Muralha da China pode não ser estrutura contínua, diz arqueólogo

09/09/2011 – 14h41

 

 

DA EFE

A Muralha da China pode não ser uma estrutura contínua e alguns de seus trechos podem ser compostos de várias paredes paralelas, indicou na quinta-feira (8) um arqueólogo chinês, segundo a agência oficial de notícias "Xinhua".

Pedro Carrilho – 25.mar.11/Folhapress

Vista da Grande Muralha da China; arqueólogo diz que estrutura do monumento não é contínua

Vista da Grande Muralha da China; arqueólogo diz que estrutura do monumento não é contínua

Pesquisas realizadas em várias partes do monumento teriam levado à descoberta de partes nas quais foram construídas duas ou três paredes paralelas à muralha principal, contradizendo assim a ideia de que esta é uma construção contínua única.

O diretor do grupo de pesquisadores da Universidade de Shaanxi, Duan Jingbo, afirmou que o trecho da muralha localizado na província de Shaanxi, no noroeste da China, é composto de paredes paralelas, um tipo de construção que permitia que os líderes militares aquartelassem suas tropas mais efetivamente.

Desta maneira, segundo Duan, era aumentado o poder defensivo da muralha, algo que também é possível verificar em outras seções da construção.

As pesquisas sobre as condições da muralha, uma das sete maravilhas do mundo moderno, foram intensificadas em 2006 a pedido do governo central da China.

O monumento foi construído há 2.000 anos pelo imperador chinês Qin Shihuang, unindo muralhas defensivas muito mais antigas, a fim de proteger seus domínios das incursões dos povos nômades do norte da Ásia.

A edificação, de mais de 4.000 km de extensão, é Patrimônio Mundial da Unesco, e seus lances mais visitados estão a algumas dezenas de quilômetros ao norte de Pequim.

Ruínas de escola de gladiadores são encontradas na Áustria

05/09/2011 – 14h30

 

folha.com

DA ASSOCIATED PRESS

Arqueólogos anunciaram nesta segunda-feira a descoberta na Áustria de uma escola de treinamento de gladiadores que se encontra em bom estado de conservação.

As ruínas se encontram enterradas debaixo do local conhecido como parque arqueológico de Carnuntum, a aproximadamente 45 km a leste de Viena. Esse complexo foi uma cidade no passado, onde viveram 50 mil pessoas, cerca de 1.700 anos atrás.

Carnuntum tem sido escavado desde 1870, mas somente 1% da cidade é conhecida. A localização da escola de gladiadores só se tornou possível com o uso de radares, que indicaram uma área branca abaixo do solo.

Ronald Zak/Associated Press

Modelo de como seria a escola de gladiadores que se encontra enterrada em um sítio arqueológico na Áustria

Modelo de como seria a escola de gladiadores que se encontra enterrada em um sítio arqueológico na Áustria

Segundo os descobridores, o local se equipara a Ludus Magnus, que foi a maior escola de treinamento de gladiadores romanos.

As escavações ainda não têm data para começarem, já que os especialistas querem conservar o máximo possível da estrutura antiga e, para isso, precisam de um plano detalhado de trabalho.

Uma escola de gladiadores era uma mistura de quartel e prisão onde prisioneiros de guerra, escravos e criminosos convictos formavam grupos de lutadores, explicou em um comunicado a Roemisch-Germanisches Zentralmuseum, uma das instituições que participa das escavações.

"Se eles fossem bem-sucedidos, tinham a chance de obter uma condição de ‘superstar’, o que poderia levar à liberdade deles", comentou o diretor de Carnuntum, Franz Humer.

A escola contém cerca de 40 celas estreitas, que eram usadas como dormitório pelos lutadores; uma área de banho; um local de treino e prédios administrativos.

Há ainda um pequeno estádio rodeado por cadeiras de madeira e uma espécie de ala para o treinador-chefe dos gladiadores.

Os radares também indicam que o lugar possui um cemitério, provavelmente para os que foram mortos durante os treinamentos.

Machados feitos de pedra têm 1,8 milhão de anos

 

folha.com

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

Os instrumentos de pedra que você vê abaixo são os mais antigos exemplares de uma tecnologia avançada feita por mãos humanas –os iPhones do Paleolítico Inferior, digamos. E a invenção deles acaba de recuar quase 400 mil anos no tempo.

A conclusão está em artigo na revista "Nature" desta semana. A equipe liderada por Christopher Lepre, da Universidade Columbia (EUA), determinou que os "machados de mão" (como é conhecido esse tipo de ferramenta) encontrados perto do lago Turkana, no Quênia, têm quase 1,8 milhão de anos.

A data bate à perfeição com a origem africana do Homo erectus, o primeiro ancestral da humanidade com cérebro avantajado (em torno de dois terços do tamanho do órgão em pessoas de hoje).

Pode ser, portanto, que os machados de mão sejam a assinatura tecnológica das capacidades mentais ampliadas da linhagem humana nesse período distante.

Os dados anteriores indicavam que a tecnologia dos machados só tinha surgido há cerca de 1,4 milhão de anos, o que fazia menos sentido diante da história evolutiva dos hominídeos na área.

Arte

MISTÉRIOS

Ainda assim, alguns mistérios permanecem, a começar pela utilidade dos instrumentos. Arqueólogos chegaram a criar suas próprias réplicas dos machados e, em experimentos, mostraram que eles seriam ótimos para cortar carne e abrir ossos de animais em busca do tutano, excelente fonte de calorias.

No entanto, apesar da abundância de exemplares da tecnologia, há poucos casos de marcas de uso efetivo das ferramentas. De quebra, a arte de produzir machados de mão pouco mudou ao longo dos centenas de milhares de anos em que foi praticada.

Para alguns pesquisadores, isso sugere que as ferramentas não eram produzidas para propósitos práticos, mas serviam como uma exibição de destreza para seus criadores –algo como uma cauda de pavão para hominídeos, por assim dizer.

Seja como for, o certo é que, na própria região do lago Turkana, os machados eram produzidos lado a lado com instrumentos mais toscos, os da chamada cultura olduvaiense, que vão pouco além de seixos com uma superfície cortante artificial.

Para Christopher Lepre e seus colegas, isso pode indicar que mais de uma espécie de hominídeo, cada uma delas com sua própria tecnologia característica, teria compartilhado as margens do lago queniano na época.

A tecnologia dos machados depois se espalhou por todas as áreas do mundo habitadas por hominídeos, chegando a locais tão distantes quanto Reino Unido e China. No entanto, nos mais antigos registros da presença do Homo erectus fora da África, ela não está presente –fato que ainda precisa ser explicado.