesses dias. Não dá para se perceber Deus agindo em meio a tanto comércio, tanto marketing, tanta badalação personalista. O avivamento que precisamos desmascarará muita gente, e eu peço ao Senhor que comece sua limpeza no seio da igreja, revelando os orgulhosos, soberbos e gente que tem desejado se promover com o título de pastor. Esse não é o avivamento que precisamos! Posso dizer sem sombra de dúvidas, que isso é o grande pesadelo de nossos dias: ver igrejas que mais parecem centros espíritas, com suas superstições, mantras e extravagâncias, e que já não possuem nenhuma coerência em uma busca equilibrada do avivamento bíblico.

Avivamento bíblico tem como base João 4.24: “Deus é espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em Espírito e em Verdade”. Existe adoração na igreja que é em espírito e sem verdade, bem como existe também a versão sem espírito e somente em verdade. Isto reflete a meninice da igreja.

   Preocupo-me com a necessidade de um equilíbrio na nossa adoração a Deus. Em nossos dias o que assistimos são dois extremos: o rigor da forma e a tirania do espontâneo. Esse quadro precisa mudar, pois como diria Aristóteles, “a virtude está no meio”.A mídia popularizou o que antes só estavam cientes aqueles que faziam parte do meio evangélico. Hoje já temos bares gospel com funcionamento vinte e quatro horas, shows com bandas e cantores praticamente todos os meses em um local ou outro, produção de CD’s em grande quantidade de estilos (e alguns até com gravadoras independentes!), o Brasil se tornou um celeiro de novidades musicais gospel já há algum tempo.

  A igreja local acaba sendo refém desse ambiente pulverizado, onde o conteúdo vale menos que a aparência, o ético não é tão valorizado quanto o estético, e o belo nem sempre é sinal de pureza! Infelizmente a lógica do mercado invadiu a mente dos cristãos, e a começar pelos líderes da adoração da igreja, que regem inclusive o que a igreja canta, pensa e crê! O sociólogo alemão Rudolf Otto afirmou que, embora a verdadeira religião comece com um conhecimento racional de Deus, ela nunca deve parar ali. O final da verdadeira adoração, ele diz, é um sentimento de “espanto místico” na presença de Deus. Aliar “poder e palavra”, “místico e racional”, “espírito e verdade”, torna-se o grande desafio para evitarmos a tragédia de uma adoração desequilibrada.

Tenho concordado há muito tempo com o que sentencia Danilo Raphael. Em um dos seus artigos ele diz que, hoje em dia, o liberalismo teológico tem sido responsável por uma visão do cristianismo apenas racional, e não do coração e da fé simples. O liberalismo, em sua apostasia, nega a validade de quase todos os fundamentos da fé como, por exemplo, a inerrância das Escrituras, a divindade de Cristo, a necessidade da morte expiatória de Cristo, seu nascimento virginal e sua ressurreição. O liberalismo é um sistema racionalista que só aceita o que pode ser “provado” cientificamente pelos próprios conhecimentos falíveis, fragmentados e limitados do homem.

Por isso que tenho que resgatar uma história contada por Martin Lloyd Jones, sobre uma espírita bem conhecida em Londres, que se converteu a Cristo depois de assistir ao culto da Capela de Westminster: “No momento que entrei em sua capela e me sentei entre as pessoas, tive consciência de um poder sobrenatural”, lembrou-se a mulher. “Eu tive consciência da mesma espécie de poder sobrenatural que eu estava acostumada a sentir em nossas reuniões espíritas, mas havia uma grande diferença: eu sentia que o poder na capela era limpo”.

Precisamos de um avivamento que renove o poder na pregação
O Espírito Santo, quando encontra espaço para a sua atuação, logo produz um amor pela pregação expositiva. É estranho que o movimento de crescimento da igreja tenha tantas reservas com a mensagem expositiva.

David Eby, pastor presbiteriano nos Estados Unidos, vem estudando estudos sobre crescimento de igrejas  desde 1972, e o que o surpreende é que o assunto “pregação” é muito pouco citado. Essa omissão é preocupante. Por que será que os teóricos de métodos que visam justamente a saúde da igreja local não cuidam de tratar o tema da pregação? 2

  Eu tenho um palpite a respeito disso: os teóricos não tratam da pregação porque na raiz do pensamento dos lideres interessados apenas no crescimento numérico não cabe uma ênfase a respeito de temas espinhosos das Escrituras, como depravação total, eleição, graça irresistível, expiação particular e perseverança dos salvos. Eles preferem falar de assuntos amenos como vitória sobre a depressão, a ansiedade, o medo… dentre outros. Ao expor as Escrituras corre-se o risco de encontrar algum assunto que condene essa postura que poderia até ser legítima, mas ao ser tratada como matéria central torna-se materialista e por demais terrena.

