Serikzhan Bilash compartilhava vídeos de testemunhos reais sobre os campos de concentração no país e a perseguição do PCCh.
2 segundos atrás em 10 de agosto de 2021Por RedaçãoYouTubeYouTube (Foto: Direitos Reservados/Deposiphotos)
Em 2017, Serikzhan Bilash fundou a organização de direitos humanos Atajurt Kazakh para lutar por aqueles que precisam.
Ele então criou um canal no YouTube para compartilhar suas experiências de perseguição e conseguir e reportar a enorme rede de campos de concentração em Xinjiang, na China.
Porém, em 15 de junho a própria plataforma retirou a sua voz, suspendendo temporariamente a conta de Bilash, a princípio sem explicação.
O seu canal conta com mais de 11 mil vídeos, a maioria de depoimento de familiares de pessoas que estão detidas dentro dos mais de 260 campos de reeducação política, que contam atualmente com cerca de 1,8 a 3 milhões de cazaques, quirguizes e uma prevalência de uigures – minoria muçulmana chinesa.
Violação das regras da plataforma
Posteriormente, o YouTube esclareceu que cancelou o seu acesso à conta por causa das informações de identificação pessoal em seus vídeos, o que viola os padrões da comunidade.
Contudo, as informações pessoais que foram incluídas nas gravações por Bilash foram para verificar a identidade dessas pessoas que prestaram depoimentos e de seus familiares detidos. Todos que deram testemunho, o fizeram voluntariamente para o bem de suas famílias.
Bilash acredita que fornecer essas informações fortalece a veracidade do vídeo e assim fica difícil para as autoridades chinesas dizerem que o conteúdo é falso. Ela então temeu que todo o seu trabalho tivesse sido perdido por causa da política do site, segundo a Gazeta do Povo.
Embora o YouTube restabeleceu seu acesso a conta novamente e se esforçou para retirar as informações de identificação pessoal, Bilah pensa que não será a única vez que será alvo de censura. E ele pode estar certo, pois as redes sociais vem censurando toda oposição à ditadura.