Categorias
Artigos

Casamento gay, clérigos homossexuais em discussão na Conferência Geral Metodista

 

Por Stoyan Zaimov | Repórter do The Christian Post

A Conferência Geral da Igreja Metodista Unida (UMC) está ocorrendo atualmente em Tampa, na Flórida, e contará com o debate permanente sobre clérigos gays e casamento de mesmo sexo. Alguns têm sugerido que, a fim de evitar que seus membros diminuam, a Igreja Metodista deve chegar a um compromisso sobre as suas doutrinas de longa data sobre estas questões.

  • Conferência Geral da Igreja Metodista Unida

    (Foto: UMNS/Kathleen Barry)

    Atendentes oram na Conferência Geral da Igreja Metodista Unida em Tampa, Flórida.

Relacionado

Cerca de 1.000 delegados, 40 por cento dos quais vivem fora dos Estados Unidos, estão presentes na Conferência Geral, que acontece uma vez a cada quatro anos. Em cada assembleia há mais de 40 anos, a UMC tem debatido a sua posição sobre a homossexualidade. A conferência, que acontece entre 24 de abril e 04 de maio, anunciou que este ano há mais de 70 petições sobre a homossexualidade, muitos dos quais procuram reescrever artigos 161F e 161B no Livro Metodista de Disciplina de 2008 que aborda o clero homossexual e casamento de mesmo sexo.

A UMC apóia a definição tradicional de casamento como sendo entre um homem e uma mulher, e exige que os membros do clero aderiram aos "mais altos padrões de vida santa." De acordo com a igreja, "A prática da homossexualidade é incompatível com a doutrina cristã. Portanto auto-declarados homossexuais praticantes não devem ser certificados como candidatos, ordenados como ministros, ou designados para servir na Igreja Metodista Unida."

O debate sobre essas questões é centrado em uma queda de décadas na participação que a Igreja Metodista tem experimentado, com números de até 7,8 milhões de membros nos ativistas pelos direitos norte-americanos gays. Isso tem sugerido que, a fim de atrair jovens norte-americanos, a igreja precisa amenizar sua posição sobre a homossexualidade e reconhecer as uniões homossexuais e do clero. Os conservadores, entretanto, estão alertando sobre o abandono ou revendo as doutrinas de longa data da igreja.

De acordo com Russell Richey, co-autor da história de dois volumes do Metodismo nos Estados Unidos e ex-reitor da Escola Candler de Teologia na Universidade Emory, em Atlanta, a UMC está experimentando altas taxas de crescimento no Cinturão da Bíblia em contra o Ocidente liberal e Costas Leste, onde grande parte da sua composição caiu.

No ano passado, quase 1.200 clérigos metodistas se comprometeram a realizar cerimônias de casamento do mesmo sexo, apesar de ensinamentos oficiais da Igreja, mas muitas dessas igrejas, desde então, se separaram da UMC. Uma divisão ainda maior é evidente na Conferência Geral, o Houston Chronicle afirmou – na participação estão delegados de estados dos EUA onde ocasamento homossexual é legal, bem como representantes de países como a Libéria, onde a homossexualidade é considerada um crime.

Uma sugestão de um compromisso tem sido discutido por alguns delegados que acreditam que as atitudes da Metodista em relação ao casamento gay deve refletir a localidade de cada igreja – o que significa que os pastores que vivem em estados onde o casamento homossexual é legal devem ser livres para realizar tais casamentos, enquanto clero em outros estados devem aderir aos ensinamentos oficiais da Igreja.

Categorias
Artigos

Reverendo passará a fazer casamento gay assim que a lei vigorar

COM A PERMISSÃO LEGAL

 

 

Dizem que o reverendo Aldo Quintão, 49, é polêmico. "Não é bem assim. Sou contemporâneo", diz ele, que é casado há 23 anos e tem um filho de 22.

Na Catedral Anglicana, em Santo Amaro, zona sul, o brasiliense conquistou fiéis com um discurso sem restrições. O direito ao aborto e o respeito aos gays estão na pauta.

O padre, em São Paulo desde 1984, já celebrou mais de 3.000 casamentos. Para este ano, não há vagas nos dias mais procurados, sextas e sábados.

Qual é o maior pecado paulistano?
O individualismo, que se traduz na insensibilidade diante dos dramas sociais. Precisamos de mais solidariedade. Parece óbvio, mas é muito difícil encontrar isso em uma cidade como São Paulo.