  Michael Green faz um protesto nesse sentido: “O padrão da pregação no mundo moderno é deplorável. Há poucos grandes pregadores. Muitos ministros parecem não mais acreditar nela como uma poderosa forma de proclamar o evangelho e mudar a vida. Esta é a era do sermãozinho: e sermõezinhos fazem cristãozinhos”. A Palavra de Deus traz poder à comunicação do evangelho que visa a libertação de homens e mulheres das amarras do pecado e do domínio do inferno. Não se pode desprezar a verdade de que Deus revelou sua Palavra para ser comunicada em sua plena complexidade, e não escolhendo um versículo ou outro para satisfazer algum capricho ou curiosidade dos fiéis.

Fico a pensar que precisamos de um avivamento que faça o povo de Deus mergulhar nas Escrituras sem pré-conceitos, sem ter estabelecido qualquer tipo de pensamento anterior. Trata-se de um mergulho desinteressado, apenas com o fim de buscar comunhão com o próprio Deus. Lutero disse que Deus deixou a sua Palavra em três esferas: criação, encarnação (Jesus) e Escritura (Bíblia). Não podemos desprezar um Deus que se interessou tanto em se comunicar que se exibiu a nós em formas tão esplêndidas e ricas, de um profundo significado.

   A pregação bíblica precisa retomar o seu lugar de honra entre todas as partes do culto cristão. Eu fui seminarista do falecido pastor Licinio Taylor, que dizia antes de qualquer pregador assumir a palavra: “Vamos agora à parte mais importante do culto”. De inicio eu questionava esta frase, e até mesmo tinha meus argumentos. Mas a pratica me ensinou de que de fato essa frase confere com o ensino bíblico. A pregação do evangelho através da proclamação é o meio de Deus tocar os corações das pessoas.

  E o conceito fica: temos de ser bíblicos e simples. A grande riqueza de uma equipe de adoração na igreja são pessoas que se dedicam a apresentar ao Senhor um sacrifício de louvor com base na humildade e no espírito de entrega. São ministros de Deus no sentido da palavra grega uperethas, isto é “remadores de terceira categoria”, que não ditam o rumo da igreja, apenas apressam o seu ritmo.

Entendo que um avivamento caminha por esta ênfase: uma igreja que não adore apenas com o cérebro, mas também não apenas com o coração, mas sim “em Espírito e em Verdade”, levando a sério um renovado poder pela pregação.

  Não podemos mais ficar reféns de uma mensagem puramente temática, indo ao encontro das carências de nosso auditório, pura e simplesmente. Ao fazermos isso, seremos escravos daquilo que posso chamar de “mensagem sensível ao incrédulo”. Toda pregação evangélica precisa ter como alvo central alcançar o coração do pecador, crendo que somente o Espírito Santo poderá espedaçá-lo.

  Os puritanos pensavam nisso quando diziam que quando se começa a aplicação, o sermão começa. Em outras palavras, o clímax da mensagem está no apelo, que pode ser feito por perguntas, ao coração do homem, que deve ser considerado como escravo do pecado – e já de antemão é importante salientar que ele não está confortável nesse papel. Por ele mesmo, não há desejo de mudanças alguma!

  Com isso, deve haver uma mudança radical no modo como preparamos nossas mensagens, tudo isso, para não focarmos por demais na exposição, pensando em sermos apenas “expositivos”, como se o sermão fosse uma aula de exegese, esquecendo-nos da aplicação, que é o fogo acesso no coração do pregador, que incendeia como fogo em lenho seco o coração do pecador!

E, para se ter essa sensibilidade aplicativa, somente com uma vida rendida ao Senhor em oração. Whitefield acordava cedo, as quatro horas da manhã, e dormia às dez horas da noite. Muitas vezes ele se levantava à noite da cama para orar. Portanto, a oração precisa fazer parte da vida de quem se coloca a disposição para falar de Deus. A. W. Tozer já nos aconselhava que não devemos ouvir alguém que antes não tenha ouvido a Deus!

Maranatha! Ora vem, Senhor Jesus!

Data: 25/4/2012 10:10:31