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Origens Batistas – Rastro Maçônico

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O pontapé inicial para este artigo, foi um artigo de esclarecimento, falando detalhes da relação entre pastores e a maçonaria, divulgada no site da Benemérita Loja Antônio nº 5, e republicada em diversos sites, como o da Aug .’. Resp .’. Gr .’. Benf .’. Gr .’. Ben .’. Loj .’. Simb .’. OBREIROS DE IRAJÁ, no “Oriente Eterno”, e vários outros.

Se não fosse a maçonaria, o trabalho dos batistas no Brasil não teria nem começado.

A Igreja Católica entrou em guerra contra a maçonaria no século 18 – Misteriosamente, a mesma data do início da vinda de missionários protestantes ao Brasil. Supõe-se que os maçons pretendiam sabotar o domínio católico através disso.

E também, os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren (fundadores da Assembleia de Deus) só receberam a ajuda de um pastor batista, por que este pastor batista era um maçom que estava ajudando seus ambos irmãos maçons, como manda a fraternidade – Mas isso é outra história.

Agora, falarei mais especificamente dos batistas. Os maçons emigrados dos EUA se estabeleceram na cidade de Santa Bárbara/São Paulo, lá fundaram em 10/09/1871, a Igreja Batista em Santa Bárbara

(Livro “Centelha em Restolho Seco uma contribuição para a história dos primórdios” – de Betty Antunes de Oliveira, Edição da Autora, Rio de Janeiro (RJ), 1985. pág. 162)

A primeira Igreja Batista estabelecida em solo brasileiro (Pr. Richard Ratcliff), fundaram também em 1874 a Loja Maçônica “George Washington”, onde se encontravam cerca de oito batistas – Sendo que pelo menos cinco deles também foram fundadores da Primeira Igreja Batista, entre eles estava o Pr. Robert Porter Thomas .

(Livro “Centelha em Restolho Seco uma contribuição para a história dos primórdios” – de Betty Antunes de Oliveira, Edição da Autora, Rio de Janeiro (RJ), 1985. pág. 363)

(Livro “Centelha em Restolho Seco uma contribuição para a história dos primórdios” – de Betty Antunes de Oliveira, Edição da Autora, Rio de Janeiro (RJ), 1985. pág. 116)

O Pr. Thomas foi interino por diversas oportunidades tanto na Primeira Igreja quanto na Igreja da Estação – A 2ª Igreja Batista no Brasil, foi fundada em 02/11/1879 (do Pr. Elias Hoton Quillin).

(Livro “Centelha em Restolho Seco uma contribuição para a história dos primórdios” – de Betty Antunes de Oliveira, Edição da Autora, Rio de Janeiro (RJ), 1985. pág. 181)

(Livro “Centelha em Restolho Seco uma contribuição para a história dos primórdios” – de Betty Antunes de Oliveira, Edição da Autora, Rio de Janeiro (RJ), 1985. pág. 266)

O pastorado interino do Pr. Thomas nas duas Igrejas somou cerca de 25 anos de trabalho, sendo o que mais tempo pastoreou tais Igrejas.

(Livro “Centelha em Restolho Seco uma contribuição para a história dos primórdios” – de Betty Antunes de Oliveira, Edição da Autora, Rio de Janeiro (RJ), 1985. pág. 126)

Em 12/07/1880, a pedido da Igreja da Estação, foi formado um Concílio reunindo as duas Igrejas, para Recepção e Consagração ao Ministério, do maçom Antônio Teixeira de Albuquerque, que foi batizado pelo Pr. Thomas.

(Livro “Centelha em Restolho Seco uma contribuição para a história dos primórdios” – de Betty Antunes de Oliveira, Edição da Autora, Rio de Janeiro (RJ), 1985. pág. 116)

Pr. Thomas foi moderador do Concílio das Igrejas – que se realizou dentro salão da Loja Maçônica, o Pr. Ouillin, conforme se descreve na carta subscrita pelo moderador e pelo secretário do Concílio (4, pg. 249 – tradução e pg. 407 fac-símile do original) ao Foreign Mission Board of fhe Soufhern Baptist Convention (Richmond, VA., U. S.A. ).

