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Microscópio revela ‘rosto’ em minúsculo animal aquático

 

DA BBC BRASIL

Uma imagem feita com microscópio revelou um "rosto" no esqueleto de um minúsculo animal aquático, um briozoário, que vive em colônias e participa da construção de recifes.

Veja galeria de fotos

David Salt/Universidade Nacional da Austrália

Foto microscópica de um esqueleto de um briozoário, que vive em colônias e em recifes; veja galeria de fotos

Foto microscópica de um esqueleto de um briozoário, que vive em colônias e em recifes; veja galeria de fotos

A fotografia faz parte da exposição "Incredible Inner Space", organizada pelo Centro de Pesquisa Microscópica e de Microanálise da Austrália, que destaca a beleza encontrada em trabalhos científicos realizados em uma rede de laboratórios e universidades do país.

Segundo os cientistas, além de belas, as imagens representam uma busca por conhecimento e contam uma história.

"A análise de materiais em escalas microscópicas e atômicas é fundamental em áreas como medicina, engenharia e arqueologia", dizem os organizadores.

A impressionante imagem do briozoário, por exemplo, faz parte de uma pesquisa de David Salt, da Universidade de Sydney, que analisa esqueletos atuais para poder identificar melhor as formas fossilizadas das criaturas aquáticas.

Os buracos no esqueleto servem para permitir que os alimentos cheguem até o animal que vive ali dentro.

Piauí pode ter cratera formada na época dos dinossauros

 

 

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Um grupo de pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) achou evidências de que uma cratera circular no Piauí, formada pelo impacto de um meteorito, pode ter sido gerada na mesma época em que ocorreu a extinção dos dinossauros.

O impacto teria marcado o final do período Cretáceo, há 65 milhões de anos. Se a hipótese se confirmar, a cratera piauiense teria surgido no mesmo período que a de Chicxulub, no México –colisão que é a causa mais aceita para o sumiço dos dinos e de mais de 70% da biodiversidade da Terra naquela época.

Editoria de Arte/Folhapress

A equipe da Unicamp analisou a estrutura circular de Santa Marta, em Gilbués, no Piauí, para estudar sua origem e o processo de degradação de terras da região.

O Brasil –assim como toda a América do Sul– tem poucas estruturas de impacto de aspecto circular comprovadas. "Mas há um conjunto significativo de estruturas circulares conhecidas que carecem de investigação", explica o engenheiro geólogo Carlos Roberto Souza Filho, coordenador do trabalho.

CONJUNTO DE PISTAS

Para os pesquisadores da Unicamp, Santa Marta reúne muitos elementos que corroboram sua origem por impacto de meteorito.

"Encontramos praticamente todas as feições macroscópicas, como cones de estilhaçamento, e microscópicas, como deformações em quartzo, que sinalizam a passagem de ondas de choque e a deformação de materiais relacionadas a um impacto."

Os pesquisadores notaram ainda que a desertificação da região pode ter sido causada pela colisão do bólido.
"As rochas estão fragilizadas em virtude de denso fraturamento [causado pelo impacto]. Essas fraturas parecem ter potencializado a erosão, o que pode ter contribuído fortemente para o amplo processo de degradação de terras", analisa o engenheiro geólogo Juliano Senna, que também é da equipe.

As rochas mais novas atingidas pelo meteorito correspondem a sedimentos depositados na região no final do período Cretáceo.

Isso significa que há uma possibilidade de que o meteorito que formou Santa Marta esteja na mesma janela temporal do impacto que criou a cratera de 180 km de diâmetro de Chicxulub.

Se a hipótese for comprovada, a cratera do Piauí será a única até hoje identificada no hemisfério Sul formada no mesmo período da famosa cratera mexicana.

PANCADARIA

Essa identificação temporal é importante porque uma das hipóteses em debate hoje em dia considera que o impacto no México pode ter sido acompanhado por outros simultâneos em várias regiões da Terra.

"Mas ainda estamos no campo da especulação. Muitas análises sofisticadas sobre as amostras coletadas no campo serão necessárias para que tenhamos alguma confirmação dessas hipóteses", enfatiza Souza Filho.

"Essa é uma investigação demorada, de geoquímica de precisão, que depende de métodos específicos e bastante onerosos", complementa Senna.

O trabalho de Souza Filho com crateras formadas por impactos de meteoritos já tem uma década.

Em 2002, ele publicou um artigo na revista "Science" sobre os impactos na Argentina, onde há o quinto maior campo de tectitos ("vidros" gerados pela colisão de meteoritos) do mundo.

Agora, os cientistas submeteram o trabalho sobre a cratera Santa Marta para revistas especializadas em geologia e ciências planetárias.

Decifrada a única inscrição em árabe das Cruzadas

 

Placa data do século XIII e leva o nome do imperador Frederico II, líder da Sexta Cruzada

14 de novembro de 2011 | 19h 13

  • Efe

Placa em mármore cinza foi encontrada em domicílio privado em Tel Aviv - Efe

Efe

Placa em mármore cinza foi encontrada em domicílio privado em Tel Aviv

Jerusalém – Uma inédita inscrição em língua árabe das Cruzadas, descoberta num domicílio privado em Tel Aviv há alguns anos, foi finalmente decifrada, informou nesta segunda-feira a Autoridade de Antiguidades de Israel.
A placa, de mármore cinza, data do século XIII e leva o nome do imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Frederico II, líder da Sexta Cruzada (1228-1229) e que se auto-intitulou rei de Jerusalém no Santo Sepulcro, igreja onde nasceu Jesus Cristo.
Os monarcas que se lançaram em conquista da Terra Santa usavam o francês como língua de comunicação e o latim como registro culto e para as inscrições.
O latim, portanto, geralmente era a língua usada nas placas das fortalezas e templos construídos pelos reis no período entre sua chegada nas muralhas de Jerusalém, em 1099, até o fim das Cruzadas, em 1271.
Frederico II (1194-1250), no entanto, foi um monarca diferente, que tomou parte da Terra Santa sem derramamento de sangue, falava árabe com fluência e encheu sua corte de muçulmanos, explicou à Efe um dos responsáveis pela descoberta, Moshé Sharon.
Antes de receber as chaves de Jerusalém das mãos do sultão egípcio al-Kamil após a assinatura de um breve armistício assinado em 1229, o imperador mandou fortificar o castelo de Yafa, localidade litorânea que se localiza atualmente na mais importante via marítima de acesso à Tel Aviv.
Frederico II mandou colocar nos muros do castelo duas inscrições com o mesmo texto: uma em latim e outra em árabe, em sintonia com sua proximidade dessa cultura, explicou Sharon, que é especialista em epigrafia árabe e historiador do islã na Universidade Hebraica de Jerusalém.
Um dos trechos dá a data exata da inscrição, "1229 da encarnação de nosso senhor Jesus, o Messias", e enumera os títulos do imperador, que foi excomungado pelo papa Gregório IX.
Já a placa em latim, que já no século XIX tinha sido atribuída ao imperador, encontra-se na Sicília, no palácio onde viveu Frederico. Não se sabia, porém, da existência da inscrição em árabe, peça que tinha sido achada há alguns anos numa casa em Tel Aviv.
Só na semana passada, no entanto, os especialistas conseguiram decifrar seu significado completamente. O árabe mudou muito pouco daquela época até hoje, mas a legibilidade da placa estava muito comprometida.