Por que dizem que o senhor é liberal?
Talvez porque debato questões polêmicas e defendo minorias. Temas como o direito ao aborto, os estudos com células-tronco, o respeito aos gays e o uso de anticoncepcionais devem ser abordados. Quero discutir o que é o mundo contemporâneo –e não o que é a igreja.

São Paulo é uma cidade liberal?
Por um lado, é liberal. É uma metrópole gigante, que garante o anonimato. Por outro, é conservadora nas relações entre conhecidos. Somos liberais enquanto cidade e conservadores enquanto família.

Quem frequenta a Igreja Anglicana?
Todos são bem-vindos. Inclusive gays assumidos, divorciados e fiéis desiludidos com outras religiões. O mundo moderno é marcado por uma sociedade plural. Na minha leitura do Evangelho, todo mundo tem o direito de ser feliz. Aqui, as pessoas sentem que as diferenças são respeitadas.

Quais foram os casamentos mais marcantes que realizou?
Foram dois extremos. Um foi a união de dois amigos de infância, num rancho em Pindamonhangaba (SP), onde brincavam quando crianças. O outro foi o casamento do cantor sertanejo Bruno, no Terraço Daslu. Adoro música sertaneja. De repente, vi que estava celebrando uma missa para Chitãozinho, Daniel e Michel Teló. O próximo noivo famoso é o cantor Paulo Ricardo.

Quantos casamentos já celebrou?
Já fiz mais de 3.000 casamentos, 90% em São Paulo. Casei evangélicos, hindus, judeus, muçulmanos, grávidas, desquitadas e por aí vai. Casamento gay? Farei assim que a lei permitir.

Data: 29/2/2012 08:30:00
Fonte: Folha de SP

Categorias
Artigos

Líder católico diz que casamento gay é ameaça para a humanidade

PAPA SOLTA O VERBO

FOTO - PAPA

Foram as declarações mais fortes já proferidas pelo pontífice contra o casamento homossexual

O papa Bento 16 disse nesta segunda-feira, 9, que o casamento homossexual é uma das várias ameaças atuais à família tradicional, pondo em xeque “o próprio futuro da humanidade”.

Foram as declarações mais fortes já proferidas pelo pontífice contra o casamento homossexual, durante um pronunciamento de ano novo a diplomatas de quase 180 países acreditados no Vaticano, abordando questões econômicas e sociais contemporâneas.

Segundo Bento 16, a educação das crianças precisa de “ambientes” adequados, e “o lugar de honra cabe à família, baseada no casamento de um homem com uma mulher”.

“Essa não é uma simples convenção social”, disse o papa, “e sim a célula fundamental de cada sociedade. Consequentemente, políticas que afetam a família ameaçam a dignidade humana e o próprio futuro da humanidade”.

Em vários países – principalmente no mundo desenvolvido -, autoridades eclesiásticas católicas protestam contra iniciativas voltadas para a legalização do casamento gay. Nos EUA, um dos principais paladinos dessa causa é o arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, que será sagrado cardeal pelo papa em fevereiro.

Numa recente carta, Dolan criticou o presidente Barack Obama por sua decisão de não apoiar uma proibição federal ao casamento homossexual, e alertou que essa política pode “precipitar um conflito nacional de enormes proporções entre a Igreja e o Estado”.

A Igreja Católica, que tem 1,3 bilhão de seguidores no mundo, prega que as tendências homossexuais não são pecado, mas que os atos homossexuais são, e que as crianças devem crescer em uma família tradicional, com um pai e uma mãe.

“A unidade familiar é fundamental para o processo educacional e para o desenvolvimento dos indivíduos e Estados; daí a necessidade de políticas que promovam a família e auxiliem na coesão social e no diálogo”, disse Bento 16 a diplomatas.

O casamento gay já é legal em vários países europeus, como Espanha e Holanda. Algumas religiões que autorizam o casamento gay e a ordenação de mulheres e homossexuais como clérigos têm perdido fiéis para o catolicismo, e o Vaticano já tomou medidas para facilitar tais conversões.

Em 2009, Bento 16 decretou que os anglicanos que se converterem ao catolicismo podem manter uma hierarquia paralela, preservando parte das suas tradições. Grande parte dessa migração do anglicanismo para o catolicismo envolve fiéis que consideram a Igreja Anglicana liberal demais.

Data: 10/1/2012 09:10:05
Fonte: Estadão