Cientista da NASA descobre fóssil alienígena em meteorito, diz site

 

Richard B. Hoover, que estuda o tema há mais de dez anos, diz que campo ‘está quase intocado’

06 de março de 2011 | 11h 56

estadão.com.br

SÃO PAULO – O Dr. Richard B. Hoover, astrobiólogo da NASA especializado no estudo de formas de vida microscópicas, afirma ter encontrado o fóssil de uma bactéria alienígena dentro de um tipo de meteoro muito raro, indicou nesta sexta-feira, 5, o site Digital Trends.

Segundo Hoover, sua descoberta demonstra a existência de vida alienígena. As bactérias foram encontradas dentro de meteoritos do tipo Condritos Carbonáceos C1. Seu estudo foi publicado no Journal of Cosmology, publicação norte-americana dedicada à ciência.

"Eu interpreto isso como um indício de que a vida está distribuída de maneira mais ampla do que se estivesse apenas restrita ao planeta terra", disse.

O cientista, que estuda meteoritos há mais de dez anos, disse à TV norte-americana que esse campo de estudo "está quase intocado, porque francamente muitos cientistas diriam que é impossível".

Hoover descobriu os fósseis ao dividir os meteoritos e analisar seu interior com um microscópio especial. Segundo ele, muitos dos fósseis encontrados são bastante similares a outros que podem ser encontrados no planeta Terra.

"A coisa excitante é que eles são em muitos casos reconhecíveis e podem ser associados de perto com as espécies genéricas que existem na Terra", disse. Outros fósseis, porém, são incomuns. "Existem alguns que são simplesmente muito estranhas e não se parecem em nada que eu fui capaz de identificar, e eu os mostrei para diversos outros especialistas que também ficaram surpresos."

Para superar a incredulidade de muitos colegas da comunidade científica, Hoover disponibilizou seu estudo para outros cientistas antes da publicação do trabalho, visando dar uma oportunidade para críticas e observações. "Nenhum outro trabalho na história da ciência passou por um exame tão completo."

Descoberta na Etiópia dá pistas sobre origens do homem

 

MAGGIE FOX
da Reuters, em Washington

Um esqueleto humano de 4,4 milhões de anos mostra que os humanos não evoluíram de ancestrais semelhantes aos chimpanzés, relataram pesquisadores nesta quinta-feira (1º).

Em vez disso, o elo perdido –o ancestral comum aos humanos e aos macacos de hoje– era diferente de ambos e os macacos evoluíram tanto quanto os humanos a partir desse ancestral comum, afirmaram eles.

Reuters

Descoberta de esqueleto humano do _Ardipithecus ramidus_ na Etiópia lança luz sobre origens do homem

Descoberta de esqueleto humano do Ardipithecus ramidus na Etiópia lança luz sobre origens do homem

Os pesquisadores salientaram que "Ardi" deve ser agora o hominídeo mais antigo que se conhece –mas não é o elo perdido. "Em 4,4 milhões de anos, encontramos algo um tanto perto disso", disse Tim White, da Universidade da Califórnia em Berkeley, que ajudou a coordenar a equipe de pesquisa.

Eles descreveram o esqueleto parcial de uma fêmea do Ardipithecus ramidus. A espécie hominídea viveu há 4,4 milhões de anos no que agora é a Etiópia.

A criatura de 1,2 metro é um milhão de anos mais velha que "Lucy" –o esqueleto de uma outra espécie, chamada Australopithecus afarensis, um dos pré-humanos mais conhecidos.

O estudo genético sugere que os humanos e nossos parentes mais próximos, os chimpanzés, diferenciaram-se há 6 milhões ou 7 milhões de anos, embora algumas pesquisas sugiram que isso pode ter ocorrido há 4 milhões de anos.

"Ardi" é claramente um ancestral humano e seus descendentes não viraram chimpanzés ou macacos, relataram os pesquisadores na revista "Science".

Ela tinha uma cabeça semelhante a de macaco e dedos dos pés oponíveis que permitiam que ela subisse em árvores com facilidade, mas suas mãos, pulsos e pélvis mostram que ela caminhava como um humano moderno e não como um chimpanzé ou um gorila.

"As pessoas meio que assumiram que os chimpanzés modernos não evoluíram muito, que o último ancestral comum era mais ou menos como um chimpanzé e de que a linhagem humana passou por toda a evolução", afirmou White.

Mas "Ardi" é "ainda mais primitiva que um chimpanzé", disse White.

Reprodução/Science

Crânio e mandíbula do _Ardipithecus ramidus_, descrito como o mais antigo esqueleto de ancestral humano

Crânio e mandíbula do Ardipithecus ramidus, descrito como o mais antigo esqueleto de ancestral humano

Cientistas debatem se fóssil da Ardi era de humana ou macaca

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

Macaca ou humana? O fóssil da pequena Ardi, uma criatura 1,2 metro e 50 kg que viveu há 4,4 milhões de anos, despertou um furioso debate agora que um artigo na "Nature" colocou mais dúvidas sobre ela ser de fato um ancestral humano.

Batizada com o nome científico Ardipithecus ramidus, sua descrição detalhada na "Science" em 2009 se tornou a descoberta do ano. O fóssil foi declarado o mais espetacular achado paleontológico desde a escavação de Lucy, em 1974, com 3,2 milhões de anos.

Desenho simula a aparência de Ardi, fóssil achado na Etiópia; cientistas discutem se era ou não ancestral do homem

Desenho simula a aparência de Ardi, fóssil achado na Etiópia; cientistas discutem se era ou não ancestral do homem

Os paleontólogos sempre especularam sobre como seria a forma do ancestral comum, se algo intermediário entre o humano e os grandes macacos africanos. "Nós vimos o ancestral, e não é um chimpanzé", declarou Tim White, da Universidade da Califórnia em Berkeley, que chefiou os estudos.

Ardi é o grande achado de White e colegas. Por isso, é compreensível que não gostem da ideia de que ela seja apenas uma macaca velha.

"Ardipithecus ramidus é apenas 200 mil anos mais velho que o Australopithecus anamensis. Mesmo com a melhor boa vontade do mundo eu não consigo ver oArdipithecus ramidus evoluindo para o Au. anamensis", disse à Folha um dos autores do artigo da "Nature", Bernard Wood, da Universidade George Washington.

O outro autor do mesmo trabalho é Terry Harrison, da Universidade Nova York. "Não há absolutamente nada de novo nesse artigo", reagiu White, em declaração à Folha sobre o artigo de Wood e Harrison, que criticam a humanidade de Ardi.

O principal argumento da dupla é que White e colegas não teriam considerado a hipótese de "convergência evolutiva", isto é, o mesmo traço anatômico –a forma de um osso, por exemplo– surgir em espécies que não são diretamente relacionadas.

A ancestralidade humana de Ardi já tinha sido criticada no ano passado na própria "Science" por Esteban Sarmiento, primatologista da Fundação Evolução Humana, em Nova Jersey.

Para ele, o Ardipithecus é um quadrúpede palmígrado, que se apóia nas plantas das quatro patas, e não um bípede, como dito por White.

Sarmiento não gostou nem da réplica de White e colegas publicada na mesma "Science", nem do novo artigo de Wood e Harrison.

"Para ser capaz de decidir sobre as relações ancestral-descendente entre macacos vivos e fósseis, nós precisamos olhar para traços suficientemente complexos de modo a deixarem um registro de convergência na anatomia", declarou Sarmiento.

Segundo ele, a dupla, com base nos mesmos traços anatômicos, aceita que oAustralopithecus seja da linhagem humana, mas não o Ardipithecus.