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Escavações mostram que Arábia teve reinado cristão antes do Islã

A região de Zafar chegou a adotar o judaísmo como religião oficial até que foi tomada pelo Império Romano

por Leiliane Roberta Lopes

  • gospelprime

 

Escavações mostram que Arábia teve reinado cristão antes do IslãEscavações mostram que Arábia teve reinado cristão antes do Islã

Arqueólogos da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, descobriram uma imagem que pode significar que a Arábia teve um rei que usava a cruz cristã como símbolo do seu poder.
A imagem aparece em uma parede monumental de um monarca ainda não identificado gravada pouco antes de 550 d. C, décadas antes do nascimento de Maomé.

O retrato de 1,70 metros de altura foi analisado por Paul Yule que escreveu um artigo para a revista científica “Antiquity” falando sobre o achado. Yule faz parte do Departamento de Línguas e Culturas Orientais de Heidelberg e contou com o apoio de outros arqueólogos para concluir o estudo nas ruínas de uma cidade antiga em Zafar, no Iêmen.

O homem mostrado na imagem pode ser o rei de Himyar, Zafar era a capital do reinado e ele se estendia por 2,5 milhões de quilômetros quadrados. Textos da época do Império Romano e algumas inscrições nativas chegam a falar desse reino perdido, mas há muitas partes dessa história que não foram reveladas.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo o que se sabe sobre o reinado é que ele faz parte de uma região que era estratégica para o comércio de especiarias, perfumes e objetos de luxo do oceano Índico.

De acordo com o arqueólogo, no século 4 d. C. muitos parceiros comerciais de Himyar passaram a adotar o cristianismo como religião, mas a nobreza local resolveu decidir qual religião aceitar de forma independente.

“Na época, como agora, religião e política estavam fortemente ligadas”, disse Yule lembrando que os nobres acabaram por decidir se converterem ao judaísmo.

Os pesquisadores alemães encontraram partes históricas sobre as disputas dos povos daquela região e perceberam que Himyar teve o reino tomado por Roma em 525 d. C. o que pode ter forçado a conversão do povo ao cristianismo.

Outros pesquisadores acreditam nesta versão, incluindo o historiador Glen Bowersock, da Universidade de Princeton. Para ele “não há dúvidas sobre a instalação de um regime cristão no sudoeste da Arábia entre os anos 525 e 560″.

Zafar foi abandonada e só voltou a ser povoada depois do ano 622 quando grupos tribais se mudaram para a região, na época o islamismo já estava em ascensão.

Descoberta inscrição sobre faraó egípcio na Arábia Saudita

 

Texto mencionando Ramsés III é o primeiro registro de hieróglifos já encontrado em território saudita

08 de novembro de 2010 | 16h 30 Fonte: Estadão.com

REUTERS – REUTERS

A Arábia Saudita encontrou sua primeira inscrição hieroglífica mencionando um faraó egípcio, datando de mais de 3.000 anos.

Reprodução

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Sarcófago de Ramsés III, atualmente no Museu do Louvre, em Paris

O texto está numa rocha perto da cidade de Tabuk, informa a mídia estatal saudita.

As inscrições, que contêm o nome do faraó Ramsés III, datam do século 12 a.C. e são os primeiros hieróglifos já encontrados em território saudita. Ramsés III governou o Egito de 1.192 a.C. a 1.160 a.C.

A descoberta foi feita em julho, no oásis de Tayma, que se localiza no que foi, segundo arqueólogos, uma importante rota entre a costa da Arábia e o Vale do Nilo.

A Arábia Saudita vem promovendo esforços para intensificar as descobertas arqueológicas no país.