O Primeiro Pastor Batista Brasileiro foi um maçom, que além de ter sido batizado por um Pastor que era Maçom, foi ainda consagrado ao ” Ministério da Palavra” no salão da Loja Maçônica. Mais maçônico, impossível.
(Livro “Centelha em Restolho Seco uma contribuição para a história dos primórdios” – de Betty Antunes de Oliveira, Edição da Autora, Rio de Janeiro (RJ), 1985. pág. 125)

É importante recordar que a Igreja em Santa Bárbara era uma igreja missionária,e foi ela que insistiu e conseguiu, que a “Junta de Richmond” nomeasse missionários para o Brasil, estabelecendo-se então em Sta. Bárbara a “Missão Batista no Brasil”.

O primeiro missionário batista foi o Pr. Ouillin (1878), com sustento próprio. Seguiram-se, sustentados pela “Junta”: Bagby (1880), Taylor (1882), Soper (1885), Putheff (1885) e outros sendo que Bagby, Soper e Putheff foram pastores da Igreja em Sta. Bárbara – que tinha entre seus membros, um expressivo grupo de maçons.

(Livro “Centelha em Restolho Seco uma contribuição para a história dos primórdios” – de Betty Antunes de Oliveira, Edição da Autora, Rio de Janeiro (RJ), 1985. pág. 126)

Em 1921, Salomão Luiz Ginsburg, Missionário da Junta de Missões Estrangeiras de Richmond, publicou o seu livro autobiográfico.
Encontra-se em algumas partes de seu relato a descrição de sua condição de Maçom.

Inserto da Pág 82, Livro “Um judeu errante no Brasil” de Solomon Louis Ginsburg, Edição 2 – da Casa Publicadora Batista, 1970
Texto completo: Estamos perdidos!’ Como um raio de luz, veio-me o pensamento de fazer o sinal de perigo da Maçonaria. Seria possível que naquele lugar houvesse um irmão maçom? Tentei o sinal, e pareceu-me como se alguém estivesse esperando por isso, pois, em menos de cinco minutos, cerca de meia dúzia de homens se aproximou de mim e me rodeou e me disse que me veio buscar para a sua casa. Logo fiquei livre e seguramente instalado em uma das melhores residências da cidade, protegido por soldados, com suas carabinas de prontidão. Agradeci ao meu Pai Celeste pelo livramento que me deu tão maravilhosamente daquela multidão enfurecida.

Inserto da Pág 114, Livro “Um judeu errante no Brasil” de Solomon Luiz Ginsburg, Edição 2 – da Casa Publicadora Batista, 1970

Foi Ginsburg o editor do primeiro Cantor Cristão (16 hinos) em 1891, e na edição atual do referido Cantor ele aparece como Autor ou Tradutor de 102 hinos.

Salomão Ginsburg foi membro da
1) Loja “Duke de Clarence”, na cidade de Salvador/BA
2) Loja Restauração Pernambucana, em Recife
E na jurisdição da Grande Loja Maçônica do Estado do Espírito Santo, ele é o patrono da Loja nº 3 – Loja Salomão Ginsburg.

Conforme nos informa o Pr. Ebenezer Soares Ferreira (veja O Jornal Batista nº 30 de 24/07/94), Ginsburg foi o fundador, na cidade de São Fidélis no Estado do Rio de Janeiro, da Loja Maçônica Auxílio à Virtude (02/07/1894) e da “Egreja DE CHRISTO, CHAMADA BATISTA” (27/07/1894), que foi a primeira Igreja Batista em São Fidélis/RJ

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No dia 23.01.1894, o Secretario João Luiz dos Santos Guimarães relata em ata. O seu profundo agradecimento pelo apoio dos Irmãos e a seguir, registra; “Filiou-se ao nosso benemérito quadro o maçom grau 30, Salomão Luiz Ginsburg, russo, casado, 27 anos, pastor, membro ativo de diversas Lojas e deputado da loja Duke of Clarem do Or. Da Bahia, sendo proclamado membro ativo da Loja.”

