Na Grécia, arqueólogos encontram restos de estrada de 1.800 anos

 

DA ASSOCIATED PRESS

Atualizado às 15h49.

Arqueólogos gregos descobriram os restos de uma estrada construída pelos romanos que foi usada como uma das principais rotas de transporte cerca de 1.800 anos atrás.

Os 70 metros da via que sobreviveram ao tempo surgiram durante as obras de construção de uma nova linha de metrô na cidade portuária de Tessalônica, a segunda maior da Grécia em termos populacionais.

Nikolas Giakoumidis/Associated Press

Os 70 metros que restaram da estrada romana achada em Tessalônica são apresentados à imprensa

Os 70 metros que restaram da estrada romana achada em Tessalônica são apresentados à imprensa

Algumas pedras de mármore usadas no pavimento possuem desenhos de tabuleiros, típicos de jogos infantis, e outras conservaram as marcas dos carros puxados a cavalo. Abaixo da estrada, havia sobras de uma outra construída 500 anos antes.

Os achados arqueológicos em Tessalônica não são raros. Em 2008, foram desenterradas mais de mil sepulturas, nas mais variadas formas e tamanhos. De algumas delas, saíram objetos de valor como joias e moedas.

A estrada recentemente descoberta poderá ser vista a partir de 2016. Ela será retirada do local das obras e colocada em uma mostra pública permanente quando a linha de metrô for inaugurada.

Arqueólogos encontram na Turquia inscrições de idioma desconhecido

 

Tábua de argila foi gravada durante o Império Assírio, há 2.800 anos, e apresenta nomes exóticos de mulheres da época

11 de maio de 2012 | 16h 15

Efe

Lishpisibe, Bisinume e Sasime são alguns dos exóticos nomes de mulheres encontrados em uma tábua de argila gravada durante o Império Assírio, há 2.800 anos, e que permitiram conhecer uma língua desconhecida até o momento.

Os nomes na tábua são antecedidos pelo símbolo assírio cuneiforme que indica um vocábulo feminino - Efe

Efe

Os nomes na tábua são antecedidos pelo símbolo assírio cuneiforme que indica um vocábulo feminino

"Sabemos que são nomes de mulheres porque cada um é antecedido pelo símbolo assírio cuneiforme que indica um nome feminino", explicou à Agencia Efe John MacGinnis, membro da equipe de arqueólogos responsáveis pelo achado e que publicou o resultado de suas pesquisas no último número do Journal of Near Eastern Studies.

MacGinnis, professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, relatou em conversa telefônica que a tábua, escavada na jazida de Ziyaret Tepe, no sudeste da Turquia, foi descoberta em 2009 e apresenta uma inscrição no assírio habitual no império.

Mas seu conteúdo é uma surpresa: a lista abrange 60 nomes relacionados com o registro do palácio de Tushan, residência de um governador do Império Assírio no século VIII a.C., e 45 deles têm uma origem diferente de qualquer língua registrada pelos arqueólogos.

Pela morfologia dos nomes é óbvio, acrescentou, que não correspondem ao assírio nem ao aramaico nem a nenhuma outra linguagem falada no Império Assírio do qual se tenha notícia.

MacGinnis indicou que a lista se refere a um grupo de mulheres oriundas de uma região afastada e transferidas ao império, possivelmente à força, como era frequente naquela época.

"Poderiam proceder dos Montes Zagros no Irã", arriscou o professor, já que em outros documentos assírios há uma menção a um idioma chamado "mejranio", que teria sido falado naquela região, então sob domínio assírio, mas do qual não se sabe nada mais.

"Alguns dos nomes lidos são Lishpisibe, Bisinume, Sasime, Anamkuri, Alaqitapi, Rigahe", explicou MacGinnis, que reconhece não ter pistas sobre o tronco linguístico ao qual poderiam pertencer.

"Consultei um especialista e temos certeza de que não é uma língua irania (galho à qual pertence o curdo, falado atualmente na região)", esclareceu.

Seria possível, especulou, que esteja relacionada com alguma das diversas línguas faladas atualmente no Cáucaso e que fazem parte de três troncos linguísticos completamente isolados de qualquer outro idioma.

"Agora começa o trabalho dos linguistas modernos que conhecem os idiomas caucásicos e que talvez possam achar alguma relação", disse o especialista.

Algumas tábuas em assírio são procedentes da antiga cidade escavada na jazida, mas a descoberta em 2009 é a única achada até agora no palácio, embora MacGinnis acredite que o edifício possa abrigar outras peças.

O que não é possível saber ainda é se poderá encontrá-las: parte da jazida ficará submersa quando estiver completa a represa de Ilisu, no rio Tigre, um projeto hidráulico que está há anos em construção e que inundará uma vasta parte do vale fluvial.

