Malafaia comemora vitória de Cunha na Câmara e diz que governo vai ter que “aturar” evangélicos

Profile photo of Tiago ChagasPublicado por Tiago Chagas em 4 de fevereiro de 2015

Malafaia comemora vitória de Cunha na Câmara e diz que governo vai ter que “aturar” evangélicosO pastor Silas Malafaia comemorou a eleição do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, e revelou que um de seus aliados ajudou o conterrâneo na campanha.

No Twitter, Malafaia disse que o pastor Sóstentes Cavalcante (PSD-RJ), membro da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) fez campanha a favor de Cunha. O gesto foi contrário à ordem da executiva nacional do PSD, presidido pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que apoiou o petista Arlindo Chinaglia.

“Parabéns ao deputado Sóstenes Cavalcante que trabalhou como leão para ajudar a eleger Eduardo Cunha presidente da Câmara. Valeu!”, escreveu o pastor.

Silas Malafaia também destacou que, com a eleição de um parlamentar da bancada evangélica para comandar a Câmara dos Deputados, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) terá que “aturar” as lideranças evangélicas.

“Parabéns ao novo presidente da Câmara, deputado evangélico Eduardo Cunha. Uma vitória espetacular humilhou o governo e o PT. Vão ter que nos aturar”, escreveu, antes de acrescentar que, a seu ver, o parlamentar não tem dívidas políticas com outras forças do Congresso: “A vitória de Eduardo Cunha para presidência da Câmara foi tão espetacular que ficou sem dever à oposição e à situação”.

Eduardo Cunha é membro da Igreja Sara Nossa Terra no Rio de Janeiro, e foi líder do PMDB no ano passado. Eleito com 267 votos, 10 a mais que o mínimo necessário para encerrar o pleito no primeiro turno, Cunha derrotou o candidato do governo e se tornou o segundo na linha de sucessão presidencial. Caso Dilma Rousseff renuncie ou seja destituída, e seu vice, Michel Temer (PMDB) não possa ocupar o cargo ou abra ou abra mão, é Cunha quem assume o posto.

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Eleito deputado federal, Irmão Lázaro diz que lutará contra a homofobia: “Pessoas são livres”

Profile photo of Tiago ChagasPublicado por Tiago Chagas -gnoticias.com- em 26 de novembro de 2014

Eleito deputado federal, Irmão Lázaro diz que lutará contra a homofobia: “Pessoas são livres”O cantor Irmão Lázaro (PSC-BA), eleito deputado federal com mais de 161 mil votos, afirmou que apesar de sua crença a respeito da homossexualidade, vai lutar para reduzir a violência praticada contra gays no país.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Lázaro se descreveu como um “conservador”, afirmou ser contra a descriminalização da maconha e ressaltou que usará seu mandato para defender a família “no modelo de Deus, homem e mulher”.

O ponto de vista expressado a respeito da homossexualidade é o mais equilibrado possível dentro do cenário de tensões criadas sobre o tema. O próprio Lázaro afirma que sua postura é “estranha do ponto de vista religioso”, mas defenderá a liberdade individual: “Se quiserem viver juntos, isso deve ser respeitado. Tem que se entender que homossexualismo é pecado, mas as pessoas são livres”.

Atualmente, Irmão Lázaro tem quase 8 milhões de seguidores nas redes sociais, e hoje é o parlamentar com mais expressividade nessa área. Na Câmara, o segundo colocado é o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), com 1,9 milhões de seguidores, seguido pelo ativista gay Jean Wyllys (PSOL-RJ), que tem pouco mais de 800 mil inscritos em suas páginas.

A título de comparação, Irmão Lázaro tem 17 vezes mais seguidores nas redes sociais do que o deputado mais votado do Brasil, Celso Russomano (PRB-SP), que obteve 1,5 milhão de votos e tem pouco mais de 460 mil seguidores.

Irmão Lázaro foi integrante do Olodum, e hoje é pastor da Igreja Batista Lírio dos Vales, em Salvador (BA). À Justiça Eleitoral, declarou bens na casa de R$ 4,7 milhões, construído a partir da carreira na música gospel e nos empreendimentos que abriu. “Tenho uma história de superação que as pessoas veem como inspiração […] Cheguei a viver nas ruas, comendo lixo”, resume o cantor, pastor e deputado federal.

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Silas Malafaia comemora: “A causa gay foi para o saco”

Frente Parlamentar pelos Direitos LGBT quer se contrapor à Bancada Evangélica

por Jarbas Aragão

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O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus-Vitória em Cristo, ainda comemora o aumento da bancada evangélica e acredita que o perfil mais conservador irá causar mudanças logo.

Embora na política muita coisa não seja tão “preto no branco”, faz uma conta rápida. Hoje, são 74 deputados conservadores, contra 88 do PT. Para 2015, serão 85 integrantes, contra 70 votos petistas.

Qual a estratégia? “Não daremos mole nos Direitos Humanos”. Irão priorizar as comissões de Direitos Humanos e de Seguridade Social e Família, pois são nelas que se discutem as questões que são vistas como prioridade pelo seu público. “Com essa bancada, a causa gay foi para o saco”, comemora Malafaia.

A declaração pode soar como bravata, mas não é. Antônio Augusto Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) fez a seguinte análise após os resultados da última eleição serem homologados: “Se no atual Congresso houve dificuldade para que elas [pautas como a legalização do casamento gay e a descriminalização do aborto] prosperassem, no próximo isso será muito mais ampliado. Houve uma redução de quem defendia essa pauta no Parlamento e praticamente dobrou (o número de) quem é contra”.

Cientes que apesar da reeleição de Dilma, estão perdendo força, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBTT), Carlos Magno Silva, avisa: “Estamos tentando contato com os deputados para constituir uma Frente Parlamentar pelos Direitos LGBT forte e atuante porque a próxima legislatura vai ser de muito embate, de muita disputa política. Este setor (evangélicos) tem se organizado para impedir qualquer avanço no reconhecimento de Direitos Humanos”.

Eles esperam contar com o apoio das senadoras Marta Suplicy (PT-SP) e Lídice da Mata (PSB-BA). Na Câmara dos Deputados, os líderes devem ser Erika Kokay (PT-DF) e Jean Wyllys (PSOL-RJ).

Atualmente, um dos pontos focais para os evangélicos na Câmara Federal é a aprovação do Projeto de Lei 6.583/13, chamado de “Estatuto da Família”. Ele reitera o que reza o artigo 226 da Constituição Federal, definindo família como o núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, por meio de casamento, união estável ou comunidade formada pelos pais e seus descendentes.

Seu relator é o deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF). Ele entregará o projeto do Estatuto da Família esta semana. “Eu estou colocando no relatório a proibição da adoção (por casais do mesmo sexo). Se o Artigo 227 (da Constituição Federal) diz que a família é para proteger a criança, como é que dois homens, duas mulheres que são homossexuais que dizem ser pais, querem adotar? Adotar para satisfazer a eles ou a criança? A adoção é para contemplar o direito da criança, não do adotante”, esclarece.

Na prática, o direito de adoção por homossexuais foi reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça em abril de 2010. Ao mesmo tempo, a base do governo Dilma tenta avançar com o Projeto de Lei Suplementar (PLS) 470/13, que agora tramita no Senado. Embora tenha um nome parecido “Estatuto das famílias”, reconhece a relação homoafetiva como entidade familiar. Com informações de Felipe Patury e DM