Sua presença em São Fidelis permitiu que ele fosse o grande aglutinador e praticamente o fundador da Loja Maçônica “Auxilio a Virtude” naquela cidade, o que ocorreu em 30 de outubro de 1894, tendo como fundadores outros 24 irmãos da Loja Progresso.
Aqui não foi venerável, mas deixou sua marca como orador da Loja, cargo que ocupou por bons períodos durante os sete anos em que viveu em Campos.

Testemunho da Loja ARLS Maçônica Progresso nº204, em Campos dos Goytacazes/RJ – Pelo testemunho, subentende-se que com 27 anos ele já era do grau 30. Depois ajudou a fundar a ARLS “Auxilio a Virtude” N º 462 na cidade de São Fidélis/RJ em 01 de Junho de 1894. E quando ele atingiu o grau 33, pode fundar sua própria loja.

O primeiro Templo Batista construído no Brasil, foi o da Primeira Igreja Batista de Campos, edificado sob o pastorado de Salomão Ginsburg e com a colaboração financeira dos Maçons (Reimer, Haroldo, Maçonaria – A resposta a uma carta. Edições Cristãs, Ourinhos (SP)- s.d. – pág. 64)

Inserto da Pág 143, Livro “Um judeu errante no Brasil” de Solomon Louis Ginsburg, Edição 2 – da Casa Publicadora Batista, 1970

Salomão Luiz Ginsburg fundou, em 1902, o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, que comemorou o centenário em 2002 – inclusive com a realização da Assembléia Anual da Convenção Batista Brasileira nesta Cidade do Recife.

E obviamente, o Pastor David Mein, que foi o reitor do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil durante 40 anos, Pastor da Igreja Batista do Cordeiro (segunda Igreja Batista fundada na capital, Recife), e Presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB) em várias oportunidades – foi maçom atuante, membro da Loja Maçônica Cavaleiros da Cruz, que fica na mesma cidade do seminário – Em Recife/PE.

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Fotografia da Igreja Batista do Cordeiro, Recife/PE

O Pastor José de Souza Marques foi Presidente da Convenção Batista Carioca e da Pastor da Igreja Batista do Engenho Novo/RJ, e da Primeira Igreja Batista de Campo Grande/MS no período de 1923 a 1925. Também foi presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB), tendo em 1940, na Convenção Batista da Bahia, organizado a Aliança dos Pastores Batistas Brasileiros, e que depois tomou o nome de Ordem dos Ministros Batistas do Brasil, permanecendo em sua presidência até 1962, ele também exerceu cargos importantes na administração maçônica, tendo sido inclusive presidente, por muito tempo, do Supremo Tribunal de Justiça Maçônica.

Ainda hoje, a única foto existente no Salão do Conselho do Palácio Maçônico do Lavradio, é a do Pr. Souza Marques.
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O Grão-Mestre da GLMERJ Ir.·.Waldemar Zveiter, prestou homenagens aos IIr.·. Edimo Muniz Pinho, Grão-Mestre Estadual Adjunto do GOB-RJ; Gilson da Silva Monteiro, Secretário Estadual de Planejamento Estratégico; Vandir Encarnação dos Santos, Secretário Estadual de Entidades Paramaçônicas; Aderaldo Madureira Lima, Secretário Estadual de Administração Adjunto; Waldir Vieira Cristóvão, Administrador do Palácio e José da Rocha Lemos, Conselheiro Estadual da Ordem, concedendo-lhes uma placa em agradecimento ao apoio recebido para a realização deste evento, e encerrou a reunião agradecendo a recepção fraternal do Eminente Grão-Mestre do GOB-RJ, Ir.·. Eduardo Gomes de Souza, ressaltando que a reunião da GLMERJ nas dependências do Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro, nos traz a certeza de que estamos trabalhando unidos em prol da nossa Sacrossanta Instituição, para o bem da humanidade e para o crescimento da Grande Loja e de todos os IIr.·. e finalizou, citando o Salmo 133: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”.

E ainda, no mesmo Palácio Maçônico do Lavradio, a sala de Tribunal de Justiça tem o nome de “José de Souza Marques”, em homenagem a esse mesmo pastor batista.
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Tribunal Maçônico, muito semelhante ao Supremo Tribunal Federal (STF) – A Sala de Sessões Pr. José de Souza Marques está localizada no saguão de entrada do Palácio Maçônico do Lavradio.

