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Empresa que doou para PR e ministra multiplica contratos

12/07/2011 – 07h25

 

Fonte:folha.com

DE SÃO PAULO

Uma empreiteira do Paraná, que concentrou doações eleitorais para partidos aliados do governo e é alvo de investigações por irregularidades, aumentou em 1.273% seus contratos com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) de 2004 a 2010, informa reportagem de Breno Costa, Andreza Matais e Rubens Valente, publicada na Folhadesta terça-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Desde o início do governo Lula, a Sanches Tripoloni, de Maringá, vive um crescimento em seus contratos. Saiu de R$ 20 milhões em 2004 para R$ 267 milhões no ano passado (valores atualizados).

Entre os beneficiários de doações eleitorais da empresa estão o senador Blairo Maggi (PR-MT) e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro Paulo Bernardo (Comunicações).

Sérgio Lima – 6.jun.2011/Folhapress

A ministra Gleisi Hoffmann, que recebeu doações eleitorais da Sanches Tripoloni

A ministra Gleisi Hoffmann, que recebeu doações eleitorais da Sanches Tripoloni em sua campanha ao Senado Federal

Procurada, a Tripoloni informou que seus responsáveis estão viajando e se manifestarão na semana que vem. Gleisi afirmou que as doações eleitorais foram legais e a iniciativa partiu da empresa.

O Dnit, ligado ao Ministério dos Transportes, é alvo de suspeitas após reportagem da revista "Veja" no último dia 2 informar que representantes do PR e funcionários da pasta e de órgãos vinculados ao ministério montaram um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por empreiteiras.

Entre os citados está o diretor afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que tem depoimento marcado nesta terça-feira no Congresso. À Folha, na semana passada, Pagot deu uma prévia de como será seu depoimento sobre o escândalo.

"O Dnit é um colegiado. O Hideraldo manda tanto quanto o Pagot", disse, em referência ao petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, e listando, em seguida, todo o colegiado do órgão.

Pagot e outros três nomes da cúpula do Ministério dos Transportes tiveram o afastamento determinado pela presidente Dilma Rousseff.

Leia a reportagem completa na Folha desta terça-feira, que já está nas bancas.

Editoria de Arte/Folhapress

Folha

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Saiba mais sobre a nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann

 

Fonte: folha.com

DE SÃO PAULO

Gleisi Helena Hoffmann nasceu em Curitiba (PR) no dia 6 de setembro de 1965.

De família de origem alemã e catarinense, Gleisi é formada em Direito na Faculdade de Direito de Curitiba, com especialização em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira.

Mulher do ministro Paulo Bernardo (Comunicações), tem dois filhos. Seu primeiro casamento foi com o jornalista Neilor Toscan.

Gleisi se filiou ao PT em 1989, foi secretária de Estado no Mato Grosso do Sul na gestão de Zeca do PT e secretária de Gestão Pública da Prefeitura de Londrina.

Em 2002, compôs a equipe de transição de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, onde seria nomeada a diretora financeira da Itaipu Binacional. Ali permaneceu até início de 2006, ano em que disputaria seu primeiro cargo eletivo. Na disputa por uma vaga ao Senado Federal, não conseguiu se eleger.

Tornou-se presidente do PT no Paraná e, em 2008, candidatou-se à prefeitura de sua cidade natal, Curitiba, mas obteve o segundo lugar, com 18,17% do votos.

Em 2010, disputou novamente o cargo de senadora, elegendo-se como a mais votada, juntamente com Roberto Requião (PMDB).

Sérgio Lima – 06.jun.2011/Folhapress

Gleisi Hoffmann é convidada para substituir Palocci na Casa Civil

Gleisi Hoffmann é convidada para substituir Palocci na Casa Civil

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‘Operação abafa’ chega ao Senado para barrar CPI e convocação de Palocci

 

Planalto considera semana decisiva para o futuro do ministro-chefe da Casa Civil e, a exemplo do que fez na Câmara, quer impedir que oposição consiga levá-lo a depor

22 de maio de 2011 | 23h 00

Leandro Colon e Mariângela Gallucci

O governo federal considera esta semana decisiva para conter a crise em torno do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, cobrado a explicar o aumento de seu patrimônio nos últimos anos. A base aliada governista no Congresso estabeleceu como prioridade barrar a tentativa de convocação de Palocci para depor no Senado, ação bem-sucedida na Câmara na semana passada, e impedir que a oposição avance na coleta de assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.

"Essa disputa é um embate político, e o governo vai reagir para não permitir o desgaste do ministro. O Palocci já deu todas as explicações", afirma o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). A avaliação governista é a de que barrar a convocação de Palocci na Comissão de Fiscalização e Controle, onde a oposição quer levá-lo para dar explicações, e segurar os movimentos pró-CPI seriam um passo político fundamental diante do atual cenário da crise, uma estratégia que não pode levar em conta o surgimento de fatos novos que agravariam a situação.

Na Câmara, o governo trabalhou com tranquilidade para derrotar a oposição. No Senado, o jogo é mais pesado, embora o Palácio do Planalto tenha maioria. A ordem é não dar brechas em comissões, para não repetir episódios passados, em que a oposição aproveitou descuidos da base governista e conseguiu convocar ministros.

Senadores de oposição disseram estar convencidos de que os negócios do ministro são "tráfico de influência". Os partidos adversários do governo querem que Palocci explique como conseguiu multiplicar seu patrimônio em, pelo menos, 20 vezes num período de quatro anos com sua empresa Projeto Consultoria Econômica e Financeira, que, desde dezembro, atua só no ramo de administração imobiliária para cuidar do apartamento de R$ 6,6 milhões e do escritório de R$ 882 mil comprados em 2009 e 2010 em São Paulo.

Além de convocá-lo, o desafio da oposição é conseguir as 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores necessárias para abrir uma CPI Mista. Para tanto, como não tem maioria, precisa da ajuda de parlamentares governistas. Os senadores reconhecem que, por enquanto, é difícil conseguir as assinaturas. Mas mantêm um discurso otimista. "Tem muitos governistas incomodados com a situação. Gente que, reservadamente, concorda conosco que ele deveria vir a público se explicar", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). "A CPI se justifica pela gravidade dos fatos. O importante não é só saber quanto ganhou o ministro Palocci e sim saber quem e quanto ganharam os que se valeram do tráfico de influência exercido por ele", afirmou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).

A oposição quer que o Ministério Público abra uma investigação formal contra o ministro da Casa Civil. "Vamos continuar pressionando", afirmou o senador José Agripino (RN), líder da bancada do DEM. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deu na sexta-feira 15 dias para Palocci se explicar. O ministro pretendia enviar as justificativas naquele mesmo dia, conforme revelou o Estado, mas decidiu analisar com mais calma o documento depois do vazamento das informações de sua defesa. O ministro pretende dizer ao procurador-geral que a movimentação intensa de dinheiro entre novembro e dezembro decorreu das rescisões contratuais necessárias por causa do convite para ser ministro da presidente Dilma Rousseff. Pelo menos 20 empresas contrataram os serviços de Palocci.