Imagens de satélite revelam civilização perdida na Líbia

 

Descoberta mostra que os Garamantes são uma civilização muito mais complexa do que se acreditava anteriormente

07 de novembro de 2011 | 14h 55

estadão.com.br

SÃO PAULO – Imagens de satélite revelaram novas evidências de uma civilização perdida no Saara da Líbia, afirmaram pesquisadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido.

Desde a queda do ditador Muamar Kadafi, arqueólogos têm conseguido explorar as riquezas pré-islâmicas do país, ignoradas durante o regime. Usando satélites e fotografias aéreas, os cientistas identificaram os restos de uma civilização em uma das partes mais inóspitas do deserto. Mais de 100 fazendas fortificadas foram descobertas, além de vilas com estruturas semelhantes a castelos e diversas cidades, a maior parte delas datadas de 100 a 500 d.C.

Essas "cidades perdidas" foram construídas por uma civilização antiga pouco conhecida chamada de Garamantes, cujo estilo de vida e cultura era muito mais avançado e historicamente significativo do que se pensava até agora. Os Garamantes eram considerados bárbaros nômades da época do império romano, mas mostraram ser altamente civilizados.

A equipe de pesquisadores identificou os restos de tijolos de complexos semelhantes a castelos, com paredes ainda existentes e de até quatro metros de altura, além de traços de habitações, cemitérios, poços e sistemas de irrigação.

Estudo faz o mais completo mapeamento da extinção na Era do Gelo

03/11/2011 – 09h51

 

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

A mensagem do estudo mais completo já feito sobre o sumiço da megafauna, conjunto de grandes mamíferos da Era do Gelo, é que essa extinção em massa não foi tão "em massa" quanto parece.

Pesquisa acha ‘parente’ de esquilo personagem de filme

As causas do desaparecimento variam de espécie para espécie e envolvem mudanças climáticas, o interesse de caçadores humanos na carne dos bichos e, no caso mais famoso, o dos mamutes, fatores ainda incertos.

Editoria de arte/Folhapress

É o que conclui a equipe liderada por Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, em artigo na revista "Nature", após analisar dados de seis espécies: rinocerontes-lanosos, mamutes-lanosos, cavalos-selvagens, renas, bisões-das-estepes e bois-almiscarados.

Entre esses bichos, renas e bois-almiscarados ainda estão por aí, mas com sua distribuição geográfica drasticamente reduzida –na Era do Gelo, havia renas até na França. Europa e Ásia tinham bois-almiscarados, hoje reduzidos ao Ártico americano.

Willerslev e companhia são especialistas em DNA antigo –dominam técnicas de extração e análise de material genético a partir de ossos com milhares de anos. A equipe analisou mais de 800 amostras de DNA dos bichos e as datou com precisão.

Os cientistas montaram uma espécie de filme sobre como variou a genética das populações da megafauna ao longo de milhares de anos –de 40 mil anos até 10 mil anos antes do presente.

Os dados genéticos permitem acompanhar o comportamento da população de animais ao longo dos séculos.

O retrato traçado pela pesquisa envolve mais duas fontes. A primeira é o mapa dos habitats de cada espécie ao longo dos milênios, levando em conta variações do clima e da vegetação (as espécies eram herbívoras).

Com isso, dá para saber se o habitat de um animal encolheu tanto que poderia ter levado o coitado à extinção.

A segunda fonte é a presença de caçadores humanos, denotada por sítios arqueológicos que coexistiram com a megafauna.

Com isso em mãos, vieram algumas surpresas. Nos 10 mil anos após o primeiro contato com humanos, as populações de rinocerontes e mamutes cresceram, o que derruba a hipótese da caça intensa. Já os bois-almiscarados quase não eram caçados.

Há indícios claros de contribuição humana para a extinção apenas de renas, bisões e cavalos. Mesmo assim, a mudança climática também seria importante.

O trabalho não aborda a extinção na América do Sul. O Brasil tinha cavalos selvagens, lhamas, mastodontes e preguiças-gigantes.

Categorias
Noticias

Fósseis dentais são o registro mais antigo do ‘Homo sapiens’ na Europa

 

Segundo pesquisadores, dois dentes de leite tinham sido encontrados em 1964, no sul da Itália, no entanto se acreditava que eram de Neandertais; objetos têm entre 43 mil e 45 mil anos

03 de novembro de 2011 | 10h 17

Efe

Modelos digitais dos fósseis foram comparados com uma ampla mostra dentária das duas espécies - Stefano Benazzi/Efe

Stefano Benazzi/Efe

Modelos digitais dos fósseis foram comparados com uma ampla mostra dentária das duas espécies

Dois dentes de leite encontrados em uma caverna italiana, com idade estimada entre 43 mil e 45 mil anos, se tornaram os fósseis mais antigos do "Homo sapiens" na Europa, confirmou nesta última quarta-feira, 2, uma equipe internacional de pesquisadores.
A descoberta, que contou com a participação do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha, confirma que a passagem do "Homo sapiens" à Europa e que sua coexistência com os Neandertais duraram "milhares de anos a mais do que se pensava".
Foi o que explicou o principal autor do estudo, o pesquisador Stefano Benazzi da Universidade de Viena, em comunicado divulgado nesta quarta-feira pelo CSIC. "Isso tem importantes implicações no entendimento do desenvolvimento do comportamento do humano moderno".
Os dentes foram achados em 1964 na caverna pré-histórica de Grotta del Cavallo, ao sul da Itália, lar dos Neandertais até sua substituição pelos "Homo sapiens", o que levava os cientistas a pensar que as peças pertenciam a seus primeiros habitantes.
A caverna contém sete metros de depósitos arqueológicos que datam do período em que as duas espécies conviveram, e os dentes foram encontrados nas camadas que contêm restos da cultura Uluziana, que até o momento era relacionada aos Neandertais.
Contudo, agora os cientistas atribuem essa cultura aos "Homo sapiens" graças à nova pesquisa, considerada "mais completa e exaustiva" do que a realizada nos anos 1960, além de ser baseada em comparar modelos digitais dos dentes achados na caverna com uma ampla mostra dentária das duas espécies.
"O próximo passo será descobrir se a cultura Uluziana apareceu e evoluiu devido ao contato com humanos anatomicamente modernos ou se é uma simples evolução do Musteriense, produzido por Neandertais", explicou o pesquisador Michael Coquerelle, do CSIC.