O nome dele está sobre a porta, e na parte superior esquerda desta foto, podemos ler o final “MARQUES”  O Pastor batista José de Souza Marques foi também Membro Efetivo do Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito, encontrando-se também em sua sede em exposição, um retrato pintado a óleo do Pastor José Souza Marques.
Detalhe: De todos os maçons do Brasil, este Supremo Conselho é formado por somente 33 membros, e todos do grau 33.

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E em sua homenagem à este grande pastor Batista, em 28/04/81, foi criada uma Loja Maçônica com seu nome: ARLS José de Souza Marques Nº2098, na Rua Nerval de Gouveia 409, Bairro Cascadura, Rio de Janeiro/RJ. E até já existe uma Loja maçônica “filha” – da Loja maçônica que foi fundada por Salomão Louis Ginsburg – “A.·.R.·.L.·.S.·.“ ORVALHO DO HERMON – Nº 21

No final dos anos setenta havia entre os irmãos José Ferreira de Oliveira, Eriberton Scocco Ferreira dos Montes e Samuel Lino de Abreu o hábito de se encontrarem nos finais de semanas, ora na residência de um deles ora na sede da Associação Banco do Brasil em Manguinhos.

Embora estes encontros eram de laser entre as famílias, mas entre um bom aperitivo sempre girava assunto em torno de maçonaria, principalmente sobre as dificuldades para frequentar a ARLS. Salomão Ginsburg, nº 3, devido aos constantes congestionamentos do transito de Vitória (naquela época não existia a segunda ponte) que muitas vezes obrigavam aos irmãos que saiam de Vitória com destino a Campo Grande a fazerem a volta pelo contorno de Carapina, pois só assim chegariam a tempo de assistirem à reunião.

Diante desta dificuldade, e como a ARLS. Salomão Ginsburg, nº 3 tinha um enorme quadro de obreiros, daí surgiu a idéia de fundar uma Loja no Oriente de Vitória, mais precisamente na Praia do Canto.

E o que aconteceu com a Loja Maçônica fundada pelo pastor Salomão Ginsburg??

A Grande Loja Maçônica do Estado do Espírito Santo foi fundada em 07 de novembro de 1970, pela Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro, por meio da união das lojas “Independência” nº01,”Sete de Setembro” nº02 e “Salomão Ginsburg” nº03.

Sua sede está localizada na Avenida Joubert de Barros, 358 – bairro de Bento Ferreira em Vitória, capital do estado.
A Grande Loja Maçônica do Estado do Espirito Santo está inserida no List of Lodges, é reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra, potencia mãe do mundo, pelas Grandes Lojas Americanas, é filiada a Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil e a Confederação da Maçonaria Interamericana.
http://www.glmees.org.br/?conteudo=historia

Espero que este artigo tenha esclarecido aqueles – especialmente os fanáticos – que juram de pés juntos que sua igreja não tem nada a ver com os “homens de avental”.

As ilustrações foram inseridas pelo autor do site

Nota do autor do site: Muito embora a Maçonaria esteve presente na instalação das igrejas batistas no Brasil é importante salientar que todas as demais denominações religiosas também tiveram o apoio dos maçons nas instalações de cada uma delas.

medrado. perfil

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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DIVISÃO RELIGIOSA : Pais com crenças distintas enfrentam desafio de educar os filhos

Quando Anne, 10 anos, e Felipe, 8, nasceram, os pais, Maria Angélica, criada no catolicismo, e Marcelo Dimantas, que é judeu, tiveram de conversar bastante sobre como seria a educação religiosa dos filhos.

A mãe não abriu mão do batismo, sacramento que significa tornar a criança um filho de Deus para os católicos. E o pai quis que o menino fosse circuncidado, aos 8 meses, em uma cerimônia que igualmente simboliza a aliança com Deus no judaísmo.

