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Bispo esquerdista morto se torna sábio por boca “conservadora”

 

Dr. Fábio Blanco

Um morto não se torna um santo apenas porque morreu; o que lhe confere tal status é seu histórico. Da mesma forma, um criminoso não passa a ser santo, nem sábio, nem honesto apenas porque não se encontra mais neste mundo. Havia dois ladrões nas cruzes ao lado de Cristo, mas apenas um foi, ao se arrepender em seu momento derradeiro, justificado; o outro: inferno!

Nos últimos dias, o mundo evangélico brasileiro acompanhou um tanto estarrecido e abalado a notícia da morte do bispo anglicano Robinson Cavalcanti e de sua esposa, os quais foram assassinados por seu filho a facadas. Parece que o jovem tinha problemas sérios com drogas. Mas isso não vem ao caso para o que foi vastamente ignorado nas notícias do Brasil.

É de conhecimento notório que o bispo morto fora um esquerdista militante, tendo sido membro do Partido dos Trabalhadores. Ele chegou, inclusive, a se candidatar a cargos políticos por esse partido. Não só isso, mas o sr. Cavalcanti fora, também, o fundador do MEP, Movimento Evangélico Progressista. Inicialmente, Cavalcanti queria chamá-lo de Movimento Evangélico Socialista ou Comunista, mas então suas intenções estariam patentes, prejudicando seu propósito maior: atrair evangélicos. Já “Progressista” obscureceria o marxismo do grupo e teria melhor aceitação pública.

Durante muito tempo, o MEP foi o principal sustentáculo evangélico do PT. O próprio bispo jamais escondeu suas ligações e ideologias, tendo apenas rompido com o PT por considerar que sua política não era tão esquerdista quanto ele desejava que fosse.

Por suas convicções, o sr. Robinson Cavalcanti não pode, de maneira alguma, ser tido por um conservador. Apesar dele ter declarado ser contra o “casamento homossexual” (posição igualmente adotada por marxistas clássicos da linha da União Soviética, que não aceitava de forma alguma o homossexualismo), o histórico dele demonstra uma vida de luta em favor dos movimentos mais liberais que existem. Sendo um militante marxista, como sempre fora, Cavalcanti posicionava-se como um progressista, um esquerdista de carteirinha, um marxista convicto, um verdadeiro comunista.

Sendo assim, o título de conservador é o único que não pode ser colocado sobre ele. Afinal, tendo estado até a medula comprometido com o esquerdismo, e sendo esse movimento historicamente inimigo de tudo o que pode ser chamado de ideia conservadora, obviamente o próprio bispo jamais se veria como tal. Provavelmente, até se sentisse ofendido se alguém o assim chamasse, já que ele mesmo era um forte contestador do que ele chamava de “direita religiosa americana”. Seus textos na revista Ultimatotransbordavam frequentemente seus sentimentos de aversão e hostilidade para com essa “direita” cristã, composta de evangélicos conservadores americanos que militam contra a agenda abortista e homossexualista. Conservador, para Robinson Cavalcanti, provavelmente seria um xingamento.

Por tudo isso, surpreende quando uma agência cristã de notícias dos EUA, como o Christian Post, afirma, em reportagem sobre o assassinato do bispo e sua esposa, que ele era um defensor da fé e da família. O bispo Cavalcanti é apresentado, para os olhos americanos, como um verdadeiro conservador, já que a defesa da família é um pilar do pensamento conservador. Ocorre que com seu histórico de esquerdista convicto, inclusive de militância dentro do PT, jamais o bispo fora um defensor da família, pois a agenda socialista não defende a família. Pelo contrário, há anos essa agenda vem tentando desconfigurá-la. Ora, poderia um homem que trabalhou com tanta militância em favor do socialismo no Brasil ser considerado um defensor da família? Obviamente, não.

Mas o que mais assusta não é uma agência americana noticiar de forma omissa e equivocada o histórico do bispo esquerdista. Provavelmente, para certificar-se da veracidade da notícia e do histórico enfeitado, o Christian Post procura alguém, no Brasil, que, de alguma maneira, possa confirmar essas informações. O escolhido, no caso, é alguém que não sei se é um verdadeiro conservador, mas que transita largamente em meios conservadores: o pastor Renato Vargens.

Na notícia publicada, o pastor Vargens afirma, claramente, que o bispo Robinson Cavalcanti foi “um homem de grande sabedoria divina” (a man of great Godly wisdom). Ora, ora, mas a que sabedoria divina ele está se referindo? A participação no PT? A criação do MEP? Sua amizade íntima e colaboração forte na campanha de Lula? Quais dessas coisas faz parte da sabedoria divina apresentada pelo bispo? Será que Deus aprovou todas essas atitudes? Mais ainda, será que Ele as inspirou? Realmente, não dá para entender a que o pastor se referia.

Renato Vargens: Cavalcanti era “um homem de grande sabedoria divina”

A afirmação de Vargens, aos olhos estrangeiros, é uma autenticação da “obra divina” na vida e ministério do bispo esquerdista assassinado. Com a autenticação de Vargens, o bispo progressista se transforma, imediata e celestialmente, num representante conservador do Brasil — uma posição que, certamente, o faria protestar de seu túmulo e escrever imediatamente um artigo além túmulo na Ultimato denunciando seus “difamadores”!