"Estamos trabalhando contra o tempo porque nos restam apenas duas temporadas: o Governo turco nos confirmou que podemos continuar trabalhando este ano e no ano que vem, mas depois já não renovarão a permissão", lamentou o professor.

A construção da represa, que inundará também o famoso povoado histórico de Hasankeyf e outras jazidas, foi atrasada em parte devido aos protestos internacionais, mas MacGinnis acredita que o Governo turco está decidido a completá-la em breve, por isso que quer pôr fim aos trabalhos arqueológicos na região.

A tábua está conservada no museu de Diyarbakir, capital da província turca à qual pertence Ziyaret Tepe.

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Arqueólogos revelam mais antigo calendário maia já encontrado

 

fonte veja.com

Registros matemáticos do século IX mostram que os maias já relacionavam a contagem dos dias com a Lua e os planetas do Sistema Solar

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A figura de um homem, possivelmente um escriba que viveu na casa construída pelos maias, é iluminada na porta que dá acesso à residência, no nordeste da Guatemala. É a primeira casa maia encontrada com representações artísticas nas paredes.

A figura de um homem, possivelmente um escriba que viveu na casa construída pelos maias, é iluminada na porta que dá acesso à residência, no nordeste da Guatemala. É a primeira casa maia encontrada com representações artísticas nas paredes. – Tyrone Turner/National Geographic

Um estudo que será publicado na revista Science nesta sexta-feira mostra o mais antigo calendário maia já encontrado. Pesquisadores da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, encontraram um quarto repleto de pinturas em um templo na antiga cidade de Xultún, na Guatemala. Os desenhos mostram registros numéricos de ciclos lunares e possivelmente planetários que estão relacionados ao calendário maia.

Árvores crescem acima da casa maia recém-descoberta na Guatemala. O local onde a residência foi encontrada abrigava dezenas de milhares de pessoas durante o império Maia no século IX

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CALENDÁRIO MAIA E O FIM DO MUNDO
A crença de que os maias previram o fim do mundo para 21 de dezembro de 2012 está errada. Os maias acreditavam que houve três mundos antes do atual. A mesma contagem de dias que serviu para descrever o ciclo de cada mundo chega ao fim no dia 21 de dezembro de 2012. Contudo, não há evidências de que os maias acreditavam que essa data representa o apocalipse.

LEIA: Calendário maia não profetiza fim do mundo

As ilustrações datam do século IX. O achado é mais antigo que os códices maia, livros escritos em papel primitivo centenas de anos antes da chegada dos espanhóis no século XVI. O quarto descrito pelos arqueólogos faz parte de um complexo residencial maior e aparenta ter cálculos semelhantes em duas de suas paredes. A maior parte do local foi danificada por saqueadores, mas muitas figuras humanas e hieróglifos desenhados em preto e vermelho foram preservados.
A parede a leste tem cálculos relacionados ao ciclo lunar. Os cálculos na estrutura a norte são mais enigmáticos e podem se relacionar a Marte, Mercúrio e possivelmente Vênus. "Pela primeira vez observamos o registro de um escriba, cujo trabalho era anotar as informações da comunidade", disse o arqueólogo William Saturno, chefe da pesquisa.
De acordo com os pesquisadores, este é o primeiro registro maia encontrado nas paredes de uma casa. "Existem figuras por toda a parede no mesmo estilo que só aparece em um registro maia chamado Códice Dresden, escrito séculos depois", disse David Stuart, especialista em escrita mesoamericana pela Universidade de Texas, coautor do estudo.
Alguns dos números descrevem fases da Lua e outros reconciliam períodos lunares com o calendário solar. "Era uma forma de prever os eclipses", disse Saturno. "O mais empolgante é que agora sabemos que os maias faziam esses cálculos centenas de anos antes do que foi registrado nos códices."

Dois dos três homens pintados na parede que fica no lado a oeste da casa

Guatemala

Os arqueólogos encontraram o quarto maia na região de Petén, na Guatemala. O recinto fica dentro de uma casa em um complexo residencial muito maior, que abrigou dezenas de milhares de pessoas no século IX.

Angelyn Bass, especialista em preservação, limpa e estabiliza a superfície de uma das paredes da casa. A figura de um homem, que pode ter sido o escriba da cidade, aparece à esquerda

Quatro números na parede norte da casa se relacionam no com o calendário Maia e cálculos sobre a Lua, o Sol e possívelmente Vênus e Marte. As datas seguem até 7.000 anos no futuro. Os arqueólogos não sabem o que esses períodos de tempo significam