Além dos questionamentos habituais da infância, é comum na família do casal de médicos ter de responder a perguntas também sobre religião, como “por que o papai não acredita em Jesus?” ou “por que a mamãe comemora o Ano-Novo em uma data e o papai em outra?”. A saída, conforme o casal, é sempre esclarecer tudo com o máximo de transparência. “Eu digo que, apesar de o pai ir à sinagoga e eu à igreja, nós dois acreditamos em Deus”, conta Angélica.

A família frequenta os eventos das duas religiões e, em casa, mantém tanto os símbolos católicos quanto os judaicos. A data com maior potencial de confusão era o Natal. Neste caso, os avós paternos cederam e presenteiam as crianças mesmo que a data não tenha significado para eles – os judeus não acreditam que Jesus tenha sido o messias.

A discussão do momento é a respeito do rito judaico de passagem da infância para a juventude, aos 13 anos, o bat mitzvah (meninas) ou bar mitzvah (meninos), correspondente ao crisma do catolicismo. “Para os judeus, é um momento importante, quando eles são apresentados à sociedade. Mas ainda estamos conversando sobre como lidar com isso”, diz Angélica.

Os Dimantas vivem uma realidade cada vez mais comum no Brasil. Apesar da maioria católica (73%), a crescente multiplicidade de religiões aumenta o número de lares onde prevalece mais de uma fé.

“A vinda de imigrantes e a fragmentação das igrejas fazem com que esta situação se torne mais corriqueira”, diz o padre Gabriele Cipriani, ex-secretário do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), entidade que representa cinco igrejas cristãs históricas e trabalha o ecumenismo. “O que importa é colocar a criança no caminho da fé e não pressioná-la a seguir uma das religiões. Isso tem de brotar naturalmente”, afirma.

A agente de viagens Carla Bechelli, 38, que foi criada no catolicismo mas se tornou espírita, e o técnico de celular Daniel Pinder, 43, judeu, vivenciam esta realidade. Os filhos, Lucas, 13, e Matheus, 9, convivem com as três crenças. Foram batizados na fé católica, frequentam o centro espírita e conhecem a “Torá” (livro sagrado dos judeus).

“Eles gostam dos amigos e das festas, e só querem saber de brincar por enquanto”, comenta a mãe, para quem é melhor que os filhos tenham três religiões a nenhuma. “O importante é que eles temam a Deus e aprendam a ter fé. Quando crescerem, vão decidir qual caminho seguir”, diz ela A atitude do casal é a correta, segundo o padre José Bizon, diretor da Casa de Reconciliação de São Paulo. “A religião deve unir a família e nunca ser motivo para desentendimentos”, afirma.

Diante dos inúmeros casos de famílias com religiões mistas em seu consultório, a psicóloga Mariana Taliba Chalfon resolveu escrever um livro infantil para ajudar os pais na hora de explicar as diferenças. Lançado no mês passado, “Entre a Cruz e a Estrela” conta a história de Max, um garoto que vive entre o cristianismo e o judaísmo. Segundo a autora, que vivenciou essa situação em sua família, os pais devem entrar em acordo sobre a educação religiosa dos filhos ainda durante a gestação. “O diálogo franco entre o casal é a maneira mais positiva de estabelecer as regras de conduta em relação à religião para a família e para que os filhos se sintam seguros”, recomenda.

É com essa filosofia que o vendedor Márcio Alves Paviatti, 41, católico, e a secretária Valdinéia Gonçalves Paviatti, 37, evangélica, pretendem direcionar a educação religiosa do filho Pedro, 3 anos.

Ambos decidiram se casar na Igreja Metodista, na qual o menino também foi batizado, para amenizar as diferenças. “Decidimos pelo caminho do meio”, conta Paviatti. Como católico, ele queria que o filho fosse batizado ao nascer. Valdinéia preferia que o rito ocorresse mais tarde, como pregam os evangélicos. Na Metodista, o batismo poderá acontecer duas vezes, satisfazendo a ambos.

Para Valdinéia, porém, o mais importante é que Pedro já sabe quem é o “papai do céu” e que a família reza antes das refeições e de dormir. “Os filhos têm que ser criados no caminho do amor, da fé e da solidariedade”, afirma o padre José Bizon, da Casa de Reconciliação. Tolerância e entendimento são as palavras-chave.