Não é possível que, tendo declarado no Christian Post que leu muitos dos escritos de Robinson Cavalcanti, o pastor Vargens nunca tivesse notado nada do histórico e esquerdismo que transbordavam do bispo assassinado. Se ele nunca notou nada e não sabe de nada, então não deveria se comprometer afirmando que o morto tinha “grande sabedoria divina”. Se sabe, traz apenas confusão ao conhecimento do público americano que, com a autenticação de Vargens, verá no sr. Cavalcanti um homem que ele nunca foi: um verdadeiro defensor das causas conservadoras.

Para o pastor Renato Vargens restam duas alternativas: negar veementemente tal afirmação, jogando toda a culpa sobre a agência americana pelo equívoco, ou confirmar o que disse. Se confirmar, não vejo como explicar a frase sem se comprometer com tudo o que o bispo assassinado era comprometido.

Fonte: www.juliosevero.com

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JOSÉ DIRCEU DEFENDE KIT GAY

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Ex ministro diz que evangélicos são pivô de preconceito

O ex-ministro chefe da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu, publicou texto em seu blog afirmando que os evangélicos pretendem impor à sociedade uma visão “preconceituosa e repressiva”

Zé Dirceu, como é conhecido, está afastado da política após ter tido seu mandato cassado em 2005, por suas ligações com o esquema do mensalão. Mesmo com os direitos políticos suspensos até 2013, o ex-deputado e ex-ministro é um dos homens mais influentes dentro do Partido dos Trabalhadores ao lado de Gilberto Carvalho, posição conquistada durante a campanha que elegeu Lula como presidente em 2002.

Para ele, é necessário reforçar a posição do ex-ministro Fernando Haddad a favor do kit-gay, que foi barrado devido à pressão dos evangélicos. “Não podemos ficar na defensiva e no recuo frente à violência e à chantagem de certos setores evangélicos que querem interditar o debate sobre esses temas no país”, escreveu, referindo-se ao debate sobre os direitos homossexuais e ao aborto.

As polêmicas declarações de Zé Dirceu vem à tona pouco tempo depois da crise entre o governo e líderes e políticos evangélicos, motivada pelas declarações do ministro Gilberto Carvalho, sobre a necessidade de se estabelecer uma disputa ideológica com os evangélicos.

À época dessas declarações, o jornalista Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, escreveu artigo afirmando que políticos do PT veem os evangélicos como última barreira para implementação do plano de poder do partido.

-“Mas só quem desconhece a natureza do PT para se constituir como partido único (não de direito, mas de fato) apostaria numa futura convivência pacífica. Atenção! Não pode existir vontade organizada fora do partido. É uma questão de princípio. O PT, hoje, não quer, é evidente, o socialismo à moda antiga. Ele o quer à moda moderna: ser o ente de razão que gere a sociedade em todos os seus domínios. E os evangélicos tendem, no futuro, a atrapalhar esses propósitos”, escreveu o jornalista.

Especialistas políticos afirmam que a recente nomeação de Marcelo Crivella (PRB-RJ) para o Ministério da Pesca foi uma manobra do governo para aproximar-se dos evangélicos. O novo ministro, porém, afirmou que temas aborto e da família são muito sérios para os evangélicos: “Ela [presidente Dilma Rousseff] pode colocar todo o ministério evangélico que, se ela aprovar leis que são contra a família e contra a vida, vai perder o apoio dos evangélicos. Nesse caso, não tem santo que ajude”.

Confira abaixo a íntegra do artigo “O desserviço que o preconceito impõe à democracia”, escrito pelo ex-ministro e deputado cassado José Dirceu (PT-SP):

Temos que destacar e apoiar a posição do pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, quando denuncia o uso político dado à polêmica sobre o aborto, na eleição de 2010, e, recentemente, ao kit anti-homofobia, do Ministério da Educação, quando foi ministro da pasta.

Ele está certo quando taxou de “torpe” a forma como essas discussões foram encaminhadas e aproveitadas politicamente. De acordo com Haddad, o uso destes temas incentiva o preconceito e promove a violência.

“Isso não faz bem para o Brasil”, frisou ele. Haddad ressaltou que o kit anti-homofobia surgiu de uma demanda de emenda parlamentar. Ainda assim, devido às críticas da bancada evangélica contra a distribuição do material nas escolas, a iniciativa foi suspensa. Segundo o ex-ministro, no entanto, o kit foi usado em cursos de formação de professores.

Não podemos ficar na defensiva e no recuo frente à violência e à chantagem de certos setores evangélicos que querem interditar o debate sobre esses temas no país e patrulhar todas as políticas públicas com relação às questões do aborto e do homossexualidade. Esses grupos buscam impor ao Estado brasileiro uma visão preconceituosa e repressiva. Os que dão guarida a esse comportamento violento que introduz em nossa sociedade o ovo da serpente do preconceito e do racismo prestam um desserviço à democracia e à convivência social.

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