Fonte: Isto É

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ORAÇÃO É RELACIONAMENTO

LIDERANÇA

 

A razão pela qual oramos é que simplesmente não podemos evitar a oração

Por: Rodolfo Garcia Montosa

     Deus inventou a oração e a instalou em nós. William James disse que " a razão pela qual oramos é que simplesmente não podemos evitar a oração". De verdade, todos temos a intuição de buscar a Deus através da oração. Prova disso é que, como uma criança chora quando está com fome, nos momentos de maior angústia e adversidade nossas entranhas clamarão pelo Senhor.
     Ao invés de enxergar a oração como uma disciplina, um sacrifício, ou um esforço para se obter um prêmio, devemos compreender que a oração é o desenvolvimento de um relacionamento natural com Deus. Esse ponto de partida é libertador, pois deixa de lado as muitas regras, modelos, legalismos que impomos a nós mesmos, nascendo a perspectiva de um relacionamento natural, prazeroso, verdadeiro, às vezes de lutas e entraves. A oração que Jesus ensinou, segundo esse texto, apresenta algumas dimensões desse relacionamento: 
      1. O relacionamento de amigos (v. 5-8 NVI "… suponham que um de vocês tenha um amigo…")

      Jesus está ensinando como orar.  Depois de expor a oração do Pai Nosso, ele traz uma figura bastante conhecida de todos os seus ouvintes como que dizendo: O que um amigo faz ao outro? Ele sabe que a oração é o ambiente onde transcorre a melhor amizade, pois podemos abrir nosso coração, necessidades, ou simplesmente estarmos juntos pelo prazer da convivência.
      Amigo que é amigo será sensível, atenderá nos momentos de lutas, muitas vezes oferecendo seu ombro e capacidade de ouvir. Assim como temos amigos na terra, podemos ter um amigo nos céus. Assim como Abraão viveu essa dimensão de relacionamento (Tiago 2.23), somos convidados a desenvolvermos essa amizade através da oração, afinal Jesus nos chamou de amigos (João 15.15).
      2. O relacionamento pai/filho (v 11-13 – NVI "… qual pai, entre vocês, se o filho pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra?…")
      A segunda analogia de Cristo é ainda mais chocante. Como pai você consegue imaginar-se dando uma pedra (Mateus 7:9) para seu filho comer? Ou, pior ainda, dando-lhe um escorpião? O Senhor nos vê como filhos. Por essa razão ele abre-se para um relacionamento nessa dimensão. Como pai ele é provedor, responsável, cuidador, orientador e tantas virtudes mais que possam ser elencadas. Nós recebemos espírito de filhos, por isso podemos chamá-lo de papai (Romanos 8.15; Gálatas 4.6-7).
     Só os filhos têm acesso ao quarto dos pais, desfrutam das refeições juntos, levam "palmadas", são herdeiros e levam em seu DNA a semelhança hereditária. Como é bom ser filho e poder desfrutar dessa dimensão do relacionamento através da oração.
      3. O relacionamento noivo/noiva.
     Esse trecho não apresenta expressamente Jesus como noivo e seus discípulos como noiva, mas o narrador já havia revelado anteriormente essa analogia (Lucas 5.34-35). Aqui temos uma nova e amplificada dimensão de nosso relacionamento em oração. Essa analogia expressa o prazer de estar juntos, a alegria de sonhar juntos, o amor latente, as confidências, a proteção, o comprometimento. A oração é um grande momento de prazer, mas poucos se entregam nesta dimensão. Ela contém um potencial de alegria e júbilo, pois é o próprio Deus se movendo em nós através do seu Espírito Santo. Por causa dessa dimensão, temos todas as nossas necessidades supridas, nossa sede saciada, nossa alegria restabelecida (Apocalipse 22.17).
     Como disse Tim Stafford: "Não oramos para contar a Deus o que ele não sabe, nem para lembrá-lo do que esqueceu. Ele já cuida de tudo aquilo pelo que oramos. Quando oramos, ficamos perto de Deus". Isso basta! Comece a praticar suas orações nessa perspectiva de relacionar-se verdadeira e profundamente com o Pai. Sua vida certamente nunca mais será a mesma!

Data: 9/11/2010 09:44:33